Acordei assustada no meio da noite. Percebi que meus pés ainda estavam amarrados a grandes cordas de aço. Se eu os puxasse provavelmente eles se soltariam de meu corpo.
Queria chamar Reed, mas ele não sabia que eu sofria. E eu não podia contar nada a ele. Se não eu morria.
Eu não sei como Richard ainda não tinha me matado. Alias, não sei como ele ainda não descobriu que eu saio do meu quarto quando eu bem entendo. Eu só consigo sair por causa de Reed. Quando ele tinha sete anos e eu seis ele descobriu que eu ficava presa. Mas ele sempre achou que meus pais tinham morrido e Richard cuidava de mim, porém era superprotetor e então me trancava em meu quarto e me fazia ter aulas particulares ali.
Reed me "libertou" e agora eu ando por ai escondida de Richard. Não sei com Reed consegue aguentar ele como pai.

- Vamos, levante vagabunda. - Richard disse entrando em meu quarto.
- Não posso, meus pés estão presos.
- Então os solte! Nem pra isso você presta?
- Como os soltar?
- Deixa que eu solto vai. - Richard aplicou o código e meus pés se soltaram.
- Por que você esta me soltando?
- Hoje é seu aniversario.
- E dai? Você nunca ligou para o meu aniversario mesmo.
- Hoje é seu aniversario de 18 anos idiota! Você vai conhecer Reed sua besta!
- Ahn...
- Anda! Se vista!
- Mas você nem saiu do quarto!
- E isso é problema?
- Si... Não.
- Vista essa roupa. - Ele me jogou uma roupa. Era um shorts mega curto e uma blusa que mais me deixava pelada do que vestida.
- Agora sim! Esta parecendo uma bela puta! Reed vai gostar! Mas antes, penteie o cabelo e troque de sutiã. Coloque um com bojo.Reed vai gostar de um peito maior.
- Com licença. - Eu disse entrando no banheiro.

A primeira coisa que eu fiz foi pentear meu cabelo. Enquanto isso eu chorava muito. Depois eu troquei de sutiã como Richard tinha mandado. Então eu peguei meu velho estilete que eu guardava na gaveta e fiz um corte no meu braço escrito "death". Por baixo do sangue que percorria meu braço eu pude ver as marcas dos outros cortes. Eram muitos.

- Ande logo! - Richard gritou.

Eu sai do banheiro e o homem prendeu meus pulsos em uma algema e foi me levando até a sala. Eu na realidade nunca tinha conhecido a casa, pois eu não ficava dentro dela, mas saia.
Chegamos na sala e me deparei com Reed sentado em uma poltrona lendo um livro. Ele sorria, mostrando suas belas covinhas. Seu cabelo encaracolado brilhava e seus lindos olhos verdes estavam concentrados no livro. Ele usava uma calça preta e uma blusa branca. Ele normalmente usava essa roupa.

- Reed, essa é Katherine, sua mais nova "escrava". - Reed me olhou com seus olhos penetrantes com um ar assustado. - Ela foi criada desde pequena para te servir.
- Co-como assim pai? - Reed gaguejou
- Assim Reed, quando você nasceu eu resolvi que você teria tudo do melhor. Então quando você completou um ano eu adotei Katherine, e quando ela completasse 18 anos ela seria destinada a lhe servir. Sem mais perguntas. - Reed encarou meu braço cortado. - Algo a dizer? - Richard disse olhando para mim.
- Não. - Balbuciei. As lagrimas me impediam de falar.
- Ótimo, deixarei os dois sozinhos. - Richard saiu da sala e Reed começou a gritar.
- POR QUE VOCÊ NÃO ME CONTOU ISSO ANTES?
- Reed, fala baixo!
- ME FALA KAT, POR QUE?
- Reed, por favor, fica calmo, eu posso te explicar isso, mas não agora, não aqui!
- DESEMBUCHA KAT! AGORA!
- Por que se eu falasse alguma coisa, seu pai me matava... - Eu sussureo depois de ter-lo abraçado.