Cinzas do Crepúsculo escrita por Lady Slytherin


Capítulo 29
Frio


Notas iniciais do capítulo

Voltei! Ainda não respondi os reviews porque 1, fiquei doente, 2, fiquei sem internet, e 3, estou tendo provas várias vezes na semana. Essa cidade está me matando!

Agora, a boa notícia: Porque eu tinha computador, mas não tinha internet, só me restou o Word. Resultado... Escrevi cinco capítulos, cada um com pelo menos 4000 palavras.

Algumas coisas que vocês não querem que aconteçam vão acontecer pelo bem da história. Eu crio algumas reviravoltas bem... diferentes para manter o interesse de vocês. Esperem só até a guerra :D
Para a história!



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CAPÍTULO 29

COLD

“Crouch, fora do meu malão. Bellatrix, essa lâmina não é um espelho. Travers, não coma o livro. Pettigrew, pare de guinchar, é um som irritante. Lestrange, se quiser fazer isso faça, mas não no meu sofá, entendido? Selwyn, você está aqui para vigiar os presos, não brincar de pique pega com eles. Regulus, pare de beber, você precisa me levar para a plataforma.”

Todos olharam para Revan com olhares entediados. “Sim, pequeno lorde” disseram com a voz arrastada.

Crouch saiu contrariado do malão dele. Rabastan foi para o quarto. Selwyn estuporou Travers e o arrastou para uma sala vazia onde ele ficaria longe de problemas. Pettigrew desapareceu. Bellatrix devolveu a adaga ao seu devido lugar. Regulus deu um suspiro dramático e colocou a garrafa pela metade na prateleira.

“Reg” chamou Revan novamente. “Precisamos ir, já são dez horas.”

“Mas o trem sai às onze...” protestou Regulus, dando uma piscada de olho para Bellatrix. Relutantemente ele levantou do sofá e pegou uma capa, jogando um encanto em si mesmo, exatamente o que ele havia usado nos dois anos anteriores, cabelos e olhos castanhos. Revan jogou uma Poção Sóbria para ele.

“Tente não morrer, pequeno lorde!” berrou Bellatrix, dando uma de suas risadas histéricas. Pelo menos elas estavam ficando mais espaçadas conforme o tempo passava. “Deixe a honra para mim.”

O herdeiro Black já estava tão acostumado com as ameaças de morte que não se importou. Ao contrário, retrucou: “Farei o possível, Bella. Não esqueça de tomar seus remédios.”

Ele segurou o braço de Regulus e os dois aparataram para King’s Cross, dando adeus para os loucos que precisavam abrigar na mansão.

Revan fechou os olhos para que sua visão não o prejudicasse. Tudo estava borrado naquele momento. Quando as coisas voltaram a ser quando eram, o herdeiro Black caminhou até a plataforma 9 ¾ e esperou com o carrinho por um, dois minutos, até ter certeza que ninguém o vigiava. Tudo o que os trouxas viam era um menino com malas e um chihuahua correndo ao redor dele.

Do outro lado, a visão era simplesmente... O caos. Crianças corriam para pegar os melhores vagões livres. Nicholas Potter dava entrevistas, contando sobre o tempo que passara inconsciente. Sua mãe também era o alvo das câmera, cobrindo o olho direito com o cabelo ruivo. Os pais gritavam para os filhos tomarem cuidado, com tantos presos à solta... Grandes cartazes estavam pregados na parte de fora do trem com fotos dos criminosos.

Revan pegou um vagão perto do final do trem (área dos Slytherins!), deixou seu malão lá e voltou para onde Regulus esperava, trocando o peso dos pés. Um auror acabara de perguntar para ele se o Black havia visto os foragidos.

“Vamos passar por todo o drama novamente?” perguntou o herdeiro Black tentando soar constrangido. Tudo que ele queria era um último abraço do mentor.

Regulus mordeu o lábio inferior e assentiu, puxando o aprendiz para um abraço apertado. “Se cuide” ele sussurrou com a voz rouca, apertando o menino ao ponto que ele lutava para respirar. “Pelo menos uma vez na vida coloque o Lorde das Trevas em segundo lugar e só... tome conta de si mesmo.”

“Eu juro” prometeu Revan, enterrando o rosto no peito do mentor. “Se cuide. Não deixe aqueles malucos te enlouquecerem também, Reg.”

