Hunters escrita por Valentinna Louise


Capítulo 17
Capítulo 17 - Moonlight (Parte 2)


Notas iniciais do capítulo

Feliz páscoa atrasada pessoal *--*
vamos aos recados..☺
1° Amei todos os reviews que recebi no ultimo cap...! fiquei super feliz e chegamos a marca de 115 então comemorem pq teremos cap. bônus... o/ HHAHAH
2º Gnt espero que essa cap atenda as expectativas de vcs..se não podem me criticar a vontade (criticas construtivas hein? hHAHAHAH) pq foi muito difícil escrevê-lo. momento de bloqueio total.
3º acho q é o maior da fic... Hhahahahah
Enfim..aproveitem *--*



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O mundo poderia explodir. Sério. Eu nem prestaria atenção. A única coisa que importava ali era Rachel. Seus lábios, sua língua, suas mãos, sua pele. Minhas mãos pareciam ter vida própria. Passeavam pelo pescoço dela, depois desciam, sem a menor malícia para a cintura, e eu puxava Rach para mais perto, se é que isso era possível. Colocava naquele beijo uma necessidade que eu nem sabia existir. Aliás sabia. Sabia que grande parte desse desejo todo vinha do lobo. Essa sede pelos lábios. Essa vontade ter Rachel só pra mim, essa possessividade, era do lobo. Mas não excluiria a minha parte nisso. Eu estava gostando de Rachel. Muito. E era estranho.

Nunca me senti atraída por alguém assim em Cleveland. Especialmente garotas. Eu era uma líder de torcida no Trinity High. E em casa a filha caçula perfeita. E agora eu estava ali, não era mais a líder de torcida, agora eu era uma aspirante à caçadora; e também já não era mais a filha caçula perfeita. Mas eu me sentia mais completa ali.

Senti que precisava respirar,e acho que Rachel sentiu o mesmo, porque ela parou o beijo, se afastou um pouquinho e dava pra perceber a respiração pesada. Ela sorria.

“Uau..” ela disse baixinho. Eu sorri também.

“É...uau...” eu respondi e ela me deu um selinho. “Hum..Rachel?”

“sim?”

“O que nós somos? Digo eu e você..isso aqui...o que é?”

Rachel se afastou mais um pouco e segurou meu rosto entre as mãos. Seus olhos brilhavam intensamente.

“Nós somos nós Quinn. Não precisamos dar um nome agora...”

“Ok...mas e agora...?”

“Agora..” ela se aproximou, selou nossos lábios com um selinho. “ a gente pode retomar aquele beijo de onde parou...” eu sorri.

Quando estávamos no meio do beijo, uma voz estridente cortou o silêncio.

“HOBBITT! O QUE DIABOS VOCÊ PENSA QUE ESTÁ FAZENDO ENGOLINDO A FABRAY?” Santana Lopez acabou de conseguir um lugar cativo na minha lista negra.

“Lopez...vai cuidar da sua vida!” gritei de volta em resposta. Rachel colocou a cabeça na curva do meu pescoço e começou a gargalhar.

“Berry acho bom não vir choramingar a respeito da aguada aí de novo pra mim porque senão vou te dar motivos para fazer uma reconstrução facial...” e virou de costas indo embora.

Rachel retesou e se afastou. Eu a encarei.

“Você foi choramingar sobre mim para Santana?”

“Não foi isso Quinn...eu estava confusa, foi antes de ir na sua casa para falar com você...Santana é uma idiota...Me desculpa...”

“Ela me ameaçou ontem sabia? Disse que era pra ficar longe de você..”

“Ela é uma idiota, mas sempre foi muito protetora. Provavelmente ela deve ter deduzido tudo errado...”

“Hum..” Ela me abraçou e me apertou.

“Não se preocupa com ela...deixa que dela cuido eu..mas eu devo me preocupar com a Rose?”

Olhei para Rachel e levantei uma sobrancelha:

“Se preocupar com a Marley??”

“Sim, Marley 'salvadora da pátria' Rose...” eu gargalhei ao ouvir isso e Rachel fez uma cara feia.

“Não há o que se preocupar. Marley é apenas minha amiga. Nada mais.”

“Assim espero..” disse Rachel.

“Ciúmes Berry?” perguntei.

“Meu lobo é muito possessivo. E eu também.”

