O Outro Lado Da Lua escrita por Marie Caroline


Capítulo 23
Não me deixe


Notas iniciais do capítulo

Heeey pessoas :))
Argh ontem eu nem conseguir postar nada pq eu fiquei o diiia inteiro sem luz acreditam?
Ainda bem que hoje já veio, uufa
Mudando de assunto, esse capítulo é bem legal. Espero que gostem! Aah a música tema dele é do The Fray - Never say never http://www.youtube.com/watch?v=Aihu16RyYp8
Comeentem seus lindos :*



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A chuva que caía lá fora demonstrava com precisão o meu próprio ânimo. Desistira de tentar comer alguma coisa e agora via um programa idiota na TV.

Minha melancolia devia-se ao fato de que eu havia – tolamente – revelado meus sentimentos a Jacob e também completava duas semanas desde que viera parar em minha história favorita.

Eu estava sozinha, já que Sue estava no trabalho e Seth e Leah estavam correndo. Continuei vendo o programa por mais uma hora quando cansei de ficar em casa. Apanhei a capa de chuva que estava pendurada atrás da porta da entrada e saí para rua.

Era uma droga não ter locomoção nenhuma a não ser andar. Mas isso não me impediu. Estava pensando em ir à praia, mas já estava ficando meio enjoada daquele lugar. Eu queria mesmo era conhecer Forks. – Apesar de tudo eu ainda era uma fã. – Mas eu não possuía carro então teria de me conformar com a praia mesmo.

Continuei andando meio que sem rumo até ouvir um barulho de carro. Estava perto o suficiente então pude reconhecer mesmo tendo água da chuva em meus olhos.

Era o Rabbit.

Arfei. Sem saber exatamente o porquê, virei para o lado oposto da direção do carro. Ouvi o carro buzinar e isso me fez caminhar mais rápido.

Sabia que estava sendo idiota, mas não queria encarar Jacob depois das besteiras que havia dito.

O ronco do motor cessou, olhei para trás e vi Jacob sair do carro.

–Droga! – xinguei baixinho virando-me.

–Ei! – chamou Jacob. – Não me ouviu buzinar? – ele chegou mais perto.

Não respondi.

–Oi? Tá me ouvindo? – ele alteou a voz.

–É claro que estou. – murmurei.

–Vamos sair da chuva, então. – ele ia indo em direção ao carro e quando viu que eu não me movi, Jacob me pegou pelo cotovelo e levou-me até o carro.

Eu ainda não fazia ideia de como agir com Jacob agora que ele sabia de tudo. Entrei no carro evitando encará-lo.

–Agatha, o que deu em você para sair nessa chuva?

–Não queria ficar em casa. – ainda não o olhava.

–E porque estava fugindo de mim?

–Como assim fugindo? – minha tentativa de disfarçar era péssima.

–Você sabe. – ele acusou. – Assim que você viu o carro saiu correndo na outra direção.

Droga, por que Jacob tinha de ser tão teimoso?

–Eu não queria falar com você, tá legal? – soltei.

–Por quê? – ele surpreendeu-se.

–Por que eu estou me sentindo uma completa idiota pelo que disse noite passada. – admiti me sentindo mais idiota ainda.

Ele suspirou.

–Ei, você não precisa se sentir assim. Você apenas disse o que estava sentindo. Nada demais. – ele sorriu despreocupadamente.

Ah claro. Tirando o fato de que ele não corresponde o que eu sinto, com certeza não é nada demais.

–Jacob, não é tão fácil para mim. – sussurrei.

–Eu sei. – ele passou o braço por sobre meu ombro. – Mas eu quero que saiba que não tem motivo para ficar desconfortável comigo.

–Sério? – fitei seu rosto.

–Sério. – Jacob beijou o topo de minha cabeça e ficamos alguns segundos em silêncio.

Ficar assim com Jacob era muito fácil. Nós éramos como dois amigos de infância que há muito foram separados e só agora se encaixavam novamente. E aqui, nos braços dele eu sabia – tinha completa certeza como o ar que entrava e saía por meus pulmões – eu estava apaixonada por Jacob Black.

E apesar de cada célula do meu corpo gritar em protesto eu sabia que teria que esquecer esse sentimento.

–No que está pensando? – perguntou Jacob de repente.

