Be Mine escrita por Tuany Nascimento, Aline Bomfim


Capítulo 20
Capítulo XIX - Set Fire To The Rain


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que vocês estão ansioso mas antes de devorar essa delícia de capítulo prestenção aqui um minutinho, favor!

Rééélou People! Aline Beta e diva aqui pra vocês êêêê o/
Demoramos né? Eu sei. Pedir 238927932 desculpas vão vão fazer vocês perdoarem? Foi totalmente justificável essa falta de posts e vou explicar.

A minha Alfa ou a escritora diva de vocês, Tuany começou no comecinho do mês a cursar Odontologia em período integral (viu como ela é foda?!) E não preciso dizer que o tempo está limitadíssimo né? Então o pouco tempo que sobra pra ela, ela se divide em trabalhos/descanso/tentar bolar ideias/escrever BM e ser minha ouvinte tbm né, poxa?! Pode colocar culpa minha aí tbm porque todo tempo disponível dela eu vou roubar pra mim porque eu mereço! Enfim o que eu quero explicar é que as postagens de BM serão mais limitadas ao decorrer dos meses até a Tuty se adaptar e se acostumar com a rotina escolar/escrever e encaixar melhor seus horários. Podem ter certeza que vou atormentar ela por capítulos ao extremo, mas também respeitando o tempo dela né?!
Então, mantenham a calma e desculpem aí!

Quanto aos comentários, AMAMOS TODOS, lemos e comentamos entre nós sempre! Vocês acreditam que até sms eu mando pra Tuty nas aulas "tediosas" dela pra contar que recebemos comentários fofos? Até aqueles que dizem só "Ei to aqui, amei" São fundamentais pra saber que estamos fazendo a coisa certa!
Fiquem com Deus, se cuidam e aproveitem mais esse capitulo.
=DD



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BE MINE – CAPÍTULO DEZENOVE

(Set Fire To The Rain)

Well, it burned while I cried, ‘cause I heard it screaming out your name

(Bem, o fogo queimava enquanto eu chorava, porque eu ouvi gritar seu nome.)


(EPOV)


Sexta-Feira, 17h25min


- Podemos assistir a um filme, que tal?


Alice perguntou olhando para mim e para Emmett. Por algum motivo desconhecido Bella havia cancelado a noite dela com meu irmão, o que nos deixou curiosos, já que ela raramente fazia isso. Emm havia me dito que Rosalie andava meio estranha, assim como Bella estava e Jasper também, segundo Allie.


- Cinema, então? – Emmett perguntou olhando para mim.


- Pode ser. Vou avisar o Tyler e pedir que ele nos siga com os seguranças.


Meia hora depois, nós três estávamos dentro do meu Volvo nos encaminhando para o cinema mais próximo. Escolhemos assistir o tão comentado filme Django Livre, de Quentin Tarantino, que estava passando em um pequeno e aconchegante cinema em uma maratona de filmes premiados, estrelado por Jamie Foxx, Christopher Waltz, Leonardo DiCaprio e Samuel L. Jackson, que foi muito elogiado pela crítica e havia ganhado o Globo De Ouro e o Academy Awards de Melhor Roteiro Original e Melhor Ator Coadjuvante. Depois de quase duas horas e quarenta e cinco minutos de filme, saímos do cinema com Emmett relembrando cada cena de ação. O filme realmente era ótimo e valia cada crítica e prêmio merecidamente.


- Estou faminta! Podíamos comer em algum lugar antes de voltarmos. – Alice sugeriu.


Emm e eu gostamos da ideia e nos dirigimos para um restaurante simples, mas com uma deliciosa comida, que ficava um pouco mais afastado do centro. O lugar era conhecido pela sua culinária italiana, tendo uma das melhores pizzas que já comi na minha vida. Lembro que antes de eu ir para a Inglaterra estudar, meus irmãos e eu íamos toda semana para um pequeno jantar, onde contávamos o que estava acontecendo em nossas vidas, nossas paqueras e brincávamos o tempo todo. Nós três sempre tivemos uma ótima química. Uma afinidade fraternal quebrada pela vadia da Tanya e minha pessoa manipulável demais.


