O Sombra Fantasma escrita por The Amazing Spider Green


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Essa história uma reescrita da minha antiga Fic fracassada com o mesmo título desta: "O Sombra Fantasma", só que mais bem-escrita e um pouco diferente. Espero que gostem.



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À noite, na linda cidade de Dimmsdale, podia ser vista, em cima de um prédio, uma pequena figura em pé, na borda do prédio. Seu manto azul-enegrecido feito de um material estranho, semelhante ao couro, só que mais flexível e liso, voava de acordo com os movimentos do vento, enquanto ela tirava o capuz de sua cabeça, revelando o rosto de um garoto de aparentemente quatorze anos, usando uma máscara estilo Robin, com lentes amarelas, e com os cabelos castanhos presos em um rabo de cavalo, que voava assim como o manto.

Seu nome era Timmy Turner, apenas um garoto de quatorze anos comum e sem importância, sem um problema no mundo, certo?

Errado, pois ele é muito mais do que aparenta ser. Ele é o Sombra Fantasma, o mais novo e recente super-herói de Dimmsdale, o que para aquela cidade já não era mais tão incomum; na verdade, era até normal.

Timmy vestia no momento um manto azul-enegrecido que chegava até suas canelas, um capuz de mesma cor, e nas costas o símbolo de uma cruz branca, enquanto por baixo, ele vestia uma camisa de mangas longas negra com o mesmo símbolo de cruz branca na frente, enquanto vestia um par de calças azuis, botas de combate negras, que continham nas solas vários símbolos minúsculos de cruz branca, e luvas negras feitas do mesmo material de seu manto, com o mesmo símbolo de cruz branca nas costas delas.

A máscara em seu rosto de repente sumiu e voou como fumaça escura, mostrando dois olhos azuis penetrantes, que viam uma perseguição de carros ocorrendo no meio das ruas. Então sua máscara voltou, e ele pôs o capuz em sua cabeça novamente, saltando do prédio. Ele começou a voar rapidamente na direção da perseguição.

— Ei, rapazes! — ele exclamou, sorrindo, em uma posição deitada, com os braços embaixo de sua cabeça, para servirem de um travesseiro, e com as pernas cruzadas, fazendo-os se virarem, surpresos, e ao ver o garoto de doze anos lá, voando, eles arregalaram os olhos. — Não acham que estão meio acelerados?

— ATIREM! — o líder gritou, e então os outros cinco homens apanharam suas pistolas e atiravam no Sombra Fantasma, que apenas voou para o alto e fazia algumas piruetas.

— Ok, então esses caras não querem conversar — o Sombra Fantasma murmurou para si mesmo, balançando a cabeça negativamente, e gingando seus braços, e, de repente, as sombras de um dos prédios saíam. — PREPAREM-SE, MOCINHAS! — E ele balançou as mãos na direção do carro, e as sombras seguiram o movimento e acertaram o carro, e ao ter o pneu acertado, o carro derrapava na estrada, indo bater em um amontoado de pessoas ali perto. — Essa não.

O Sombra Fantasma voou na direção do carro e, sem pensar, pousou no chão e esperava o ataque do carro e, quando o carro ficou na sua frente, ele colocou as mãos nele, e esforçava-se para conseguir fazer o carro parar e, felizmente, parou.

Ao ver a polícia parar em frente a ele, Timmy disse:

— Prontinho. Boa sorte com eles. — E alçou voo, saindo dali, recebendo vários aplausos da multidão que ali estava.

Timmy voava pelo lindo céu estrelado, rumando na direção de uma casa ali perto. Ele adentrou uma das janelas da casa, apenas para ver que as luzes se acenderam, revelando um A.J. fitando-o com um sorriso, enquanto seus padrinhos mágicos, Cosmo, Wanda e Poof, fitavam-no preocupados.

— Como foi a patrulha? — perguntou A.J., curioso.

— Normal, como sempre — Timmy respondeu, dando de ombros, e logo depois, suas vestes se tornaram algum tipo de sombra, para virarem um pijama azul.

Timmy, há quatro anos, havia sido expulso de sua casa quando seus pais descobriram que ele era um Super-Beta. Então ele buscou abrigo na casa de A.J. e sua família, que o aceitaram de braços abertos, pois eles não ligavam para o que ele era. Afinal, A.J. também era um. E acabou sendo inevitável para que A.J. e seus pais descobrissem sobre as fadas de Timmy, pois eles eram muito mais espertos que seus pais. Então ele pediu permissão para Jorgen Von Estranho deixá-lo contar a eles, que permitiu o pedido. Então foi naquele dia que a família Jackson descobrira sobre o mundo mágico, o Mundo das Fadas.

