Minha Morte não é o Fim escrita por CarolParkIn


Capítulo 6
All over again


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas, (isso soa estranho)
Estou aqui apenas para orienta-los dizendo que qndo vocês verem alguns parágrafos entre * é pq ñ é o Ethan quem está narrando, e sim eu!
Enfim, boa leitura, aguardo seus Reviews! ^^
C.P.



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Se passaram três dias desde que... Bom, desde que eu me tornei um vampiro.

Você pode achar que é besteira, mas, foi muito difícil admitir que me transformei em um... Um, um você-sabe-o-que (não vou forçar!).

Mas, eu entendi que para minha impossível cura (sim, o Benny continua a insistir nisso), seria aceitando o meu estado atual.

Bom, ontem o Benny falou que passei uns quatro dias em coma em meu quarto, se é que eu posso dizer que minha adaptação após minha transformação, de “coma”. Ele tentou me fazer aceitar o que aconteceu comigo mais que eu não deveria desistir de tentar voltar ao... “Normal”.

Ele prometeu que iria fazer de tudo para me ajudar a voltar a ser o que eu era. Mas eu sei que ele só estava tentando me animar. Eu sei que nem a Sarah, o Benny, a vó do Benny, nem ninguém, pode me ajudar. Tentamos achar uma solução pra Sarah quando ela era apenas uma “novata” e não conseguimos! Imagine comigo!

O que me faz lembrar que tenho que descobrir porque estou tão diferente dos outros vampiros. Benny falou que minha transformação foi diferente da transformação de vivos em vampiros, e nisso eu até concordo, porque eu conheço em parte sobre esse assunto sobre vampiros e outras aberrações (só pra deixar claro, a Sarah é a única que não é uma aberração), e eu nunca tinha ouvido falar em transformações que fossem tão dolorosas, quanto a minha.

Quando se passa pela minha cabeça a hipótese de que de alguma forma minha capacidade de ter visões alterou alguma coisa nessa transformação, eu me lembro do que houve quando contei ao Benny o que eu achava sobre minhas visões provavelmente estarem envolvidas nisso.

– É. Não é difícil essa ser uma razão para você ficar diferente e...

Então ele ficou com uma expressão confusa, seus olhos ficaram um pouco saltados. Ele parecia ter se lembrado de algo que o deixou intrigado.

– Benny? O que...

– Ahm? Ah, sim claro. Err... O ponto mais importante, que temos... Err... Que descobrir! Por que aquele pessoalzinho do concelho queria transformar você? E além do mais... Por que você?

Ele pareceu distraído e confuso quando começou a falar, mas depois retomou parte de sua concentração tentando falar sobre o que ocupava sua mente. Mas não era isso. Quando Benny se lembrou de alguma coisa... Não foi da razão pela qual o concelho me queria pra alguma coisa... Não, não pode ter sido isso.

Só que logo depois de me interromper e trocar de assunto bruscamente o Benny ficou meio agitado, parecia que alguma coisa ainda o perturbava então ele só falou que tinha umas coisas pra fazer antes de ir pra aula no dia seguinte, e então saiu.

Não sei com que ele estava preocupado, mas eu só quero esquecer isso por hora. Pelo menos na escola eu quero poder ao menos fingir que continuo a ser como sempre fui. Eu não posso parar no tempo não é mesmo? A vida continua... Quer dizer, menos pra mim.

Quando levanto hoje, segunda-feira, depois de mais uma noite em claro (Não sei por que ainda não me acostumei em ficar acordado sempre), me arrumo e vou até a cozinha.

– Acordou Morto-Vivo?!

– Jane, seu irmão estava muito doente! Eu agradeceria se você fosse mais compreensiva...

Minha irmã com seu carinho de todas as manhãs continua a me olhar com seus olhos apertados mostrando desconfiança e um pouco de (talvez muita) raiva. Parece que finalmente (primeira, e aparentemente pela única vez) minha mãe decidiu ficar do meu lado, e reprender a princesinha cuti-cuti (Só que não) dela ou qualquer “coisa fofa”, forma carinhosa (se é que eu posso chamar isso de “carinhoso”, ao invés de dizer: babaquice de mimar uma menina chata), que meus pais sempre a chamavam.

–... E além do mais o custa você ser um pouco mais simpática?

E então eu viro para Jane, de forma que só ela pode ver meu rosto e entre dentes de um sorriso malicioso, digo:

– É, Jane... O que custa ser um pouco mais simpática?! – Depois de uma quase gargalhada (bem baixo, se não minha mãe iria ouvir) eu faço meus olhos brilharem, e com uma espécie de sibilo mostro minhas presas pra ela.

Ouço Jane soltar um pequeno gemido, ela fica com os olhos arregalados, e se afasta pra trás no mesmo instante.