Fomos recepcionados por um jovem que não escondeu seus olhos deslumbrados ao observar Alice de cima a baixo, fazendo com que a baixinha soltasse um sorriso tímido. Sentamo-nos em uma mesa perto da parede de vidro que dava diretamente para a rua e percebi Tyler encarando nervosamente nossas posições. Ele se afastou com o segurança de Emm e os dois começaram a conversar com feições preocupadas nos rostos.


- Por favor, uma pizza de pepperoni, outra de quatro queijos e uma garrafa do seu melhor Merlot. – Emmett disse ao garçom, que se afastou anotando os pedidos. – Então, maninho, o que nos conta de novo dessa sua vida de quase casado com a Bellinha?


Eu quase engasguei com minha saliva, fazendo com que os dois rissem de mim.


- Quase casado? – inquiri confuso.


- Absolutamente! Você dorme praticamente todas as noites na cobertura com ela e mais da metade de suas roupas estão lá.


- Isso é um exagero. – falei.


- Me diga quantas vezes você viu a mamãe essa semana?


Encarei Alice, que tinha suas sobrancelhas arqueadas para mim em desafio. Pensei em quantas vezes eu havia visto Esme durante essa semana e me surpreendi pela minha resposta.


- Duas vezes. – sussurrei.


- Exatamente! Você a viu na terça, porque dormiu lá em casa e a viu na quinta, quando almoçamos todos juntos e você nos contou como Bella ainda estava se sentindo péssima por causa do incêndio, mesmo depois de toda aquela felicidade ao ganhar o prêmio. Isso, meu irmão, é sua vida de quase casado. Parece que a pequena Swan realmente ganhou seu coração, Edward. Aliás, como é mesmo que você disse uma vez? Essa garota estúpida me tem aos seus pés.


A gargalhada de Emmett fez vibrar a mesa e me encolhi sob os olhares reprovadores das pessoas ao redor. Emm havia acabado de citar uma das minhas frases de quando eu fiquei bêbado por causa da idiotice de Isabella que resultou em um vídeo no celular do meu irmão e uma cópia no de Alice e no computador de papai.


- Cala a boca, Emmett! – vociferei como um menino birrento.


- Tocando rapidamente no assunto do incêndio... Bella disse algo mais sobre? Ela sabe quem mandou incendiar a sede da empresa? – Alice perguntou mudando de assunto.


O garçom nesse momento veio trazendo a garrafa de vinho e as taças. Emm provou e aprovou o vinho, que só então foi servido. Sorvi um gole do líquido rubro e suspirei cansado.


- Bella não fala sobre o incêndio desde quando ele aconteceu. Quando eu pergunto se ela já sabe algo, ela simplesmente desconversa ou me distrai com qualquer outra coisa. Rosalie ou Jasper disseram algo?


- Rose está estressada demais para ficar perto dela. Nós brigamos quando eu perguntei se as gravações mostravam quem havia incendiado o saguão e ela ficou brava com alguma coisa sem sentido e acabamos discutindo. – Emm explicou emburrado.


- Jasper não comentou nada também e anda nervoso com toda a situação. Eu preferi deixá-lo resolver as coisas tranquilamente e não ficar enchendo a cabeça dele de perguntas. Bella já o anda atormentando demais pelo que percebi.


Um som alto de pneus cantando no asfalto foi ouvido e nos viramos para olhar. Um Audi negro derrapou na rua, fazendo um cavalinho de pau no asfalto e a janela do motorista abriu-se, assim como a janela do passageiro de trás. Quando eu vi dois canos de armas apontados em nossa direção, consegui me abaixar, jogando-me por cima de Alice, antes dos primeiros tiros nos acertarem. Senti uma queimação no meu ombro e o grito de Allie no meu ouvido quando caímos no chão. Os tiros continuaram por alguns segundos e outros começaram a ser ouvidos vindos de dentro da pizzaria. Consegui erguer minimamente o rosto e vi nossos seguranças atrás de mesas tombadas e de pilares trocando tiros. Alice começou a chorar embaixo de mim e vi Emmett deitado no chão, nos olhando em pânico.


