The Devil Inside escrita por Duplicata Petrova


Capítulo 6
O6


Notas iniciais do capítulo

Peço mil e uma desculpas pela demora de mais de um mês. Escola já é uma merda, estudar a tarde é pior ainda! Está roubando todo o meu tempo e a criatividade estava ruim demais.
Não me matem, taquem pedra, abaixem as espingardas e canivetes, e vamos ser feliz lendo o capítulo 6! Ok? Combinado? Então "ta serto"!
Para quem quer saber como é a cara dos personagens, vai o link do elenco: https://twitter.com/ViiH_codigo6277/status/318119651928309760/photo/1
Escrevi esse capítulo escutando "Scream and Shout" by Skrillex, "Get Up" by Korn, "Kyoto" by Skrillex ft Sirah e "Dead Inside" by Skillet.
Enjoy it :D



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Tentava puxar o ar com todas as minhas forças. Mas o oxigênio fazia questão de não adentrar meus pulmões. Não conseguia respirar.

Eu estava entrando em pânico.

Eu não conseguia distinguir nada ao meu redor. Tudo parecia distante, embaçado demais. Não sabia se alguém estava tentando me ajudar.

Olhei fundo dentro dos olhos de Tyler tentando buscar uma parte boa, uma parte que sentisse o mal que ele estava me fazendo. Podia ser a menor partícula. Ela tinha que existir. Todos têm. Ninguém é completamente bom e ninguém é completamente mal.

Fechei meus olhos espremendo-os. Não estava aguentando mais. Perderia a consciência. Desmaiaria. Abri os olhos. Minha visão estava turva - tanto pela falta de oxigenação quanto pela força com que fechei meus olhos -, mas mesmo assim, enxerguei um policial chegando por trás de Tyler com uma arma de choque. Ele gritava alguma coisa para o jovem a minha frente. Eu não conseguia escutar direito.

Tentei puxar o ar mais uma vez. Não consegui.

Puxou o gatilho. Dois eletrodos ligados a dois fios de cobre saltaram da ponta da pistola e se prenderam, como imã na geladeira, ao pescoço de Tyler que me libertou no mesmo momento. O gatilho ainda pressionado. No mesmo instante o corpo de Tyler reagiu ao choque como um espasmo muscular violento, depois foi ao chão em um baque surdo, permanecendo em posição fetal com alguns pequenos espasmos.

Dei alguns passos pra trás com as mãos no pescoço buscando por ar.

– Laura, você está bem?! - Perguntou Devon desesperado. Assenti ainda meio zonza. Me segurou quando minhas pernas fraquejaram e eu quase caí. Percebi que David não estava por perto. Me levou para sua sala e me ajudou a sentar em uma poltrona marrom - Vou pegar um copo de água pra você, ok?

– Ok. Obrigado.

Eu ainda estava em.. choque? Talvez essa não fosse a palavra certa.

Respirei fundo algumas vezes tentando recuperar o folego.

Observei o Delegado McGray entrar na sala de paredes cinza com um copo descartável branco com água e me entregar.

– Obrigado. - Agradeci mais uma vez

– Você tem certeza de que está bem? - Perguntou preocupado - Porque se não estiver eu posso te levar a um...

– Eu estou bem. - Interrompi seca. Não estava acostumada com alguém se importando comigo ou cuidando tanto de mim - Desculpe. Eu..

– Tudo bem. - Disse pegando na minha mão. Me afastei de seu toque

Silêncio. O maldito silêncio constrangedor.

– E o Tyler?..

– Você se importa demais com esse garoto. Ele acabou de quase te matar e você está preocupada.

– Devon, entenda uma coisa, Tyler é uma vítima como Audrey. A única diferença é que uma parte dele está matando a outra, a ruim está fazendo de tudo pra acabar com a boa. Se você pudesse enxergar o que eu enxergo nos olhos dele.. Tyler está com medo, está em conflito. E ele é só um garoto. Poderia ser meu filho.

A expressão em seu rosto mudou. Parecia que ele tinha captado algo no que eu havia dito, que eu não captei.

– Você acha que ele é seu filho morto!

– O quê?! - Perguntei indignada - Do que está falando?

– Você sabe do que estou falando. Peter, provavelmente, teria a mesma idade de Tyler se estivesse vivo e alguns traços faciais dele lembram os do seu filho, não é? - Fiquei em silêncio. Eu tinha que admitir, o jovem Bennet era muito parecido com o meu Peter

– Ele é só um garoto.. - Sussurrei apoiando a testa nas palmas das mãos

Batidas frenéticas na porta nos chamou a atenção. Devon levantou para atender quem quer que fosse e antes do delegado abrir completamente a porta, David entrou com uma expressão preocupada.

– O que houve? - Perguntei sentando de um jeito que minha postura ficasse ereta

– Tyler está agindo de modo estranho.

– Estranho como?

– Falando coisas desconexas, sem sentido, não sei explicar. Não parece ser o nosso idioma. Ele gritou várias vezes seu nome. Parecia descontrolado.

Devon me olhou de um jeito estranho. Como s sua expressão fosse uma mistura de medo e dúvida. Talvez ele estivesse lembrando do que eu tinha dito sobre a minha teoria.

Estava acontecendo de novo. O mal estava se revelando novamente.