E parece que nesse exato momento minha consciência volta a meu corpo, e posso ver em seu rosto o quão assustada está.

A ultima vez que me lembro de ter visto Jane assustada ela tinha quatro anos e estava negando que estava apavorada pelo mostro que morava no armário dela. Jane nunca aparentava estar com medo na minha frente, nós brigamos muito para que ela se desse ao luxo de parecer na desvantagem.

Agora ela não parecia ligar para o fato de que eu a estava vendo com medo. Pude perceber o quão apavorada ela estava.

Mas, o que mais me surpreendeu... O que me fez recolher as presas e me tocar que realmente tem algo errado comigo... Foi que, minha irmã acredita que Sarah sempre a protegerá de qualquer um... Jane... Não tem medo de vampiros.



Nossa! Essa parece ter sido a pior e mais longa manhã da minha vida!

Logo quando entrei na escola todos estavam olhando pra mim onde quer que eu fosse. Eu estava em dúvida se eles achavam que eu tinha começado a malhar, ou se tinha tomado esteroides.

Mas, sinceramente, pensei que todos aqui nessa cidade já tinha se acostumados com bizarrices, por mais estranhas que parecessem. Como eu, um dos mais nerds da turma (sendo que o Benny é o outro), bombado. Não, pera ai, isso seria impossível. Ah! Claro por isso que esses idiotas não tiram os olhos de mim! (affs)

Bem, talvez seja também por que a minha camisa tá muito justa, quero dizer, extremamente colada. Nunca pediria uma ao meu pai, as dele são horríveis.

– E ai, Ethan... – Diz um cara da minha turma de história, e depois de falar meu nome com desdém ele continua:

– Decidiu malhar foi?!

Então ele esbarra em mim de propósito me empurrando para tentar me derrubar no chão. Mais não preciso nem usar minha força para me sustentar, e nessa hora, o sorriso sarcástico some de seu rosto.

– O que é heim?! – Ele fala em um tom mais alto, aparentemente irritado por minha atitude considerada “desafiadora”. – Decidiu virar durão foi?!

Ele aponta o dedo na direção do meu rosto.

– Olha Chad! – Ele continua, falando mais para mim e para as pessoas, que já estavam nos olhando, do que para o garoto que o estava acompanhando – De tanto medinho, o gatão aqui virou uma estátua... Uhm.

Então quando ele começa a gargalhar, Chad e alguns outros o acompanham.

– Uuuuh Kyle! Cuidado, você pode deixar o nerd saradinho com raiva!

– Ah Chad, a raiva dele é minha menor preocupação! Imagine se a mamãezinha descobre!

– Ui Kyle! Verdade, ela vai ficar uma fera porque você fez graça com a cara do filhinho dela!

– Fisiculturismo não vale se não ficar monstruoso! Tem que tomar mais drogas pra aumentar seu físico garoto!

– Ah, mas, Ethan, drogas não te livram de uma surra caso você queira enfrentar o capitão do time! Não, não. Isso é só imagem! E o seguro de fábrica não cobre caso você apanhe por estupidez! Mas, caso você queria tentar o...

– Não Chad, ele não pode me enfrentar! Ele está com medo de só falar comigo... E eu acho que ele já se arrependeu por ter esbarrado em mim!

– Hmm...

– Vamos dar uma chance para o coitado se redimir! Por que olha só esse carinha, de cabeça baixa! E parece que ele deixar o cabelo crescer surtiu o efeito que ele tinha em mente, nem conseguimos ver seus olhos...

– Ohh, verdade, tadinho...

– E além do mais, o que ele poderia fazer?! Praguejar fórmulas matemáticas, ou derramar algum composto químico em mim?!


*Todos que estavam no corredor acompanham a risada exagerada de kyle e Chad, Ethan fica de cabeça baixa respirando fundo para não se irritar com o fato de que dois garotos estúpidos estavam se exibindo na frente da escola inteira pensando que o fizeram de besta.

Ele estava concentrado em não ficar irado na frente de toda escola. Ele não queria ter aquela sensação de novo, a sensação de que perdesse o controle da mente e de seu próprio corpo enquanto estivesse furioso.

Ele continua a respirar fundo e pausadamente, inspirando calma e expirando raiva. Estava tudo dando certo, quando um comentário simples, de frio e baixo tom é cuspido da boca de Kyle

– Idiota...

Todos continuam rindo enquanto o centro de admiração se afasta lentamente de onde Ethan estava sendo ridicularizado por todos. E tudo aconteceu tão rápido que nem Chad, ou as pessoas que estava ao redor, ou até mesmo Kyle podiam entender...

Ninguém percebeu, mais os olhos de Ethan brilharam e com um sibilo ele mostrou suas presas, mas seus movimentos foram tão rápidos que realmente ninguém pode ver a natureza de Ethan naquele momento.