Cacos de vidro estavam caídos sobre nós e ao nosso redor e gritos e choros eram ouvidos por todos os lados. Alguém me puxou para cima e senti meu ombro arder como o inferno.


- Venha comigo, Sr. Cullen.


- ALICE!


- Ela será movida daqui em segurança, por favor, se abaixe e vá correndo até aquela porta vermelha no fundo do salão. Vá Sr. Cullen!


O homem desconhecido por mim me seguiu, andando de costas e atirando furiosamente em direção à parede que era de vidro. Arrisquei um olhar para trás e vi outro homem ajudando Alice e não vi Emm. Consegui passar pela porta vermelha e o homem me empurrou, me fazendo tropeçar em meus próprios pés e quase me fazendo cair. Ele me apoiou e praticamente me rebocou, nos fazendo atravessar a enorme cozinha industrial do restaurante.


- Meus irmãos... Que merda está acontecendo? – perguntei grunhindo pela dor que atravessou meu ombro.


- Depois lhe explicamos Sr. Cullen. Vamos, ande!


Ele mantinha seus olhos girando para todos os cantos possíveis, procurando por algo ou por alguém. Ele deu um chute na porta dos fundos da cozinha e saímos para um beco escuro. Havia outro homem nos esperando lá, encostado em um carro e com sua mão direita em seu coldre. Assim que ele me viu, abriu a porta do carro e o cara que me ajudava me empurrou para dentro e fechou a porta em um baque surdo.


- Que porra é essa, Edward?


Abri os olhos e meu irmão estava sentado na minha frente. Seus cabelos estavam bagunçados e cheios de cacos de vidro, seu rosto apresentava escoriações e um filete de sangue saia de seu supercílio.


- Eu não sei. Quem são esses? – apontei com a cabeça os dois armários que protegiam o carro.


- Não tenho ideia. Porra, Edward! Seu ombro!


Olhei para baixo e uma mancha de sangue pronunciava-se pelo tecido branco da minha camisa social Armani. Arregacei a gola e pude ver um arranhão enorme, com uma cara horrível e sangue escorrendo por meu braço e meu torso. Meu ombro latejou de dor e gemi conforme afastava o tecido do ferimento. A porta abriu-se novamente e Alice caiu para dentro do carro, chorando e tremendo compulsivamente. Emmett pulou para frente e a abraçou e me puxou também. Era como se ele tentasse proteger seus dois irmãos mais novos do mundo. Allie chorava alto agarrada na camisa dele e Emm tinha uma lágrima escorrendo por sua bochecha, enquanto beijava os cabelos da nossa pequena.


- Eu estou aqui, irmãzinha, e não vou deixar nada acontecer com vocês. Eu prometo. Nada vai lhes fazer mal.


A voz do meu irmão saiu embargada e aquilo me fez querer chorar. Haviam atirado contra nós. Haviam tentado nos matar. Pessoas inocentes estavam dentro daquele restaurante. Por Deus, eu era inocente! O que queriam? Ceifar minha vida e a de meus irmãos sem nos dar a chance de nos despedirmos das pessoas que mais amávamos? Eles metralhariam nossos corpos sem antes nos dar a chance de fugirmos para nos salvarmos?


O carro entrou em movimento e havia três homens amontoados na frente. A velocidade com a qual um deles dirigia era absurda, nos fazendo ir de um lado para outro conforme passávamos por curvas fechadas em alta velocidade. Meu ombro doía a merda para fora de mim e gemi de dor. Alice parou de chorar um pouco e encarou-me, deixando com que os orbes verdes recaíssem sobre meu machucado.


- Oh Deus! Edward! Meu irmão! – ela sibilou entre os soluços.


