EU TENTEI DE TUDO. REALMENTE TENTEI. Eu olhei para Levi. Ele ainda estava parado, agachado e olhando fixo para suas mãos. Agora ele estava molhado, por que até balde de água eu já havia jogado nele. Levi resistiu até as minhas cosquinhas, que ele simplesmente não suporta. Assustada, eu chamei a minha mãe, que não respondeu. Eu corri até o seu quarto no segundo andar da casa, e bati na porta com toda a minha força. Nada. Eu me desesperei. Naquele momento não importava o quão particular era o que ela estava fazendo. Meu irmão poderia estar morto. Quando eu entrei, não vi minha mãe no quarto, e meu pai não estava em casa, pois ele tinha saído a pouco para fotografar modelos de biquíni. Minha mãe sente ciúme do trabalho de fotógrafo do meu pai, mas quem mandou se casar com um ex-modelo? Fui correndo para o banheiro. Não é muito legal da minha parte invadir assim, mas era caso de vida ou morte. Quando entrei no banheiro fiquei tonta. Me senti enjoada. Então tudo ficou borrado, e eu apaguei.

Não sei quanto tempo eu fiquei desacordada, mas tudo parecia igual. Eu ainda estava tonta, mas eu conseguia ver exatamente o que me assustou. Minha mãe estava parada encostada na pia, lavando seu rosto. O problema é que, além dela estar congelada, a ÁGUA parou. Parou. De. Cair. Simplesmente assim. Congelou completamente. E pingos que estavam no ar ficaram flutuando. FLUTUANDO. Assustada, eu peguei em um pingo. Com um simples toque meu, a água se tornou liquida e escorreu através da minha mão, caindo no chão. Então eu toquei levemente na pia, e a água voltou a correr. Apavorada, eu tirei rapidamente a minha mão. E a água automaticamente congelou de novo. Eu comecei a tremer. Eu estou louca. Tenho certeza. Aquilo não poderia estar acontecendo. Subitamente, eu comecei a correr. Eu estou louca. Eu vou correr, correr e correr, e esse sonho maluco vai acabar.

E eu corri. Corri muito. Corri até não poder mais. Vi todo tipo de gente, passei por carros e prédios. Tudo congelado. Eu corri uns três quilômetros observando as pessoas paradas, quando eu parei de olhar. Parei de pensar. Só me lembro de acordar deitada no meio da rua, a mais ou menos cinco quilômetros da minha casa.

E eu fiquei parada. Precisava refletir sobre a minha situação atual. Estava tudo parado, mas no momento em que eu tocasse em qualquer objeto ele volataria a funcionar normalmente. Isso não funcionava de forma alguma em pessoas, pois eu toquei e minha mãe e em Levi e não aconteceu nada. Eu fui muito cuidadosa para não tocar nos carros na rua, se não iria ser omelete de Lailah. Eu tentei lembrar o que havia ocorrido antes do tempo congelar. Isso! Eu estava perseguindo Levi, e fugindo daquele controle idiota! Como eu sou burra! Como é que o mundo congela logo depois de seu irmão apertar botões de um controle que se teletransportou e você não faz ideia do que aconteceu? Eu realmente sou uma cabeça de vento.

Eu sai correndo para casa. Quando eu cheguei lá, encontrei Levi já seco, mas parado exatamente no mesmo lugar. Corri bem rápido e tomei o controle dele. Observei atentamente o retângulo de plástico. Ele tinha três botões: pausar, voltar e reiniciar. Se o tempo parou, agora eu provavelmente vou ter que tirar da pausa. Será que aquele pequeno objeto realmente tinha tanto poder? Era isso que eu iria descobrir. Comecei a contagem regressiva.

Cinco...

Quatro...

Três...

Dois...

UM!

E eu vi Levi olhar diretamente para mim.

♥ ♥ ♥