Lilysbela e o Prisioneiro de Azkaban escrita por Lucy Holmes


Capítulo 5
Romance de cinema




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Cap. 5 - Romance de cinema


Lilysbela acompanhava o filme com atenção, embora se distraísse com a história de sua própria vida.

- Espero que não tenha problema em me sentar aqui. - ela sentiu um arrepio, quando James sussurrou em seu ouvido. Ela apenas o olhou de relance e acenou com a cabeça. James continuou, entregando a fivela em formato de lírio - Você deixou cair ontem. Não pude entregar antes, desculpe.

- Obrigada - ela pegou a fivela e colocou na bolsa. Voltou sua atenção ao filme, um pouco tensa.

- Lily... Você não está mais com raiva de mim, não é? - ela não respondeu, continuou olhando para a tela - Se estivesse, não teria deixado eu sentar, ou teria procurado outro lugar. Ou pior, teria me azarado.

Ela não resistiu e abriu um sorriso tímido. Ele sorriu de volta. A trilha sonora do filme era ouvida enquanto o mocinho encontrava a mocinha à beira de um lago.

Não vejo mais você faz tanto tempo

Que vontade que eu sinto

De olhar em seus olhos, ganhar seus abraços

É verdade, eu não minto

E nesse desespero em que me vejo

Já cheguei a tal ponto

De me trocar diversas vezes por você

Só pra ver se te encontro

- O filme é sobre o quê? - James perguntou.

- Um romance impossível. - ela respondeu na mesma hora - O mocinho chega para trabalhar na cidade e encontra a mocinha. Os dois se apaixonam perdidamente, mas ela é comprometida e está obrigada a casar.

- Mas no final, tudo termina bem, ele fica com a mocinha e eles se beijam.

- Como você sabe? - ela perguntou, encarando James a primeira vez.

- Porque é assim em todo filme com amor impossível - ele respondeu tranqüilamente - Mas o mais importante não o quê acontece, sabe? É como acontece.

Lily o encarava, fascinada. Como alguém como James Potter poderia pensar daquela maneira?

A cena do filme que se seguia era do casal brigando, para em seguida o mocinho puxar a mocinha para um beijo apaixonado.


Você bem que podia perdoar
E só mais uma vez me aceitar

Prometo agora vou fazer por onde nunca mais perdê-la


- Você gosta de cinema? - ela perguntou, baixinho.

- Gosto. Gosto de cinema, de ler... - ele olhou nos olhos dela, se aproximando devagar - Mas quer saber? O melhor é quando podemos tornar a história real.

Ele aproximou mais seu rosto, Lily fez o mesmo, até os dois se beijarem. Ouvia-se a trilha sonora do filme.


Agora, que faço eu da vida sem você?

Você não me ensinou a te esquecer

Você só me ensinou a te querer

E te querendo eu vou tentando te encontrar

Vou me perdendo

Buscando em outros braços seus abraços

Perdido no vazio de outros passos

Do abismo em que você se retirou

E me atirou e me deixou aqui sozinho

Naquele momento, Sirius chegou ao acampamento, quase incendiado por Snape. Vendo o estrago, se apressou em procurar os amigos.

- Remus! James! Onde estão? - Remus apareceu de uma das barracas.

- Calma, está tudo sob controle. James saiu. E você, onde esteve?

- Com a Marlene, mas antes eu amansei um hipogrifo desordenado. Aí, um cara estranho disse que estava em dívida comigo e que matava quem eu quisesse...

- Você podia ter barganhado o Snape, apesar dele estar aqui.

- O Ranhoso? - Sirius gritou - Mas eu faço questão de matar esse desgraçado!

- Espera um pouco! Vamos esperar o James para decidir o que fazer com ele.

- Tomara que James chegue logo! E onde ele está?

James continuava no cinema, com Lily. A música prosseguia, enquanto o casal do filme fazia juras de amor. Mas o casal espectador não parecia mais tão interessado no enredo.


Agora, que faço eu da vida sem você?

Você não me ensinou a te esquecer

Você só me ensinou a te querer
E te querendo eu vou tentando me encontrar¹

- Ele deve chegar logo, espero. - disse Remus, no acampamento - Não é por nada, mas não gostei muito dessa história de Snape perambulando por aqui.

- Bem, podemos sempre aprontar com ele. Quem sabe forjar algum crime, ele podia ser preso.

- Não sei se vai adiantar. - eles ouviram, atrás de um lençol pendurado num varal. Bellatrix tirou o lençol do caminho - Rodolphus também está aqui e é só questão de tempo para encontrar vocês.