- Eu estou bem, Allie. Eu estou bem.


Ela me fitou por um longo minuto e acenou fracamente, lendo nos meus olhos que eu realmente estava bem.


- Para onde estão nos levando? Esse não é o caminho de nossa casa! –Emmett exultou nos apertando em seus braços.


- Estamos indo por uma rota alternativa caso estejam nos seguindo. O carro de seus seguranças está logo atrás de nós. Nosso dever é deixá-los sãos e salvos na mansão Swan, não se preocupem.


Havia algo na voz do motorista que nos acalmou. Ele e os outros dois caras pareciam preocupados conosco e nos transmitiam tranqüilidade e paz, apesar da situação estressante.


Quarenta minutos se passaram com nós rodando Nova Iorque para despistar quem quer que fosse. Alice tremia nos braços de Emm, lançando olhares para meu ombro e derramando lágrimas cada vez que via o sangue escorrendo por meu braço. Eu não estava com hemorragia, mas estava me sentindo um pouco fraco, tonto... Talvez a situação estava me movendo a me sentir assim.


Quando avistamos os portões de ferro da mansão tão conhecida por nós três, um suspiro de alívio saiu de cada um de nós e um sorriso fraco surgiu em meu rosto. Eu estava seguro. Meus irmãos estavam seguros.


O carro parou na entrada e pulamos afobados para fora, com Emm me ajudando. A porta da frente foi aberta com violência e uma Esme chorosa correu em nossa direção, jogando seus braços em nós e murmurando palavras de agradecimento a Deus. Nós acabamos caindo de joelhos, os quatro, na entrada da mansão e nós nos encolhemos no colo de nossa mãe, buscando o seu acalento e conforto. Segundos depois outro par de braços pálidos nos rodeava e Carlisle beijava nossos cabelos, com lágrimas secas em suas bochechas e um sorriso de felicidade nos lábios quase sem vida.


Não sei se ficamos segundos, minutos ou horas apenas abraçados. Eu tive medo. Medo de nunca mais poder dizer a eles que os amava muito e que eles eram os melhores. Medo de morrer sem me desculpar por todo o mal que fiz a eles.


Levantamo-nos e caminhamos para dentro da casa, ainda pronunciando algumas palavras de carinho. Quando pisamos no hall de entrada, Alice foi esmagada pelo abraço de Jasper e Rosalie jogou-se nos braços de Emm beijando-o com toda a paixão que tinha no corpo. Bella não estava em lugar algum do pequeno grande hall, assim como Renée. Meu sogro me abraçou e me deu um sorriso de alívio, antes de ir até Alice e meu irmão.


- Cadê a Bella? – perguntei preocupado.


Os Swan entreolharam-se e Charlie fitou meus pais por um tempo.


- Bella está no quarto dela. – fiz menção de adentrar a casa, mas a voz de Charlie me parou. – Ela está sedada, Edward.


- Sedada? – inquiri, arqueando minhas sobrancelhas.


- Ela não reagiu muito bem quando soube do atentado e apenas piorou quando soube que você estava ferido.


Eu não ouvi mais nada do que ele disse e fui para sala, querendo subir as escadas para ir até ela, mas parei assim que visualizei a elegante sala dos Swan. Destruição. Havia uma poltrona jogada no chão, vários cacos de enfeites de cristal, pedaços de vasos de porcelana caros, porta-retratos e até mesmo aparelhos eletrônicos quebrados displicentemente no chão. Eu me assustei ao ver toda a bela sala da mansão daquele jeito.


- Como eu te disse, ela não reagiu muito bem.


Bella havia feito tudo aquilo?


- Oh, Edward!


Minha sogra exultou feliz ao me ver, descendo as escadas acompanhada de um senhor de aparentes quarenta anos. Ela correu até mim, me abraçando com força e me dando um beijo na bochecha. Renée repetiu isso em Allie e Emm, mas eu ainda estava petrificado em meu lugar, encarando cada pedacinho quebrado do cômodo.


