Start Of Something Good. escrita por story4you
Acordei e vi tudo branco. Ouvi ao fundo um barulho de soluço de alguma moça, comecei a procurar então. Vi minha mãe agarrada na Leticia.
- o que está acontecendo? – tentei falar, saiu um som baixo, minha voz fraca. Não entendia nada.
-graças a Deus, graças a Deus. Obrigada meu senhor!
-calma mãe. Vou chamar o medico. – a Leticia olhou pra mim, sorriu e saiu por uma porta.
-o que está acontecendo? – tentei falar novamente.
-você não se lembra meu amor? – minha mãe acariciou a minha cabeça e então lembrei.
Lembrei da dona Valquiria freando o carro, e depois a gente capotando, mas só isso.
-um pouco.
Vi o medico entrando e ele pediu pra minha mãe se retirar. Ele sorriu pra mim e colocou uma lanterna nos meus olhos, pediu pra eu olhar para os lados quando ele mandasse depois me fez uma serie de perguntar e eu tentei responder. Então ele pediu para que minha mãe entrasse no quarto e começou a falar.
-ela está bem. Está se recuperando... não force a memória, deixe que ela vá lembrando devagar. – ele falou, apertou a Mao da minha mãe e saiu.
-você ficará por alguns dias aqui ainda, meu bem. Vamos para casa depois.
-mãe, quando eu voltar, não faça festa, ok?
-tudo bem, meu amor. Sua vó quer vê-la. Vou sair e depois volto. – ela beijou minha testa e minha vó entrou. Ela estava chorando e não poderia acalma-la.
-oi vó.- sussurrei na medida que pude.
-você nos assustou, querida. Não faça isso de novo.
-alguns devem ter dado graças a Deus.
-tipo quem?
-mae do meu ex.
-a moça que dirigia? – ela perguntou e eu apenas afirmei com a cabeça. – sua mãe não contou? Ela não resistiu meu amor, ela faleceu na hora. A batida atingiu a cabeça. Ela bateu muito forte no caminhão que atingiu vocês.
Fiquei sem reação. Apenas isso.
O medico me deu alta logo no outro dia, já voltei pra casa e minha mãe disse que alem do Gustavo, minha vó e uma tia solteira minha nos ajudaria na minha recuperação.
Eu ainda estava com dor de cabeça, mas nada melhor do que estar em casa. No quarto, apenas você e seu namorado que tanto ama. Ele colocou musica no notebook e sentou ao meu lado.
-esse cd é novo? – perguntei.
-é pra minha nova coleção.
-mas você já tem o que, 50 cds.
-só isso!
-ok né... mas esse rock até que não é chato.
- Jeito Moleque que é legal né? – ele me abraçou e me deu um beijo no rosto.
-para de falar mal do que eu gosto. Você não pode me contrariar. To dodói. – fiz biquinho e ele o beijou.
-desculpa, jeito moleque é tudo o que há. Ta bom assim?
-aff, bobo! – beijei ele, mas minha mãe interrompeu, nos trazendo biscoitos e suco. – obrigada, mamãe.
-adiamos o casamento. Será daqui a um mês para sua total recuperação. Então vá com calma, ok?
-ual mãe! Vou demorar bastante, pois quero atenção só pra mim.
-Larga de ser idiota. Tchau. – ela disse e fechou a porta do meu quarto.
-viu, boboca? – ele fez cócegas em mim.
Ficamos nos beijando e fazendo carinho um no outro. Conversamos bastante até que o Gu dormiu. Fiquei vendo novela e fazendo cafuné nele.
-Laura, você tem visitas. – minha tia falou.
Levantei com cuidado para não acordar o Gu. Desci a escada na maior calma e com um pouco de dificuldade. Quando cheguei na sala o Roberto estava lá. Sentando com um buque de rosas vermelhas na mão e a Luiza no colo.
-oi. – sussurrei, fingindo estar com problema na voz.
-vem Luiza, me ajuda a fazer bolo pra visita. – minha tia arrastou a Lu e me deixou a sós com ele.
-meus sentimentos pela sua mãe.
-todos estão te culpando, mas sei que você não tem nada a ver.
-o caminhão passou no farol vermelho. Depois disso não sei de mais nada. Eu estava apreensiva, querendo ir pra casa. Apenas isso.
-que bom que você não está tão mau. – ele tirou uma mexa de cabelo da frente do meu rosto e colocou atrás da minha orelha. Só sorri. – eu ficaria péssimo se algo pior acontecesse com você.
-é, eu também ficaria. – o Gustavo surgiu. – mas eu estou fazendo de tudo para a recuperação da MINHA namorada. – apertei os olhos e fiquei olhando pra baixo. O Gu me abraçou e nem vi a reação do Roberto.
-calma, parceiro. Só vim...
-não interessa, meu chapa. Vaza daqui! Você acha que ela vai ficar boa com a sua presença?
-Gustavo! – falei.
Eles começaram a se encarar, se enfrentar e eu comecei a gelar. O Roberto jogou as flores no chão e empurrou o Gustavo, que retrucou. Eles começaram a se socar, dar chutes, aquela coisa cafona que meninos sempre fazem.
Pedi para pararem. Não rolou... o único truque que poderia resolver, lembrando que não conseguiria gritar por socorro, foi me jogar no chão. Me joguei com cuidado e o Roberto veio cuidar de mim.
Ele se ajoelhou do meu lado e pediu para que eu acordasse. O Gustavo empurrou ele e fez o mesmo.
-eu to bem. Só queria que aquela bosta parasse. Agora eu peço que os dois vão embora. Quero ficar sozinha.
-amor, mas...
-sem mais Gustavo. Só vai embora. Para de ser idiota, você sabe que eu odeio isso. Você também, né Roberto? Então.
-eu não vou embora amor. Ele que começou.
-Gustavo, para! Tchau. E Roberto, quero falar com você.
-você vai falar com esse merda ainda?
-acalme-se, e amanha a gente se fala. - O levei até a porta e dei um selinho nele. – Minha mandou eu lhe entregar isso. É uma lembrancinha pro seu bebê.
-Laura eu quero esclarecer algo.
-se for sobre esse assunto saiba que não me importo mais, ok? Já estou bem, já superei.
-eu ainda te amo, Laura.
-e você vai ser pai, Roberto.
-e daí? O que eu posso fazer? Eu não amo a Pâmela, nem a quero. Eu quero você.
-e eu quero o Gustavo. Olha, sinto muito mas não rola mais nada entre a gente, ok? To feliz com ele.
-com aquele babaca? Olha Laura, na boa, você merece coisa melhor. – ele riu ironicamente, mesmo triste.
-coisa melhor tipo você? não valeu! Agora, se for possível, pode ir embora. Vou voltar pro quarto, pois não estou nada bem.
Deixei-o lá e sai. Ouvi a Luiza dando tchau e comecei a chorar. Mas decidi, ou melhor, percebi que é o Gustavo a melhor pessoa pra mim. Não sei porquê. Só percebi.
Os dias passaram divagares. Não podia fazer nada alem de TV e internet. Aos poucos fui gostando mais do Gustavo, fomos nos aproximando cada vez mais. Me permiti, de coração, amá-lo. Entregar meu coração a ele... sabia que não me arrependeria.
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