O Outro Lado Da Lua escrita por Marie Caroline


Capítulo 77
3x06 - Guerra declarada


Notas iniciais do capítulo

Heeeey desculpem a demora, mas eu tive que reescrever este capítulo várias vezes. Acho que agora fiquei satisfeita kkk

Mais uma vez queria agradecer os comentários do capítulo anterior; eles me fizeram mega feliz :D

Então, eu recomendo que escutem essa música aqui enquanto estiverem lendo. http://www.youtube.com/watch?v=sjvzBpb7Nho

E ah, quem quiser saber como é o meu rostinho angelical (hahaha jura né) eu coloquei uma foto minha no meu perfil. Queria que as minhas leitoras lindas vissem o rosto da autora delas kkkk Sem mais delongas, aí vai o capítulo. Beijos suas lindonas :*



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Eu esperei Charlie ir embora, e Sue e Seth ir se deitar para despejar o meu dilúvio de palavras.

–Você ouviu o que ela falou? – perguntei em um sussurro urgente.

Jacob sentou-se no sofá, esticou os pés e os cruzou. Suas sobrancelhas formavam uma linha dura em sua testa.

–Sobre eu não fazer parte dos Quileutes por que eu não posso mais me transformar? Quer dizer, que droga é essa? E o que foram todas aquelas perguntas sobre os lobos? Está até parecendo que ela compartilha dos mesmos interesses do pai dela.

Jacob suspirou cansadamente. Eu o ignorei e continuei falando ao andar de cima para baixo na frente dele.

–Tudo bem, eu sei que você vai começar com aquela coisa de que Edward lê mentes. Mas ela pode muito bem estar o enganando. Dá pra mentir através dos pensamentos, não dá? Ela pode muito bem estar fazendo isso a mando de Joham! E se estiver, é só questão de tempo até começar tudo de novo! Se é que já não começou, não é?

Recuperei o ar que me faltava de tanto falar e andar; e parei à sua frente, esperando uma resposta. Ele apenas me encarou.

–E aí? – perguntei colocando as mãos na cintura. – Você não tem nada pra dizer?

Jacob considerou o que dizer por alguns momentos, depois se levantou e me encarou.

–Hã... Tá legal – disse ele finalmente. – Agatha sente aqui.

Jacob me fez sentar no sofá e depois se agachou; seu rosto a centímetros do meu.

–Antes de dizer qualquer coisa eu preciso que você me prometa que não vai sair gritando e reclamando antes de me deixar terminar. Pode prometer?

Dei de ombros, evasivamente.

–Suponho que sim.

Ele pegou minha mão nas suas.

–Olha, eu sei o que você está querendo dizer. É claro que nenhum de nós vai ser burro de confiar cegamente naquela garota, mas acho que você pode estar exagerando um pouquinho.

Engoli em seco.

–E eu não te culpo – ele continuou. – Depois de tudo o que houve no ano passado, é normal você estar assim. Mas eu posso te garantir que nada de ruim vai acontecer a você novamente. Eu vou mantê-la segura.

–Mas eu não estou preocupada comigo – contrapus – Estou preocupada com o que pode acontecer com todos vocês. Você ouviu o que Charlie disse sobre aqueles desaparecimentos... E se estiver começando tudo de novo?

Jacob segurou meu rosto com firmeza.

–Se estiver, então eu vou dar um jeito nisso. Mas eu só preciso que você pare de se preocupar com isso. – ele deu um meio sorriso. – Lembra que nós passamos o inverno todo falando sobre o que faríamos no futuro? É sobre essas coisas que eu quero discutir com você, e não continuar sempre nessa paranóia. Nós estamos namorando Agatha. Mas a maior parte do tempo parece que estamos sempre à volta de problemas ao invés de aproveitarmos o que temos.

Jacob acertou em cheio. Aquele era exatamente o ponto sensível da nossa relação.

Nós quase nunca tínhamos tempo nem condição para ficarmos juntos sem preocupações. E grande parte disso era culpa minha, sabia. Mas eu não podia tocar nesses assuntos em particular. Apesar de tudo eu ainda não conseguia achar uma solução para o nosso problema de Jacob ser imortal e eu não.

Ele esperou que eu dissesse algo. Soltei o ar pesadamente.

