Explosiva! Esnobe! Intrometida!

Como ele ousa? Ele não tinha o direito de falar aquelas coisas sobre mim!

Espera, onde eu estou? Ah, parabéns, Dawn! Você não só conseguiu brigar com seu melhor amigo como também saiu correndo do Pokecentro igual a uma doida varrida. Isso tudo, só para acabar no meio de uma floresta onde tem mais neve do que qualquer outra coisa e, para fechar com chave de ouro, ainda se perde. Eu sou um gênio mesmo!

Tudo bem! Admito que sou a prova viva de que uma pessoa pode ser mais explosiva que um voltorb.

Pode me chamar de esnobe o quanto quiser. Só posso pedir desculpa por ser perfeita.

Agora, Intrometida?

Foi você que ligou para aquela ruivinha, de quem eu nunca ouvi falar, fala com ela na maior intimidade e depois me chama de intrometida porque eu perguntei, talvez um pouco alto demais, se ela era a sua Namorada. Amigo, eu te fiz o favor da sua vida, porque se ela ouviu vocês saem do zero á zero. E me agradeça quando quiser.

Hum! O que foi essa coisa gelada que caiu na minha cabeça? Ah, neve. Peraí, porque tem neve caindo na minha cabeça. Maravilhoso uma nevasca, justo o que eu precisava. Esfrego meus braços para me aquecer quando percebo um detalhezinho muito inconveniente... Eu deixei o meu casaco no pokecentro! Devo ter ficado com tanta raiva que nem me toquei em pegar. Pronto, agora eu vou congelar até a morte nessa floresta e, talvez, daqui a 100 anos um grupo de cientistas vai me encontrar presa num bloco de gelo!

Caraca, hoje realmente era o meu dia!!!

Calma, Dawn. Você ta pedida no meio do nada, tem neve caindo na sua cabeça cada vez com mais força, você está preste a virar uma peça de museu e sua chapinha foi pró espaço, mas respira. Nem tudo está... Calma aí, que barulho foi esse.

            Pronto um Ursaring, pronto só o que me faltava. Ser devorada. O sonho de toda garota. Droga, eu não merecia morrer assim! Eu tenho só 13 anos, ainda nem comecei a viver minha vida direito. Eu nem mesmo tinha beijado um garoto... Fui sentido a aflição crescer em mim até que comecei a chorar como não chorava desde que Connor (O garoto mais bonitinho da segunda série) disse que o meu cabelo era esquisito na frente de todo mundo.

-Você não é a garota problemática que viaja com o Ash? - Falou a voz atrás de mim. Eu estou prestes a ser devorada por um Ursaring falante? What The Fuck? Viro-me para encarar o meu terrível destino, só que acabo me deparando com algo ainda mais terrível: Paul!

            -Paul, eu tenho um nome, sabia?- falei ironicamente querendo matar ele, limpando minhas lágrimas antes de virar pra ter certeza que ele não tinha visto.- É Dawn.

-Tanto faz, DAWN- Ele deve ser a pessoa mais desagradável do mundo, sempre frio e trata todos como se fosse uma escória da humanidade. Ele desviou o olhar de mim e começou a seguir um caminho. - Agora, a menos que você queira ser soterrada pela neve existe uma caverna aqui. -Droga, ele tinha razão. Por mais que não quisesse, me vi obrigada a seguir ele.

            Ele me levou até a caverna e disse pra ficarmos lá até a nevasca passar. Nós sentamos afastados um do outro sem trocar nenhuma palavra. De repente, me dei conta de uma coisa estava tremendo. Realmente, merecia um prêmio por essa grande façanha de Dawn: Sair sem casaco.

Esfreguei meus braços me esforçando para aquecê-los, mas não estava adiantando muito. Foi então que algo mais estranho do que o Ursaring falante aconteceu: Não sei o que deu nesse garoto, mas do nada ele jogou a jaqueta de em cima de mim.

            - A menos que queira morrer congelada acho melhor vestir isso. – Eu odeio isso, mas tinha razão. De novo! Como ele tava de manga comprida mesmo. Só que as coisas estranhas não pararam por aí. Ele se levantou da onde estava e foi sentar do meu lado.

- Então, Dawn porque estava perdida na floresta? – Falou tentando puxar assunto.

- Não é da sua conta. E eu não estava...- Antes de eu terminar essa frase ele me olhou com uma cara ”me engana que eu gosto” - tá legal, eu podia não saber exatamente onde eu estava, mas eu não tava perdida. E afinal, o que você estava fazendo lá?

