Eu estava no tumulo de meu pai, jogando uma flor vermelha na lápide.

O túmulo de minha mãe estava próximo e algumas lágrimas formaram em meus olhos.

Eu tinha voltado a minha antiga cidade porque Melina estava gravando um vídeo musical e encasquetou que deveria ser ali onde eu morara um dia. Aproveitando a visita a cidadezinha, dei um oi ao meu irmão Giovane e aos seus dois filhos, passei na antiga casa onde meu pai morava e encontrei Sabrina, com os cabelos grisalhos sentada em uma cadeira na porta da casa tricotando.

Trocamos algumas palavras, o tempo não havia cicatrizado todas as feridas causadas, e nossa conversa foi o mais breve possível.

Peguei meu carro e fui a minha antiga casa no sitio.

Um monte de lembranças surgiu em minha mente, a casa estava em ruínas, o local era domado por um mato muito denso, mas ali ainda tinha o mesmo cheiro de quando eu era criança.

Nos-tal-gia.

Caminhei um bocado e subi num morro alto e olhei para as montanhas ao longe.

Escutei algumas vozes vindo de outra direção e me escondi atrás de uma arvore e observei uma cena muito peculiar: Um homem alto e não muito estranho andava em direção ao quintal de uma bela casa.

-Aonde você vai, papai? – perguntou uma criança pequena aos pés do pai.

-Vou ver o sol se pôr, Diego – respondeu o homem.

Eles continuavam a andar.

Subiram a mesma colina que eu estava porem não pareceram notar minha presença atrás da arvore.

-Mas você faz isso todo dia, papai – disse a criança.

Ele sorriu.

-Sim – respondeu – Estou pagando uma promessa.

Meu coração acelerou.

O sol se pôs por entre as montanhas.

Meus olhos se encheram de lagrimas quando eu percebi que aquele homem era Ricardo pagando a promessa de nunca esquecer a nossa história de amor.

Ricardo, o único homem em que eu amei em toda a minha vida.