Super-Betas eram seres raros que nasciam com habilidades especiais, providos de aspectos físicos e mentais muito mais fortes e poderosos do que os de um ser humano normal, e Timmy e A.J. eram exemplos de Super-Betas. Mas, infelizmente, a maioria da população não os via como eles e os tratava como se fossem aberrações.

Timmy nasceu com o Dom das Sombras. Ele tinha a capacidade de voar e de poder fazer praticamente tudo com as Sombras. Ele podia trocar de roupa com o auxílio delas, ele poderia se juntar a elas, camuflando-se, podia controlá-las, podia se transformar em uma sombra, e muitas outras coisas. Ele também era dotado de força física, velocidade e agilidade muito maiores que os de um ser humano normal. Por isso seu nome: Sombra Fantasma.

A.J. possuia o Dom da Inteligência, Telecinese e Telepatia, o que era óbvio, mas ao menos era um dom que poderia ser misturado com a multidão de pessoas, pois inteligência era uma coisa que muitos adquiriam. A.J. nunca quis ser um super-herói, deixando o trabalho para Timmy, mas auxiliando-o o quanto podia em suas patrulhas.

— Bem, é melhor vocês dormirem — Wanda disse, em seu tom autoritário, mas reconfortante.

— O.k. — eles obedeceram, indo para suas camas.

— Ah, não! — A.J. gemeu na cama, com o cobertor cobrindo seu corpo inteiro, menos seus olhos.

— O quê? — Timmy gemeu de volta, do mesmo jeito que A.J.

— Esquecemos de apagar a luz — ele disse, mas um momento depois de ele dizer aquilo, de repente, ele viu que o quarto foi predominado pela escuridão. — Obrigado.

— Não há de quê — Timmy respondeu, já indo dormir, navegando no mundo dos sonhos. Um mundo onde ele era aceito na sociedade, um mundo em que sua família o aceitava, e ainda mais, um mundo em que ela lhe amava.

* * *

— MENINOS, CAFÉ! — os meninos ouviram do quarto uma voz gritar, fazendo-os gemerem e se levantarem, cansados.

— Cara, como eu odeio escola — Timmy comentou, indo até o guarda roupa, para trocar-se.

— Igualmente, mano — A.J. respondeu. Apesar de inteligente, A.J. odiava escola. Afinal, ele era um gênio, não precisava estudar. Mas seus pais insistiam que era o melhor para ele, pois assim ninguém desconfiaria de sua inteligência avançada.

Timmy e A.J. se chamavam de apelidos como "Cara", "Mano", "Irmão", pois, desde que Timmy havia sido aceito na família, eles adquiriram uma relação fraternal, eram praticamente irmãos, eles até sabiam o que o outro dizia, apenas olhando em seus olhos.

A.J. levantou sua mão e do guarda roupa saiu um colete de lã azul com uma camisa branca e um par de calças marrom.

— Eu te invejo por isso, sabia? — Timmy perguntou, de brincadeira, tirando do guarda roupa a roupa que usaria hoje.

— Você sabe que pode fazer as Sombras te trocarem, né? — A.J. perguntou, com um sorriso.

— Ah, é mesmo — Timmy gemeu, dando um tapa na própria testa. Como pudera ser tão burro? Ele poderia trocar seus trajes apenas com as Sombras. Mas ele não deixaria que seu levantamento (Nota do Autor: Essa palavra existe?) da cama e seu caminho até o guarda roupa fossem em vão, então tirou suas roupas, ficando apenas de cueca, e colocando-se nas suas roupas, que consistiam das mesmas roupas de quando ele havia desejado se tornar popular, mas seu bonezinho rosa estava do mesmo jeito, e não ao contrário.

— MENINOS! — gritou novamente a voz.

— JÁ VAMOS! — gritaram, e Timmy correu até seu aquário, vendo suas fadas lá, dormindo.

— Acordem, dorminhocos — Timmy disse, sorrindo. Mas quando eles não acordaram, Timmy se irritou. Então, com um sorriso malicioso, ele gingou a mão direita na frente do aquário e, de algum lugar, saiu uma Sombra, que tomava a forma de um monstro semelhante ao Drácula, que assobiou como um vampiro, fazendo os peixinhos-dourados acordarem, e gritarem de susto, e logo depois, a Sombra sumiu. — Eu disse pra acordarem.