- Isso quer dizer que é melhor sairmos daqui - Narcissa completou, aparecendo de repente. Remus suspirou resignado.

- Temos que esperar o James...

- Ora, ele que se dane! - bradou Bellatrix - Aliás, fiquem despreocupados, porque Rodolphus só vai pegar o quatro olhos.

- O QUÊ? - Remus e Sirius perguntaram ao mesmo tempo.




- Preciso que você mate alguém para mim - disse o janota loiro, ao abordar Rodolphus Lestrange, que bebia no bar, ainda à espera de Snape.

- Lamento, mas estou de férias e não vou pegar nenhum serviço.

- Dinheiro não é problema. - disse Lucius Malfoy, mostrando uma bolsa repleta de galeões - Faça seu preço.

- Se é de urgência, vai lhe custar mais caro. - Rodolphus responde, fazendo com que Lucius tire outra bolsa de galeões - E ainda uma taxa extra por me tirar das férias.

- Eu já disse que pago. - respondeu Lucius, tirando mais uma bolsa - Quero o mais rápido possível.

- Quer morte lenta ou rápida? Morte lenta é mais dolorosa, mas é mais cara.

- Pode ser lenta, ele merece - disse Lucius, tirando mais galeões de outra bolsa.

- E é só para matar, ou desmoralizar também?

- O que for pior.

- Então ainda é mais caro.

- Já disse que pago! Vai fazer ou não? - Lucius perguntou, irritado. Rodolphus se levantou, já com a varinha à mão.

- O problema é que estou tratando de um assunto pessoal e você está me distraindo. E vai custar mais outra taxa, pelo desaforo - diz, erguendo Lucius pelo pescoço.

Sentindo-se sufocar, Lucius tirou mais uma bolsa e jogou na mesa. Rodolphus o largou imediatamente.

- Onde encontro o sujeito? - perguntou Rodolphus, guardando os galeões.

- Está num acampamento que montaram, ele e mais dois trambiqueiros. - disse Lucius - Ele usa óculos e tem o cabelo desarrumado, atende o nome de Potter.

Os olhos de Rodolphus brilharam de ansiedade.

- Devo lhe confessar uma coisa: eu também estou atrás do sujeito. Se você tivesse me avisado antes, não precisaria ter pagado. Agora, se me dá licença, vou cumprir um serviço duplamente. Vou matar pelo serviço que me encomendou e pelo meu.

Saiu, deixando Lucius furioso por ter gastado uma fortuna, mas desde que o serviço fosse feito, ele perdoaria o desaforo. Ou melhor, faria Rodolphus pagar.

Chegando ao acampamento, Rodolphus procurou em cada canto. Não precisava incendiar nada, ia com calma. Até que percebeu uma barraca se mover de modo estranho.

- Crucio! - disse, ao apontar sua varinha para tal barraca. Ouviu um grito familiar e parou. A barraca se desmanchou e Rodolphus afastou os panos, encontrando Severus Snape amordaçado e inconsciente.

- Vai ser precipitado assim no inferno - disse Rodolphus, desamarrando Snape e o acordando.




Todos no cinema já haviam ido embora, apenas aqueles dois permaneceram. Olhavam para a tela escura e conversavam sobre suas vidas, o motivo de Lily gostar tanto de cinema, o sonho de James, sua vida de andarilho - excluindo as ameaças de morte para não assustá-la.

Quando se levantaram, viram uma mulher morena e alta caminhando em sua direção. Era Bellatrix.

- Até que enfim, quatro olhos. - disse ela - Estava te procurando.

- Quem é ela? - perguntou Lily, com aperto no coração. Temia que fosse alguma amante de James.

- Não é da sua conta, queridinha. - respondeu Bella, a medindo de cima a baixo - E quanto a você Potter, seus amigos estão esperando.

- Se é pelo Snape, eu não vou. Enfrento aquele ranhoso, mas não saio. Já ganhei dele antes.

- Não é só o Snape. Tem o Rodolphus.

- Quem são essas pessoas que estão atrás de você, James? - Lily perguntou, não gostando do assunto. James suspirou.

- Eles querem me matar, a mim e aos meus amigos. Longa história.

- Principalmente o Rodolphus - completou Bella.

- Como assim? Por que principalmente o Rodolphus? - James perguntou, confuso.

- Porque eu disse que era você o meu amante.

Lily soltou-se do abraço de James e olhou para ele com ferocidade.

- Isso é verdade?

- Não! Calma, Lily! É tudo um mal entendido...