– Fiquem aqui. - Disse com a voz firme

– Laura? - McGray me pegou pelo braço - É perigoso. - Disse olhando dentro dos meus olhos

– Ele está agressivo. - Comentou David

– Não me impeçam de fazer o meu trabalho. - Continuei com meu tom firme. Eu estava disposta a enfrentá-lo

Caminhei apressadamente até a sala onde o jovem suspeito se encontrava. Respirei fundo e girei a maçaneta. Ao entrar, encontrei um Tyler extremamente pálido e algemado. Ele me fitava com desprezo. Seus olhos estavam escuros e tinham um brilho maligno.

Quare Tyler? Quare sanare Tyler?– Perguntou com a voz rouca

Alguma coisa muito ruim habitava seu corpo. Tinha que manter a calma. Não podia demonstrar medo ou qualquer outra coisa.

– Não entendo o que diz. - Disse fechando a porta atrás de mim e ficando parada ali mesmo

– Por que o Tyler? Por que curar o Tyler? - Pausou - Ele não está doente. Ele não quer ajuda. Ele não quer a sua ajuda.

– O que você quer com o Tyler?

– Com o Tyler eu não quero nada. Ele é só um corpo inútil e frágil.

– Se ele é inútil e frágil, por que não o liberta?

– Por que ele atinge você. - Pausou com um sorriso torto e macabro - Por que não desiste do Tyler?

– Ele é só um garoto, uma vítima. Ele não merece isso. É o meu dever curá-lo, cuidar dele..

Octavius: Torque!– Gritou com um tom de voz desconhecido me interrompendo. Me assustei - Você se importa com ele. Não quer vê-lo machucado porque o ama. - Sorriu me desafiando. Abaixei meus olhos fitando os curativos em seus braços - Está preocupada com as mordidas, não é? - Não respondi - Vou te dar mais uma coisa para se preocupar. - Fitou a mesa a sua frente, tombou o corpo um pouco para trás como se pegasse impulso e bateu com a cabeça na beira da mesma. Caiu da cadeira inconsciente. Sua testa tinha um corte profundo que sangrava muito

Abri a porta e saí no corredor gritando por ajuda. Os dois homens já conhecidos por mim correram até onde eu me encontrava.

– Laura!? Você está bem? Ele te machucou? – Os dois perguntavam as mesms coisas de jeitos diferentes ao mesmo tempo

– Não. Ele, ele, o Tyler bateu com a cabeça, propositalmente, na mesa. Ele desmaiou, ele estava sangrando. - Eu estava nervosa, não conseguia formular direito as frases – Ele está sangrando muito.

– Precisamos de paramédicos aqui! Depressa! – Gritou o homem de cabelos grisalhos ao meu lado

Homens corriam para dentro da sala em que acabara de sair. Os mesmos homens saiam da sala com Tyler inconsciente em uma maca. A pele do jovem estava em um pálido doentio e o sangue que escorria do corte tomava quase todo seu rosto. Não parecia estar vivo.

Senti como se meu coração fosse esmagado por um peso de uma tonelada.

A última vez que meu coração tinha doído dessa forma foi quando meu filho faleceu. Devon tinha razão. Minha cabeça associava Tyler com Peter. Eu achava que Tyler era o meu filho morto.

Mas o que aconteceu naquele quarto na clínica.. Eu não consigo entender o que meu corpo diz quando estou perto do suspeito. Meu corpo as vezes reage como mãe, as vezes como mulher. Estou confusa. Isso não é uma novidade!

Na manhã seguinte, por conta própria, fui ao hospital.

Ele tinha pontos cobertos por um curativo no lugar do corte.

Olhei diretamente em seus olhos. O brilho maligno havia se esvaído do azul, dando lugar à tristeza e dor. Lágrimas prontas a despencar exibiam o medo e desespero.

Sentou na cama me fitando.

Olhei seus braços desnudos com os curativos.

Piscou algumas vezes e as lágrimas percorreram seu rosto lentamente.

– Como se sente? - Perguntei ainda parada na porta

– Péssimo. – Respondeu abaixando a cabeça. A voz saiu sem força – O que aconteceu comigo?

– Eu não sei.

Levou a mão direita à cabeça tocando o ponto gravemente machucado.

– Como eu consegui isso? Quem fez isso comigo?

Respirei fundo e respondi:

– Você. Você fez isso.

– O quê?! Como?!

– Você bateu a cabeça e em uma mesa e desmaiou.

Vi sua expressão se transformar em desgosto.

– Foi ele.. – Sussurrou – Por que ele não para de me usar? Eu não gosto das coisas que ele me obriga a fazer?

Não diria para um garoto assustado que ele havia sido possuído por um espírito maligno que queria me atingir machucando-o. Ele só ficaria com mais medo, e isso não ajudaria.

– Por que não luta contra ele? - Questionei

– Ele é forte demais.

– Você é mais.

– Toda vez que eu tento, ele machuca alguém que eu amo.

– Qual foi a última vez que você lutou?

– Audrey... – Disse abaixando o olhar


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Notas finais do capítulo

OOOOPA! Tivemos Evil Tyler, Possessed Tyler e Good Tyler em um mesmo capítulo! RECORD!! hehe
Mereço reviews ou vocês me abandonaram? :?
Beijos, até



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