— Timmy, isso foi cruel! — Cosmo exclamou, saindo do aquário, bufando por ar, pelo susto que havia recebido.

— Bem, eu tive meus motivos — Timmy se defendeu, com as mãos na sua frente.

— E quais seriam? — Wanda perguntou, curiosa, com uma sobrancelha arqueada.

— É que... — Timmy parou, ao notar que não tinha motivos concretos por ter feito o que fez. — É que... Ah, eu tive um motivo e pronto.

Cosmo, Wanda e Poof apenas reviraram os olhos. Mas Cosmo transformou-se na mochila verde de uma alsa só de Timmy, colocando-se em suas costas, Wanda transformou-se em um colar rosa em seu pescoço, e Poof transformou-se em um relógio de pulso lilás, colocando-se no pulso direito de Timmy.

— Vamos logo — Timmy disse, mas viu que A.J. já havia ido, então ele gemeu. - Ah, traidor.

Ele então alçou voo e partiu na direção da porta, voando pelo corredor, e passando por A.J., que ficara atordoado, mas sorriu, e correu mais rápido ainda.

A mãe de A.J., Sarah Jackson, preparava o jantar da família, enquanto seu marido, Danny Jackson, lia o jornal.

Danny levantou o jornal quando um borrão passou voando por ali, ainda com a mesma expressão entediada, como se aquilo fosse comum, o que era nos últimos quatro anos, e continuou a ler.

Timmy pousou ao lado de Sarah, que se surpreendeu, mas acabou rindo, pois agora, essa visão era muito comum nestes últimos quatro anos.

— Bom dia, Timmy — Sarah saudou, ainda rindo animadamente.

— Bom dia, Sra. Jackson — Timmy saudou, sorrindo amavelmente. Apesar de considerá-la uma mãe, ele ainda não tinha coragem de chamá-la de Mãe.

— Como foi sua noite? — ela perguntou, ficando preocupada. — Se feriu? Se machucou?

— Não, Sra. Jackson — Timmy respondeu, revirando os olhos, sorrindo. Os pais de A.J. e o próprio A.J. eram os únicos que sabiam que ele era o Sombra Fantasma, além de Cosmo, Wanda e Poof. — Eu tô completamente bem.

— Certo, o.k. Desculpe o momento "Mamãe-galinha" — ela desculpou-se, sorrindo.

— Tudo bem — Timmy disse, sorrindo. Era bom se sentir amado pelo menos uma vez na vida.

— Eu quase te venci — A.J. disse, de repente, respirando pesadamente, com a parte superior de seu corpo curvada, apoiando-se em seus joelhos. Obviamente havia chegado agora há pouco.

— Até parece — Timmy disse, sorrindo enormemente, sentando-se à mesa, sendo seguido por A.J., que sorria animadamente para ele.

— Bom café da manhã — Sarah desejou, entregando-lhes o café da manhã, que consistia em um prato contendo bacon com ovos, e um copo contendo suco de laranja.

— Obrigado — eles agradeceram, partindo a boca na direção do café, deliciando-se com ele, e ao terminarem, Timmy e A.J. já iam saindo pela porta, até que o pai de A.J. os impediu.

— Timmy, você não precisa primeiro camuflar o seu corpo? — Danny perguntou, sorrindo. Timmy sempre se esquecia daquilo.

Timmy olhou seu corpo, e viu que ele estava com seu corpo já musculoso, apesar da tenra idade. Viu seus cabelos mais longos, presos em um rabo de cavalo pequeno, e seus dentes já com o tamanho normal, fazendo-o se lembrar do que deveria fazer.

— Droga! — Timmy gemeu, se batendo na testa. — Valeu, Sr. Jackson.

— De nada — ele respondeu, lhe dando um pequeno sorriso.

Timmy fechou os olhos, e logo as Sombras o envolveram, e quando elas sumiram de seu corpo, era visto um Timmy Turner de corpo mais baixo, mas ainda alto, com músculos atrofiados, cabelos curtos — no mesmo estilo de quando tinha dez anos — e dentes de castor. Outra das capacidades de Timmy era construir ilusões se utilizando das Sombras, e ele fazia ilusões no seu corpo, pois não era comum um garoto de quatorze anos com músculos, e poderiam desconfiar que ele tinha aquele corpo por causa de sua linhagem, o que era verdade.

