No capítulo anterior...

Pareceu que ela demorou horas que chegar remotamente perto de onde estávamos e faltando alguns passos, ela pareceu se irritar profundamente e começou a pisar na grama com o pé todo. E quando chegou perto de nos, o salto dos dois pés afundaram na grama e ela caiu de cara no chão.

-        Oh meu Deus – eu e Rosalie gritamos.

Na verdade eu não sei se dou risada, ou se tento ajuda-la a se levantar. Rosalie pegou por um dos braços dela e eu pelo outro, mas Bella ergueu um dedo.

-        Deixem-me morrer aqui – ela murmurou com a voz abafada.

ALICE POV:

-        Para de brincadeira, você não pode morrer no meu jardim – revirei os olhos erguendo ela.

-        Estou com gosto de terra na boca – Bella resmungou enquanto cuspia e seu rosto estava parecendo uma pimenta.

Quando ela ficou em pé e tirou a grama da roupa, nem colocou o sapato nos pés novamente com medo de cair ela ficou de frente com meus primos.

-        Bella, esses são Jasper e Rosalie Hale meus primos – apresentei com um sorriso no rosto.

-        Você sempre faz isso? – Jasper perguntou rindo.

-        Geralmente – Bella deu de ombros, mas mesmo assim seu rosto voltou a ficar vermelho.

Passou mais ou menos meia hora e meus primos entraram em uma conversa aparentemente amigável com Bella, parece que com a vergonha que passou esqueceu-se de ser hostil com as pessoas. Isso talvez seja bom. 

-        Eu sei que pode parecer estranho... Mas meu irmão foi embora sem mim – Bella começou a falar – Ok, isso não é nada estranho vindo da minha pessoa. Mas eu preciso de carona.

-        Porque seu irmão te deixou? – Edward perguntou curioso.

-        Porque eu fiz algo errado com ele nerd. Agora o Emmett está todo magoado comigo – ela parou pra pensar um pouco – Na verdade acho que irritado define melhor.

-        Meu nome é Edward – meu irmão falou revirando os olhos.

-        Seu nome é complicado de lembrar, nerd é mais pratico e rápido – ela deu de ombros.

-        Ok, Edward leve a Bella pra casa – falei sorrindo.

-        Porque eu?

Suspirei. Eu já estou percebendo o que está acontecendo aqui, Isabella mesmo que seja inconscientemente sente algo por meu irmão, nem que seja lá no fundo bem no fundo mesmo. Já Edward sente algo por ela e ele sabe muito bem disso.

-        Porque eu estou pedindo! – encarei-o seriamente.

-        Tudo bem fica me devendo uma – ele murmurou com um sorriso forçado no rosto.

-        Algum dia você vai me agradecer – sorri pra ele.

-        Vocês podem parar com isso? – Bella perguntou fazendo careta – Estão me deixando com medo.

-        Ok, vamos vou te lavar pra casa – Edward falou suspirando.

-        Obrigada – Isabella parou na minha frente e com certo receio colocou a mão em meu braço por alguns segundos – Festa muito boa, pena não poder ficar mais – e saiu, seguindo meu irmão.

Impressão minha ou ela ficou sem jeito ao falar isso? 

BELLA POV:

A vida realmente nos prega peças, nunca que eu iria me imaginar em uma situação dessas. Ir à festa de pessoas que eu conheço há uma semana e pior, pessoas que eu nem ao menos gosto. Tudo bem que eu não tenho nada contra Carlisle e Esme me pareceram boas pessoas. Ok. Devo admitir que Alice esteja me surpreendendo com seu jeito insistente em se tornar minha amiga e o nerd, sei lá não tenho uma opinião formada sobre ele.

Tirando alguns momentos em que eu explicava o caminho que o nerd deveria pegar para chegar até minha casa o resto do caminho foi um estranho e longo silêncio. Uma coisa muito incomoda devo ressaltar, mas um pensamento assustador me tomou.

E se Emmett resolver contar que fiquei em detenção dois dias? Que fui parar no hospital e que o fiz mentir por mim?

Adeus vida. Renée iria me dar um sermão de horas, Charlie me olharia decepcionado e eu com certeza ficarei de castigo até o próximo milênio. Emmett não faria isso comigo afinal foi apenas uma garota, não é mesmo? Ele faria isso sim.

-        Bella? Chegamos! – ouvi a voz do nerd.

-        Ah, obrigada – murmurei atordoada com os pensamentos – Obrigada pela carona.

-        Você está bem? – perguntou preocupado.

-        Sim, estou sim. Tchau – desci rapidamente do carro dele.

