–A Laura é uma ótima filha, e não é mentira. – minha mãe indagou.

–Isso é verdade, ela ajuda, é responsável, tem juízo, ela é maravilhosa. – meu pai continuou.

–e é uma ótima namorada também. – o Roberto disse e todo mundo riu.

–o Ro é maravilhoso, também. Não tenho o que reclamar... – minha sogra falou.

–Verdade, esse Roberto é bom demais pra ser verdade. Ele é o filho perfeito, e tal... mo chatice. – o Ricardo, meu cunhado, falou e deu um tapa na cabeça do Ro.

–Ricardo, comporte-se na frente das vizitas.

–é inveja mãe. – o Ro riu e abraçou o irmão.

–você já namorou antes, Laura? – meu sogro perguntou e eu fiquei morrendo de vergonha do que dizer.

–apenas uma vez... – eu falei e dei uma garfada.

–o Ro já namorou duas meninas, mas foram uma pior que a outra. Pelo o que ele fala de você, você é diferente das outras, e isso é bom, pois se fosse igual já seria contra e nem estaria aqui. – sinceramente fiquei com medo, mas não demonstrei. Acho.

–o meu namorado era legal, mas ele ficou muito popular e o orgulho tornou-se maior que tudo, daí não consegui e terminei.

–você é a ex do Pedro, não é? – o Renato falou e o Roberto quase o matou com os olhos.

–Sim.

–ele é a inspiração dos meninos da minha sala, mas não vejo nada de mais nele...

–ele é uma boa pessoa. – sorri e dei a ultima garfada.

–vamos mudar de assunto, por favor? – o Roberto disse irritado.

–só mais uma pergunta sobre isso, querida – minha sogra tornou a falar. – ele e você... sabe... é...

–MÃE! – o Roberto gritou e saiu da mesa.

Pedi licença e me retirei também, indo atrás dele. Que se trancou no quarto... fiquei tentando por horas entrar e falar com ele, mas ele não quis abrir pra mim. Então mandei uma mensagem pra ele, escrita em um papel, passando assim por debaixo da porta. ‘’Ro, pra que isso? Você sabe que eu sou sua, totalmente, de corpo, alma e coração. Pra que esse ciúmes? Você é tudo pra mim. Eu amo você. Sua Lalala.’’

Fui ate a sala, onde a minha sogra estava pedindo perdão, e pelo o que eu percebi era pela centésima vez.

–mãe, vamos pra casa? – perguntei educadamente, mas com os nervos a flor da pele.

–claro, meu bem. Foi um prazer conhecê-los. Até logo.

O Ricardo abriu a porta com uma cara de arrependido e logo saímos. Minha mãe não sabia o que dizer pra me confortar, muito menos meu pai...

–Você falou com o Roberto? – minha mãe iniciou a conversa, quebrando o silencio no carro.

–ele não abriu a porta.

–sei que vai dar certo. – meu pai disse.

–vai, pai, eu sei.

No mesmo momento meu celular tocou e vi que era o Roberto e por isso não hesitei em atender.

–alô?

–oi, da pra você me encontrar na praia? Mas não conta pra ninguém.

–ta bom, Babi. Beijos... – desliguei o telefone. – Mãe, vou ter que ir na casa da minha colega ver um negocio para o trabalho ok? Pode me deixar na praia? É bem pertinho.

Eles me deixaram na praia e seguiram. Fiquei no quiosque que sempre íamos, e ele apareceu rapidamente. Não me beijou, não me abraçou não fez nada.

–eu só vim pra fazer a mesma pergunta da minha mãe.

–não aconteceu nada entre nós dois, além de beijos, Roberto. E mesmo se tivesse acontecido, isso seria passado, pois meu presente e meu futuro é você.

–o seu o passado, presente e futuro me deixam com ciúmes, Laura... tudo, tudo... você é tudo pra mim, mas sei lá, eu tenho medo de te perder. Tem tanta gente na sua escola, maravilhosa que tenho medo de você preferi-las.

–se eu to com você, eu não quero mais ninguém, Roberto. Entenda isso! E o povo da minha escola tem a cabeça muito infantil, não acompanha os meus pensamentos, com você é diferente, nos completamos e pensamos igual também.

–tenho que pensar, Laura.

–Pensar? – quase gritei, mas contive. – Pensar em que? Depois de tudo que eu falei, Roberto? Caramba, viu... – me virei e sai andando. Ele me gritou algumas vezes mas eu não liguei, pois seria pior pra mim.