- Sente-se, meu rapaz. Eu preciso examinar seu ferimento. – o senhor que desceu junto com minha sogra disse. – Por favor, sentem-se os três.


Minha mãe me levou até o sofá e sentou-se ao meu lado, desabotoando com as mãos trêmulas minha camisa e soluçando conforme meu ombro era exposto.


- Esme, meu amor, por favor, se acalme. Eles estão bem. – Carlisle pediu esfregando a mão nas costas de minha mãe.


- Me acalmar? Como você quer que eu me acalme vendo meus filhos machucados desse jeito? Olhe para eles, Carlisle! Olhe!


- Esme... – Renée se aproximou, mas minha mãe levantou-se antes que ela chegasse mais perto.


- Não, Renée. Nós sabemos por que eles estão assim. São os meus filhos. – minha mãe bateu em seu peito, deixando que as lágrimas mais uma vez se fizessem presentes em suas bochechas. – E se fossem os meus filhos que tivessem colocado os seus em perigo? Qual seria sua reação? Você ia ficar sentada sorrindo e achando que está tudo maravilhoso? Óbvio que não! Então não me peça para fazer algo que nem mesmo você faria! Não me peça para ser hipócrita.


- Já chega Esme! – meu pai exaltou-se, segurando o braço de minha mãe, ao ver que Renée chorava encarando com olhos machucados sua melhor amiga. – Eles não têm culpa.


- Um lunático atira contra meus filhos por causa de Isabella e você me diz que eles não têm culpa?!


- O quê? O que Bella tem a ver com isso? – eu perguntei tentando me levantar, mas o médico me puxou para baixo. – Mãe, sobre o que a senhora está falando?


O irônico foi esse momento ser o escolhido para todos ficarem em silêncio. Renée estava elegantemente sentada em uma poltrona, ainda fitando com mágoa minha mãe, que continuava em pé, com os olhos caídos. Meu pai deixou sua mão cair do braço de Esme e olhou clamando ajuda para Charlie.


- Deixe que o Dr. Marcus lhes dê assistência enquanto eu explico a vocês o que está acontecendo. – o pai de minha namorada pediu.


E por quase meia hora, Charlie Swan nos iluminou com todos os fatos que culminaram nesse dia. James oferecendo uma associação entre a Hathaway Corporation e a Swan Company, James e Isabella brigando, James jurando vingança, James mandando atear fogo na sede da SC, James matando um dos incendiários corrompidos, James mandando cartas/emails/mensagens de ameaças, James falando que ia fazer Isabella sofrer...


James, James, James, James.


Eu só ouvia o maldito nome de James Hathaway. Eu estava tão sobrecarregado por tudo o que eu ouvia que não senti o Dr. Marcus aplicando-me uma anestesia local e dando-me pontos no ferimento aberto pela bala que passou de raspão por meu ombro. Eu só conseguia pensar em envolver minhas mãos no pescoço do maldito e apertá-lo até ver a vida se esvaindo de seus olhos, apenas por fazer todo esse terror psicológico com Bella. Ao mesmo tempo, eu queria gritar com Isabella por esconder tudo isso de mim.


Nós éramos namorados, não éramos? Vivíamos praticamente sobre o mesmo teto. Todos os dias eu passava por cima do meu orgulho para fazê-la feliz. O meu sorriso era espelho do sorriso dela. Por que não me deixar ajudá-la, confortá-la, acalentá-la...? Por que ela não podia me deixar entrar em seus pensamentos, em suas angústias, em sua vida? Por que ela me tratava como uma criança indefesa sendo que ela era a indefesa da história? Eu faria tudo para mantê-la segura. Até mesmo, sujando minhas mãos com o sangue do filho da puta do Hathaway.


Emmett levantou-se do sofá e saiu caminhando irritado por um corredor, fazendo com que Rosalie corresse atrás dele gritando seu nome. Alice, que estava encolhida no sofá, levantou-se e parou em frente à Jasper, o fitando com mágoa.