Andei o mais lentamente que pude até a porta, tentei abri-la sem fazer muito barulho. Meu coração batendo tão forte no peito que até parece que a qualquer momento alguém irá ouvi-lo. Esperei que a luz se acendesse e Renée aparecesse em meu campo de visão com um olhar raivoso, mas nada aconteceu, fui até a cozinha e tomei um copo d’ água pra tentar acalmar o coração.

Subi para meu quarto e mesmo assim ninguém me surpreendeu em lugar algum da casa, acho que Emmett não falou nada, afinal. Tirei meu vestido rapidamente e soltei meus cabelos, caí na cama apenas com a roupa de baixo mesmo. O esforço pra andar na ponta dos pés foi tão grande hoje que acho que sou capaz de dormir um mês inteiro.

Dormi rapidamente apenas imaginando como vou fazer pro Emmett me desculpar.

Meu domingo começou estranhamente calmo e preguiçoso, o que não é nenhum pouco normal afinal Renée fica em casa aos domingos. O que significa que eu não posso dormir depois do meio dia. Olhei meu relógio e quase enfartei ao perceber que são quase quatro horas da tarde. OK, onde a minha mãe foi?

Desci as escadas rapidamente e encontrei meus pais sentados no sofá assistindo filme com uma tigela de pipoca entre eles. Semicerrei os olhos confusos e desconfiados, subi as escadas novamente esperei um minuto e depois desci de novo e os dois continuavam na mesma posição.

-        Algum problema? – Charlie perguntou sem tirar os olhos da TV.

-        Isso é alguma brincadeira bizarra pra me assustar? – perguntei preocupada – Porque vocês estão conseguindo.

-        Não estou entendendo – consegui chamar a atenção de Renée.

-        Vocês nunca me deixam dormir até tão tarde! – joguei os braços pra cima – E nunca estão parados em um domingo.

-        Ah isso – eles deram de ombros – Você limpou toda a casa ontem e foi na festa dos Cullen, resolvemos deixar você descansar. E seu sono deve ter sido muito pesado mesmo pra não perceber que está chovendo! – Charlie riu.

-        Ah – resmunguei indo pra cozinha, voltei rapidamente – E cadê o Emmett?

-        No quarto dele.

Suspirei, preparei um sanduiche pra mim e peguei um coca. Subi novamente para meu quarto imaginando como vou fazer pra me desculpar com meu irmão, afinal de contas ele gostava tanto assim daquela garota? Bufei irritada.

Depois de devorar meu sanduba fui até o quarto do meu irmão e bati varias vezes na porta.

-        Quem é? – sua voz saiu abafada por trás da porta.

-        Sou eu – falei.

-        Não quero papo com você – ele disse e sua voz ficou distante.

-        Qual é Emmett, abre aqui e deixa-me falar com você! – fiquei batendo mais algumas vezes, mas ele não abriu e não me respondeu mais.

O resto do meu domingo foi um tédio, assisti dois filmes com meus pais. Tomei um banho e acabei por dormir rapidamente.

Uma semana depois...

Emmett ainda não falou comigo, não me deixa explicar meu lado da história e pra ser sincera faz alguns dias que larguei mão de ir atrás dele. Mas mesmo que meu irmão seja cabeça oca e me faça passar vergonha eu não gosto de estar mal com ele, sabendo que ele está magoado comigo.

Aqueles dois Jasper e Rosalie Hale primos dos Cullens entraram na escola e deu o que falar, Mike arrumou mais um para infernizar a vida e agora são dois contra mais ou menos uns quinze. Essas atitudes me deixam extremamente irritadas, o que eles fizeram para esses caras?

Enquanto estava andando pelo corredor senti braços fortes me puxar até o armário de vassouras e me prensar contra a parede. Jacob. Sua boca encontrou a minha rapidamente e nossas línguas começaram a travar uma guerra contra a outra, seus braços mantinham nossos corpos grudados e seu corpo mantinha o meu colado a parede. Quando precisamos de ar, sua boca percorreu meu pescoço me deixando completamente arrepiada, mesmo ofegantes voltamos a colar nossos lábios. Jacob puxou minhas pernas, tirando meus pés do chão e entrelaçando em sua cintura, onde já tem um volume considerável me esperando.

Uma parte da minha cabeça sabe que estamos no armário de vassouras da escola, que a qualquer momento alguém pode nos encontrar aqui. Mas o outro lado, aquele que adora uma adrenalina está tão concentrado nesse momento que nada mais importa. Jacob começou a puxar minha camiseta pra cima enquanto eu deslizei minha boca até seu pescoço e mordi, ele soltou um gemido baixo.

E quando ele estava quase tirando minha camiseta ouvimos a voz de Emmett do lado de fora da porta.

-        E eu lá sei cara, aquela inspetora me mandou vir pegar a vassoura e limpar a bagunça da sala – ele disse indignado e eu olhei pro Jacob assustada.

