Bella.

Olhei para a minha imagem refletida no espelho e senti raiva e ao mesmo tempo pena de mim, mas um jantar desses e eu explodiria. Fechei os olhos tentando imaginar como seria minha vida ao lado de Edward com certeza feliz, a muito tempo eu não sabia oque era ser feliz, minha vida vai de mal a pior. Maldito o dia em que fiz oque meu pai mandou, na época era necessário eu não poderia destruir minha família, mas céus, eu juro que se tivesse mais uma chance eu nunca teria dito adeus ao meu amado Edward.

– Filha adivinha quem vem passar um tempo conosco – mamãe entra no quarto eufórica, dando pulinhos e batendo palmas despertando-me de meu devaneio.

– Quem mamãe? – perguntei sem o mínimo interesse.

– Vovó Meg, ela vai ficar aqui enquanto a casa dele vai ser reformada – vovó era do tipo da mãe de Jacob, um pouco chata.

– Ah que legal, vira apenas ela ? – perguntei torcendo que sim, só faltava ela trazer o primo John junto, garoto insuportável.

– Bom...Melissa vem junto, você se lembra dela ? – mamãe perguntou tensa, senti que havia ficado estranha.

– Ah sim, Melissa a filha da falecida prima Elisa, há muito tempo não a vejo – seria bem legal ter uma criança em casa, alegraria o ambiente tenso.

– Ela mesma, espero que Jacob não se importe de ter uma criança na casa.

– Essa casa é minha, e eu não me importo nem um pouco, alias com quantos anos melissa está?

– Creio que acabou de completar seis, não sei exatamente – mamãe disse fitando estranhamente o nada.

– Céus o tempo passa muito rápido, a ultima vez que eu me lembre de que a vi ela tinha três aninhos de idade.

– Pois é querida, e você e Jacob quando vão aumentar a família?

– Mamãe já lhe disse oque penso sobre isso – passei a mão pelo meu ventre vazio.

– Jacob vai querer pelo menos um herdeiro.

– Eu não posso dar um filho a ele.

– Claro que pode você é uma moça nova, ainda há muito tempo – insistiu.

– Eu não quero mamãe, chega desse assunto, isso está fora de cogitação.

– Você sabe que uma hora ou outra ele vai quer um filho.

– Então ele que procure outra mulher.

– Bella ! – mamãe exclamou irritada.

– Mãe, dá licença eu preciso terminar de me arrumar.

Terminei a maquiagem e acertei aos últimos detalhes, estava pronta para encenar o teatro de família perfeita e feliz a que fui submetida.

– Oque estão cochichando? – perguntei enquanto descia as escadas.

Nada, apenas da visita da vovó Meg – meu pai apressou-se em dizer.

– Ah sim, estou muito ansiosa para recebê-las aqui.

– Eu espero que essa criança seja peralta. – Jacob disse enquanto ajeitava sua gravata.

– Ora, algumas crianças são naturalmente peraltas.

– Vamos estamos atrasados, não há tempo para ficar discutindo assuntos inúteis – Jacob disse como sempre muito hostil.

Era cada vez mais difícil aceitar as reclamações e chatices de meu marido, (marido) essa palavra me soava tão estranho, sinceramente não considerava Jacob um marido, ele era apenas uma obrigação que eu tinha que cumprir, me lembro como se fosse hoje do dia em que parti o meu e o coração de Edward em mil pedaços.

Era mais uma tarde linda e ensolarada de verão, o sol ainda brilhava forte pronto para logo se por, e Edward meu abraçava, estávamos sentados na campina rodeados de flores, meu coração palpitava forte, as palavras queriam sair de minha boca, mais eu não conseguia, tirei forças de não sei da onde e comecei a falar.

– Edward, eu quero lhe dizer algo importante.

– Diga minha Bella – o abracei forte, aspirando seu cheiro gostoso.

– Eu..Bom..Nos..A gente, vamos ter que nos...Separa – eu disse sem eu mesma acreditar nas palavras.

– Oque? Bella pare com essas brincadeirinhas de mau gosto – as lágrimas já molhavam meu rosto e Edward viu que não era brincadeira, era a pura realidade.

– Não...Bella porque ? Não meu amor, eu te amo – levantei-me afastando.

– Voce sabe que meu pai não aceita nossa relação, estamos passando por uma crise na empresa e é necessário que algumas coisas mudem.

– É pra isso é preciso que me deixe?

– É preciso meu amor, mas eu prometo que um dia a gente vai se encontrar,eu vou estar livre, é só por um tempo.

– Quanto tempo? – perguntou-me desanimado

– Alguns anos.

– Anos ? Não Isabella.

– Não torne as coisas mais difíceis, eu te amo mais que a minha própria vida – fui até ele e beijei seu rosto encharcados em lágrimas , sai dali correndo antes que eu desistisse e voltasse atrás, infelizmente eu teria de fazer oque meus pais queriam, eu não poderia prejudicar minha família.