- Por que não me disse, Jasper? – ela inquiriu em um tom fraco.


- Desculpe-me, Allie, eu...


- Não! Não vamos ter essa conversa aqui.


- Vamos para a biblioteca, por favor.


Jasper saiu em direção a outro corredor, com Alice caminhando atrás dele, abraçando o corpo em um sinal claro de que estava muito ferida com a falta de confiança do namorado. Eu me levantei também, encarando minha mãe e ela me olhou com seus grandes olhos verdes avermelhados pelo choro.


- Descanse um pouco, mãe. Você está de cabeça quente e sabe que não quer culpá-los por isso. Deixe que nós iremos resolver isso, ok? Quando Isabella acordar, eu conversarei com ela. Deixe que Emm e Allie tomem suas próprias decisões também. Pai, leve a mamãe para casa, por favor. Eu vou subir, preciso dormir um pouco. Boa noite a todos.


Fui em direção às escadas e pude ouvir um dos gritos de Emmett. Não virei-me para trás, apenas segui meu caminho. Eu sabia que ele nunca machucaria Rose, assim como Jazz com Allie. Subi os degraus e andei até o quarto de minha namorada, girando a maçaneta de ouro e adentrando o quarto azul bebê que me embebedou com seu cheiro impregnado em cada canto. O delicado dossel envolvia sua cama transformando-a em uma doce visão. Bella estava deitada bem no meio da cama, vestindo uma roupa de executiva gostosona e sem os saltos. Seus cabelos estavam soltos sobre o travesseiro marfim e seu rosto estava afundado nele. Fui até ela, movendo seu corpo delicadamente e desci o zíper de sua saia, retirando-a de seu corpo. Desabotoei os botões de sua camisa social Chanel e puxei seu corpo para mim, apoiando-a em meu torso, tomando cuidado para não machucar meu ombro. Consegui tirar seu sutiã e o joguei para longe, o fazendo encontrar-se com a saia dela. Abotoei novamente a camisa em seu corpo e a deitei, cobrindo-a com o lençol. Tirei minha camisa e minha calça, jogando para os lados meus sapatos e meias. Fui até o banheiro da suíte e lavei meu rosto com água fria, tentando clarear minha mente.


Olhei-me no espelho e minha face estava pálida e cansada. Respirei fundo e voltei para o quarto, deitando-me na cama depois de apagar o abajur. Puxei Bella para meus braços e afundei meu nariz em seus cabelos, sentindo o cheiro que me viciou e me acalmava sempre.


- Quando suas muralhas irão cair definitivamente, meu amor? – eu sussurrei em sua orelha.


Fechei meus olhos e deixe que toda a sonolência e o cansaço tomassem conta de mim.



Sábado, 09h45min


- Oh meu Deus! Edward!


Eu ouvi um grito em meu ouvido e alguns vários beijos começaram a ser espalhados por minha face. Eu murmurei incomodado e abri os olhos, cerrando-os ao perceber a claridade incômoda que adentrava o quarto. Meu ombro estava doendo, minha garganta seca e parecia que um trator havia passado por cima de mim. Isabella continuava me beijando e me apertando, subindo em cima de mim e querendo esmagar minha alma para fora de mim.


- Bella...


- Oh Edward, eu tive tanto medo de te perder. Só Deus sabe o quanto eu pedi a Ele para lhe proteger para mim...


- Bella...


-... E eu juro, juro que isso nunca mais vai acontecer. Eu vou pegar esse desgraçado e fazer com que ele pague com a vida medíocre dele cada dor que ele impôs em você ontem e...


- Isabella!