-        E agora? – sussurrei.

-        Fica escondida aqui, te mando uma mensagem quando for seguro sair – ele disse e me colocou no chão.

Tentou desamassar a roupa e ajeitar os cabelos, pegou uma vassoura e saiu.

-        Jacob? – ouvi meu irmão perguntar curioso – O que...?

-        Teve uma guerra de bolinhas de papel na minha sala, então sobrou pra mim vir pegar a vassoura – pelo tom de voz ele estava revirando os olhos.

-        Comigo também, saia da frente da porta preciso pegar uma vassoura – meu irmão disse.

-        Pode pegar essa – Jacob falou nervoso.

-        Você vai ter que levar essa pra sua sala – meu irmão falou impaciente.

-        Eu não – Jacob disse rápido demais – Eu estava guardando ela quando ouvi você chegando, então resolvi trazer pra você.

-        Ok então – meu irmão disse confuso.

Revirei os olhos, depois dizem que eu minto mal. Olha só Jacob Black tem tanto medo do meu irmão que fica burro até pra mentir, mas como Emmett não é dos mais inteligentes nem desconfiou de nada. Dez minutos depois recebi uma mensagem de texto.

“Pode sair agora” Jacob mandou. Claro, porque agora eu já perdi a aula inteira.

Abri a porta lentamente e como não ouvi ninguém me questionando sobre o que eu estava fazendo ali, percebi que não havia ninguém no corredor. Fechei a porta e quando fui à direção oposta da minha aula, trombei com alguém.

-        Poxa vida, um dia desses eu quebro meu nariz – murmurei com a mão no nariz.

-        Desculpe – ouvi aquela voz e olhei rapidamente pra cima.

-        A não, de novo? – perguntei retoricamente.

-        Já pedi desculpa – falou o nerd.

-        Tudo bem – com nossa batida ele deixou cair seu caderno e várias folhas voaram dele, me abaixei pra ajudar a recolher, percebi muitas questões de álgebra resolvidas – Nossa. Você é bom em álgebra! – exclamei.

-        Sim, é fácil – ele deu de ombros.

-        Você só pode estar de brincadeira comigo – murmurei chorosa – Essa matéria é terrível.

-        Falando nisso porque você não esta em sua sala? – ele perguntou me examinando.

-        Não te interessa.

Sai rapidamente entrando no banheiro feminino, nerd abusado esse. E eu pensando que ele era tímido. Fiquei me encarando no espelho e vendo o desastre que Jacob me deixou, minha camiseta toda amassada, meus lábios inchados e vermelhos. Meus cabelos tão desgrenhados que poderiam me confundir com uma das vassouras.

Comecei a pentear os cabelos com os dedos e percebi que tem mais nos do que era previsto. Eu vou matar o Jacob, além de me fazer perder a aula, me leva pra um armário de vassouras, amassa minha roupa, me faz passar por um sufoco e me deixa descabelada. Se bem que o amasso que demos lá dentro valeu o risco, mas mesmo assim.

Quando o sinal bateu anunciando o final da aula, eu pude – finalmente – sair do banheiro. Andei pelo corredor calmamente e quando cruzei com o Jacob ele me lançou um sorrisinho malicioso, que obviamente foi correspondido por um mais malicioso ainda da minha parte. Mas logo atrás do meu amigo pra todas as horas, estava o nerd que está me olhando de forma pensativa. Com os olhos semicerrados.

OK. Não gostei disso.

Entrei em minha sala e me acomodei em uma das ultimas carteiras. Os alunos entraram e se acomodaram rapidamente, nossa professora entrou já falando pra abrir o livro em determinada página, fiz isso com a maior alegria do mundo, pois assim posso dormir. Coloquei o livro aberto em pé e me debrucei, assim ela não conseguiria me ver.

Quando pensei que teria um minuto de paz, alguém bateu na porta e entrou.

-        Com licença professora, mas preciso falar com Isabella Swan! – ouvi a voz de Felix ecoar pela sala.

-        Qual é de novo? – perguntei erguendo minha cabeça.

-        Venha comigo Isabella! – ele disse apontando pra porta.

Resmungando me levantei e sai, minha professora me olhando como se eu fosse alguma marginal. Mas ninguém da muita bola pra ela, já que a mulher é meio pirada.

-        Vamos lá Felix, desembucha do que fui acusada dessa vez? – perguntei colocando as mãos na cintura.

-        O diretor quer falar com você! – ele respondeu, me puxando pelo braço.

-        DE NOVO? – gritei sem conseguir me conter.

-        Pare de gritar, ou então te mando para a detenção.

