Minha Morte não é o Fim escrita por CarolParkIn


Capítulo 9
Sombras do coração - Parte 1


Notas iniciais do capítulo

Boooooom, nem preciso avisar que aqueles de coração fraco não devem ler, né? Pq já rolou tanta coisa que vocês devem estar se acostumando kkk' Enfim, espero que gostem :) Bjoooooous



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E foi assim que virei uma sombra...
– Ethan!! O que foi?! Volta aqui!! - Sarah grita, mas, eu estou muito desesperado para ouvi-la, e em menos de um milésimo estou em frente a porta da minha casa
Bom, vou fazer uma breve recapitulação, ontem a tarde (depois de mais uma das minha crises), Sarah apareceu com a história de me levar para "renovar meu guarda roupa". Mesmo antes de ela explicar porque eu precisava mudar meu "estilo", eu já queria ir com ela. Eu odeio fazer compras, mas eu não sou louco de perder uma oportunidade de passar o dia todo só com a Sarah.
No dia seguinte nos encontramos em frente a Starbucks, como tínhamos marcado. Depois entramos na loja de roupas masculinas mais próxima. Eu estava tão eufórico que só percebi que a Erika se juntou a nós quando Sarah falou:
– Ah, Ethan, a Erika vai nos acompanhar. Certo Erika?
– Claro... - Erika respondeu com um soriso malicioso ao perceber minha decepção
– Droga - Eu resmungo
– Uhm?
– Nada não, Sarah - Respondo entredentes, com um soriso amarelo
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Já eram mais de 18:30 quando saimos da ultima loja. E depois de um dia de compras (na verdade, compramos menos do que eu achei que compraríamos, já que Sarah e Erika me arrastaram pra um monte de lojas diferentes). Compramos uma jaqueta de couro, que eu gostei muito, pra falar a verdade. E as garotas escolheram um corte de cabelo novo (elas me deram muitas opções, e eu escolhi um). No fim terminamos o dia com algumas sacolas com roupas e uns três a quatro pares de sapatos.
– Eu ainda não entendi o motivo de eu ter comprado aquele casacão gótico...
– Se chama sobre tudo, Ethan. E o estilo gótico até combina com você - Sarah responde
– E por que que ele é quase do tamanho do "sobre tudo" (digo o nome com desdém) do Neo?
– Quem?
– Do cara do Matrix, Sarah - Erika responde
– Na verdade todos tem um casacão grande... Mas, enfim, o inverno daqui nem é tão frio assim e...
– Dá pra calar a boca, Ethan? Isso é bem mais legal que as suas roupinhas que nerdizinho.
Sarah suspira e diz:
– Ethan, se você não gostou pelo menos do corte de cabelo eu vou...
– Não, eu gostei, gostei muito... É só que...
Do nada tudo fica escuro e eu começo a ter uma visão... (O que achei estranho, já que normalmente o que desencadeia uma visão é eu tocar em alguma coisa, em alguém ou sei lá o que...)
A visão começa com a minha casa, por fora, ela está normal, como sempre está, mas, quando abro a porta... Ela está destruida por dentro, a cozinha e a sala, além de estarem completamente destruidas, estão em chamas.
Mesmo ainda estando na sala, vejo o quarto da Jane. Ele está cheio de escombros e tem um rombo enorme na parede. Jane está aos prantos debaixo da minha cama.
Começo a procurar por meus pais desesperadamente e subo as escadas correndo, quando estava quase na metade, sou levado a outro lugar. E quando percebo, estou em uma floresta escura, enevoada e sombria.
Sinto a presença de algo (ou alguém) perto de mim. Me viro, e minha visão fica embaçada, sinto uma dor aguda na nuca, e algo que eu nunca senti antes, se espalha por meu corpo... Vejo uma sombra negra, e então antes que possa assimilar tudo o que estava acontencendo a visão termina.
Deixo Sarah e Erika para trás, ouço Sarah me chamar, mas estou muito desesperado para ouvi-la. E mais rápido que um piscar de olhos, estou em frente a porta da minha casa. Abro a porta com tanta violência que a arranco das dobradiças.
– Mãe?! Pai?! Jane?! - Entro gritando
– Pra que toda essa gritaria Ethan, eu estou bem aqui! - Minha mãe diz meio alarmada
– Mas, é que... A casa... Err... E Jane, ela... - Olho em volta e vejo que a casa está em perfeito estado (se não fosse pela torneira na cozinha que não para de pingar
– O que é aberração?! - Diz Jane vindo da cozinha em minha direção
– Ethan você... Arrancou a porta das dobradiças?! O que deu em você?! Saiba que é você quem vai concertar isso!