- Tem dois homens querendo matar você, um deles porque ela afirmou que vocês são amantes!

Bella não disse nada, parecia se divertir com a discussão.

- Agora só falta você dizer que o outro está te perseguindo pelo mesmo motivo! - gritou Lily, quase aos prantos.

- Não! - James estava exasperado, tentando explicar - Nenhum desses motivos, posso assegurar!

- Então acho melhor nem começar a explicar, porque senão eu sei o que vai acontecer: é igual àqueles filmes de drama... Ou é por um motivo que vai me fazer gostar mais de você, ou é tudo mentira.

Nesse momento, Narcissa chegou.

- Finalmente! - diz ela - O que estão esperando, vamos!

- Eu não disse? - Lily agora não conseguia conter as lágrimas - Era mentira...

Lily saiu correndo do cinema, deixando James desolado. Olhou com ódio para Bella.

- E você não serve nem para desmentir e dizer que o Sirius é que foi seu amante!

- Para todos os efeitos, Sirius é meu primo. - tornou Bella - Não muito querido pela família, mas tem suas... Utilidades.

- Pois ele deve pensar o mesmo de você e suas "utilidades" - resmungou James, saindo do cinema.

Na entrada, encontrou Sirius. Quase deu um soco no amigo, pois toda aquela confusão fora culpa dele.

- Pontas, eu não tenho culpa se a minha prima ninfomaníaca te acusou assim!

- Agora eu sou ninfomaníaca, é isso? - Bella perguntou, enfurecida - Não lembro de você reclamar antes!

- Cadê o Remus? - James perguntou.

- Foi até o acampamento. Saímos de lá rápido para não sermos pegos de surpresa por Rodolphus. Deixamos Snape amarrado lá também. Espero que tenha morrido sem ar.

- Snape estava no acampamento? - James perguntou, ao passo que Sirius resumiu o que acontecera.

- Só tem um problema - disse James, depois de ouvir o ocorrido.

- Qual? - perguntaram os três.

- Lily acha que sou um devasso com duas amantes.




Ela não conseguia conter as lágrimas. Devia ter azarado aquele idiota quando teve oportunidade, assim não criaria expectativas.

Andava devagar pela calçada quando Lucius vinha em seu carro, acompanhando os passos da jovem.

- Parece que não gostou do filme, minha cara. - disse ele, irônico - Filme triste?

- Não. Só o filme da minha vida que terminou em tragédia. Eu sabia que não podia confiar nesses sonhos...

- Lily, querida... Parte meu coração ver que você está sofrendo. Por acaso não é por um bruxo de óculos que chegou recentemente na cidade, é?

Ela parou para encarar o ex-noivo. Lucius deu ordem para o elfo parar o carro.

- Não se lamente tanto. - ele continuou, ainda irônico - Logo ele será enterrado a sete palmos, por isso não precisa sofrer tanto.

 - O que quer dizer com isso? - Lily precisava ouvir com todas as letras para ter certeza de que estava errada sobre as intenções de Lucius. Infelizmente, não estava.

- Quero dizer que mandei matar aquele ladrãozinho de noivas. Afinal, por culpa dele, você despedaçou meu coração. - ele riu, cínico - Então, resolvi lavar a minha honra e tomar providências de direito.

Lily se aproximou do carro e segurou a mão de Lucius, que mantinha o olhar superior.

- Se é pelo nosso casamento, esqueça tudo o que eu disse, eu me caso com você. Afinal, foi algo de momento, Jam... Potter faz parte do passado agora. Além disso, ninguém da cidade soube do nosso rompimento, não haverá escândalo.

- Sabe, Lily... - ele saiu do carro e encarou a noiva - Não sou bruxo de perdoar traições, mas aceito você de volta. Sinto que você está sendo sincera... Ou está muito desesperada para vê-lo são e salvo.

Lucius continuava encarando Lily, que já não chorava. Apenas o encarava de volta, séria. Foi a vez dela sorrir, irônica.

- Faz alguma diferença o que eu penso ou sinto, desde que eu me case com você?

- Na verdade, não. - Lucius respondeu, com naturalidade - Embora eu não tivesse pensado num casamento de conveniências. Mas você é uma boa menina, Lily, sei que fará tudo direitinho.

- E quanto ao James, ou melhor, Potter? - ela perguntou.

- Não vou matá-lo. - disse ele, entrando novamente no carro. Por um momento Lily respirou aliviada - Rodolphus Lestrange vai fazer isso por mim.