Armei o maior bico que pude além de me atrapalharem no meu cochilo de beleza, ainda quer me mandar pra detenção. Se eu fosse eles pensaria muito bem antes de fazer isso de novo, afinal, da ultima vez fui parar no hospital. Detenções são literalmente perigosas.

Entrei na sala do diretor sem bater, devida a minha tamanha raiva.

-        Perdeu o pouco de educação que tinha senhorita Swan? – querido e amado diretor perguntou sarcasticamente.

-        O que o senhor quer comigo dessa vez? – perguntei diretamente enquanto me sentava.

-        Já que a senhorita quer ser direta, vou logo falando. Está a um triz de reprovar – quando ele disse isso eu errei o lugar da cadeira e cai de bunda no chão.

-        AI... – gritei e levantei-me rapidamente massageando meu bumbum – Como assim eu estou quase reprovando? Posso me meter em confusões, mas minhas notas são boas.

-        Menos suas notas de álgebra. Você não entrega trabalhos e deixa provas em branco – ele disse lendo as anotações do meu professor – Ou a senhorita se empenha mais, ou acabará reprovando.

-        E como diabos eu vou do nada aprender álgebra? Como do nada vou conseguir nota? – perguntei revirando os olhos.

-        Olha o palavreado mocinha. Pague aulas particulares – ele deu de ombros.

-        Não tenho dinheiro pra isso – falei quase chorando.

-        Então sugiro que você procure em algum de seus colegas, algum que esteja disposto a lhe ajudar a entender esta matéria. Caso contrario a senhorita estará reprovada – ele disse calmamente – Pode voltar pra sua sala agora.

Sai rápido da sala dele, com certeza esse diretor de meia tigela está se divertindo as minhas custas. Todos que eu conheço odeiam álgebra tanto quanto eu... Como vou conseguir aumentar minhas notas? E como diabos vou aprender alguma coisa? Não conheço ninguém que entenda essa maldita matéria.

Pensa Isabella, o que você vai fazer agora?

Mas como uma luz no fim do túnel me lembrei de que eu conheço alguém que entende essa matéria sim e eu trombei com ele hoje mesmo. O nerd. Sorri presunçosa. Mas será que ele me ajuda? Ah claro que ele ajuda, até na festa da família dele eu fui.

(...)

-        Nem pensar – o nerd falou pela quinta vez.

-        Ah qual é, me ajuda – falei quase implorando de joelhos.

-        Vai pedir ajuda pros seus amigos! – ele revirou os olhos enquanto colocava um livro novamente na estante da biblioteca.

-        Nenhum deles entende essa matéria e além do mais, pense nos nossos momentos juntos – falei com o ultimo golpe de esperança.

-        Que momentos juntos? – ele perguntou incrédulo.

-        Aquele da hora do almoço no seu primeiro dia, da biblioteca quando ficamos presos aqui, no hospital, na festa da sua família, da sua carona – falei com um sorriso forçado no rosto.

Ele ficou me olhando por um bom tempo, examinando minha expressão e provavelmente lembrando-se dos momentos que eu citei. Talvez pensando nos prós e nos contras de me ajudar com essa matéria, mas seu rosto sem expressão alguma não me ajuda em nada a deduzir o que se passa na cabeça dele.

EDWARD POV:

Isabella Swan veio me pedir um favor, ajudar ela a entender álgebra. Mas estou com tanta raiva que não sei se posso, não sei se quero ajuda-la. Estou com raiva porque eu a vi entrar naquele armário de vassouras com aquele amigo dela, eu sei muito bem o que aconteceu lá dentro.

Quando trombou comigo no corredor, estava desnorteada e toda amassada. Minha vontade foi de jogar na cara dela que aquele tipo de atitude não leva ninguém a lugar nenhum, que ficar se agarrando as escondidas com um amigo não dá futuro.

Mas eu sei o que é isso. Ciúmes. Eu estou completamente apaixonado por essa garota impulsiva e destrambelhada, desde o momento em que a vi na sala de aula seus olhos não saíram de minha mente. E depois dela ter me defendido aquele dia eu simplesmente me apaixonei.

Mas ao vê-la entrar naquele armário de vassouras com outro e ao vê-la sair de lá toda amarrotada uma fúria tão grande me possuiu que minha primeira reação ao pedido dela foi recusar. Porém ela disse “pense nos momentos que tivemos juntos” e começou a citar esses momentos, mas minha cabeça já está em outro lugar. Os momentos que podemos ter juntos se eu aceitar ajuda-la.

Fiquei encarando-a por bastante tempo e a expressão dela é tão hilária que eu estaria rindo se não fosse um momento sério.

-        Tudo bem. Vou ajudar você! – falei suspirando.

-        Ah, muito obrigada – soltou um gritinho e pulou no meu pescoço me abraçando forte.

Sorri com isso.