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Ficamos ali durante um bom tempo, apenas trocando beijos e carícias. Quando olhei no celular dela e vi que já eram 9:30h decidi ir pra casa. Rachel fez birra, mas acabou concordando. Desci da arquibancada e fui pra casa e ela foi pra casa dela.

Cheguei e encontrei Shelby e Cassandra em um café da manhã silencioso. Cassandra apenas levantou a sobrancelha ao me ver passar. Tomei outro banho e troquei de roupa, coloquei uma calça jeans e uma camiseta branca com o coldre da adaga por baixo.

Fui para cozinha tomar café e Cassandra resmungou algo e Shelby saiu. Ela pigarreou e apontou pra cadeira a sua frente. Eu sentei.

“Bem Quinn, antes de mais nada um aviso: recomendo a você que hoje não fique andando por aí à toa. Hoje todos os lobos estão sucessíveis a fazer algo distante da racionalidade. Então fica quieta em um canto só para evitar qualquer desgraça ok?”

“Ok...” Cassandra estava esquisita. Ela parecia nervosa e se esforçando incrivelmente para não transparecer. “Tudo bem Cassandra?”

“Tudo bem Quinn, mas continuando... já que pelo visto você e a Berry estão se entendendo, acho bom delimitar certas coisas. Explique para Rachel qual é a real natureza do seu relacionamento com Marley. Não que vocês tenham algo além da amizade, mas Rachel é uma alfa e por isso ela tem uma certa tendência a possessividade e não é recomendável ter Marley sempre te rondando.”

“Eu já conversei isso com Rachel. Deixei claro pra ela que Marley é apenas uma amiga. Foi por isso que você ficou me olhando feio no hospital? Porque eu estava com Marley?” Cassandra estava parecendo incrivelmente...materna dando aquele conselho.

“Isso mesmo ...” ia me virar para tomar meu café quando mais uma vez ela me chamou “Quinn?”

“Huh..”

“Você está bem?” ela fez uma careta questionadora.

“Sim, na verdade me sinto ótima..por que?”

“Se você não lembra, dias de lua cheia eram os piores do mês...dores impressionantes, desmaios, rosnados e tudo mais?” disse Cassandra com um certo sarcasmo.

“É claro que eu lembro...só que hoje eu não sinto nada. Minha cicatriz está normal, não sinto dores de cabeça ou coisa parecida.”

“Então hoje meu estoque de tranquilizante vai ficar intacto?” Cassandra deu um sorriso.

“Pelo visto, sim...” dei um sorriso de volta e fui tomar meu café.

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Logo após o café, fui para o quintal, onde Cassandra estava treinando. O alvo estava desamarrado. Voltei a amarrá-lo em um dos galhos altos da árvore. Fui dentro do quarto, peguei a besta e a aljava, e fui para o quintal. Logo estava concentrada para atirar e comecei. A cada flechada, o alvo se movimentava. Sentia uma adrenalina incomum ao fazer isso. Não queria e não iria errar. Aquele pequeno treino estava se tornando um desafio pessoal. Tentei imaginar, no lugar do alvo, um grande lobo preto. E tentei mudar todo o cenário naquele momento. O dia para a noite de lua cheia, o quintal espaçado para o bosque, onde ele havia aparecido da ultima vez e acertei o alvo várias vezes. Parei ao ouvir um barulho atrás de mim. E então me virei.

“Droga! Eu ia te dar um susto..” disse Marley frustrada. Eu sorri.

“Você ia mesmo me assustar, sendo que eu estava com uma arma na mão??? isso insano Rose..” Respondi, abaixando a besta.

“Você atiraria em mim Fabray?” ela perguntou... de uma forma incrivelmente sugestiva. Levantei a sobrancelha e dei de ombros. Ela abriu a boca em um 'O'.

“Você atiraria? Que mancada...” ela fez uma careta de indignação e eu apenas ri. Sentei perto da árvore e Marley do meu lado. “Você parece relaxada hoje.. e eu que pensei que fosse te encontrar sedada...” respirei profundamente. Também estava achando estranho o fato de não ter sentido nenhuma dor.

“Não senti nada..no sentido de dor é claro, porque hoje acordei muito bem...”

“Isso é bom não é?”

“É ótimo...”

“Que bom..”