“Pai” pediu Regulus. “Me chame de pai.”

Oh, pensou o herdeiro Black. “O que você quiser, pai. Até mais.” Ele saiu do abraço e entrou no trem sem olhar para trás. O suposto morto tentou se fazer aparatar de volta, mas contra a sua vontade conjurou uma cadeira e se sentou para assistir o trem.

Revan abriu a porta do vagão com violência e entrou sem perceber que já havia alguém lá.

“Whoa, Revan. Isso é jeito de tratar um amigo?”

“Theo!” exclamou ele, o momento dramático anterior esquecido. “Como vai? Aproveitou sua viagem para Salem?”

Eles apertaram as mãos.

“Lugar fascinante!” comentou Theo, se jogando em um assento. “Muito, muito interessante. Já te comprei um presente de aniversário e natal.” O moreno abriu o próprio malão e retirou um livro sem título na capa. Na contracapa, porém, estava escrito: Feitiços Norte Americanos: Compreensão e Prática.

“Esse é o presente?” Revan levantou uma sobrancelha. “Ainda estamos longe de Dezembro, Theo.”

O menino deu um olhar brincalhão para o amigo. “Esse é o básico. Te comprei a versão proibida.”

“Você me conhece!” exclamou o herdeiro Black com um grande sorriso, abrindo os braços. Ele jogou todos os feitiços de proteção que conhecia contra a porta para garantir que o vagão estava seguro e se inclinou para Theo, perguntando: “Conseguiu algo útil?”

Theo pegou um bloco de notas e escreveu: Meu pai encontrou instalações para os lutadores incapacitados, treinadores para os que não conseguem acompanhar nosso ritmo e livros para ensinar os já experientes.

“Por instalações você se refere...”

O moreno voltou a escrever: Sim, sim, lugares para eles espionarem para nós. Você pode, por Merlin, escrever o que quer dizer? Alguém pode nos ouvir.

Revan pegou um diário verde da bolsa e o estendeu para Theo, pegando um outro caderno idêntico para si. “Use isso.” Ele removeu os feitiços de proteção.

Os dois se puseram a conversar cada um com seu diário comunitário, escrevendo o que cada um fez nas férias e suas expectativas para esse ano. Theo segurou a risada ao ler o que os comensais recém libertos andavam fazendo pela mansão na ausência do Lorde das Trevas. Os dois se lembraram do encontro anual de estudantes Slytherins, onde Draco foi desafiado a beber toda a garrafa de Whisky de Fogo e passou o resto da noite no banheiro se livrando do que bebera.

E Tracey! O herdeiro Black escreveu animadamente. Eu nunca pensaria que toda a geração de avós paternos dela eram abortos, fazendo do pai ela então um meio sangue e ELA, um sangue puro!

Pior foi Daphne, retrucou Theo. Que disse que não quer tomar lados na guerra.

Os dois compartilharam um olhar de desprezo.

Alguém bateu na porta e esperou. Revan foi ver quem era, sorriu e convidou a pessoa para entrar. Pessoas, não pessoa. Draco, Crabble e Goyle, todos sorrindo. Mal tinham se acomodado quando a porta anunciou a chegada de outro companheiro Slytherin. Blaise entrou e empalideceu ao perceber que estava cercado de pequenos comensais.

Pouco tempo depois entraram as quatro meninas, Daphne, Tracey, Pansy e Millicent, se espremendo para caberem em um lado do compartimento que claramente não fora feito para acomodar dez pessoas confortavelmente.

A conversa fluía entre eles quando o trem subitamente parou, e ele começou a sentir frio, frio demais, um frio que o lembrava da frieza de James e Lily e Padfoot e Moony. Não, ele pensou. Não agora.

“Dementadores” ele anunciou, tremendo. Um deles entrou no vagão. Fome, castigo, beliscões, negligência, aberração, ele era uma aberração... “Pare com isso!” ele colocou as mãos contra os ouvidos. Uma mão pálida deu um aperto reconfortante em seu ombro e Revan respirou fundo, tentando se acalmar. O orfanato, Sue, John, tortura, tristeza, tanta tristeza... “Só faça isso parar!”

Com dificuldade ele abriu os olhos. Theo e Blaise tinham expressões igualmente atormentadas. Pansy já chorava, assim como Tracey. Daphne tinha apenas uma testa franzida. Millicent, Draco, Crabble e Goyle não pareciam se importar muito.