Outra coisa curiosa sobre os Super-Betas era que eles, ao terem seu DNA mudado pela linhagem, passavam literalmente por quase todos os capítulos do velho livro da puberdade, e com Timmy e A.J. não foi diferente, porém AJ usava um relógio de pulso que, quando era apertado na tela, fazia ele ter o mesmo corpo de Timmy.

— Tchau — Timmy disse, saindo pela porta, sendo seguido por A.J.

Ao saírem pela porta, A.J. já ia começar a caminhada para a escola, mas ele sentiu duas mãos pegarem suas axilas, e seus pés... Bem, ele não sentia nada sob seus pés, o que era estranho, pois normalmente, a pessoa sente seus pés em algum lugar, afinal, tudo o que eles poderiam pisar era alguma superfície sólida.

Ele virou seu olhar para o alto, e viu Timmy voando pelo céu, carregando-o, segurando suas axilas, rindo alegremente.

— TIMMY! — A.J. gritou, furioso, fitando-o, balançando o braço direito. — VOCÊ NÃO PODE USAR OS SEUS PODERES SEM SEU UNIFORME!

— Ah, deixa de ser tão certinho, A.J.! Curte a viagem! — Timmy gritou, acelerando o ritmo do voo.

— AAAAAAAHHHHHHHHHHHHH! — A.J. gritava, enquanto eles voavam pelo céu de Dimmsdale.

* * *

Ao ver a escola, Timmy pousou no teto da escola e entrou pela porta dali, assim como A.J., que, se tivesse cabelo, estaria todo açanhado.

— Vamos logo, estamos atrasados — Timmy disse, correndo pelas escadas, desesperado.

— Não vamos chegar a tempo — A.J. disse, mas Timmy pegou-o, e transformou a si mesmo e A.J. em uma única sombra, partindo pelas paredes, e um segundo depois, eles estavam ao lado da porta de sua sala de aula, então Timmy voltou-os ao normal, com A.J. dizendo. — Para de fazer isso. Pode ser normal pra você usar as Sombras, mas pra mim é muito esquisito.

— Tá, tá, tá — Timmy disse, revirando os olhos, entrando pela porta, sendo seguido por A.J., atraindo a atenção de todos, incluindo a de Denzel Crocker, seu professor lunático.

— Turner, A.J., sentem-se — ele ordenou, irritado. Obviamente, seu dia não havia começado bem.

Eles sentaram-se em seus lugares, cansados. Também pudera, Timmy havia tido uma patrulha intensa à noite, e A.J. também estava acordado, para lhe ajudar quando fosse preciso.

Timmy sentia um olhar sobre si, então ele, cansado, virou-se, para ver que Molly, uma amiga que ele fez no Desejando Bem, e também uma garota de quem Timmy tinha uma pequena queda ({Spider Green: Pssss. Sei.} [Autor: Quer calar a boca?] {Spider Green: Magoou.}), fitava-o intensamente, fazendo-o corar, constrangido, mas feliz por ter a atenção da jovem gótica.

TRIM

Quando o sinal sinalizando o fim de todas as aulas bateu, Timmy, A.J., Chester e Molly eram os primeiros a sair, e já andavam pelos corredores.

— Ei, galera — disse Molly de repente. — Hoje os meus pais vão sair, então eu estava pensando em fazer uma festa lá em casa. Topam ir?

— Claro. — Chester deu de ombros.

Timmy queria lhe dizer que sim, que sempre diria sim, mas ele não dizia nada, pelo simples fato de que ele tinha que patrulhar a cidade à noite. Era um preço a se pagar por ser um super-herói.

— Sinto muito, Molly, mas A.J. e eu não podemos — Timmy respondeu, suspirando tristemente.

— Por quê? — Molly perguntou, aparentando tristeza na voz.

— É que nós já temos planos pra hoje à noite — Timmy respondeu, tristemente. — Desculpe.

E ele saiu, puxando A.J. junto com ele, deixando uma triste Molly para trás.

* * *

À noite, Timmy era encontrado correndo pelas ruas e, ao alcançar um beco escuro, ele foi tomado pelas Sombras, e logo seus músculos ficaram enormes, seu corpo ficara mais alto, seu cabelo havia crescido e havia ficado com um rabo de cavalo, seus trajes escuros trocavam suas vestes comuns, e logo o Sombra Fantasma estava correndo pelo beco e voou de onde estava. Ele voava em cima da cidade, fitando as ruas por de trás da escuridão em seu rosto que seu capuz lhe proporcionava, os olhos amarelos brilhantes se estreitando.