–Só não acho que a gente possa ter alguma condição de resolver nosso futuro quando tudo está tão complicado – sussurrei.

Jacob soltou meu rosto.

–Está falando do problema dos vampiros ou do problema de eu ser o único Alfa?

Olhei para abaixo.

–Acho que os dois.

Seu maxilar trincou-se.

–Você não pode fugir dos problemas para sempre. Uma hora ou outra a gente vai ter que resolver isso – ele suspirou. – Só queria que pudéssemos fazer isso agora.

Encarei seus duros olhos negros, meio constrangida por não ter uma resposta.

Era verdade. Eu não podia fugir para sempre dos problemas. E me sentia uma covarde por Jacob estar sempre tão pronto para resolver qualquer coisa... Enquanto eu me escondia até o último momento, até que fosse irremediavelmente impossível continuar resistindo.

Mas eu não podia dizer a Jacob o que eu realmente pensava. Não podia dizer que eu não conseguia ver, em hipótese nenhuma, uma vida normal para nós.

–Pode pelo menos deixar essa garota de lado? – ele pediu depois de um momento calado.

Suspirei.

–Vou tentar.

***

O meu café da manha ameaçou sair pela minha garganta assim que dei uma olhada na manchete principal do jornal.

Três desaparecimentos na rodovia que ligava Seattle a Forks. Duas mulheres de vinte e poucos anos e um homem de meia idade.

Soltei o jornal em cima da bancada da cozinha e fui à direção do quarto de Seth, decidida a fazer algo sobre tudo isso. Só por que eu não podia mais me transformar não significava que não pudesse ajudar. Eu sabia que tinha dito que iria tentar deixar Ayane de lado, mas isso aqui era sério. Eu iria fazê-la me dar qualquer informação que pudesse ser útil. Se ela estivesse mesmo do nosso lado – o que eu duvidava –, então ela iria ajudar. Se não... Bom, aí nós iríamos ver quem era a paranóica.

Abri a porta e encontrei Seth completamente apagado em sua cama. Aproximei-me e sacudi seu ombro sem cerimônia.

–Anda Seth. Acorda.

Ele gemeu e virou para o outro lado da cama.

–Levanta Seth. Preciso ir até os Cullen.

–Você não pode sair sozinha – ele grunhiu contra o travesseiro.

–É por isso mesmo que você vai me levar – tentei puxar seu travesseiro. – Anda logo, preciso resolver uma coisa.

–Nem pensar. Se você aprontar o Jacob vai descontar em mim.

–Argh! Qual é Seth, você vai para lá todos os dias para ver Renesmee, o que custa me levar junto? Anda irmãozinho.

Seth finalmente levantou a cabeça.

–Tá legal, tá legal. Mas se Jacob se zangar a culpa é toda sua.

–Fechado.

Meia hora depois subi os degraus da mansão com a bota de salto alto preta e sofisticada que Alice me dera. Geralmente eu não ligava muito para o que eu vestia, mas hoje eu estava aqui para intimidar Ayane, então escolhi algumas roupas que me faziam me sentir um pouquinho poderosa. Vestia o sobretudo preto que ganhara de Sue no Natal e uma legging da mesma cor.

Quando chegamos Renesmee não estava. Fora caçar com os pais. Disse a Seth que ele podia ir se encontrar com ela. Encontrei Alice e Jasper na cozinha.

–Oi Agatha – Alice me cumprimentou sorrindo. – O que faz aqui tão cedo?

–Já deram uma olhada no jornal hoje?

A expressão dela desmoronou um pouquinho.

–É já vimos sim.

Dirigi-me a Jasper.

–Acha que podem ser eles?

–Não tenho certeza – sua testa franziu-se. – Não faz o estilo de Joham.

–Mas quem pode saber? – disse Alice. – Ele é louco.

–Louco, mas não burro – discordou ele. – Já tivemos provas suficientes de que ele não faz nada sem um propósito maior.

–Bem, é isso que eu espero descobrir – disse para o espanto dos dois. – Alguém sabe onde Ayane está?

–Agatha, se estiver esperando descobrir algo com ela; é perda de tempo – disse Alice. – Carlisle e Edward já a interrogaram antes de a aceitarem aqui. Ayane nos contou tudo.

–Eu sei – respondi sem me convencer. – Mas não é só sobre isso que eu quero falar.