Minha voz um tom elevado fez com que ela se afastasse de mim, caindo do meu lado e me submetendo a intensidade de seus olhos chocolates cheios de lágrimas não debulhadas. Sentei-me na cama e um pequeno grunhido saiu de mim, ao sentir meu ombro latejar. Isabella levantou-se no mesmo momento, correndo para o banheiro, voltando segundos depois com um copo de água e dois comprimidos Tylenol. Tomei o remédio e deixei o copo em cima do criado-mudo, sentindo o colchão movendo-se ao meu lado, vendo Isabella sentando-se e me olhando apreensiva. Ficamos alguns minutos apenas nos fitando, batalhando com nossos olhos desculpas e pedidos de explicações. Eu não suportei ver a culpa instaurada em seus orbes e pus-me de pé, indo até o banheiro para escovar os dentes. Obviamente que minha namorada com sua teimosia me seguiria, ficando encostada na porta enquanto analisava cada ação minha. Assim que enxagüei minha boca e lavei meu rosto, ela tomou a pia para si e repetiu o que eu fiz, enquanto eu voltei para a cama e me deitei lá, esperando que o Tylenol fizesse efeito. Isabella foi para o seu closet e voltou de lá dentro de um moletom maior do que ela, com o nome de Jasper nas costas e o logo de Harvard na frente.


- Você já sabe? – ela inquiriu enquanto engatinhava na cama para sentar-se de frente para mim. Eu acenei positivamente e ela fechou a cara em um biquinho contrariado.  – Quem te contou?


- Charlie. – eu puxei o lençol para cobrir o meu ferimento para que Bella pudesse parar de ficar olhando para ele e seus olhos focaram-se nos meus. – Ele me contou sobre todas as ameaças de James.


- E você já pensou em dúzias de teorias sobre o porquê eu não ter falado nada para você.


Era uma afirmação mais do que verdadeira e ela viu isso em meu olhar. Bella esticou sua mão, mas eu me encolhi contra as almofadas, não me importando com o brilho de mágoa que surgiu em seu rosto.


- É tão difícil assim confiar em mim? – perguntei.


- Isso não é uma questão de confiança, Edward.


- Ah não?! Então sobre que questão é?


- Sobre eu te proteger.


- Eu tenho vinte e seis anos, Isabella. Eu sei muito bem me proteger.


- Sabe? – ela perguntou debochada. – Se sabe tanto Sr. Sabe-Tudo, então me explique como sua proteção estava ativada quando Tanya te manipulou. Ou então, sobre como seu senso de proteção te salvou do atentado ontem à noite. Se não fossem os meus seguranças que eu coloquei para lhes proteger, você e seus irmãos estariam mortos!


- Se eu soubesse o que estava acontecendo, eu iria redobrar minha segurança e pensar duas vezes antes de sair para um lugar público com meus irmãos. Não se ache a certa, porque você não é! Eu sou seu namorado e não seu coleguinha de classe! Você deveria recorrer a mim para te ajudar com o filho da puta do James e não a Brad ou qualquer outro segurança!


- Não altere sua voz comigo, Edward. – ela disse fria, me dando seu melhor olhar encolhedor de bolas. – James estava me ameaçando até o momento do incêndio. Quando o plano incendiário dele não deu certo, ele decidiu que o melhor alvo para me machucar era você. Brad estava interceptando emails de James e tentando controlar a situação. Tyler e Riley estavam cientes do que estava acontecendo, mas eu lhes ordenei que não abrissem o bico para você. Eu não podia me dar ao luxo de mostrar á James o quanto temia as ações dele. Você tinha que agir como se não soubesse de nada e eu sei que se tivesse contado a você, seus genes Cullen iam gritar no exato momento e você ia agir por conta própria dando uma de príncipe de armadura reluzente e estragando todo o plano, deixando-se vulnerável para o filho da puta te atacar.


- Bom, agora temos uma prova de que você não é tão brilhante assim, já que seu plano fracassou.


Eu me arrependi das palavras que eu disse assim que eu fechei minha boca. Isabella abriu sua boca em choque por causa do que eu falei e por conta da acidez que escorria em minha voz. Ela ergueu-se em seus dois pés e caminhou até a mesa francesa de mogno que ficava em seu quarto, abrindo uma das gavetas e pegando uma pasta preta. Ela voltou-se para mim e jogou a pasta na minha frente na cama e apoiou seu corpo na mesa, cruzando os braços e me encarando com olhos lacrimosos.


