Dusk (Sombrio) escrita por MayaAbud


Capítulo 31
Tomando Um Tempo


Notas iniciais do capítulo

"Você perto da luz
É a maior descoberta
Em um mundo cheio de erros
Você é correto
Finalmente passei pela solidão
Para o outro lado
Eu posso ser tudo aquilo que você precisava
Se me deixasse tentar"
—Katharine Mcphee, Terrified



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Jacob

Eu não tinha certeza se sentia alguma coisa aquela altura, enquanto caminhava da caminhonete para casa. O que me despertou do torpor mecânico foi o cheiro recente de Anne, trazendo em seguida à percepção de que ela estava ali. Ergui a cabeça dos meus pés afundados na terra molhada olhando em direção a casa cogitando a ideia de voltar, mas minhas pernas não pararam e me vi avançando em direção à porta.

Continuei por dentro de casa em direção a Anne, em meu quarto. Eu não sentia meu rosto, mas tive uma vaga ideia dele quando a expressão grave de Anne vacilou ao me olhar no batente porta. Ela estava sentada na poltrona, a mesma que eu estive quando... O cheiro de Renesmee me invadia pouco a pouco conforme eu respirava o ar no ambiente, minha cabeça girando pela ausência dela; tudo o que eu não queria era ver Anne agora.

—Você precisa me dar algumas explicações_ demandou ela, levantando-se e reassumindo a pose durona que lhe era tão característica.

Eu nada disse, não sabia o que dizer, ou melhor: se era o momento de dizer a única coisa que eu poderia.

—Jacob. Há muito mais comida aqui do que até você comeria sozinho_ disse ela apontando para a bandeja remexida no chão, ao pé da cama. Seus lábios tremeram pelo pranto preso: _Há uma mancha de sangue no lençol..._ Sua voz falhou, porém ela falara como se isso fosse muito óbvio. _Billy ficou muito estranho quando me viu e você sumiu durante todo o dia._ Ela se moveu me dando as costas, sem querer deixar que eu visse suas lágrimas.

—Eu encontrei isso ao pé da cama_ ela me ergueu a blusa de Renesmee, ainda de costas.

Meu peito se apertou. Eu não queria magoá-la, se houvesse uma forma... E por outro lado, tudo o que eu piamente desejava era correr para Renesmee.

—Eu sinto muito, eu não... Realmente não queria, mas..._ tentei, as palavras parecendo dizer muito pouco, repentinamente.

—Não queria o quê? Me trair!?_ Ela gritou voltando-se em minha direção, os olhos furiosos cheios de lágrimas que ela se recusava a derramar. _ Fazer sexo com outra? Por favor!

—Anne...

—Eu realmente nunca imaginei... Sério, qualquer coisa, qualquer de seus fantasmas, mas uma mulher qualquer... Em 3 dias que passei longe! No dia de seu aniversário!_ Anne soluçou, a mão indo ao rosto na tentativa de se controlar_ Porque, Jacob? O que eu fiz de errado?

—Não é nada que você tenha feito, simplesmente aconteceu, porque tinha que ser.

Ela arquejou, pasmada, a fúria novamente voltando aos olhos tristes e lacrimejantes. Um minuto inteiro se passando. Anne respirou fundo algumas vezes e voltou a sentar na poltrona, antes de dizer suplicantemente:

—Jacob, por favor, me diz que isso não foi importante, me diz que foi algo de momento, que foi... Para ter mais experiência... Um presente de aniversário. Que a gente vai superar isso_ e ela deixou-se desmoronar, as lágrimas jorrando livremente por seu rosto cheio de sinais dourados.

Avancei, ajoelhando-me diante dela sem tocá-la. Sentindo que era melhor romper logo, mesmo que eu não quisesse que fosse daquela maneira, que ela tivesse visto as provas do que houvera entre aquelas paredes.

—Sinto muito, eu queria tanto fazê-la feliz!_ fechei os olhos evitando suas orbes chorosas. _Não foi com uma mulher qualquer e não há o que fazer sobre isso, não posso fingir que nada aconteceu. Anne, eu sofri imprinting.

Abri os olhos e encarei sua expressão assustada.

—Como assim?_ sua voz algumas oitavas mais alta_ Nós estamos noivos!! Isso não pode ser verdade, como você tem certeza...?