– Mas...
– Nada de "mas" - Diz minha mãe enquanto Jane sobe a escada rindo - Ah, e eu quero que você pergunte para Sarah se ela está livre hoje. Eu e seu pai vamos participar de um concurso de dança para casais, com o tema principal "Máquina do tempo: Nos anos dourados".
– Tá
A campainha toca e quando me viro, Sarah e Erika estão na frente do vão onde estava a porta.
– Podemos entrar? - Diz Sarah
– Ah, sim claro (Todos sabem que vampiros só podem entrar nas casa se forem convidados. Acho que entrei normalmente nessa porque é minha... Duh)
– Você esqueceu suas coisas na calçada, o gêniozinho
– Há há, você é tão engraçada Erika...
– Olha aqui ô, Ethan. Não vai se achando agora, só porque é um Vampiro. E mais, se eu quisesse ser engraçada, participava de um stand up
– Sério? Ah, claro, você não participa porque ainda não abriram para aberrações e outros afins...
– Você sabe que está se chingando, não é?
– Eu pelo menos assumo, pior você que... - Antes que eu possa terminar a frase, Sarah me interrompe
– O que há com vocês dois?... Ah, esquece. Enfim Ethan, o que aconteceu? Você está bem? Por que saiu correndo?
– Nada não. Só tive uma visão estranha. Desculpe por vir pra casa sem falar nada - Eu estava tão confuso com o que tinha acabado de ver que não parei para pensar direito
– Então se está tudo bem, já vamos indo
– Ah, Sarah. Minha mãe perguntou se você poderia ficar de babá hoje...
– Ah, é porque o bebezinho ainda precisa de babá, Sarah, uhm...
– Erika... Tudo bem, Ethan, estou livre hoje. Chego as 20:00. Certo?
– Certo, vou avisar minha mãe.
Depois que Sarah e Erika vão embora. Concerto a porta e vou tomar um banho. Quando saio do banho ouço minha mãe gritando
– Ethan! Você não está com fome?
– Não mãe! Eu comi na rua com a Sarah e a Erika!
O que não deixa de ser verdade, porque Erika tinha um pouco de sangue na bolsa dela (para minha defesa eu nem sabia de onde vinha), e eu roubei um pouco.
Da ultima vez que comi comida humana, vomitei tudo. Ainda bem que no dia dos sanduiches meu pai foi embora antes de eu começar a vomitar. Por que ninguém me contou que vampiros não comem comida normal? Eu nunca iria adivinhar! Eu areditava mesmo que os vampiros eram iguais aos personagens de Penumbra)
São 20:00hrs e, como marcado, Sarah chega em casa, meus pais saem e a Jane pede uma pizza
Eu realmente gostaria de saciar essa grande sede estou sentindo, com apenas água...
O telefone de Sarah toca, e ela se asfasta de nós para atender a ligação. De qualquer jeito, eu posso ouvir a conversa perfeitamente. E por mais estranho que possa parecer, também consigo ouvir a voz da pessoa com quem ela está falando.
– Não, não. Eu não posso sair agora...
– Tem certeza Sarah? Eu preciso muito te ver... - Percebo que é uma voz de homem
– Eu estou de babá na casa dos Morgan
– Ah, sim. Mas o Meister já é bem grandinho pra ficar sozinho em casa - (Meister?! O que é isso? Russo? Alemão?)
– Você sabe que não é adequado falar assim dele.
– Tá, tá... Enfim, vou estar esperando você na clareira...
Ele desliga , e Sarah volta para a sala.
As 22:40, Sarah olha no relógio meio anciosa, e eu percebo que ela deve gostar mesmo desse garoto. Por que eu nunca tomo uma atitude?
Gosto da Sarah desde que a conheci, já escrevi muitas cartas declarando o que sinto por ela, mas, sempre fui tão medroso. Sarah sempre me pateceu bem mais madura que eu, e eu ainda pensava no fato de eu ser um vampiro.
Sou tomado por uma estrema coragem, e me sinto muito confiante ao pensar no tanto que mudei em tão pouco tempo... Quem sabe a Sarah não se interessa por esse novo Ethan?
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Meu mundo gira, sinto minhas pernas tremerem e uma lágrima brota em meu rosto, assim que sinto esperança de alcançar a felicidade nascendo em mim.
– Ethan?
– Ah, oi Sarah
– Não tem problema se eu sair por um instante, tem? Vou sair rapidinho, mais já volto, certo?
– Tudo bem
– Ok, depois eu volto
E então ela sai. Em minha mente surgem fragmentos de cartas que eu secretamente escrevo para Sarah desde quando me recuperei. Porque percebi que mesmo ela não lendo nenhuma das cartas aquilo me confortava.
Trechos variados de minhas cartas aparecem em minha mente, como lembranças distantes...

