Prostituta Do Governo escrita por Leticia, Lari Rezende


Capítulo 26
Encontrei o amor num beco sem saída


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura :3



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Estava uma quente e ensolarada tarde de quinta-feira e Pedro e eu estávamos derretendo aos poucos olhando um para o outro, sentados naquele maldito sofá de couro. Decidimos ir à praia.
Coloquei um biquíni preto e Pedro uma sunga vermelha. Fomos com o carro dele e em poucos minutos chegamos à praia. Tirei minha roupa e deixei no carro, Pedro fez o mesmo. Passei protetor solar nas costas dele e ele fez o mesmo comigo.
A areia da praia queimava meus pés de tão quente que estava, mas o vento que vinha do mar era inquestionavelmente maravilhoso. A água estava morna e transparente e o repuxo era forte o bastante para derrubar um homem e levá-lo as profundezas do mar. A praia estava praticamente vazia, havia um casal de idosos caminhando ao longe da água e algumas crianças fazendo castelinhos de areia longe de nós.
Pedro deu um mergulho furando uma onda, era incrível vê-lo naquela sunga vermelha. Achei estranho esse meu pensamento. Na realidade eu não sabia o que sentia por Pedro. Eu havia amado Ricardo e além de tudo e de todos. E de todos os acontecimentos que levaram a gente a se distanciar, eu ainda sentia meu coração acelerar quando as imagens do nosso beijo em baixo dos pés de bergamota viam em minha mente.
Pedro voltou à superfície com o cabelo escorrido para trás, veio até mim e me deu um beijo na boca.
–Sabe o que seria legal? – perguntou ele.
Fiquei admirando os olhos dele enquanto a água batia em minha cintura de forma dançante.
–O que? – perguntei.
–Transarmos aqui dentro da água – respondeu ele rindo.
Dei um beijo em sua boca e transamos dentro do mar. Foi discreto o suficiente para ninguém ver.
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***

Depois da praia fomos ao mini mercado localizado numa rua completamente isolada, onde uma senhora de idade cuidava do caixa. Entramos cheios de areia no lugar que estava praticamente vazio, exceto pela velha que dormia sentada no caixa e pelo enorme quadro de peixe a cima da cabeça dela.
Pedro fez sinal de silencio para mim e juntos começamos a explorar as pequenas prateleiras do mercadinho. Pedro pegou chocolates e colocou dentro da calça. Achei o ato engraçado e peguei uma garrafa de Vodka escondendo debaixo da minha camiseta. Peguei uma latinha de refrigerante quente e chacoalhei bastante, em seguida abri fazendo o conteúdo da lata explodir para cima. Pedro fez o mesmo e a velha acordou.
–Quem esta ai? – perguntou ela.
Saímos correndo do mercadinho e riamos feitos loucos. A velha levantou e veio atrás de nós. Pedro pegou um carrinho de compras próximo a porta do mercado e mandou eu subir dentro. Assim que deitei dentro do carrinho de compras, Pedro me empurrou até onde o carro estava estacionado. Desci com certa dificuldade e joguei o carrinho na calçada.
Entramos no carro rindo. Pedro acelerou fundo e entrou em uma rua bem pouco movimentada.
Abrimos o chocolate e garrafa de vodka e ligamos o som no ultimo volume. Sintonizei em uma radio que tocava We found Love.

Coloquei a cabeça para fora da janela e fechei os olhos. Pedro deu várias manobras perigosas e radicais com o carro enquanto eu gritava e ria feito louca. Paramos próximos ao que parecia ser um ginásio esporte.
–Onde estamos? – perguntei.
–Já já você vai saber – respondeu ele.
Sentei no capô do carro com a garrafa de vodka entre as pernas.
Pedro abriu o porta malas e tirou um skate de dentro.
–Não sabia que você tinha um skate – disse assim que o vi se equilibrando em cima.
–Vem – gritou ele fazendo sinal para que eu o seguisse.
Atravessamos os portões de ferro e entramos no lugar que era cheio de pistas de skate. Vários adolescentes com estilo punk corriam de um lado para o outro com seus skates fazendo manobras. Eram varias rampas. Algumas íngremes outras com barras de ferro. Além de skates havia garotos fazendo manobras de bicicletas e uma menina que parecia a própria Barbie andava de patinete.
Pedro me levou para cima de uma rampa e me deu o skate dele. Eu não tinha noção alguma de como era andar naquilo e a vodka já estava fazendo algum efeito sobre mim naquele momento. Desci a rampa sentada, com as pernas abertas e com os braços esticados. As pessoas passaram a me olhar, aposto que pensavam: ”Meu Deus que é essa louca?” Pedro fez o mesmo que eu. Era engraçado. Caiamos do skate antes mesmo de chegarmos ao final da rampa. Eu ria feito uma condenada e Pedro ria mais ainda. Nós jogamos no chão rindo um por cima do outro. Nos beijávamos e nos dosávamos com goles de vodka ao mesmo tempo. Pedro me pegou no colo e passou a me rodar de um lado para o outro. Quando ele me colocou no chão eu peguei o skate e fui para a rampa, desci sentada gritando e rindo. Fiquei sentada no chão com a garrafa na mão.
–Tá cansada, amor? – perguntou ele sentando ao meu lado.
–Não – respondi – por quê?
–Porque nos vamos ferver essa noite – disse ele levantando e me dando a mão. Segurei a mão dele e tomei impulso para levantar.
–Aonde vamos? – perguntei.
Ele deu um sorriso maquiavélico.
–Vamos mostrar a essa cidade quem nós somos.
A ideia me parecia ótima.
Tomei mais um gole de vodka e pensei.
Eu havia encontrado o amor.
E ele estava num beco sem saída.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?