Ficamos alguns minutos em um silêncio confortável. Até que eu decidi quebrar.

“Marley?”

“Hum..” ela, que estava de olhos fechado, virou e ficou me olhando. Eu gostava dos olhos dela. Não como eu gostava dos de Rachel. Os de Rachel eram calorosos, profundos, até um pouco maliciosos. Era fácil se perder ali. Já os de Marley eram calmos, brincalhões. Eu gostava disso, me acalmava também.

“Preciso te dizer uma coisa, mas não sei por onde começo..é meio estranho tocar nesse assunto..”

“É sobre o que exatamente..?”

“Sobre isso..” apontei para nós duas. “nosso relacionamento, nossa amizade...”

Ela suspirou e se ajeitou do meu lado.

“Sabe Quinn, eu nunca tive muitos amigos. Maior parte do tempo era apenas eu e minha mãe e então viemos para Lima e a única pessoa que me recebeu aqui de braços abertos foi Unique. Brittany não conta porque, bem, ela é um amor com todo mundo. Por minha mãe ser a cozinheira da escola, por eu vestir várias roupas de segunda mão era sempre alvo das brincadeiras, piadas e slushies. Eu sabia que antes de mim, Rachel Berry era o alvo. Mas aí com o Glee crescendo as pessoas pararam de mexer com eles, e decidiram mexer com os alunos novos. Quando eu entrei no Glee club, meu primeiro instinto foi de proteção. Mas eu também queria cantar. Nunca tive a minha chance pra falar a verdade. Geralmente faço fundo enquanto o show é dominado por Rachel, Kurt, Mercedes, Santana, ou qualquer outro. Me disseram que eu era uma 'cópia de Rachel, só que com olhos mais claros'. Disseram que eu tinha inveja e aí eu só tinha Unique comigo. É pior aqui na alcateia, mas aqui tem toda a hierarquia e tudo mais. Existe um respeito maior. Hoje em dia eu até falo com eles, mas não são meus amigos..aí você apareceu. Você foi a primeira a conversar comigo, me defender de alguma coisa, e eu me sinto extremamente grata a você Quinn..”

“Eu também sou grata a você Marley. Em Cleveland, eu era apenas uma marionete da minha irmã mais velha. O único amigo que eu realmente tive foi o Puck, mas ele ficou decepcionado ao saber que eu era uma pária. E quando cheguei aqui você foi a primeira que não tentou me escorraçar e ainda ficou do meu lado. Me defendeu do Finn por causa de Rachel, mesmo você e ela não se dando bem. Mas Marley todos acham aqui que eu tenho algo a mais com você..que nós somos namoradas. Isso entre os humanos pode até ser fácil pra resolver, mas entre os lobos é diferente. Rachel já me perguntou sobre o que acontecia entre nós e eu disse que era apenas amizade. Não quero que Rachel se torne ciumenta a ponto de resolver as coisas com você da forma que os lobos fazem: brigando.”

Marley se remexeu e deu um sorriso.

“Rachel Berry com ciúmes de mim?!” Mudou totalmente o tom da conversa e começou a gargalhar. Eu levantei a sobrancelha e ela ria alto. “Quinn, nunca pensei que Rachel Berry chegaria a ter ciúmes de mim...e excepcionalmente por causa de você. Ok você é perfeita: bonita, fofa, inteligente e tem um quê de garota misteriosa e não descartaria a possibilidade de que se fosse em outra situação eu até tentaria algo com você...” ela sorriu timidamente. “Mas você veio pra cá carregada de problemas Quinn que só melhoraram depois que você e Rachel se envolveram. Sem chances. Diga a ela que eu estou de boa até que ela te magoe.”

Nessa hora eu comecei a rir também. Ficamos conversando bobagens por várias horas e então Marley disse que precisava ir. Eu fiquei lá...sentada encostada na árvore um bom tempo, até Shelby aparecer e vir sentar ao meu lado. Ela parecia apreensiva.

“Quinn eu gostaria de te pedir uma coisa...”

Eu me virei pra ela e disse:

“Diga o que é e eu vejo o que posso fazer...”

“Eu gostaria de falar com Rachel...”

Eu levantei a sobrancelha e disse:

“Você pode ir falar com ela Shelby, não precisa vir pedir isso pra mim.”