"Sarah, não sei se algum dia terei coragem de te dizer, mas... Um pequeno aceno de sua mão faz um grave turbilhão em minha mente...
Estou confuso, e me sinto cego, porque não consigo ver nada com clareza, apenas vejo você... O tempo todo, aquecendo meu corpo frio, com suas palavras calorosas. Como uma forte lanterna, sinto como se você me guiasse pelo caminho de escuridão que tenho de atravessar.
Nunca tive coragem de dizer... Mas, eu não consigo tirar os olhos de você... Meus olhos naturalmente a seguem, em cada passo seu.
Posso parecer um idiota. Pode até ser que eu não deixe transparecer o que realmente sinto por você... Mas, mesmo eu sendo desse jeito, porfavor... Eu te peço, não suma de vista. Não peço para você aceitar meus sentimentos, nem muito menos para retribui-los... Só te imploro para não me deixar aqui sozinho.
Mesmo que eu nunca diga isso à você, eu deixo marcado em cada estrela, que se você for meu anjo, te seguirei até o fim do mundo...
Tudo o que sinto pode parecer estranho. Você pode me achar um idiota, as pessoas podem até dizer que estou ficando louco, por ser um vampiro e achar que ainda consigo amar... Acredito que eu seja um monstro, mas, enquanto tenho sanidade, eu posso dizer com certeza... O que sinto, não é falso... Mesmo que eu esteja apenas me iludindo (...)"

Me decidi, vou me declarar à Sarah. Não me importo se ela foi encontrar com um garoto, me importo em dizer pra Sarah tudo o que sinto... Agora.

"(...) Os momentos que passo ao seu lado, permanecem em minha mémoria como flashbacks (...)"

Em segundos procuro por quase toda a cidade... Mas, ainda não encontrei Sarah...

"(...) Todos os dias ando por um longo lambirinto todo feito de visões suas (...)"

Começo a entrar em desespero e ligo várias vezes para o celular dela... Como esperei por tanto tempo desde que a conheci, mas agora não aguento esperar por alguns minutos?

"(...) Porque você é a única que ocupa meus pensamentos (...)"

Ótimo! O celular dela tá desligado!

"(...) É como se eu pudesse te tocar, mas minhas mãos agarram o ar... Estou ficando louco com essa minha fantasia que parece realidade(...)"

Continuo a procurar por ela, e ao longe, perto da floresta, posso ouvir sua voz

"(...) Antes, me perguntava, se era realmente você que fazia meu coração disparar quando se aproximava... Lembro-me de ter um ataque cardíaco, quando era vivo, no momento em que você me abraçou pela primeira vez... Eu senti como se o mundo me oprimisse com aquela sensação de êxtase que senti depois de meu coração ter parado de funcionar (...)"
Quando ouço sua voz, o mundo ao meu redor congela, e minha respiração começa a ficar pesada
"(...) Porque eu gosto tanto de você, que não me importo se eu parar de respirar (...)"
Vou andando devagar ao lugar em que Sarah está...
"(...) Me lembro que uma vez em que eu disse algo a você, apesar de eu achar que você não tinha escutado. Então você ficou surpresa por ouvir minha voz e virou para falar comigo. Ao ver como você estava me dando atenção, minhas pernas tremeram, enquanto eu gaguejava uma pergunta qualquer (...)"
Ouvi a voz da pessoa que falava com ela há alguns minutos
"(...) Eu não me assustaria se um dia acordasse e descobrisse que você fazia parte dos meus sonhos... Eu não me machucaria com isso... Desde que todas as noites eu pudesse voltar para esse lugar e te abraçar (...)"
Olho para onde Sarah está, eu a vejo radiante sob a luz do luar... E vejo um homem a seu lado...
"Se algum dia eu me perder, quero saiba que, um dia, estando louco ou não, senti como se essa caminhada fosse um sonho... E que, mesmo te observando apenas de longe, sempre imaginei você sendo meu único e lindo, anjo."
Ele a beija, escondido pelas sombras eu paro e observo. Eu sento na grama, e quando começo a ficar tonto, encosto minha cabeça em uma árvore. Tudo começa a ficar embaçado e eu percebo que são as lágrimas que encheram meus olhos.
Baixo minha cabeça quando a dor começa a ser mais profunda. Sinto como se gotas do mais concentrado ácido rasgassem meu rosto enquanto escorrem.
Por um momento ergo minha cabeça... O que foi um grave erro, por que nesse exato segundo aquele que estava beijando a Sarah dá um passo para trás e posso ver claramente seu rosto...
Meu ódio fez as lágrimas sumirem, e antes que eu possa me levantar tudo começa a ficar negro... E um pouco antes de perder a consciência... Como se eu estivesse falando pra mim mesmo, eu digo...
– Dessa vez, você não vai escapar, Jesse.


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Notas finais do capítulo

Esperando seus rewies :s (Pra quem não entendeu, as partes entre aspas eram os trechos das cartas que Ethan escreveu, que ele acabava lembrando)



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