—Anne, se eu pudesse escolher_ era difícil pensar em abdicar de Renesmee, mesmo que isso fosse uma possibilidade inexistente_ eu não escolheria deixar e magoar você. Mas eu não posso, é irreversível, irrevogável e eterno.

— O que ela tem de mais? O que eu posso...

—Anne!_ segurei-a pelos ombros_ Não há nada que possa ser feito. As coisas são como são e não posso controlar ou voltar atrás numa decisão que eu não tomei. Simplesmente aconteceu.

—Quem é ela, alguém da cidade... Ou...

­_Você não a conhece, eu não a conhecia até 30 horas atrás... Mas isso não importa! Anne, não importa.

—Está tudo acabado?_ murmurou_ Vocês estão juntos? O que vai...

—Não estamos juntos... É complicado, isso... Ela pediu que eu me afastasse..._ falei mais para mim mesmo, revivendo o momento em que Renesmee proferiu as palavras.

—E você está terminando nosso noivado, assim mesmo?_ soluçou. _Ela não quer você, Jacob... Sabe o que está fazendo com nossas vidas? _mais lágrimas. Eu levantei.

—Você não entende, nunca vai entender, mesmo que eu explique por horas... Eu não poderia continuar com você, só nos faria mais infelizes a cada dia. Eu nunca verei outra pessoa como mulher, que sentido faria?!

—Você não pode fazer isso, Jacob. Não pode!_ gritou levantando-se.

—Eu sinto muito, Anne_ e dizendo isso saí do quarto, querendo sair da casa. Correr, sentir o ar frio. Era muito para minha cabeça.

Pela reserva as pessoas refaziam seus telhados, juntavam restos de árvores, limpavam as calçadas... Eu fui, ao contrário do que meu lobo interior queria, para a oficina, havia sido um dia de trabalho perdido e eu não sabia quais os estragos da tempestade no galpão.

Para minha surpresa e desprazer Quil estava lá, com Seth, que limpava o galpão enlameado de neve derretida com uma mangueira enquanto balançava a cabeça ao som do rock em seus fones, que eu ouvia chiar de longe mesmo com as batidas de martelo que Quil fazia soar do lado de fora, eu podia vê-lo por cima da platibanda aberta, provavelmente, pelo vento. Eu queria ficar sozinho.

Seth acenou me olhando vagamente e então me olhou de novo, mais atentamente na segunda vez. Ele largou a mangueira enquanto eu entrava no escritório dirigindo-me a nossa pequena casa improvisada nos fundos em busca de calças que fossem minhas ou ao menos não fedessem a vampiros.

—Porque está cheirando a vampiro, assim?_ indagou Seth quando voltei, ele agora escorria a água para fora. Quil estava dentro agora.

—Teve um encontro romântico com um?_Quil perguntou risonho. Eu o encarei e sua expressão se nublou. _Só falei porque você não cheira como se tivesse mastigado um, mas o abraçado.

—Conheço esse cheiro?_ Seth disse com estranheza.

—Provavelmente, sim_ minha voz soou cansada enquanto eu me sentava num banco de ferro esfregando os olhos e respirando fundo, sem conseguir que minha mente ficasse limpa ou ao menos se concentrasse num só pensamento.

Meus dois amigos, que agora eu queria que não estivessem ali me olhando como se eu fosse um daqueles fornos onde frangos giram enquanto são assados_ o que quase me fez rir, uma vez que de certa forma eles sejam cachorros...

—Eu tive um imprinting_ resfoleguei, foi quase um riso, embora tenha soado um tanto ensandecido. Três longos segundos foram de inteiro silêncio e então os dois rederam-se a gargalhadas que fizeram o galpão estremecer. Ergui os olhos sentindo meu humor oscilando, de repente eu não lembrava de achar graça de nada:

—Porque estão rindo?

—Porque isto é uma grande... Confusão!!_ disse Seth controlando-se.

—Caara!! E Anne?!_ tossiu Quil ainda rindo nervosamente.

—Acabei de terminar com ela_ murmurei.

—Quem é a garota?_ Seth quis saber.

—Ela é adulta?_ Quil pareceu preocupado, mas vi empatia em seus olhos.

Eu ri sem humor.