            -Apesar de eu ter perguntado primeiro, eu estava treinando. -respondeu ele.

            - Ou seja estava abusando dos seus escravos Pokémons. – Falei num tom irónico

-Ei, eu não pedi a sua opinião. Não sei nem porque me dei ao trabalho de tentar ser educado – Ele? Educado? Não me faça rir! - Eu só perguntei porque achei que estava triste, afinal esta chorando.

            Droga ele viu! Mas, era impressão minha ou Paul estava se preocupando com outra pessoa além dele mesmo? MUITO ESTRANHO!

            -Eu... –Engasguei porque, pela primeira vez desde que eu encontrei com ele, me lembrei porque tinha entrado nessa floresta. Senti as lágrimas querendo brotar dos meus olhos. Me virei rapidamente para evitar que ele me visse assim.- ...Não te interessa.

            -Desculpe.- Falou Frio e Seco.

            -Como assim desculpa? – perguntei verdadeiramente surpresa com a resposta dele.

            -Desculpa é  Desculpa - Ele respondeu – Não tinha que ter me metido em assuntos que não me dizem respeito. Mas como vamos estar presos aqui por um bom tempo, se você quiser falar, não vou ter outra opção se não ouvir.

            Deus, esse garoto só pode ter um irmão gêmeo idêntico, com a mesma voz e com o mesmo nome. Pois esse não pode ser o Paul que eu conheço.

            - Acho melhor não... – Mas quer saber? Estávamos presos lá mesmo, que mal uma desabafada poderia fazer?

            Eu achava que contar tudo aquilo para Paul seria meio estranho, mas me surpreendi com a história fluía. Ash e a futura namorada dele, o comentário “inocente” que eu fiz, ele ter gritado comigo e nós brigando, eu ter me perdido na floresta e para dar o toque final na história, encontrando com ele.  E o mais incrível é que ele ouvia a história prestando muita atenção a ela. Sem comentários sarcásticos, nem nada disso. Cheguei a achar que ele deveria ter dormido ou alguma coisa assim. Mas quando encarei ele, percebi seus olhos fixos em mim (Ok, nesse momento eu posso ter corado só um pouquinho, mas é só porque é muito desconfortável ter alguém te encarando desse jeito. Certo?). E eu provar isto porque depois que eu terminei ele falou:

            -Bem você não devia ter feito aquele comentário...- Deus até ele está contra mim? -Mas ele também não devia ter gritado com você desse jeito. – Paul passou a encarar fixamente um ponto da caverna a nossa frente, o silêncio voltou a reinar entre nós dois e eu sabia que ele estava prestes a dizer alguma coisa, só não sabia o que.

            Eu não sabia o que falar para ele. Ele nunca tinha sido assim! Pelo menos não comigo. E eu acho que ele percebeu porque ele ficou olhando pra mim de um jeito bem esquisito. Eu realmente queria falar algo para sair dessa, mas falar o que?

            -Dawn você está bem? Está ficando vermelha!- Droga! Ele realmente acho que ele está lendo meus pensamentos! Quem eu estou querendo enganar. Eu estou dando essa bandeira toda.

            -É que eu... Quer dizer... Na verdade... Ah, que Droga- Eu senti minha face enrubescendo. Deus me ajuda.

            E ele? Ele está rindo da minha cara... Peraí! Rindo? O Paul, o mesmo Paul sério, que maltrata seus Pokémons e que sempre me chamando de Meninna Problemática? Esse mesmo Paul está rindo?

            Acho que essa situação só pode ser explicada de um jeito: Saindo do Pokecentro eu tropecei e cai. Então, agora estou num universo paralelo que só existe na minha cabeça. Só pode ser isso...

            -Para de rir! Não teve graça!- Eu insisti.

            -Só você não achou graça. Pra mim teve, e muita.- Falou ele tentando controlar o riso. Eu nunca tinha reparado antes, mas ele fica realmente fofo quando ri.  E eu fiquei lá com cara de Boba olhando pra ele e ele de repente parou de rir e passou a me olhar também. E foi nesse momento em que percebi que estávamos próximos demais.

            -Dawn... Você tem certeza que está bem?

            -Eu... Eu... Nunca estive melhor. – Me surpreendi com aquele frase era verdadeira. De perto, percebi que os olhos dele brilhavam. Nunca tinha reparado nisso, na verdade, acho que nunca reparei muito em Paul - Vocês tá diferente. – Disse me afastando um pouco dele.

-Diferente, Como?