Sem nenhum perigo iminente, ele ouviu A.J. lhe informar por um audiofone em seu ouvido. Mas continuarei procurando.

— Valeu — Timmy agradeceu, continuando sua patrulha, voando mais rápido ainda.

Vamos ver, pensou Timmy fechando os olhos, e deixava as Sombras serem seus olhos. Outra de suas habilidades era poder fazer as Sombras serem seus olhos, como se elas fossem seus olhos ajudantes. Logo depois, por uma das Sombras, ele viu que as portas de um banco explodiam, fazendo-o abrir os olhos, e voar na direção do banco.

Ao pousar em frente ao banco, ele viu uma pessoa de um estranho uniforme verde com um cinto e máscara que cobria a parte superior de sua face, menos seus olhos, azuis, com linhas onduladas nas partes verdes, e o uniforme, quando estava na direção de sua mão, mostrava os dedos.

— Sound. Como sempre, roubando bancos — disse o Sombra, balançando a cabeça em sinal de desapontamento. Será que Sound nunca faria uma maldade de verdade? Ele era um Super-Beta também, pelo amor de Deus! Tinha poder suficiente pra fazer mais do que aquilo!

— Ora, ora, ora, Sombra, meu pequeno amigo, que prazer em revê-lo — zombou Sound, em um tom irritado e sarcástico. — Que tal uma canção em homenagem à nossa amizade? — E assim, uma onda sonora saiu de suas mãos, uma onda sonora que invadiu os ouvidos do Sombra Fantasma, que tampou as orelhas, e ajoelhou-se, desamparado.

— V-você vai v-ver — o Sombra disse dificilmente, entre respirações pesadas.

Eu tenho que me livrar disso, mas como?, pensou Timmy olhando para todos os lados, desesperado.

Então Timmy lembrou-se que a fraqueza de Sound era as mãos dele, afinal, era delas que vinham seus poderes.

Ele fechou os olhos e, de repente, eles ficaram negros, com uma linha branca em volta, dando-lhe um aspecto assustador e frio, ainda mais por trás do capuz. Logo depois, ele levantou os braços, e as Sombras da rua saíram do chão e tomaram a forma de dois braços. Então as mãos dos braços agarraram as mãos de Sound, que gemeu de dor ao sentir o aperto nas mãos e, ao fazer aquilo, Timmy sentiu sua audição melhorar, então ele apertava suas mãos, mais forte, o que apertava ainda mais as Sombras, fazendo Sound gritar de dor.

— Falou, idiota — Timmy zombou, prendendo-o em um casulo feito de Sombras, e logo alçando voo, saindo dali.

Timmy ficava no céu, de olhos fechados, para ver pelas Sombras, mas ele viu por uma de suas Sombras uma coisa que partiu seu coração. Molly chorando desolada em seu quarto, deitada na cama.

Timmy abriu os olhos. Ele ia na direção da casa dela, mas hesitou. Mas, por fim, voou o mais rápido que pôde na direção da casa dela e, ao tê-la em seu campo de visão, transformou-se em uma Sombra e atravessou a parede do quarto de Molly, para ver a mesma coisa que viu pelas Sombras.

— Olá, Molly — Timmy saudou educadamente, com sua voz normal, que era mais grossa do que a voz que ele fingia ter. Ele também disfarçava sua voz verdadeira com a voz nas ilusões. Molly assustou-se e, ao ver o Super-Beta, ela já ia gritar por ajuda, mas ele a impediu antes que pudesse fazê-lo. — Eu vim apenas para conversar.

Ele sentou-se na sua cama, e colocou sua mão enluvada no ombro de Molly, que fungou e se encolheu, mas permitiu o toque.

— Eu vi que você estava chorando, então resolvi vir ver qual era o motivo — ele explicou, alisando suas costas, lhe causando mais conforto.

— É que... tem um garoto que eu gosto... — ela começou, tímida. Afinal, falaria sobre seus sentimentos a um estranho — ... mas parece que ele não gosta de mim.

— Então ele deve ser um idiota por deixar tal linda donzela como você sozinha — ele elogiou, sorrindo amavelmente, abaixando o capuz, revelando sua máscara com lentes amarelas. Sorte que só aquela máscara fazia com que os outros não o reconhecessem, ainda mais por ele não ter dentes grandes de verdade, então ninguém desconfiava dele.