—Eu não sei dizer... Bom, hã, sim!_ concluí que o que houve na noite anterior só poderia acontecer entre adultos e ri novamente. Eles se entreolharam como se decidissem se me internariam ou não.

—Dá pra contar toda a história ou quer mesmo que montemos um quebra-cabeça? Você sofreu imprinting, sumiu o dia todo e cheira a vampiros... Qual foi?

— Eu estava na floresta quando vi... No desfiladeiro onde minha mãe morreu, um carro rompeu a cerca de proteção e desceu girando. _Não sabia como dizer, o que era mais importante a respeito disso, para mim cada detalhe era de vital importância. _Sofri imprinting pela cria de Edward e Bella Cullen.

— “O que?”, “O monstro sugador de sangue?!” _ despejaram.

—O monstro mais doce, incrível, corajoso e lindo que já existiu, sem dúvida_ pensei em voz alta, o clamor fervendo em adoração. Eles me olhavam boquiabertos, balbuciando coisas sobre isso ser possível e se perguntando o que significava.

—Você estava com os Cullen?_ de repente Seth perguntou, animado como se falasse de velhos amigos, e me dei conta sentindo-me culpado, que esse era o caso.

—Renesmee perdeu o controle do carro por causa da estrada congelada e eu a tirei do carro que explodira depois. Ela esteve em minha casa durante a tempestade e eu a levei para casa, em Seattle, cedo, pela manhã. Foi o verdadeiro Hades com Edward lendo minha mente e vendo o que houve entre... Enfim_ me dei conta do que estava prestes a contar.

—Você é bem rápido_ Seth parecia assustado.

—Aposto que Edward pensou o mesmo!_ o olhar de Quil era reprovador. Ignorei os dois:

—Ele quis me matar e ela se interpôs entre nós..._ Meu peito se apertou com a lembrança_ Eu me transformei enquanto a tirava do caminho, Edward estava cego, ia ferí-la, mas eu fiz primeiro. Minhas garras..._ eu fitava minhas próprias mãos. Minhas unhas ainda tinham restos de seu sangue.

—Ela está bem, imagino, ou..._ Quil me olhava aterrorizado.

—Sim, sim! Ela é quase tão forte quanto um vampiro e apesar de todo o sangue a das cicatrizes, já estava bem melhor quando eu vim embora.

—Não me leve a mal, mas como você veio embora? Eu não tenho um imprinting, mas sei como vocês funcionam, Quil não largou Claire nos primeiros dois dias e precisou que o pai da menina lhe ameaçasse... Sam sofreu o diabo tendo que ficar longe de Emily...

—Sim. Mas a loura_ eu rosnei_ abriu demais a boca e contou sobre Bella. Não acho que Renesmee tenha ficado com raiva nem nada, mas pediu que eu partisse. Além disso, ela é noiva.

—Uuuhhhh!_ soou deles.

—Ela disse que não ia casar mesmo antes de vir para cá, aliás, foi para não ver o tal cara que ela veio para cidade, mas mesmo assim não me quer por perto. Disse que não consegue pensar...

—Jake, o quer dizer com “não sabe” se ela é adulta? Ela tem oito anos, não é?_ Seth recalculava.

—Sim, mas... Você precisa conhecê-la!_ eu não podia evitar soar animado_ É pouco mais alta que Bella era, bom, é. E embora passe por alguém saindo da adolescência, há algo nela, acho que os genes vampiros, que a fazem parecer atemporal. Tanto uma adolescente quanto uma jovem mulher.

Eles se entreolharam trocando sorrisos, mas logo lembrei que não tinha motivos para sorrir, por enquanto eu estava meio que condenado a aguentar tanto tempo quanto suportasse antes de procura-la.

—Não se preocupe, cara, logo você poderá procurá-la, deve ser bem confuso pra ela_ Disse- me Seth. Quil concordou.

—Mas nos devíamos sair e comemorar... Não é todo dia que alguém tem toda sua vida resolvida e explicada_ eu o encarei procurando sentido no que dizia_ Você não percebe que todos os seus fantasmas tinham uma razão para existir?

—Sim..._ suspirei entendendo, mas não era como se tudo estivesse resolvido, quero dizer, havia Anne e também o meu tempo longe de Renesmee _Vamos ao trabalho agora, ok? Não tenho cabeça para nada mais.