Um feixe de luz entrou no compartimento e parte do frio se foi, substituído por fraqueza. Ele encostou a testa contra a poltrona e fechou os olhos. O herdeiro Black não podia dizer quanto tempo depois, mas alguém lhe estendeu um chocolate. Abrindo os olhos, ele quase deu um grito.

Moony.

“Fui beijado?” perguntou ele vagamente. “Só pode ser.”

“Eu sou real, Sr... Black” Lupin o assegurou. “Meu patrono chegou antes que o dementador pudesse fazer seu trabalho. Dementadores no trem, sem dúvida obra de Fudge, incompetente...”

Revan parecia prestes a desmaiar.

“Coma o chocolate, Sr. Black. Todos vocês, crianças. Com licença, outras pessoas podem precisar da minha ajuda.” Lupin se retirou do vagão.

No momento em que a porta se fechou, o herdeiro Black começou a recuperar a cor. Ainda chocado, ele mordeu um pedaço do sapo de chocolate e olhou o cartão. Aggripa, que ironia.

“O que vocês viram?” perguntou Draco, comendo seu próprio sapo de chocolate. “Eu vi meu pai me dizendo não.”

Isso enegreceu o humor de Revan. Um não. Quantos nãos ele havia levado só naquela semana?

“Meu irmão me chamando de gorda” confessou Millicent, enfiando seu sapo na boca. Os ocupantes do vagão miraram o chocolate e reviraram os olhos.

“Todos me chamando de sangue ruim no primeiro ano” disse Tracey. Draco e Pansy coraram profundamente.

O de Theo chocou os não comensais. “Meu pai me punindo com a Maldição Cruciatus.”

“Meu pai e padrastos morrendo e minha mãe rindo sobre isso” sussurrou Blaise, se lembrando de cada vez que sua mãe fazia o padrasto rico desaparecer durante uma viagem e ser encontrado muito tempo depois, quando todo o dinheiro já tinha sido gasto. “E você, Daphne?”

A loira fez com a cabeça que não, não iria contar. Revan, no entanto, contou:

“Eu vi minha infância.”

_

“Revan, sente-se comigo” convidou Draco, pulando em uma das carruagens. Seu corvo (ele e quase todos os comensais da morte preferiam corvos) já havia voado com Eyphah para o corujal onde restaurariam seu domínio supremo sobre as corujas. “Você também, Theo.”

Os dois se acomodaram, encarando os trestálios com desconfiança. Os animais começaram a puxar a carruagem obedientemente, volta e meia olhando para os meninos, mas nunca parando de puxar.

“Nossa” valou Revan colocando a mão no coração. “Você prefere que nos sentemos ao seu lado ao invés de Crabble e Goyle?”

Theo entrou na brincadeira. “Estou honrado, Draco.”

O loiro passou a mão por seus cabelos para se certificar que estavam impecáveis. “Honrado ou não, fazemos parte de um grupo seleto e devemos ficar juntos.”

“Você quase conseguiu soar como o Lorde das Trevas” disse o herdeiro Black. “Foi essa a sua intenção?”

Draco corou. “Cale a boca.”

Eles fizeram tudo, menos calar a boca. Até o resto do trajeto para Hogwarts, Revan e Theo repetiram a frase de Draco até o ponto em que o loiro estava pronto para partir para uma luta trouxa.

O mau humor se desfez quando chegaram nas grandes portar que levavam ao Salão Principal e se sentaram nos bancos designados aos Slytherins, reencontrando pessoas que ainda não tinham visto no trem e falando sobre o novo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas, amigo íntimo do Menino que Sobreviveu.

Revan quis morrer quando a notícia se confirmou. Lupin, em Hogwarts! Como assim? Se não bastasse Nicholas, agora ele teria que suportar Lupin dando seus discursos sobre a igualdade dos direitos para cidadãos independente de sua raça. Lá estava ele na mesa dos professores, tagarelando com professora McGonagall.

Os alunos do primeiro ano entraram tão empolgados quanto a turma de 91 estava quando a hora da seleção chegou. Todos esperavam a canção do chapéu seletor que desde o ano passado havia se tornado um tanto... profética.

Ele começou a cantar:

Um dia Ravenclaw me confidenciou,

Que seus estudantes inteligentes,

Se destacavam entre os outros,

Brilhantes cabecinhas, emocionada contou.