-Ah, você sabe, estranho, mas estranho num bom sentido. Tá parecendo mais sensível e menos Frio do que costuma ser. E isso é um coisa muito legal.

-Só porque eu sou severo com meus pokemons e não faça questão de ser gentil com meus rivais não significa que eu seja uma pessoa ruim.

-Quase isso! – Falei deixando uma risada escapar. - Mas foi bom conhecer o outro você.

Eu respirei fundo e voltei a me aproximar dele, meio que sem querer. Na verdade, sem querer querendo... Eu estava tão imersa no momento que nem notei que a nevasca havia parado.

 Na verdade, ela havia parado a algum tempo, só que eu não tinha dado a mínima. E o que pode ter feito eu mudar o foco da minha atenção tão bruscamente num momento como aquele?  O Brock e o Ash acharam a gente! Bem, não exatamente acharam, mas eu podia ouvir a voz deles chamando meu nome a distância.

Pessoal... Eu Tô Brigada com vocês, então ajam como se me odiassem, fiquem no Centro Pokemon torcendo pra eu morrer congelada. Mas me deixava aqui sozinha com ele!

-Dawn, estávamos tão preocupados Ash exclamou. Eu já ouvi falar de memória de Peixe, mas ele é pior que a Dori do Procurando Nemo!

-É Dawn, ficamos preocupados de você ter saído nessa nevasca, sem casaco e sozi...- É Eles finalmente perceberam que eu tava com o Paul. Que Beleza, heim!

Sou só ou o Clima Tá meio estranho por aqui? Eu tenho de para de falar comigo mesma, isso é baixa auto-estima.

-O Quê ele está fazendo aqui?- Ash perguntou irritado.

-Ele? Ahhh, Bem, ele, claro, ele, ele tava...

-Protegendo ela. É, ela tava perdida na floresta, mas ela me encontrou e em seguiu problematicamente até aqui- Infelizmente esse era o Paul que eu conhecia, Frio como a neve.

-Bem, mas agora estamos aqui para proteger ela! Então você pode ir embora Respondeu Ash. Ash, Cala a Boca e vai embora você.

-É está na minha Hora, aqui está começando a encher de perdedores Falou Paul se levantando e indo embora, mas antes de sair da Caverna ele se virou para mim e falou- De qualquer jeito, Tchau, Dawn.- E Saiu.

-Que bom que esse grosso foi embora!- Ash continuava.

Mas eu não tinha me despido dele.

-Paul espera...- E sai correndo atrás dele.

-Por que ela tá indo atrás dele?- Perguntou Ash

-Ash, acho que você nunca vai entender as complexidades do amor- Falou Brock  balançando a cabeça.

-Amor? Quê amor?

-Ash você tem 15 anos, mas continua tão emocionalmente maduro como no dia em que eu te vi pela primeira vez.

-Brigado Brock!- Ai, Ash parou um pouco para pensar.- Ei!- E Brock passou a rir dele.

Mas agora vamos voltar ao que interessa, eu tentando ter meu momento Romântico, com o meu recém-descoberto Paul.

-O Quê foi Dawn?- Ele se virou pra mim sorrindo. O sorriso dele fez com que o meu corpo  inteiro congelasse. De repente, meu coração passou a bater mais forte e falar ficou mais difícil.

-Eu, só queria me despedir mesmo, sabe você é um cara legal e foi legal esse nosso tempo juntos. E talvez se eu ficar presa numa nevasca de novo já sei quem posso chamar.

Sério... Por que eu disse uma bobagem daquelas? Qual era o meu problema?

-Legal... Posso dizer o mesmo. – Disse ele se virando para ir embora mais uma vez.

E eu fiquei lá olhando com aquela cara de paisagem olhando ele ir. Por algum motivo, ver ele se afastando me deixou muito triste. Mas não tive tempo suficiente para terminar o raciocínio porque os intrometidos chegaram.

-Que Bom que ele finalmente foi, não é Dawn?- Perguntou Ash.

-Sei lá, mais ou menos.- Falei sem sair da minha antiga posição.

-Como assim? - Perguntou Ash confuso. Ele era um pamonha mesmo...

-Um minuto, Dawn...- Disse Brock encostando no meu ombro.

-Que foi Brock?-  Perguntei meio impaciente. Ainda tentava digerir tudo aquilo que tinha acontecido comigo e, realmente, não estava com saco pra joguinhos...

- É que, -Ele deu uma pausa, meu deus desembucha logo garoto. -Essa é a jaqueta do Paul...

- Ops...