A culpa pesava nas minhas costas. Eu deveria ter previsto que alguém poderia chegar, deveria ter pensado nisso ao invés da minha vingancinha idiota... E esse pequeno descuido poderia custar a vida de uma das pessoas que mais amo nesse mundo. E tudo seria culpa minha...

                Eu me levantei da cama e me cobri com os lençóis me aproximei de Andrew e disse:

                _ Por favor, eu imploro.

                Seus olhos não estavam com aqueles costumeiro cor de safira penetrantes e envolventes, eles estavam de um azul nada reluzente e com uma certa escuridão em seu fundo...

                _ Você não está na condições de pedir favores a mim, Mary.

                Sua voz era incisiva, fria e cruel. Ele ainda segurava Damon pelo pescoço... prestes a lhe dar um golpe fatal.

                _ Andrew por favor! Eu faço qualquer coisa! Deixe-a em paz, ela não tem nada haver com isso.

                _ É só eu virar as costas que você já está transando com outro cara! Eu não confio mais em você também não vou lhe fazer favores...

                Lágrimas brotaram em meus olhos e eu disse:

                É bom estar do outro lado _ minha voz havia saído forte e imponente, como queria_ Não se finja de idiota eu vi! Chega de farsas!

                _ Outro lado? Do que você está falando?

                Eu soltei uma risada sarcástica e disse:

                _ Por onde devo começar? Deixa eu ver pela lista de garotas que você levou pela cama ou como elas acabaram mortas sem você fazer nada para impedir?

                Ele desviou o olhar de mim e virou na direção de Thomas ainda estava nu no chão. Ele soltou Damon e literalmente voou na direção de Thomas e o ergueu pelo pescoço. Thomas sorriu e disse:

                _ Preciso te lembrar que eu não sinto ao toque, nem dor e tão pouco prazer?

                _ Seu desgraçado! Eu te traria de volta a vida só para te matar novamente!

                Eu ajudei Damon a se levantar e sussurrei em seu ouvido:

                _ Saia daqui!

                _ Não! Eu não vou te deixar sozinha aqui!

                Eu voltei meu olhar para Andrew que estava dando inúmeros golpes em Thomas mesmo sabendo que ele não sentiria. Eu ainda embrulhada nos lençóis me levantei e gritei para Andrew:

                _ Agora vai dizer que não iria me levar para a cama e depois me veria morrer!

                Ele me ignorou seu olhar cortante fuzilava Thomas.

                _ Quais são suas segundas intenções, Thomas. Não minta para mim! Eu te conheço a mais tempo do que gostaria...

                _ Andrew eu pensei que você fosse mais experto _ disse Thomas entre risos_ a sua estranha atração por Mary não lhe é familiar?

                O corpo de Andrew parecia que havia levado um choque. Todos os seus músculos haviam ficado rígidos, ele virou um olhar para mim e eu podia jurar que pude ver uma lágrima se formando no canto de seus olhos.

                _ Eu nunca pensei que fosse possível alguém ser tão azarado de ter que passar por isso mais de uma vez. _ disse Thomas com um sorriso no rosto.

                Eu pude ver a cor dos olhos de Andrew mudarem para amarelos. Ele encarou Thomas que começou a gemer e gritar. Mas ele não sentia o toque! Sentia? Thomas despencou no chão  e Andrew voltou a me encarar, seus olhos ainda tinham aquele tom sombrio de amarelo. Ele se moveu em um piscar de olhos... então ele me agarrou e saiu na mesma velocidade do quarto...

                _ Me solte!

                _ Você tem o direito de saber a verdade! E vai ouvir a verdade querendo ou não!

                O cenário ao meu redor parecia um borrão... De uma coisa eu estava quase convicta... eu não era tão normal quanto gostaria de ser...