Hufflepuff veio em seguida,

Chamando de desigual a competição

Porque seus estudantes, sempre honestos,

Não queriam brigas e corrupção.

Depois de Helga, Gryffindor chegou

Anunciando que com braveza,

Ele ganharia a Taça das Casas,

Colhendo apenas o que plantou.

Slytherin discordou

Em sua opinião os melhores

Eram os que pesavam as ações,

Os mais astutos, anunciou.

Decidam o que é melhor,

Ou deixem que eu me decida,

Em mil anos de seleção,

Fui eu quem tomou a decisão

Os tempos estão mudando

Tão rápido quanto o clima

Mas dentro de suas cabeças,

Fiquem pensando:

O inverno está chegando.

O salão explodiu em aplausos. Dumbledore parecia um tanto chocado com a finalização, assim como no ano passado (talvez porque a versão que dera ao chapéu seletor era diferente) mas esperou pacientemente a Seleção acabar para se levantar, abrindo os braços para os estudantes:

“Bem vindos!” ele exclamou, em sua voz mais fraternária. “Bem vindos a mais um ano em Hogwarts, caros estudantes! Pedimos desculpas pelo inconveniente do ano passado. Para isso tenho alegria de anunciar que haverá um auror permanente em Hogwarts, além de termos como nosso professor de Defesa Contra as Artes das Trevas sr. Lupin, que participa ativamente na proteção de Nicholas Potter. Agora vamos todos brindar por um ano melhor do que o anterior, repleto de amor e alegria!”

Os copos se encheram magicamente e os estudantes atacaram a comida que aparecera nas mesas como se fossem inimigos que precisavam ser destruídos. Terminada a refeição principal, os alunos voltaram a conversar. Nicholas Potter, diziam as fontes, quase foi beijado por um dementador no trem, e estava ficando louco depois dos dias que passara inconsciente. Também, ele estava como suspeito do mistério de Gilderoy Lockhart.

“Mas se é assim” começou Draco, pensando. “O auror responsável deveria estar vigiando ele, não o protegendo!”

Blaise tomou um copo de suco de abóbora. “Esse é o mundo dos famosos, cara. Diga que 2+2=5 e de repente, será assim.”

O loiro se enfureceu. “Meu pai vai ficar sabendo disso!” falou para ninguém em especial.

Revan, começando sua política do novo carismático Black, dava dicas básicas aos alunos daquele ano, explicando sobre os fantasmas, Peeves, Argus Filch que agora arrumara uma nova companheira chamada Senhorita Norris e os professores que eles não deveriam desafiar. Os novatos olhavam para o herdeiro Black como alguém olha para uma celebridade.

“...Snape vai te proteger, apenas para acertar as contas depois” ele contou com sua voz mais séria. “Você pode ficar sem um saldo negativo de pontos, mas a bronca que levará quando voltar para os dormitórios te deixará mais falado ainda.”

“E quando vocês pensarem que estão sozinhos, pensem mais uma vez” completou Theo, sando um sorriso brilhante. “Professor Snape vira um morcego toda noite.”

A cara de horror dos calouros era tamanha que os veteranos ao redor deles começaram a rir. “Estamos brincando” confessou Tracey, começando a fazer uma trança em uma jovem morena com olhos azuis muito familiares.

Astoria Greengrass deu um sorriso para ele, mas logo dirigiu sua atenção para Draco. Durante o jantar inteiro, ela o admirou de boca aberta, ignorando os pedidos de Daphne para ser discreta.

O herdeiro Black decidiu que aquela atenção era o suficiente, por enquanto. Determinado a aproveitar o banquete que só acontecia uma vez por ano, ele se virou para os amigos e começou a conversar.

Do outro lado do Salão Principal, Nicholas o observava de olhos cerrados. O ruivo não tinha recebido nem sequer uma única carta do amigo (ainda eram amigos?) durante todo o verão, nem um mísero cartão desejando que Nicholas se sentisse melhor. Por que Revan conversava com Draco e não com ele? O ruivo era o menino que sobreviveu!

“Por que estão tão chegadinhos um no outro?” ele perguntou para Ron, que apesar da discussão que tiveram no começo do ano sobre quando coragem se tornava estupidez (para salvar a menina morta, Perks), continuavam bons amigos. Ron escrevera uma carta se desculpando assim que soube que Nicholas estava acordado. Mais porque queria alguém para o admirar, o ruivo aceitou o pedido de desculpas.