“Não, não posso. Leroy tem uma medida proibitiva com a qual me priva do direito de 'conhecer' Rachel até a maioridade dela, mas eu estou aqui, agora e ela tem 17 anos e eu queria muito, muito conversar com ela.”

“Shelby, eu não quero me meter nesse assunto..”

“Só quero que você peça a Rachel para falar comigo, ela decide se vem ou não...ficarei aqui por mais 3 dias e depois irei para NY.”

“Você vai embora de novo e pede que eu te arrume um encontro com Rachel antes disso? Não acha que vai ser doloroso pra ela Shelby...a mãe indo embora pela segunda vez na sua vida...?” Meu tom de voz saiu mais amargurado do que eu queria. Eu sabia como era crescer sem uma mãe, mas no caso de Rachel, Shelby sempre esteve viva.

“Quinn, por favor, sem julgamentos. Quero apenas conversar com Rachel.”

“Vou ver o que posso fazer mas não garanto coisa alguma...” disse me levantando. De pé, ajudei ela a se levantar também. “Amanhã falo com ela ok?”

“Tudo bem...muito obrigada Quinn” disse. Eu apenas assenti e entrei na casa. Encontrei Cassandra na sala, preparando algumas flechas e algumas balas também. A mesinha de centro estava dominada por munição, armas e coisas do gênero. Reparei que nas flechas, ela inseria uma ponta cheia do tranquilizante verde que usava em mim e também estava com duas pistolas pratas reluzindo sobre a mesa. Eu sabia o que Cassandra pensava sobre armas: 'só os casos extremos' e eu estava me perguntando se aquele era o tipo de caso extremo. Pelo jeito que ela estava se dedicando a aquelas armas com certeza era o caso. Sentei ao lado dela e ia pega uma bala quando ela deu um tapa na minha mão.

“Não encosta nisso garota se não quiser perder seus dedos...”

“Isso tudo é cuidado?” disse, passando a palma da mão sobre a outra que ela havia batido. Com uma força desnecessária.

“Não..isso é prata filhote e a não ser que você queira ver seus dedos virarem pó, sugiro que não mexa nisso...”

“Mas eu sou imune a prata...” Em Fort Shawnee eu havia pegado em armas e balas de prata sem o menor problema.

“Não mais. De alguma forma sua transformação está acontecendo tardiamente. Você ainda pode chegar perto de uma arma, mas que não tenha nada de prata. Ou seja sugiro que se for usar a adaga que carrega aí não encoste na lâmina e nem deixe ela tocar o seu corpo. O efeito é o mesmo que uma queimadura de 3º grau ou até mesmo uma mutilação..”

“Obrigada por avisar, Cassie..” ela me fulminou com o olhar. Odiava esse apelido, Cassie. Eu apenas sorri.

“Você não tem medo de morrer filhote? Lembre-se que você pode ser uma ótima forma de vingança contra seu pai.” ela respondeu com um sorriso malicioso e um brilho meio diabólico no olhar.

“Ok..acabou a brincadeira Cassandra.” me levantei num pulo.

“Você começou Fabray...” disse rindo. “ Não sabe brincar...”

“Tudo bem, parei...”

“Preparada para qualquer coisa hoje?”

“Eu não tenho um pressentimento bom...” respondi. Ela parou de mexer as flechas e me olhou.

“Nem eu Quinn..”


 

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O resto do dia foi tão entediante que eu nem reparei ele passar. Dormi maior parte da tarde. Foi a única coisa de anormal. Esperava que Marley aparecesse ou até mesmo Rachel, mas ninguém foi lá. Shelby foi para o centro de Lima e Cassandra passou o resto do dia no descampado, segundo ela, montando uma estratégia.

A noite chegou e parecia que uma espécie de despertador biológico ligou em todos ali porque quando deu 21 hrs, todos seguiram para o descampado. Uma enorme fogueira havia sido acesa e o fogo crepitava intensamente e acima de todos a lua cheia brilhava resplandecente acima de todos. Shelby apareceu e parecia hipnotizada pela lua assim como todos os outros. Eu não sentia toda essa idolatria pela lua, mas confesso que ela estava mais bonita que o habitual.

Em casa, Shelby trocava de roupa, Cassandra estava preparando as armas e eu estava ficando aflita. O pressentimento ruim aumentara e eu não sabia o que fazer. Cassandra reparou no meu nervosismo e me puxou de canto.