- Todos os arquivos sobre a investigação de James estão nessa pasta. O resto está em um pen drive com Tyler, é só você pedir a ele e então, vocês dois podem discutir a melhor forma de melhorar sua segurança e a de sua família. – ela pausou, respirando fundo e tirando uma mecha de cabelo de seus olhos. – Porém, não pense que eu irei recuar com a minha equipe de segurança. Você é meu, Edward. Eu protejo com todas as forças o que é meu. Você não sabe o que eu senti quando Brad me avisou sobre o atentado. Você não sabe o quanto eu sofri em cada segundo sem notícias suas. O quanto eu me amaldiçoei ao saber que estava ferido. Eu estava falhando novamente e agora, não seria um prédio que eu iria perder, mas sim a pessoa que me faz feliz todos os dias, a pessoa que eu amo tanto que eu seria capaz de dar minha vida apenas para que ela continue vivendo. Julgue-me o quanto quiser, mas não me acuse de algo que você também faria se você estivesse vivendo a mesma situação que eu.


As lágrimas que ela segurou por tanto tempo escorreram de seus olhos e ela as limpou para longe, caminhando apressadamente e se trancando no banheiro. Afundei meu rosto em minhas mãos e respirei fundo. Eu entendia o lado dela, mas eu ainda tinha o bichinho do machismo me corroendo. Eu sou o homem da relação e eu devo proteger ela e não o contrário. Isso vai contra tudo o que os genes Cullen gritam em minhas células. Bella tinha toda a razão. Se ela tivesse me contado, eu teria colocado o carro em frente aos bois e possivelmente teria terminado debaixo de sete palmos de terra. Ouvi o barulho da água caindo e deitei novamente, pegando o controle e ligando a televisão.


Era óbvio que sairia em todos os noticiários o atentado contra meus irmãos e eu. Alcancei meu iPhone e observei várias chamadas não atendidas de Tia e da minha assessora de imprensa. Liguei para minha secretária primeiramente e fui bombardeado por suas palavras atropeladas me perguntando se eu estava bem e sobre como deveria prosseguir o funcionamento da empresa e da minha agenda. Depois de tudo explicado, liguei para minha assessora que me colocou a par de tudo o que a mídia estava falando/especulando e sobre alguns canais televisivos que queriam marcar entrevistas.


Terminei a ligação no exato momento em que Isabella saia do banho dentro de um roupão felpudo, indo em direção ao closet para se trocar.


- Bella? – a chamei.


Ela me encarou cansada e eu ergui minha mão, chamando-a. Ela veio meio contrariada e parou à minha frente, ficando imóvel como uma estátua. Puxei seu braço e a joguei na cama, deitando-me por cima dela e beijando seu biquinho emburrada, dando-lhe vários selinhos. Ela foi se rendendo aos poucos, amolecendo em meu aperto e me abraçando fortemente.


- Eu estava com tanto medo, Edward. – ela confessou, com a voz embargada.


- Eu sei, baby. Eu também estava.


Nós ficamos alguns minutos calados, apenas sentindo o calor um do outro e agradecendo a Deus por estarmos juntos novamente.


- O que iremos fazer? – ela perguntou.


- Iremos passar por isso juntos. Sem segredos.


- Sem segredos. – ela reafirmou.


Ela sorriu docemente e me beijou, me fazendo matar as saudades de seu gosto, de seu cheiro e logo depois, de seu corpo.


Untill you kissed my lips and you saved me.

(Até que você beijou meus lábios e me salvou.)


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Notas finais do capítulo

Uooou tenso hein?! Mas posso dizer que agora a coisa começa a ficar boa! Conte-nos o que vocês acham que irá acontecer daqui pra frente.. O que querem que aconteça? Adoraria ler as teorias de vocês e porque não tirar algumas ideias? Hein? Comentem, recomendem e fazem a escritora e a beta linda dela felizes.
Fiquem com Deus.