- Lucius, eu já disse que me caso com você, deixe-o ir embora - Lily pediu, se aproximando novamente do carro.

- Não tenho como desfazer o negócio, querida - ele respondeu e sorriu novamente - Não esqueça de aparecer na capela amanhã, meu bem. Prometo que não vai esquecer da nossa lua de mel, principalmente porque vou mostrar o que faço com pessoas que pensam em me trair.

Lucius bateu no vidro que dividia o lugar do motorista, dizendo para que o elfo seguisse em frente. Ele acenou irônico, deixando Lily para trás.

Agora que Lily sabia o tipo de homem que Lucius Malfoy era, não tinha outra escolha senão dar o troco. O primeiro passo seria salvar aquele que, por alguns minutos, ela pensou ser o homem de sua vida.




Sirius e James caminhavam de volta para o acampamento, acompanhados por Bella e Narcissa. Sirius parou de repente.

- Pontas! Não precisamos mais fugir! Tenho uma idéia.

- Duelar com um bruxo assassino profissional até a morte? Só se eu duelar também.

- Esse é o plano B, embora não seja ruim, não é mesmo? - os olhos de Sirius brilharam - Faz tempo que não duelamos... - ele balançou a cabeça, como quem acorda de um devaneio - Mas não é isso. Lembra-se do bruxo que eu salvei de um hipogrifo?

- Não. - James respondeu, sincero - Você salvou um bruxo de um hipogrifo?

- Devo ter contado só para o Remus, então. Não importa, eu salvei um bruxo que prometeu se livrar de quem eu quiser.

- E você acha que ele encara o tal Lestrange?

- Tal, não! - Bella interrompeu - Lestrange é meu marido e merece respeito.

- Se você o respeitasse, ele não teria um par de chifres. - retrucou Sirius, se voltando para James - Ele encara o Rodolphus com toda a certeza. Aquele ali não tem medo de nada, se duvidar, é mais fácil ele sugar toda a energia de um dementador do que o contrário.

- Um momento! - Bella se colocou entre eles - Você está querendo contratar um louco assassino para matar o meu marido?

- Bem, seu marido quer nos matar primeiro, ou melhor, matar o James. - Sirius respondeu - E por sua culpa, já que você foi inventar essa baboseira de ser amante do James, típico de você querer poupar o que é do seu interesse e se livrar do resto. E como sou amigo do James e estou envolvido diretamente com você, me sinto na obrigação de ajudar.

- Obrigado, Almofadinhas - disse James, com gratidão.

- Que coisa mais piegas - comentou Narcissa.

- Além do mais, - Sirius continuou, como se não tivesse sido interrompido - Pontas está numa fase muito feliz da vida dele, apaixonado e parecendo um bobo. Tem mais é que sobreviver e cuidar da Lily dele. Enquanto no momento eu tenho a Marlene...

- Quem é Marlene? - Bella perguntou, com um olhar assassino - Por acaso não está me traindo, está? Seu ingrato!

- Tenha dó, Bella. Nós mal nos aturamos, só temos certas... "Afinidades" devido ao nosso apetite sexual. O Pontas só foi jogado nessa história para que a gente continuasse se encontrando nos momentos de ócio. E nem venha com esse papo de família. - disse Sirius, quando Bella abria a boca para falar - Da minha família só carrego o nome, que já é uma sina muito cruel para mim.

- Devia era se orgulhar do nosso sangue... - Bella começou, mas James interrompeu.

- A discussão está linda, mas vamos ao que interessa? Cada minuto papeando é um minuto a menos de vida que tenho.

- É verdade, Pontas. E já que essas duas não estão fazendo nada de útil... Voltem para o cinema e se escondam lá até que o Remus vá buscá-las. Se a garota do James aparecer, contem a verdade.

Sirius e James mudaram o trajeto, rumando para o bar, enquanto as duas mulheres voltavam para o cinema, a contragosto. Bella acabou cedendo, não queria ter que encontrar algum conhecido de Rodolphus e dar explicações. Poderia muito bem ter azarado os dois bruxos, mas Sirius azarado não lhe servia de nada. Narcissa acompanhava tudo com muito tédio, já não tinha tanto interesse em Remus. Se soubesse que eles mais fugiam que qualquer outra coisa, teria permanecido em sua cidade.

Remus correu do acampamento quando constatou que Snape não estava mais lá. Passou em frente ao bar, mas logo se escondeu, pois reconhecera Rodolphus Lestrange, bebendo sozinho. Teve que dar a volta para não ser visto, quando percebeu que Sirius e James iam direto ao encontro de Rodolphus. Tentou alcançá-los, quando alguém desaparatou na sua frente.