Os lábios de Alice se encresparam um pouco, mas ela nada disse. Jasper me observou cuidadosamente e acenou com a cabeça para a parte detrás da casa.

–Ela está lá.

–Obrigada – disse e virei-me indo para a direção que ele me apontara.

Ayane estava colhendo algumas rosas vermelhas no jardim de Esme. Ela provavelmente ouvira nossas palavras, mas mesmo assim se virou para mim com uma expressão surpresa.

–Não precisa fingir que não sabe por que estou aqui – disse me aproximando. – Vou ser direta e rápida, então espero que você também seja. Chega de joguinhos.

O sorriso dela sumiu deixando em seu lugar um olhar cauteloso. Não pude deixar de me sentir satisfeita com isso. Parei bem à sua frente.

–Sabe que está havendo alguns desaparecimentos na cidade, não sabe?

Ela estreitou os olhos.

–O quê? Acha que fui eu? Pode perguntar para todo mundo nessa casa, eu estou seguindo a dieta de animais perfeitamente.

–Eu sei que não foi você – disse secamente. – Mas você é irmã de Emily. Filha de Joham. Ele já fez você o obedecer antes, não fez? O que impede isso de acontecer novamente?

Ela sabia do que eu falava. Jacob caído no chão era uma coisa que nenhuma de nós iria esquecer, podia apostar. Pela primeira vez vi um sinal de raiva em seus olhos amarelados.

–Acha mesmo que eu iria obedecer a eles novamente mesmo depois dos Cullen terem me acolhido?

Revirei os olhos.

–Eu já disse: chega de joguinhos. Essa fachada de garota arrependida e agradecida não funciona comigo – dirigi-lhe um olhar duro. – Eu não confio em você.

Ayane riu e deu a volta ao meu redor. Meus olhos estavam fixos em seus movimentos.

–Você faz ideia do que eu passei durante os anos em que vivi com Joham, Emily e Heydianna?

Isso era novidade. Realmente nunca pensara nisso. Levantei uma sobrancelha.

–E isso importa?

Ela balançou a cabeça, um gesto que demonstrava certo desgosto.

–Eles me torturavam – disse ela com amargura. – Joham estava sempre me testando para uma coisa ou outra. Heydianna vivia para me infernizar e Emily era uma louca! Eu não estou fingindo nada. Eu sou sim agradecida pelo o que os Cullen fizeram por mim.

A repentina sinceridade em suas palavras me fez perder um pouco o foco. Se ela estivesse mesmo do nosso lado... Então por que o óbvio interesse nos Quileutes?

–Seu pai ambicionava estudar os lobos – afirmei em tom de acusação. – E o seu interesse na matilha é meio suspeito, não acha?

A sinceridade em seu rosto foi embora com a mesma rapidez em que viera. A fachada dissimulada estava lá novamente.

–Você já me pintou mesmo como a vilã da sua historinha, não foi?

Minha voz aumentou uma oitava pela surpresa da acusação.

–O que está querendo dizer com isso?

–Eu estou dizendo que você é uma hipócrita, Agatha – ela disse as palavras com prazer. – Acha que é a única vítima aqui, não é? Bem, eu sinto muito, mas vou ter que desapontá-la.

Aquilo tudo já estava me irritando. Ela estava fugindo do assunto de propósito. Retesei meus músculos enquanto ainda a observava cuidadosamente. Aonde ela queria chegar com tudo isso?

–Eu me interessei pela matilha por que qualquer um no planeta ficaria curioso – ela disse em tom de obviedade. – Só queria descobrir mais coisas sobre eles. E quer saber? Você está sendo muito injusta comigo. Eu não fui nada mais do que gentil com você.

Agora era minha vez de rir sarcasticamente.

–Por favor, Ayane. Você só estava bancando a inocente para chamar a atenção de Jacob.

–Ah! – ela exclamou batendo as palmas. – Agora chegamos ao ponto chave! Isso é por causa de Jacob, não é? Você não acredita mesmo que eu esteja ao lado de Emily. Só está querendo arranjar uma desculpa para tentar me tirar daqui – ela sorriu como se estivesse fazendo a descoberta do século. – Você está com ciúmes!

