Annabeth acordou cedo, pois uma irmã sua chamada Charlotte havia tido pesadelos. Charlotte era a irmã favorita de Annabeth. Ela tinha uns sete anos, os cabelos loiros escuros, a pele branquinha e os mesmos olhos cinza. A menina também era muito inteligente, adorava livros e era carinhosa e gentil. Annabeth tinha certeza de que faria de tudo para proteger aquela menina.
Charlotte havia acordado no meio da madrugada com um pesadelo que ela preferiu não contar, então foi acordar a Annabeth, que era uma pessoa em quem a menina confiava. Annabeth puxou-a para sua cama e começou a afagar seus cabelos, tentando acalma-la. Ela ficou um bom tempo acariciando os cachos dourados da menina, até que ela levantou e foi em direção a sua original cama. Ela se agacha e começa a procurar algo em baixo do colchão. Ela tira sua bolsa, uma grande de cor vermelho apagado, e começa a remexer em seu interior, até que sua mãozinha para de mexer e tira de dentro da bolsa, um broche. Um broche até bonito, segundo Annabeth. Era circular e feito de ouro. Tinha no centro, um pássaro, preso pela as pontas das asas, em pleno voo agarrando uma flecha com a ponta do bico. A menina caminhou até Annabeth com o broche nas mãos.

- É para você, Annie. –a garotinha disse entregando o broche para Annabeth - É para dar sorte.

- Obrigada, meu anjo. –Annabeth disse olhando o broche – Que pássaro é esse?

- É um tordo. –Charlotte disse – É para dar sorte, eu acho que você precisa de bastante.

A menina sorriu e saiu em direção a sua cama. Quando deitou ali, dormiu quase que imediatamente. Annabeth já não tinha nem um pingo de sono, então decidiu trocar sua roupa e por a roupa do acampamento. Annabeth tirou de sua mochila: um short jeans escuro, a blusa do acampamento e um All Star cinza de cano médio. Levantou-se da cama, levando as roupas, e foi em direção ao trocador que havia no Chalé de Atena. Entrou no pequeno quartinho e trancou a porta, começou a tirar a roupa e pôs a roupa que havia trazido com sigo. Saiu do quartinho pegou um boné qualquer (não o de invisibilidade), pois fazia muito sol, e saiu do seu chalé. Quando saiu, apenas parou e pensou no broche que Charlotte lhe havia dado. Ela deu meia volta, pegou o broche de tordo de cima da cama e prendeu-o em sua camisa. Saiu correndo em direção ao chalé Três. Tinha que ter muito cuidado, as Harpias poderiam estar vigilando. Quando chegou naquele chalé, bateu na porta em um ritmo simples de quatro notas (um toque especial dela e de Percy) e um moreno abriu a porta.

- Nossa! Que visual mais lindo. –Annabeth debochou.

- É! Cabelo bagunçado e cara amaçada! –ele disse entrando na brincadeira – Gostou?

- Lindo! –ela disse.

Eles ficaram em silencio por um tempo. Até que os olhos de Percy pousaram sobre o broche de ouro que estava prendido na blusa de Annabeth. Ela percebeu que os olhos de Percy estavam sobre ela e disse:

- Tira uma foto, dura mais.

- O que é isso, Annabeth? –Percy perguntou ignorando a frase anterior e apontando o broche.

- É um tordo. –ela disse – Minha irmã me deu.

- É lindo. –ele disse.

Annabeth assentiu com a cabeça e começou a caminhar pelo chalé. Olhando tudo. Explorando. Até que tomou coragem para dizer o que queria dizer.

- Eu estava pensando Percy... –ela começou- Agente podia se preparar. Treinar duro com você para te ajudar.

Percy se pôs pensativo. Depois assentiu com a cabeça como em aprovação a ideia de Annabeth

-Por onde começamos? –ele perguntou.

- Arco e Flecha. –ela disse e Percy fez uma careta – E depois espada.

Percy deu um sorriso para Annabeth. Ele sabia que ela o amava muito e o entendia mais que ninguém. Durante o caminho para as arenas, Annabeth foi explicando a importância dele se especializar em várias maneiras de luta. Ele tinha chances de ganhar, e Annabeth sabia disso.

Eles chegaram às arenas de treinamento de arco e flecha. Annabeth passava os dedos pelos vários arcos que repousavam dentro do enorme baú. El apegou dois conjuntos de arco e flecha e começaram a praticar. Percy, ao decorrer dos anos, havia praticado muito e logrou ser muito bom nessa especialidade. Annabeth também era muito boa. Eles ficaram conversando até que o lugar já estava cheio de campistas também. Percy começou a recolhes as flechas usadas e guardou seu conjunto. Annabeth fez o mesmo e eles foram a treinar o uso de espada. Percy sempre fora bom nesse aspecto e quando menos perceberam, já era hora de almoçar e Annabeth disse a Percy que era bom ele comer coisas saudáveis. E assim fez. Comeu salada e um pouco de proteínas. Quiron lhes havia avisado que não haveria treinos depois do almoço, seria dia livre. Ele entregou um papel para cada chefe de chalé para que eles prendessem nos murais. Era um bilhete com mais informações da ‘’colheita’’ e o jogo. Dizia o seguinte:

11 de Novembro.

‘’Estimados (as) Campistas,

Devo apresenta-lhes mais detalhes do mais novo jogo, OS JOGOS DOS SEMIDEUSES.

A colheita:

A colheita é o sorteio onde serão escolhidos os semideuses que participarão dos jogos. Será realizado o dia 19. Todos os semideuses usarão roupas sem serem as do acampamento e que sejam presentáveis para que não seja necessário trocar a roupa se caso você for escolhido.

Depois da colheita:

Serão levados ao Olimpo onde serão preparados para o desfile de apresentação, e depois terão uma entrevista com Hefesto, para que saibam mais sobre você.

Boa sorte,
E que a sorte esteja sempre ao seu favor.

Todos tinham em mente em que apenas oito dias, podiam perder parentes, amigos. Todos estavam aflitos o suficiente para ninguém ser eficiente em nada. Pareciam todos os zumbis sem vida...

* * *

Os dias passaram rapidamente e ao recorrer deles, o clima ficava mais frio. Nesse meio período, a maioria estava treinando e se preparando para os jogos, para que, caso fossem escolhidos, estivessem em boa forma. Todos estavam cientes de que naquela mesma tarde, seria a hora da colheita. As meninas preparavam seus vestidos, os meninos suas camisas de botões... A maioria se alistava. Mas Percy Jackson já estava parado, sem expressão nenhuma no rosto, no lugar onde havia duas enormes bolhas de vidro, uma meio azulada e a outra meio rosada. Até que aos poucos foram chegando os campistas, cheios de receio. Annabeth havia acabado de por sua roupa e já estava indo para o lugar. Ela saiu do chalé, posicionou seu broche em sua roupa e saiu em direção ao pior momento de sua vida.