— Obrigada — Molly agradeceu, corada. — Pois bem, eu o convidei pra vir até aqui pra uma festa, já que meus pais saíram. Eu não queria fazer, mas vi que seria uma boa desculpa pra chamá-lo até minha casa, então o chamei, mas ele me deu um fora. E agora, todos estão curtindo a festa na minha própria casa, menos eu!

As lentes amarelas da máscara de Timmy se alargaram, mostrando surpresa em seus olhos. Molly estava apaixonada por ele? Realmente?

— Eu sinto muito, Molly — o Sombra disse, abraçando-a, e ela devolveu o abraço. — Eu sinto muito por isso. Eu acho que ele queria vir, mas tinha coisas urgentes a fazer.

— Talvez — ela fungou, tristonha, mas logo depois sorriu, virando-se na direção de Timmy. — Obrigada, erm...

— Sombra Fantasma — Timmy respondeu, sorrindo, o que fez Molly arregalar os olhos.

— Pensei que fosse uma lenda — disse, surpresa.

— Bem, eu estou aqui, não estou? — ele perguntou, sorrindo, levantando seu capuz, escondendo seu rosto. Ele logo se levantou e abriu a janela de Molly, pulando no parapeito, e se jogando dele, começando a flutuar em frente a janela, e já indo partir.

— Espera! — Molly chamou, fazendo-o se virar, confuso. — Obrigada. Eu espero te ver de novo.

— Igualmente — ele disse, dando-lhe um sorriso pequeno. — Boa noite, Molly.

E saiu voando dali, deixando uma Molly triste, mas consolada, atrás de si. Então, Molly limpou as lágrimas, deu um enorme sorriso e foi até sua festa.

* * *

De manhã, A.J. havia ficado doente, o que era raro para os Super-Betas, e por isso Timmy havia ido até a escola sozinho.

Quando todas as aulas terminaram, Timmy era encontrado sentado na borda do teto de sua escola, olhando o chão, cabisbaixo, pensando sobre sua vida. Valia a pena ele proteger aqueles que amava, apenas para ele e essas pessoas sofrerem? Valia ele sofrer, apenas pela proteção de seus entes queridos? Realmente valia a pena?

Timmy viu Molly junta de Chester, Elmer e Sanjay, caminhando pelo campo da escola, saindo dela, sorrindo e gargalhando, arrancando um sorriso de seu rosto. É claro que valia a pena. Aquela era a escolha certa a ser feita. A escolha que ele deve tomar; o caminho que ele deve rumar. Ele sempre pensaria nos outros antes de si mesmo, pois este é quem ele é; isto é o que ele faz.

Ele sentiu uma vibração em sua orelha, então ele apertou o botão de seu rádio auditivo de tamanho quase microscópico, e perguntou:

— O que foi, A.J.?

Timmy, está ocorrendo um assalto à banco no centro da cidade. Você precisa pará-lo.

— O.k., estou a caminho — Timmy respondeu, desligando o aparelho minúsculo em sua orelha, e suspirando. Mais um trabalho a ser feito.

Timmy fechou os olhos e respirou fundo, sendo tomado pelas Sombras e tornando-se o Sombra Fantasma, saltando da borda do prédio da escola, e voando na direção do crime.

* * *

Molly gargalhava ao lado de seus amigos, até ver um borrão azul e preto voando, arrancando um sorriso de seu rosto, pois já sabia quem era o borrão.

* * *

Timmy finalmente teve o banco no seu campo de visão, então um sorriso invadiu seu rosto, brilhando por baixo da escuridão do capuz, dando-lhe um aspecto um tanto assustador. Estava na hora de se divertir. Estava na hora de ele mostrar do que era capaz.

Não importava quem ele era, ou o que ele era. Não era sua linhagem que o fazia, eram seus sentimentos, pensamentos e escolhas, e aquela escolha, ele tinha certeza que era a certa.

Aquele era o seu destino. Aquela era a sua vida.

E ele nunca poderia pensar em outra melhor.

FIM


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Notas finais do capítulo

E aí? Se gostou, MANDE REVIEWS!!!! E talvez, se eu tiver alguns, eu faça dessa uma Fic real.
E sobre quem não conhece Molly, ela participou em um dos episódios dos Padrinhos Mágicos, que se chama "Desejando Bem", em que crianças que sobrecarregam suas fadas com tantos desejos, que elas são enviadas para o programa de detenção de Jorgen Von Estranho, para aprenderem a fazer as coisas sozinhas.



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