“O que está acontecendo Quinn?”

“Esse pressentimento ruim. Ele aumentou e isso está me afligindo.”

Cassandra suspirou pesadamente e aquele olhar de pena apareceu.

“Quinn, preciso de você concentrada. Qualquer erro aqui pode custar a vida hoje..você sabe..então por favor se concentre. Eu sei que os instintos são maiores do que qualquer coisa e pra você, hoje, eles não podem ser ignorados. Mas preciso de você concentrada.”

“OK..” ela deu um pequeno sorriso em agradecimento e ia voltando ao que estava fazendo quando eu a impedi.

“Cassandra, você me disse que suspeitava de alguém...me diz quem é?”

“Não vou dizer Quinn, porque eu sei que você vai descobrir isso hoje..”

“Como você sabe?”

“Não sei...”

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Eu havia vestido uma bota preta, jeans e uma blusa de mangas compridas. Coloquei a aljava por cima da blusa e levei a besta na mão. Cassandra estava usando calças jeans, botas pretas também, uma regata preta e uma jaqueta. Ela tinha a Mosseberg presa às costas e uma pistola presa na cintura. Tinha munição presa em um cinto. Eu prendi a respiração ao ver a escopeta com Cassandra. Casos extremos.

Shelby estava lá dentro ainda. Disse que esperaria até a hora da caçada. Eu estava preocupada com ela. Ela parecia aflita também. Fomos para o descampado e todas as famílias já estavam lá, inclusive os Acolhidos. Todos estavam em volta da fogueira e se dividiam entre os clãs. Vi Mercedes, junto com seus pais, um garoto maior do que ela, que eu deduzi ser seu irmão e uma senhora de idade, mas de uma altivez impressionante. Cora Jones. Lembrei porque Alma Lopez havia citado ela durante a nossa conversa. Cora reparou que estava sendo observada e olhou na minha direção. Me dirigiu um pequeno aceno de cabeça que eu retribui. Do lado deles estavam os Lopez. Reconhecia todos: o Dr. Lopez e ao lado dele estava Maribel e Carmen. Alma Lopez estava sentada na arquibancada e perto dela estava Santana, com Brittany sentada no seu colo. Do lado de Brittany estavam 2 pessoas, um homem e uma mulher, ambos loiros. O homem parecia um hippie com cabelos longos amarrados em um rabo de cavalo. A mulher tinha um ar mais sério. Pra mim eles eram Geraldine e Damien Pierce, e provavelmente eram os pais de Brittany. Logo mais ao lado estava uma mulher loira de cabelos curtos e uniformes esportivos. Sue Silvester estava rodeada pelos acolhidos e lá estava Marley acompanhada pela mãe, além da treinadora Beiste e Sam. Ela acenou pra mim e eu acenei de volta. Ela voltou a conversar com um garoto de dreads. Ao lado deles estavam os Hudson-Hummel. Finn estava conversando com Burt Hummel enquanto a mulher dele, Carole, conversava com Kurt, Blaine e Hiram. Procurei Rachel e encontrei ela conversando com Leroy, mas ela não parecia nada bem. Rachel estava pálida. Quis ir até ela mas Cassandra me segurou pelo braço.

“Não Quinn, lembra do que eu disse hoje? Deixa que se a Berry quiser falar com você ela vem até aqui...”

“Mas Cassandra ela não parece bem..”

“Quinn, já é quase meia noite, você com certeza não vai querer estar aqui na hora da transformação desse monte de lobos. Vamos para a entrada do bosque e ficar lá até a caçada. Shelby vai aparecer depois que todos tiverem saído.”

Naquele momento, Leroy se colocou a frente da fogueira e ao lado dele estava Rachel e nem estava parecendo a mesma Rachel que eu havia visto de manhã. Ela parecia que ia desmaiar a qualquer instante.