Tudo o que eu queria era ocupar minha mente, mas nada se mostrou muito eficiente, Renesmee estava em minha mente como uma nova função em meu corpo. Como uma grande reforma interior, tudo tomando um novo lugar recolorido.

Renesmee

O som abafado vinha de algum lugar perto me fazendo revirar na cama antes de abrir os olhos e me dar conta de que havia alguém ali. Um vulto na sacada, parecendo indistinto por trás das cortinas diáfanas. Levantei-me, a camisola longa que eu usava deslizando por minhas pernas enquanto eu me levantava em direção ao que me acordara.

Destranquei a porta que dava para a sacada e a corporatura tomou forma enquanto avançava lentamente em minha direção.

—O que você faz aqui?_ ouvi-me perguntar; minha pele formigando e o ar tornando-se denso a minha volta.

—Eu não pude... Não posso esperar mais_ sua voz era baixa e ainda assim soava sôfrega. Jacob vestia a mesma calça de brim com que saíra daqui, duas semanas atrás.

Jacob deu dois passos longos em minha direção, as mãos fortes e ásperas em minha cintura, eu tentei me afastar, mas meu corpo não me respondeu. Ao contrário, pareceu responder imediatamente ao seu toque, como se não houvesse tecido entre nossas peles, eu me arrepiei. O formigamento tornando-se vertiginoso.

—Não posso ficar longe, eu não suporto_ seu hálito quente em meu rosto e meus joelhos já não pareciam capazes de me suportar. Minhas mãos, sem comando, encontraram a pele de seu ombro. E era forte e quente como eu me lembrava. A mistura perfeita do humano e do sobrenatural, parecendo tão frágil e macia e de alguma forma irradiava força e invulnerabilidade.

Seus lábios tomaram os meus com delicadeza e seus braços me cingiram a cintura erguendo-me do chão. Ele se moveu pelo quarto até que minhas costas estavam sob o colchão. Seu peso docemente sobre o meu corpo, fazendo-me ansiar em expectativa. Suas mãos vencendo o comprimento da camisola e encontrando a pele de minha perna, segurando por trás de meu joelho e encaixando em seu quadril, eu suspirei contra seus lábios, que em seguida desceram por meu queixo, avançando para meu pescoço. Eu tremia; minhas mãos apertando e acariciando sua pele macia e forte. Jacob me apertando contra si com volúpia e num movimento indistinto, deixando-me intimamente exposta a ele, apesar de minha camisola. Um espasmo de desejo me percorreu quando percebi que tão rápido ele me possuiria, selvagem, indócil.

Eu já estava pronta quando me encontrei sozinha em meu quarto subitamente frio, ainda que minha pele parecesse mais quente que o normal e meu corpo parecesse pulsar protestando pela ausência de Jacob. Olhei para janela em busca de alguma presença... Mas não havia nada além da luz pálida do sol nascente. Respirei fundo na tentativa de acalmar minha respiração... Senti-me subitamente sozinha e vazia, triste até. E surpresa por lamentar tão intensamente que o sonho não fosse real.

Chutei os cobertores para longe com frustração, repassando meu dia mentalmente: era sábado, eu tinha duas aulas na faculdade, uma faxina pra fazer depois e uma reunião com o grupo de Cálculo Diferencial e Integral, então eu também devia passar no supermercado, pois viriam para minha casa, era a melhor opção quando a outra alternativa era o dormitório de alguém num sábado.

O sonho não saíra de minha mente todo o dia. E não era só isso, agora quando meu sonho recorrente vinha, aquele onde eu ouvia vozes e havia apenas conforto e sensações... As vozes não eram mais sons sem definição. Eu sabia muito bem de quem eram as vozes, embora uma delas fosse uma versão menos refinada da que eu conheço; a outra eu sabia que era de Jacob. Outra coisa que se tornara um tanto onírica conforme os dias passaram era o dia em que o conheci Jacob Black (minha família não tocara no assunto, acho que não queriam me pressionar). O acidente, as horas que passamos juntos... A briga em que eu intervira. As únicas razões para que eu tivesse certeza era a ausência de Nahuel, embora isso fosse quase que periódico, já que ele costumava visitar as irmãs e a tia, e isso incluía lugares inóspitos na América do Sul, na região andina, então, mais consistente que sua ausência eram as cicatrizes róseo-prateadas de meu ombro direito até o lado esquerdo de meu umbigo; eram da largura de um dedo, cada, e deviam ser quase invisíveis a olho nu, mas meus olhos eram muito bons. Era intrigante o sentimento que elas me inspiravam: marcada, não no sentido óbvio, mas como propriedade. Dele. Era uma ideia retrógrada e até repulsiva, de determinado ângulo, mas uma sensação libertadoramente ferina e cálida. Sensual, até.