- Há quanto tempo, Lupin - era Snape.

- Você. - Remus se limitou a dizer. Ficaram em silêncio, se encarando, até que Remus resolve quebrá-lo - É pela dívida?

- Vim cobrar os juros. - Snape respondeu, com um sorriso de escárnio - Os barões dos cassinos querem seus couros como garantia do serviço bem feito.

- Meu caro Severus, a julgar pelo estado permanente do seu cabelo, acredito que não terá muito sucesso, então - Remus provocou, tentando ganhar tempo.

- Você vai ser o primeiro, lobisomem. - Snape saca a varinha.

- Lamento, mas devo discordar.

Remus e Snape sacaram a varinha simultaneamente e começaram a duelar. Lupin resolveu deixar James e Sirius à própria sorte, pelo menos até pensar numa maneira de livrá-los do apuro, assim que ele se livrasse de outro.




Enquanto Remus duelava e Sirius e James se viam cara a cara com a morte, Lilysbela voltou ao cinema para avisar James do perigo que corria. Chegando lá, encontrou as irmãs Black.

- Onde está o Potter? - pergunta, sem mais delongas.

- Foi resolver um assunto particular, mas volta logo - Narcissa respondeu.

- É, para buscar a gente - frisou Bella, nem um pouco entusiasmada em dizer a verdade.

- Não quero saber se ele vem buscar vocês ou não. - Lily replicou, um pouco despeitada - De qualquer forma, ele tem que ir logo embora. Meu noivo contratou um matador profissional para acabar com ele.

- Então terá que entrar na fila, porque meu marido vai acabar com ele - respondeu Bella, fazendo pouco caso.

- Além do Snape, que veio cobrar pelas dívidas dos cassinos. - completou Narcissa - A essa altura, Severus e Rodolphus não estão longe.

- Rodolphus Lestrange? - Lily perguntou.

- Meu marido, Rodolphus. - Bellatrix respondeu, ainda sem interesse - Por quê?

- Porque foi esse quem meu noivo contratou!

Bella e Narcissa se entreolharam. Era muita falta de sorte para aquele Potter.

- Bem, quem sabe pelo menos o bruxo que o Sirius salvou do hipogrifo não encontre primeiro o Rodolphus, assim pelo menos eles terão tempo de fugir - Bella observou, otimista.

- Espera... - Lily interrompeu - Por acaso foi esse Sirius quem salvou um matador profissional?

- Sim, o meu primo Sirius. Por quê?

- Porque o matador que ele salvou foi justamente Rodolphus Lestrange! - Lily exclamou, exasperada.

Narcissa e Bellatrix se levantaram.

- Droga, esse Potter não tem sorte mesmo - retrucou Narcissa, cansada de andar pra lá e pra cá, correndo para a porta.

- E ainda vai arrastar o Sirius junto. - Bella se apressou, mas parou à porta - Se bem que...

- Que foi? - Lily, que seguia as duas, perguntou.

- O Sirius me disse muitos desaforos agora a pouco, e ainda está com outra mulher... Sendo assim, que se virem! - ela voltou e se sentou em uma das poltronas. Narcissa não sabia ao certo que atitude tomar e Lily estava perplexa.

Lily não entendia o que Sirius, ou seja lá quem for, tinha a ver com o assunto, mas resolveu questionar a decisão daquela mulher estranha.

- Quer dizer que você vai largar os dois a mercê do seu marido? Não é possível que você vai abandonar seu primo e seu... Seu amante... - Lily mal conseguia falar, mas Bella e Narcissa começaram a rir.

- Como se Bella ou mesmo eu estivéssemos interessadas naquele Potter - disse Narcissa, entre risos.

- Potter não é meu amante, Sirius é. - Bella continuou, ainda rindo - Se quiser, pode ficar com seu querido Potter, mas a essa altura já deve estar morto.

Foi um gesto rápido. Lily deu um tapa em Bellatrix que ecoou pelo cinema.

- Sua vadia impertinente! - bradou Bella, sacando a varinha, mas Lily foi mais rápida.

- Petrificus Totallus! - lançou o feitiço contra Bella, acertando em cheio. Em seguida, ela estuporou Narcissa.

Não esperou para ver ou falar algo para as duas, seria inútil. Correu em direção ao único que poderia ajudá-la naquele momento.



(1) Música: Você não me ensinou a te esquecer, Caetano Veloso. Composição: Bruno Mattos / Odair José.


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