o Roberto me ligou o dia todo, depois que eu sai da casa dele. Como na minha casa há bina, pedi pra minha mãe não atender quando fosse ele.

Desabafei com a minha mãe, falei tudo e com detalhes. Ela começou a chorar junto comigo, pois ela gostava do Roberto. Fiquei deitada no colo dela e acabei dormindo.

Acordei com ela falando no telefone e ouvi o nome ‘Roberto’, aquele que eu pretendia não ouvir tão cedo. Tudo bem que a outra estar grávida não é tão culpa dele, mas mesmo assim ele tem uma pequena parcela.

-Roberto, eu quero saber o que aconteceu. Quero ouvir da sua boca... – ela ficou quieta e tornou a falar: - claro que ela me contou, mas quero ouvir a sua versão. Gostava tanto de você... não queria um fim desse. – ela deu um tempo, o Roberto falou e... – ela não quer falar com você, te ver nem ouvir o seu nome. Mas agora eu vou desligar. Podemos nos ver amanha? Quero saber de tudo, Roberto. Eu quero vocês juntos pra sempre, sabe?

Fui pro banheiro e tomei banho pra tentar relaxar. Sai e vi minha mãe sentada na minha cama, olhando algumas fotos. Percebi que era de quando eu tinha uns 5 anos.

-seu aniversário da Branca de neve. Você estava tão linda.

-ai mãe esquece isso! Nessa época eu acreditava em finais felizes. O que me choca.

-filha, não é bem assim.

-olha pra você e pro papai. Eram tão felizes e agora?

-eu não era tão feliz assim. Escondíamos pra não chocar a Luiza, e isso acabou sendo escondido de você também.

-jura? Piorou.

-Laura. – ela me repreendeu.

-mãe, eu quero alguém que me ame acima de tudo, que me proteja, que fale eu te amo pra mim toda hora, que me abrace, que não me magoe.

-minha filha, você ta pedindo de mais. E elogios demais não soam bem... Você tem que achar que te ame do jeito que você é, mas o resto é pedir de mais.

-que seja.

-preciso te falar uma coisa. – ela virou a pagina e La estava uma foto minha com meu primo, Leandro.

-conta.

-vou ver o Roberto amanha, depois da prova do vestido. E vou convidá-lo para o casamento, afinal ele é meu amigo, sua irmã o adora e...

-ta bom, mãe. Mas você pensou que vai chamar a namoradinha dele?

-você estará La, meu anjo.

-eu não sou mais a namorada dele. Ele tem que assumir a criança.

-ele não precisa, necessariamente, namorar com ela.

-mas eu não aceito isso. E se fosse comigo? Gostaria de casar com ele... ela deve querer o mesmo.

-você tem razão. Não tinha pensado nisso. Mas... você tem que conversar com ele.

-É, eu tenho... mas não tenho coragem. Não quero vê-lo, mãe.

-vou conversar direitinho amanha e depois nos falamos, está bem?

Dormi pra tentar abafar minha angustia. Acordei tarde e percebi que minha mãe havia saído pra experimentar o vestido. Queria ir com ela, mas como ela veria o Roberto depois preferi ficar em casa.

Fiz um arroz, batata frita e filé de frango e almocei assistindo TV. Quando minha mãe chegou fiquei ansiosa para saber sobre a conversa com o Roberto, mas ela não quis me contar e foi direto ao quarto.

-mãe. – bati na porta. – não vai me falar nada sobre hoje?

-é muito pessoa, Laura. Desculpe, mas não vou.

-mas...

-ele é meu amigo.

- e eu sou sua filha.

-amor, minha querida. Aceite que você não quer mais saber dele, então não contarei.

-que nada a ver mãe.

-Laura. Me deixe só.

-mas você o convidou para o casamento?

-claro, Laura.

Fui para o meu quarto e liguei pra Julia, que não atendeu. Liguei pra Babi e a mãe dela disse que ela estava na casa do primo. Fiquei sem saber o que fazer. Curiosa.

Claro que ansiosa. Eu o amo... tanto. Preciso curar essa amargura. Mas só de lembrar do anuncio de que o Ro seria pai e da felicidade da mãe dele eu crio forças pra deixar o caminho do Roberto livre pra ser feliz com a Pâmela.

E... preciso ser feliz. Vou em busca da minha felicidade e que se dane o passado.