Ele deu dois passos largos em direção ao kyle, então ele o vira em uma velocidade incrível e antes que o sorriso sarcástico no rosto do garoto terminasse de aparecer ele dá um soco no estomago de Kyle, que cai de joelhos. O soco que Ethan deu, nem se quer chegou a usar toda força que ele poderia usar. De algum modo, Ethan lutava para tentar manter o controle de seu corpo, e o que conseguiu foi reduzir a potência do golpe que ele estava preparado para dar.

Ele agarra pela jaqueta o garoto que estava começando a se contrair de dor no chão, e o levanta até que os pés dele não alcancem mais o solo.

– E então Kyle... Porque você não faz uma de suas piadinhas agora, heim?! Por favor... Não me diga que eu assustei você! Ah, mais há meio minuto você estava convencido de que eu não tinha capacidade para sequer enfrenta-lo, quanto mais vencê-lo.

Ethan o solta no chão, e chuta no mesmo lugar em que tinha dado o soco  e com isso acaba chutando-o para um pouco mais longe onde ele começa a arfar de dor. Ethan ergue a cabeça e vê os outros alunos olhando para ele aterrorizados.

– Ah, qual é pessoal! Não vão me dizer que também ficaram com medo! Mas há pouco, vocês estavam rindo dos gracejos dos meninos... Só eu que não tenho graça? Uhm... Poxa... Mas... Sim, Kyle você estava querendo me poupar de lutar com você, não é? Era apenas necessário eu me desculpar com você, certo? Bom, eu até que podia fazer isso mas... Tenho certeza de que você deve achar melhor provar o seu valor na frente de todo esse pessoal aqui, certo?

Kyle solta apenas um gemido. E então Ethan continua...

– Ah, você...

De repente Ethan segura a cabeça dos dois lados e solta um grito terrível de dor. E enquanto dá voltas desorientado, grita:

– AH! O QUE É ISSO?! O QUE ESTÁ ACONTECENDO?!

Todos que estavam ao redor dele se afastam imediatamente. Ethan cai no chão de joelhos arfando, apoia as mãos nas pernas e fica de cabeça baixa. Ele fica na mesma posição durante quase 10 minutos, e todos ao seu redor não movem um dedo sequer, eles o olham atentamente mas em alerta, caso precisem correr a qualquer momento.*

Ainda de joelhos, tento me concentrar em entender o que fiz, e acabo percebendo algo. Eu não senti nada! Quero dizer, na hora em que não me deixei ser derrubado por Kyle eu estava sim, com raiva. Depois fiquei aborrecido, com suas brincadeiras idiotas, e meu pavio foi ficando curto a ponto de explodir quando ele me xingou.

Agi de forma tão fria e irônica que duvido mesmo que tenha sido eu.

Eu toco meus braços com minhas mãos e sinto que estou... Gelado. Eu não fiquei quente em um momento sequer.

Eu levanto meu olhar para as pessoas apavoradas a meu redor. Com o canto dos olhos vejo Chad que morrendo de medo tenta ajudar o amigo a se levantar. Percebo que Kyle está olhando pra mim, mesmo com a respiração pesada ele tenta se levantar, ele está espantado porque sabe que nem em um milhão de anos eu seria capaz de fazer isso com ele.

Eu me levanto e enquanto ando todos se afastam para longe de mim, vou até a minha mochila está jogada. Eu a pego e jogo por cima do ombro. Enquanto ando em direção à porta, todos me olham em silêncio, e agora parecem mais surpresos, porque minha atitude é bem diferente depois do ataque de dor na cabeça que senti.

Enquanto ando em direção à porta ouço um gemido e também me alguém me chamando, mas não me viro até que ouço:

– Ei! – Era Chad. Eu me viro para escuta-lo enquanto olho diretamente para os seu olhos. Ele continua a falar, mas fala em uma voz baixa e acaba gaguejando – Vo-você não era assim! Nã-não tinha força pra fazer isso! Esperaria isso de outro cara mais forte, mas não de você... E você sempre foi assim, Ethan?... Assim tão arrogante... É de se esperar que... Que esnobes como nós, fossemos insolente (Bom, talvez não, porque eu sou bem maneiro e tudo...). Mas... Você sempre foi assim, tão forte?

Percebi assim que ele falou que essa com certeza era a dúvida de muitos que estavam lá. Mais não digo uma palavra sequer. E com uma expressão vazia no rosto, torno a virar para frente e a caminhar até a saída da escola. Mas paro quando ouço uma ultima frase.

– Ethan... – Com sua respiração ainda um pouco fraca e sua voz vacilante, Kyle diz:

– O que houve com você?


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Notas finais do capítulo

*qualquer semelhança do título do cap 6 com o título de um álbum, é mera coincidência, entenderam Rushers?! Hun! Ai ai ai!
kk' Bjs