Foi fácil ocupar as mãos durante o dia, mas nem as aulas de Vetores e Geometria e Física experimental mantivera minha mente longe do Black. Assim, antes que eu quisesse eu estava com a casa limpa e armários e geladeira cheia esperando as meninas para montar o trabalho de Cálculo com todos os gráficos malucos.

Jen, Karen, Jéssica, Julie, Lily, e eu estávamos reunidas a minha sala de estar com lep tops, livros e gráficos espalhados juntos de sorvete, pipoca e refrigerante. Eu não sei como começou, mas quando me dei conta, Karen, que discutira comigo sobre o resultado do último trabalho, falava sobre sua vida sexual.

Certamente fiquei vermelha com alguns detalhes, e de repente todas estavam dando palpites e contando detalhes... Céus! Aquelas garotas eram quase piores que Emmett...

—Querem apostar mesmo?_ indagou Julie fora de contexto, provavelmente continuando alguma conversa anterior, olhando no rosto de todas e por último a mim. Todas aquiesceram.

—Você é virgem, não é?_ demandou Karen com ares de sabe-tudo, os olhos verdes, penetrantes.

—Eu?_ meu rosto esquentou e ouvi um carro na rua, entrar no quintal; faltavam dois dias paras minhas revistas científicas chegarem e eu não podia levantar e evitar o assunto porque nem uma delas podia ouvir o mesmo que eu.

Todas riram, algumas com escárnio, outras com benevolência.

—Não. Eu não sou virgem_ declarei, não com orgulho, mas com petulância.

—Mas então é recente_ especulou Julie enquanto o carteiro tocava a campainha. Revirei os olhos ignorando-a e levantei para atender a porta.

—Black?!_ mentalmente eu estava gaguejando seu nome enquanto ele sorria aquele sorriso fácil e brilhante, que era mais desconcertante do que eu me lembrava, os olhos cheios de contentamento. Ele usava jeans e um pulôver bege por baixo da jaqueta preta inútil, já que ele era um aquecedor ambulante.

—Renesmee_ ele disse meu nome lentamente, saboreando cada sílaba enquanto seus olhos de noite perfuravam os meus.

Suas mãos, que até então, estavam cruzadas as costas, revelaram-me um presente: dentro de uma caixa de acrílico transparente havia um lindo bolo floresta negra. Meu favorito. Abri a boca para dizer qualquer coisa, mas meu cérebro não parecia executar as funções normalmente, tudo que eu conseguia pensar era nas meninas falando de sexo na sala e transferindo a conversa para a minha visita, que ocasionalmente era o lobisomem com que eu transara pela primeira vez e com quem eu tinha uma complicada conversa pendente.

As sobrancelhas grossas de Jacob ondularam enquanto ele parecia decidir algo e então ele entrou. Quanto tempo passou desde que abri a porta?! Três segundos? Eu ainda estava atordoada com a porta aberta quando as garotas o olharam em cheio. Respirei fundo fechando a porta e minha mente clareou, eu não me reconhecia.

—Jacob, essas são Jen, Karen, Jéssica, Julie, Lily_ apontei respectivamente enquanto elas acenavam animadas.

—Porque não nos apresentou antes?_ indagou-me Karen levantando-se e vindo pessoalmente cumprimentá-lo.

—Hã... Jacob é um amigo da família. De minha mãe_ falei sentindo-me ridiculamente confusa e incomodada enquanto ela e Jacob trocavam um aperto de mãos e ela o olhava como se ele fosse um enorme brigadeiro numa vitrine.


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Notas finais do capítulo

Não é um dos melhores, mas fiz o melhor que pude e eu as recompensarei.
Perdoem-me o atraso.