Respirei fundo tentando não cair na provocação dela. Minhas mãos se fecharam em punhos tão fortemente, que minhas unhas começaram a machucar as palmas das mãos.

–Mas, sinceramente, eu não a culpo – ela continuou em um tom divertido que mal conseguia disfarçar. – Quero dizer, com um namorado como Jacob qualquer uma ficaria insegura.

–Agora chega – disse entre dentes. Se ela não calasse a boca eu correria o sério risco de perder o controle.

Ela me ignorou.

–E não é como se você estivesse mesmo sendo paranóica. É claro que eu fiquei interessada em Jacob. Quem não ficaria?

Agora ela conseguira me tirar do sério. Pela primeira vez em mais de meses senti a quentura descendo por minha espinha. Minha visão tremeu e ficou vermelha. Não tive nem tempo de dar um passo e só pude ver de relance a expressão satisfeita de Ayane, antes das mãos frias de Jasper agarrarem meus braços, me impedindo de avançar para a loura a minha frente.

–Agatha, pare! – ele rugiu em meu ouvido quando tentei me desvencilhar de seu aperto de ferro, cega pela fúria. – Lembre-se de que não pode se transformar.

O que ele disse apenas reforçou a satisfação no rosto de Ayane. Uma onda calmante atingiu meu corpo. Senti meus músculos relaxarem e a meu corpo esfriar um pouco. Meus braços pararam de lutar, mas Jasper não me soltou mesmo assim. Ayane me encarou.

–Foi você que pediu – ela deu de ombros. – Sem mais joguinhos.

–Eu vou acabar com você – prometi com selvageria.

–E como pretende fazer isso sem se transformar?

De algum modo os poderes de Jasper não conseguiram conter totalmente a nova onda de ataque que explodiu do meu interior. Rosnei tentando avançar para cima dela.

–Ayane chega! – Alice gritou de algum ponto atrás de mim. – Saia daqui.

Ela dirigiu um olhar contrariado a Alice, mas deu as costas e voou para a floresta. Jasper finalmente achou seguro me soltar. Olhei para trás e percebi que a maioria dos Cullen estava ali me observando cautelosamente. De trás da muralha que era Emmett, saiu Seth com a expressão preocupada. Ele veio até mim.

–Vem. Eu vou levar você para casa.

–Não – respondi já me afastando. – Eu vou sozinha. Pode ficar.

–Agatha você não pode...

–Eu só preciso de um tempo, tá? – disse a ele e depois me dirigi aos outros. – Me desculpem pelo o que houve aqui.

Ninguém disse nada quando passei por todos rapidamente e entrei no meu carro batendo a porta. Seth poderia voltar sem ele. Coloquei o pé no acelerador e logo já estava voando na estrada.

Agora que o dom de Jasper já não podia me alcançar, a raiva voltou a me invadir com toda a força. Os nós dos meus dedos estavam esbranquiçados de tanto que eu apertava o volante. A voz de Ayane penetrava meu cérebro com as últimas palavras que ela me dissera...

Agora era guerra.

Se ela pensava que podia enganar todo mundo e se safar com aquela pose de boazinha, então estava muito enganada. Ayane podia tentar o quanto quisesse; nunca conseguiria tirar Jacob de mim. Não importava quantas vezes ela afirmasse estar ao nosso lado, eu não confiava nela e faria Jacob enxergar isso também.

Eu mal conseguia distinguir a estrada no meio do borrão verde que eram as árvores que passavam por mim; então não entendi bem o que aconteceu nos segundos seguintes.

Uma figura branca saíra das árvores do lado esquerdo da estrada e parara no meio da mesma. Freei o carro bruscamente e o impacto arremessou minha cabeça para o painel do carro. Quando levantei o rosto, meu olhar capturou rapidamente o rosto frio e calculista que me observava a poucos passos de distância.

Emily.


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Notas finais do capítulo

Eu sei, vocês vão querer me matar depois dessa. Mas juro que vou tentar escrever o próximo o mais rápido possível, okays?

E, ah, não esqueçam de acessar o tumblr oficial da fic. Tem várias coisas legais lá, fotos, trilha sonora, biografia dos personagens...

http://sagaooutroladodalua.tumblr.com/

ps: Tentei colocar uma foto no capítulo mas acho que não saiu, me avisem se conseguiram ver, tá?



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