Ron deu de ombros. “Por que você se importa? Estamos livres da cobra para sempre agora que ele decidiu se socializar com outras cobras.”

“Ele era meu amigo.” Já nos verbos no passado? Pior do que ele imaginava.

“Não” corrigiu Hermione, sentada ao lado dele. Ela tinha acabado de devorar um pudim. “Ele te espionou do mesmo jeito que você o espionou.”

Foi a vez de Nicholas dar de ombros. “Tanto faz, Hermione.” Afinal das contas, ele ainda tinha ela para fazer seu dever de casa.

Ginny, a fã mais desesperada que Nicholas já conhecera em toda a sua vida, deu um sorriso bobo para ele. “Se sentindo melhor, Nick?”

Ooooh, a coisa do dementador. Nicholas nunca pensou que uma criatura pudesse trazer tantas memórias ruins que o ruivo nem sabia que existiam, muitas delas esquecidas no decorrer do tempo. Sua mãe sendo atacada pela besta de Nemesis, a cicatriz em suas costas, o Pesadelo (em maiúscula), Voldemort o atacando quando era um bebê, o choro do seu irmão psicopata.

“Um pouco, Ginny” ele mostrou todos os cartões que conseguira só naquele dia. “Comi bastante chocolate.”

“Eu não comi o meu” a ruiva corou, estendendo seu sapo de chocolate. “Pode ficar com ele, se quiser.”

Nicholas reprimiu um gemido. A perseguição iria recomeçar.

_

Então Nicholas também se sentiu mal no trem? Escreveu o Lorde das Trevas. Deve ser uma coisa de gêmeos.

Revan checou se não havia ninguém perto que pudesse ler o que estava sendo escrito. Não é isso que importa. Eu não posso estar vulnerável, você mesmo disse.

E o que quer que eu faça, meu pequeno lorde?

O herdeiro Black cerrou a mandíbula. Até mesmo Voldemort! Me ensine. Arrume alguém para me ensinar. Eu não sabia que teria que enfrentar dementadores na escola.

Deveria saber, repreendeu o bruxo das trevas. Você está por sua conta, Revan. Não há nem um único comensal da morte que consiga produzir um patrono. Tente aprender sozinho.

Eu não consigo! O menino insistiu. Não tenho memórias boas o suficiente.

Pois então crie memórias boas. Inscreva-se nas atividades extra curriculares, faça amigos, faça seu trabalho. Isso definitivamente me deixará feliz, o que deveria te deixar feliz.

Meu lorde.

Escolha Runas e Aritimância. Adivinhação não serve para nada e você pode aprender a tratar criaturas mágicas lendo livros. Boa noite.

Ele compartilhou a decisão com Theo, que por coincidência (ou não) também escolhera as mesmas matérias, assim como Daphne, Millicent e Blaise. Pansy estaria tomando conta de Adivinhação, garantindo que nada fosse planejado durante a aula. Draco ficou com Trato das Criaturas Mágicas. Tracey deveria ter ficado com Ensino dos Trouxas, mas como esperado, se recusou, preferindo Adivinhação com Pansy.

Revan já havia perguntado para todos os companheiros, incluíndo os mais velhos, sobre patronos. Os livros da biblioteca eram simples demais, dando apenas o que o herdeiro Black já sabia. As aulas mal haviam começado e ele já estava desgastado por causa dos dementadores que cercavam a escola.

Eyphah lhe entregou o Profeta Diário e voou para o corujal. Revan leu a manchete:

POTTERS TRABALHANDO A TODO O VAPOR

O auror chefe James Potter retornou hoje ao trabalho depois das férias tiradas para tomar conta da esposa, Lily Potter, que sofreu um acidente custando-lhe a visão. Para seu desapontamento, ele não encontrou nada de novo. Os 87 comensais foragidos não deixaram nem mesmo uma pegada para os aurores seguirem, e eles estão sem ideias de como encontrar cada um deles.

O Profeta Diário conseguiu informações exclusivas sobre o que aconteceu em Azkaban com o auror Potter. De acordo com ele, o trabalho foi feito puramente para causar medo na população. Há teorias por aí de que os Comensais da Morte estão criando uma nova Ordem das Trevas liderada pelo rapaz que Nicholas Potter gosta de chamar de Nemesis.

