O tempo começou a passar vertiginosamente.

Assim que Seth sendo Alfa se tornou oficial, Jacob começou com os preparativos para a nossa casa. Ele e os meninos começaram a construir uma casinha de madeira, que em minha opinião, ficaria perfeita. Eu passava meus dias pensando em como decoraria a casa, e o quarto do bebê... Sue também insistia no casamento o mais rápido possível. Isso também estava nos nossos planos. O que não estava nos planos era Alice querer fazer uma festa gigante.

–Não, não. – eu disse. – Sinto muito, mas eu realmente quero algo simples.

Ela me disse que eu era uma estraga prazeres, mas para compensar, deixei-a fazer meu vestido.

Jacob e eu nos casamos em março, e eu agora estava de dois meses. Tá lega, pegava mal casar já grávida, mas, nas palavras de Jacob: “dane-se os outros, nós estamos felizes e isso é o que importa.”. Então para mim, tudo bem. Foi uma cerimônia simples, como eu sempre quis. Convidamos todos os Cullen, já que agora aquela história de um não poder entrar no território do outro era passado. Nós havíamos lutado juntos muitas vezes para continuarmos com aquilo. Éramos uma família.

A casa ficou pronta em agosto, agora eu estava com sete meses. Enorme, mal conseguia me mover, não podia ficar muito tempo sem ir ao banheiro, mas estava feliz como nunca. Era simplesmente indescritível a sensação de ter um bebê crescendo dentro de mim. Ele ou ela chutava como nunca agora. Jacob e eu concordáramos em não descobrir o sexo até o nascimento, mas a curiosidade estava me matando.

Mesmo com a casa pronta, concordei em morar com Sue até conseguir cuidar do bebê sozinha. Ah, e Charlie estava morando ali também; era simplesmente maravilhoso ver Sue e ele tão felizes...

No dia 5 de novembro, eu estava sentada ao lado de Jacob no sofá de Sue – de onde eu não conseguia sair ultimamente, havia engordado horrores... – quando senti algo engraçado nas costas; depois de novo, só que no ventre baixo...

–Jacob. – a minha voz estava extremamente calma.

–Sim? – ele olhou para mim.

–Acho que está na hora.

Ele levantou as sobrancelhas.

–A hora do parto. – disse agora mais agitada, um sorriso se espalhando por meu rosto.

Jacob se levantou rapidamente, os olhos alarmados.

–Ah, meu Deus... – ele andou de um lado para o outro. – Ok... tudo bem... Ok.

–Jacob, a gente tem que ir para o hospital! – tentei não rir com a sua reação.

–Ah... tá. Tudo bem, vamos...

Aquela foi uma tarde e uma noite longa. Eu insisti em parto normal, mas no meio do processo comecei a gritar dizendo que queria cesariana. Doeu, e pra caramba. Nada se comparava a aquilo, e olha que eu já passara por poucas e boas... Depois de horas, porém, finalmente, tudo valeu a pena.

–Uma menina. – disse o médico, Dr. Lewis, enquanto eu ouvia o choro dela.

Uma menina...

Ansiosa, estendi meus braços para pegá-la. As lágrimas escorriam por meu rosto suado. Jacob, que esteve ao meu lado o tempo todo, se inclinou para conhecer nossa filha.

Ela era tão pequena e enrugada... Agora não chorava mais; estendia as mãozinhas para mim, enquanto abria os olhos devagar... Castanhos brilhantes...

–Meu Deus... – sussurrou Jacob, os olhos fixos nela.

Nós já havíamos pensado em alguns nomes antes, mesmo sem saber ao certo qual usaríamos.

Sorri para Jacob, e sua expressão era a de pura ternura. Ele disse:

–Seja bem vinda ao mundo, Samantha Leah Black.

***

Samantha se aninhava em meu colo, feliz como só um bebê que tinha todos o adorando o tempo todo podia estar. Eu não me cansava dela; poderia ficar olhando para o seu rostinho redondo para sempre. Até a respiração dela era algo fascinante para mim. Nunca pensei que seria tão dependente de alguém, além de Jacob.

Ele estava agora se esfalfando para montar o berço de Sammy – como todos já a chamavam.

–Tem certeza de que não quer que eu chame o cara da loja para montar? – perguntei pela décima vez.

Jacob, sentado no chão do quarto de Sammy, revirou os olhos.

–Eu sei como fazer. – ele riu. – Só me dê mais quinze minutos.

–Ok, ok... – falei, alheia, balançando Sammy. – Só espero que hoje a nossa princesinha consiga dormir em seu próprio berço...

Jacob se levantou, largando as partes soltas dos berço.

–Viu como a sua mãe é engraçadinha, Sammy? – ele pegou-a nos braços, fitando-a com aquela expressão especial que reservava só para ela. – Viu, princesinha?

Se havia algo mais fascinante na Terra que observar Samantha, era ver Jacob com ela. Jacob estava fascinado com a paternidade. Era comum ver ele e Sam – que também havia ganhado seu menino uma semana antes da Sammy, o pequeno Joshua – se gabando por aí que tinham os filhos mais incríveis do mundo.

O telefone tocou, me trazendo de volta a realidade.

–Uau! – falei. – Nossa primeira ligação na casa nova!

Fui até a nossa sala atender. Havia caixas por todo o lado ainda, era muito difícil organizar a casa com uma recém nascida... Peguei o fone e atendi:

–Agatha? – soou uma voz ansiosa, que reconheci de imediato.

–Ayane? – o assombro tomou minha voz. – É você?

Ela riu.

–É, sou sim. Como você está?

Hesitei um segundo, ainda chocada.

–Estou bem... Mas onde você está? Está bem? A última vez que te vi, pensei que estivesse...

–Eu estou bem, Agatha. E estou muito longe também... Há meses que venho querendo falar com você; sei que foi terrível fingir minha morte daquela maneira, mas foi o único jeito que encontrei...

–Não, tudo bem. Mas... você poderia ter ficado. Os Cullen te aceitariam, sabe disso...

Ela suspirou.

–É, sei disso. Mas pela primeira vez estou livre dos Volturi, e livre de Joham... Vi isso como uma oportunidade de recomeçar.

–É, bom... então, fico feliz por você.

Ela hesitou.

–Fico feliz por você também... Já ganhou seu bebê?

–Já, é uma menina: Samantha Leah. – sorri.

–Parabéns. – ela disse, e não havia falsidade em sua voz. – Você e Jacob merecem ser felizes. Bom, eu tenho que ir agora...

–Ah, tudo bem... Bom, espero que consiga viver sua vida agora. – disse.

–Obrigada, Agatha. Adeus.

–Adeus...

Jacob chegou à sala, com Sammy movendo os bracinhos, ele parecia surpreso.

–Era Ayane?

–Era. – falei, com o fone ainda na mão. – Ela disse que agora está recomeçando a vida... Disse que está feliz por nós...

–Que loucura. – ele comentou.

–Loucura...

Ele veio até mim.

–Bom, suponho que todos mereçam a chance de ser feliz.

–É, suponho que sim... – peguei Sammy nos braços. – Vem cá, minha linda...

Jacob me olhou nos olhos.

–Eu te amo, sabia?

–Sei. – ri, convencidamente. – Eu te amo também.

Jacob pousou seus lábios nos meus, e, como sempre, meu coração bateu aceleradamente. Esse era o nosso começo. Tudo estava devidamente no lugar. Jacob, comigo e, conosco, Samantha; a prova viva de nosso amor.