Pensei em mentir, mas lembrei-me de que ele dissera que não havia motivos para ficar desconfortável com ele, então resolvi dizer a verdade.

–Estou pensando em como está ficando difícil administrar o que sinto por você.

Jacob não disse nada.

–Sabe, foi você que disse que não havia motivos para desconforto. – eu disse meio na defensiva.

–É tem razão. – ele concordou. – Não há desconforto entre amigos. – ele disse cada palavra lentamente.

Amigos. Por que aquela palavra de repente havia se tornado minha ruína?

Separei-me de Jacob. A chuva caía mais forte lá fora, não havia percebido que ventava forte também.

–Acho que eu vou para casa agora. – murmurei.

Jacob me olhou como se estivesse arrependido do que dissera.

–Agatha... Me desculpe, eu não queria...

–Não. Não se desculpe. – cruzei os braços.

Jacob se recostou no banco do carro parecendo cansado.

–Cara, como isso foi acontecer?

Encolhi-me. Achei que ele falava de mim, e de como eu havia me intrometido em sua vida.

–Como foi que eu fui parar no lugar dela? – ele continuou.

–Como assim? – perguntei.

–No lugar de Bella. – ele esclareceu me olhando novamente. – Sabe, ela sempre dizia essas coisas para mim quando éramos amigos. E isso acabava comigo toda a vez.

Ele ainda a amava. Muito. O pior é que eu sabia que a única maneira de Jacob ser feliz novamente era com o imprinting. Afinal, a verdadeira alma gêmea dele era Renesmee. Eu estava de fora. A única coisa que eu estava fazendo era atrapalhar e causar mais problemas para Jacob.

–Jacob, você sabe o quanto eu gosto de você. Mas, deve saber também que eu não quero atrapalhar nem causar problemas...

–Você não causa problemas. – ele me interrompeu.

–Me deixe terminar, por favor. – pedi. – Eu adoro ser sua amiga, mas eu acho que vai ser mais fácil para nós dois se... – eu lutava para dizer as palavras agora. Eu tinha de ser forte, tinha de fazer isso. Ele nunca me pertenceria e eu não pertenceria a esta história... – Se eu for embora. – terminei com minha voz cortando.

–Você ficou louca? – ele alteou a voz. – Como assim embora?

–Embora daqui. Eu vou voltar para casa. – esclareci.

–Por quê? É por causa minha?

–Não exatamente. – E não era mesmo. Eu tinha uma casa, família, amigos. Não dava pra deixar tudo isso para trás se Jacob nem ao menos correspondia meus sentimentos. Eu precisava organizar minhas prioridades.

–Não, não faz isso. – ele pôs minhas mãos nas dele. – Você é minha amiga, os últimos dias têm sido melhores por sua causa. Não vá. – ele me olhou nos olhos intensamente. Se ele soubesse do poder que seu olhar tinha sobre mim...

–Jake, eu não acho que...

–Se não quiser ficar por mim. Fique por você. Agatha, você faz parte disso e, além do mais, vai se transformar em breve.

– Eu sei... – sussurrei. Mas também sabia, e não fazia ideia de como tinha essa certeza, que eu nunca iria transformar-me se voltasse para meu mundo.

–Então fique.

Como eu podia negar quando ele pedia desse jeito?

–Tem certeza?

–Claro que tenho. – sua voz era calorosa. – Eu sei que é pedir demais. Mas eu prometo que vou fazer as coisas mais fáceis para você.

Abaixei a cabeça. Eu duvidava muito que ele conseguisse isso. Mas isso não queria dizer que eu não iria deixá-lo tentar.

–Tudo bem. – funguei. A chuva estava mais forte do que nunca, as árvores se balançavam perigosamente ao lado do carro. – Jake, eu acho melhor irmos embora.

Ele olhou para fora também.

–É só uma chuvinha. – ele riu. – Mas se você quiser mesmo ir, nós podemos ficar lá na minha garagem. – ele sorriu esperançoso.

Eu queria mesmo ir, mas eu precisava me afastar de Jacob aos poucos – já que ele não me deixava ir embora. – E passar o dia com ele não era de muita ajuda com o plano do afastamento.

Por outro lado eu não queria voltar para a casa vazia dos Clearwater...

Não precisei de mais de um segundo para decidir.


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