Nemesis é o suposto responsável por todos os machucados do Menino que Sobreviveu, incluindo a cicatriz em suas costas, que Nicholas diz se tratar de seu símbolo, a queda da vassoura nos dois anos, e o coma induzido no começo daquele ano. Não vamos nos esquecer do ataque da besta de Nemesis.

Nicholas, por sua vez, trabalha para se livrar de todos os indícios dos problemas que passou. Ele afirmou para mim que já se recuperou o suficiente para estudar (que menino forte!) e que não precisa de um terapeuta, apenas de amigos que estejam lá para ele. Sobre o que aconteceu na Câmara Secreta, os mistérios continuam. Ele não deu nenhum depoimento sobre isso, apesar de afirmar que a vítima, Sally-Anne Perks (1980) está morta.

Dementadores no trem é como foi chamada sua última aventura, ocorrida no Expresso Hogwarts com seus amigos Ron e Hermione. A edição de história em quadrinhos já está disponível na loja do Profeta Diário. Na história, Nicholas conta como se sentiu ao quase ser beijado por um dementador e como se livrou da criatura, além de compartilhar memórias de infância conosco. “Foi uma coisa horrível” confessou Nicholas Potter em uma entrevista. “Mas a magia da luz me salvou.”

De volta para a mansão Potter, Lily está de volta no preparo de poções no Hospital St. Mungus, já acostumada com sua visão prejudicada e se afirmando mais feliz do que nunca por poder ajudar os mais desafortunados. X

Revan carbonizou o jornal e se levantou, pegando suas coisas e saindo do Salão. Além de ter ficado irritado com a notícia, ele tinha que chegar na aula de Runas. Professor Vector não tolerava atrasos e o herdeiro Black estava empolgado para aprender.

Blaise correu para acompanhar o passo dele.

“O que?” perguntou o herdeiro Black. “Depois do encontro anual de Slytherins você volta a ser meu amigo, simples assim?”

O menino tinha um olhar envergonhado. “Eu tenho uma ideia do que está acontecendo e não gosto disso, mas não quero ficar no meio do caminho” explicou ele.

“Isso significa que você está jogando?”

“Depende do que estar jogando significa. Se você quer dizer o negócio de Azkaban, melhor ficar fora disso. Sinto muito por me afastar depois de, você sabe...” Depois de Revan revelar que apoiava as trevas.

O herdeiro Black assentiu, entrando na sala de aula. “Perdoado. Eu teria feito a mesma coisa.”

Professor Kevin entrou na sala. Ele era careca, baixinho e barrigudo, com óculos no rosto. Sem maiores introduções, ele pediu para os estudantes abrirem os livros na página 2 e escreverem em um pergaminho sobre o que tratariam em Runas. Quando todos terminaram, eles discutiram sobre as propriedades das Runas e receberam uma lista com os principais caracteres usados na aula.

Revan os recitava mentalmente quando algo no canto o olho atraiu sua atenção. Ele pulou, tirando a varinha das vestes.

“O que?” perguntou Daphne, que ia com ele para a próxima aula.

O herdeiro Black estreitou os olhos. “Eu achei que vi alguma coisa. Me desculpe, vamos seguir.” Eles deram as costas e continuaram seu caminho, sem perceber a criatura na escuridão.


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Notas finais do capítulo

Agora deixo vocês se perguntando quem é a criatura, apesar de ser bem óbvio.

O capítulo não ficou tão grande e me desculpo por isso. Tenho duas coisinhas para pedir, além do óbvio.
1- Eu virei moderadora de uma página de HP no facebook (em inglês). O link será postado no meu perfil, se puderem ir lá por um instante e curtirem, eu agradeceria muito.
2- Uma amiga entrou no ramo das fanfics muito recentemente e começou uma história chamada Conto de Irmandade. Caso se interessem, dêem uma olhada.

Ah, reviews. Eu vivo por eles :)

Status: O último capítulo teve 34 reviews. Quantos vocês acham que é possível conseguir neste? Será que chegamos aos 945?

Responderei os reviews amanhã, se possível, e quem sabe um capítulo na quinta, se a resposta for bem positiva? Desejem-me boa sorte na prova de Química (eu preciso de um milagre :P )

—Lady Slytherin/Ana Black.