Prostituta Do Governo escrita por Leticia, Lari Rezende


Capítulo 48
Uma surpresa


Notas iniciais do capítulo

Gente a fic está quase no fim. Acho que amanha já acaba ):
Aqui está um capítulo fresquinho (:
Boa leitura :3



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Quando abri os olhos fui envolvida por uma forte dor no rosto.

A enfermeira estava ao meu lado e sorriu quando eu acordei.

–Olá – disse ela – Como você se sente.

Tudo na minha cabeça era um grande borrão. E então como em um filme, em câmera lenta, as coisas passaram a ter sentidos para mim.

–Onde esta minha filha – disse levantando rapidamente da cama e ignorando a dor no meu rosto.

A enfermeira me tranquilizou.

–Ela esta bem – disse a enfermeira, uma mulher alta e morena de olhos castanhos que me lembravam avelãs – Ela não sofreu nem um dano, só você que vai ficar com essa cicatriz no rosto.

Passei a mão no rosto que estava coberto por um curativo. Deitei minha cabeça no travesseiro e fechei os olhos, a vida da minha filha era muito mais importante do que qualquer marca que ficasse em
meu rosto.

Fiquei em observação por mais algumas horas e fui liberada durante a tarde.

A minha casa estava em ruínas, o pouco a que sobrou estava em um canto da sala da casa de Tereza. Foi lá que eu passei a noite com Melina, no quarto de hospedes de Tereza. Fui informada pela mesma, que os homens que colocaram fogo na minha casa haviam sido presos. Tereza chegava na hora em que um deles segurava meu braço fortemente, desconfiada achando que se tratava de um assalto ou coisa similar, a mulher chamou a policia que logo apareceu.

Peguei algumas roupas de bebê na loja já que boa parte das roupas de Melina foi destruída com o fogo.

Deitei minha cabeça depois de um dia nada tranquilo e acordei extremamente tarde no outro dia.

Melina continuava dormindo ao meu lado e nem um ruído vinha do interior da casa. Levantei e vi que eram quase dez horas da manhã.
Atravessei o pequeno quarto e abri a porta, tudo estava absolutamente escuro e não havia sinal de movimento algum. Desci as escadas até a loja que também estava fechada. Voltei intrigada pelas escadas de concreto e andei em direção ao quarto de Tereza. Era estranho, pois ela sempre acordava cedo e raramente dormia até mais tarde.

Bati na porta duas vezes e chamei seu nome. Ninguém respondeu e não escutei nenhum sinal de vida. Girei a maçaneta lentamente e a porta se abriu.

O quarto de Tereza era normal, havia um grande roupeiro em uma das extremidades da parede, uma penteadeira com uma diversidade de cosméticos, uma grande cama no centro do quarto e cortinas de um grosso tecido vermelho.

Aproximei-me da cama e vi Tereza deitada por debaixo dos lençóis floridos. O rosto enrugado dela estava para cima e seus olhos fechados pareciam encarar o teto. Ela parecia sorrir e por um momento fiquei na duvida se eu realmente devia acordar a mulher que dormia tão profundamente.

Passei minhas mãos pela testa enrugada dela, afagando os seus cabelos para trás e lembrando-me de como aquela mulher havia me ajudado quando cheguei a Porto Alegre. Deslizei minha mão pela bochecha dela e acariciei levemente a ponta do nariz dela, quando notei que algo estava errado.

Abaixei-me e coloquei meu dedo no nariz dela, e notei que a velha senhora não estava respirando, tomada por uma ponta de desespero peguei seu braço mole e verifiquei seu pulso que não tinha sinal algum de pulsação. Coloquei meu ouvido em seu peito e eu não ouvia seu coração bater. Olhei com horror aquela cena: Tereza estava deitada sobre a cama, com uma leve sensação de bem estar, com um sorriso feliz no rosto e completamente morta.

O laudo médico veio mais tarde. Tereza havia tido um infarto enquanto dormia – não sentiu dor nenhuma – disse um dos médicos que veio junto com a ambulância que eu chamei – deitou para dormir e resolveu permanecer dormindo.

Assim que levaram o corpo informei ao advogado dela, que disse que iria falar comigo mais tarde e pessoalmente.

Lia, Ana Maria e Mateus vieram passar o dia comigo. Era muita coisa para a minha cabeça.

Ao crepúsculo o enterro de Tereza aconteceu. Estávamos eu com minha filha no colo, Lia, Ana Maria, Mateus e Rodrigo (o advogado de Tereza).

Olhei para o sol que se escondia ao longe e lembrei-me de Ricardo e da promessa que havíamos feito um para o outro, olhar todos os dias o sol se pôr, lembrando de todas as coisas boas que aconteceram em nossas vidas.

Minhas lagrimas caiam lentamente, eu nunca havia enfrentado tanta perda em toda a minha vida e comecei a achar injusto tudo aquilo.

À noite fui para a casa de Tereza acompanhada por Rodrigo.
Coloquei Melina que dormia tranquilamente na cama e fui lhe fazer campainha na sala.

–Você é Jessica não é mesmo? – perguntou ele – A famosa Jessica.

Olhei para ele confusa

Rodrigo era um homem desconcertante. Seus músculos ficavam rígidos no terno caro que ele usava. Seu cabelo preto estava penteado de forma elegante e os traços de seu rosto eram marcantes.

Estávamos sentados da pequena sala de visitas da casa.

–Eu sou a Jessica – respondi – Agora famosa...

Ele riu baixinho.

–Tereza gostava muito de você – disse ela – E eu tenho algo que ela deixou para você.

Olhei para ele confusa.

–Como assim deixou para mim? – perguntei.

Ele abriu a maleta preta aos seus pés e tirou um papel branco.

–Bom, aqui está. – disse ele limpando a garganta começando a ler o papel – Eu, Tereza Barros, declaro que todos os meus bens, sem exceção, pertençam agora a Jessica Batista, uma mulher a quem eu amo como minha filha.

Rodrigo me olhou.

–Ela era uma mulher de poucas palavras – disse Rodrigo – Mas completamente objetiva.

Eu estava em um tremendo choque.

–O que...? - perguntei

Ele riu.

–Você agora possui essa casa – disse ele – É dona da loja de roupas e o dinheiro que esta na conta bancaria também vai ser transferido para você. Eu tenho uns papeis aqui e preciso da sua assinatura...

Rodrigo continuou a falar, mas minha mente estava completamente oca e tudo o que eu escutava era um estranho zunido.

–Meu Deus – disse baixinho.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?



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