“Irmãos, hoje é mais uma noite especial para todos nós, mais uma noite de lua cheia. Uma caçada incrível nos aguarda caros amigos e mesmo com os recentes acontecimentos eu espero que nada abale o espírito de união que traz a noite de lua cheia para essa alcateia. Estamos prontos para começar!!” A voz de Leroy ecoou por todo o descampado e eu achei aquilo emocionante de certa forma, mas Rachel ainda parecia mal. Instantes depois, no lugar de Leroy havia um grande lobo castanho-escuro e ele foi o 1° a uivar para a lua. Logo em seguida todos os outros fizeram o mesmo. Dava pra perceber a diferença dos clãs pela cor da pelagem dos lobos. Os Lopez eram castanho avermelhados. Os Pierce eram castanho claro, quase amarelado; Os Jones eram em um marrom claro. E os Hudson-Hummel que tinham a pelagem em um tom marrom mesclado com cinza. E os acolhidos eram uma mistura de cores. A única que eu conseguia distinguir era Marley com a cor cinza. E também tinha Rachel. Era a única na cor preta e era maior que os outros lobos.

Todos os lobos correram em direção ao bosque e passaram por nós sem problemas. Eu estava intrigada. Rachel estava mal. E Cassandra havia me impedido de ajudá-la. Quando um lobo castanho-escuro passou por nós eu me assustei. Mas eu reconheci imediatamente. Shelby. Ela só estava esperando o momento certo para sair. Ela passou por nós e entrou no bosque. Virei para Cassandra e perguntei:

“E agora...?”

“Não seja impaciente filhote...só espere.”

Quando ela disse isso uma rajada de vento e um uivo diferente me fizeram olhar para o bosque. Eu senti um arrepio na espinha e meu corpo repentinamente ficou quente. E foi ai que eu senti. O cheiro. Lavanda e morangos.

“O que foi ?” Cassandra perguntou.

“O lobo está aqui.”

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Entrei correndo com Cassandra logo atrás de mim. Ia em direção ao cheiro. Eu já havia me acostumado com aquele sentido. Não era fácil me embrenhar no mato atrás de uma criatura três vezes maior que você. Mas a adrenalina e a recompensa final com certeza fazem todo esse trabalho valer a pena. E além do mais eu não estava sozinha, não era uma missão fácil. Normalmente uma caçadora anda sozinha, mas como ela resolveu me treinar, digamos que eu virei sua pupila/herdeira.


Ao chegar a uma clareira, eu praticamente parei de respirar. Lá estava ele. O lobo. Enorme, negro de olhos vermelhos olhando fixamente para o céu. Acho que nem notaria se eu atirasse naquele momento. Mas ai ele se virou e olhou pra mim. E o choque de olhares fez com que eu perdesse a consciência.

No meu breve segundo de inconsciência meu corpo se agitou freneticamente até ouvir um grito.

“Merda Fabray!!” Cassandra. “Levanta garota! Você não me disse que tava bem?”

“Huh..eu estou bem...cadê o lobo?” Perguntei. Minha roupa estava cheia de folhas secas.

“Que lobo Quinn? Você saiu correndo feito uma louca e de repente parou e desmaiou!”

“Como assim Cassandra? Eu vi! Os olhos vermelhos, o lobo negro Cassandra! Estava bem ali!” apontei para o local, agora vazio, na minha frente.

Meu corpo estava tendo pequenos espasmos, como se eu tivesse acabado de levar um choque e então um barulho fez com que ficássemos alerta. E novamente eu vi. E agora eu tinha certeza que Cassandra tinha visto também, porque ela estava com uma pistola apontada. O lobo era enorme, os olhos vermelhos e pareciam furiosos.

“Quinn arme a besta...” Cassandra sussurrou. Eu segurei a arma e o lobo se virou para mim. Eu senti como se alguém tivesse martelado a minha cabeça. A dor foi extremamente forte e me enfraqueceu. Eu sentia cada parte do meu corpo tremer e era uma sensação horrível.

“FABRAY....PEGA A DROGA DA ARMA!” Cassandra estava terrivelmente nervosa. Eu respirei fundo e o lobo grunhiu ao ver que que estava colocando uma flecha. O mais estranho é que ele não se movia. Apenas grunhia. Ele deu um passo pra frente e Cassandra apontou a arma dizendo

“Pra trás ou eu atiro Rachel!”


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Notas finais do capítulo

O que acharam? me digam pfvr *-*
pessoas...eu sei que algumas pessoas estão se perguntando como pode ser a Rach...por conta de um detalhe q eu coloquei erroneamente no meio da fic...mas prometo concertar esse pequeno erro de continuidade qdo for o cap com a explicação...
enfim...agr..cap bônus p vcs... :D



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