Ensinando A Amar escrita por BiaSiqueira, ThansyS


Capítulo 9
Sensações estranhas


Notas iniciais do capítulo

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Juliana sempre teve uma certa capacidade de se livrar das encrencas. Era uma garota bastante "arteira" e agora agradecia aos céus por isso. Olhou para o pai e sorriu como uma criança encrencada faria. o homem se segurou para não revirar os olhos.

Era notável o fato de que a menina estava ganhando tempo para inventar uma desculpa qualquer.

-Antes que comece a inventar mil e uma asneiras, eu desisto._Ele disse e deu de ombros para a surpresa dela.

-Como assim?_Ela perguntou com a expressão de que esperava mais dele.

-Isso mesmo. Você já está crescidinha Juliana, já sabe o que deve e o que não deve fazer._Ele disse e a encarou esperando uma resposta que ele tinha certeza que viria.

-Ok._Ela suspirou cansada._Você venceu. Sua psicologia reversa sempre funciona comigo._Ela disse e o viu assentir sorrindo._Aquele rapaz é um aluno meu, e ontem quando eu fui comprar pão o Douggie acertou a porta do carro na cabeça dele. Ai eu levei ele no hospital e o médico disse que ele precisava ser observado, e a mãe dele ligou e disse que estava fora da cidade, e se ele morresse a culpa seria minha, então eu fiquei na casa dele e cuidei para ele não morrer._Ela disse tudo em um fôlego só e viu o homem arregalar os olhos.

-Você por acaso perdeu o juízo menina?_O homem disse alterando um pouco a voz e assustando a filha.

-E você por acaso se esqueceu da parte onde "eu já sou crescidinha e sei o que devo ou não fazer"?_Ela perguntou e ele suspirou.

-Eu esperava mais de você minha filha..._O homem disse e ela o olhou com uma careta engraçada.

-Eu ainda não me droguei e passei pela adolescência inteira sem ficar grávida de um imbecil._Ela disse e o olhou seriamente._Você devia mais era se orgulhar de mim e não reclamar.

Dizendo isso ela foi a passos rápidos para dentro de casa, passando pela mãe sem nem notar a presença da mesma. Deixou o pai parado para trás com uma cara de que estava mesmo pensando no que ela disse.

Juliana tomou um banho demorado pensando em como as coisas estavam caminhando. Talvez ela devesse mesmo ter sido advogada ou arquiteta. Lidar com criminosos ou prédios caindo estava parecendo uma tarefa bem mais fácil do que aturar todos esses problemas na escola. Suspirou cansada e se jogou sobre os livros e roupas espalhados sobre a cama.

Observou a por alguns minutos os detalhes que ela já conhecia bem, do teto do seu quarto e em instantes já estava dormindo.

-Juliana minha filha você tem visita._A voz da mãe tirou a garota de seus sonhos.

-Mas mamãe, que visita?_Ela disse abrindo a porta e encarando o olhar divertido que a mãe lhe lançava. Assim que abriu mais um pouco da porta notou que a mulher não estava sozinha. Atrás dela uma figura de cabelos quase loiros costumeiramente despenteados a chamou a atenção._Gabriel?

-Oi._Ele disse parecendo um pouco sem graça também desviando o olhar da garota a sua frente.

-Vou deixar vocês conversarem a sós._A mãe de Juliana a lançou um olhar brincalhão e em seguida tratou de sumir pelos corredores.

-Olha só garoto, isso está começando a ficar estranho._ela disse assim que o puxou para dentro do seu quarto.

-Desculpe, eu sei que não devia estar aqui, mas acho que isso provavelmente caiu da sua bolsa quando saiu do meu carro._Ele disse estendendo a mão e mostrando o aparelho de celular com a foto dela.

-Ah meu Deus._Ela disse agarrando o aparelho da mão dele._Eu nem se quer senti falta.

-Bom._Ele disse ainda parecendo sem graça._Mais uma vez me desculpe, e eu..eu...Já estou indo._Ele disse e se direcionou para a porta.

-Gabriel, espera._Ela disse e o viu parar._Me desculpe.

-Desculpar pelo que?_Ele perguntou passando as mãos nos cabelos e os despenteando ainda mais.

-Eu te tratei mal._Ela disse sem graça._Sem motivos.

-Não foi nada._Ele disse ainda olhando para o chão._Professor nenhum deve gostar de receber os alunos em casa, ainda mais quando estão dormindo.

-Mesmo assim obrigada._Ela disse notando que o garoto a todo momento olhava apenas para o chão.

-Você está bem Gabriel?_Ela disse se aproximando dele.

-Mas é claro que estou._Ele disse nervoso._Por que não estaria.

-Ah Meu Deus, você está sentindo dor no machucado?_Ela perguntou tocando de leve nele e o puxando para perto na intenção de analisar o lugar.

-Não tem nada doendo._Ele reclamou enquanto tentava se afastar._Acho melhor eu ir para casa agora.

Nesse momento Juliana tocou com um pouco mais de força sobre o hematoma na testa dele e ele soltou um pequeno gemido de dor enquanto a segurava pela cintura no intuito de afastar ela de si. Nesse momento, porém a porta do quarto se abriu e por ela o pai de Juliana olhou assustado a cena que se passava.

-Desculpe. Eu não sabia que tinha visitas._Ele disse com cara de espanto. Assim que notaram a presença do homem, ambos se separaram rapidamente tornando a situação ainda mais constrangedora .

-Papai. Não é o que você está pensando._Juliana se xingou mentalmente por dizer um da das frases mais patéticas que alguém poderia dizer em toda a vida.

-Eu já estava de saída._Gabriel disse e passou rapidamente pela porta acenando nervosamente para o homem no caminho e sumindo da vista dos dois logo em seguida.

-As vezes eu acho que você está mesmo perdendo o juízo._Pedro disse e simplesmente deixou o quarto da filha.

Gabriel seguiu rumo ao carro no portão da casa de Juliana e assim que pisou no acelerador dirigiu o mais rápido que as ruas da cidade permitiam. Os pensamentos do rapaz estava a mil. Se um dia alguém fizesse um filme sobre a sua vida, este deveria se chamar "Confusões e mais confusões" já que tudo o que ele fazia parecia sempre dar errado. Ele suspirou assim que parou frente a uma das praias da cidade. Ele gostava de ficar sozinho para pensar e esse era sempre o lugar onde ia para isso. Assim que chegou em casa depois de deixar a "professora" na casa dela, ele notou que ela havia deixando cair o celular no banco de trás do carro, onde Douggie estava. Provavelmente o animal havia facilitado a queda ainda mais, visto que não parava quieto um segundo se quer. Ele pensou em esperar até o dia seguinte para devolver o aparelho, mas de alguma forma ele queria devolver hoje mesmo. Ele queria cumprir seu papel de devolver algo que não lhe pertencia, mas na verdade ele sabia que não foi esse o motivo que o levou até a casa da moça. Ele queria vê-la. E sabia disso. Só forçava a si mesmo a não procurar o motivo desse desejo.

Juliana se chutou mais uma vez mentalmente naquele dia.Se olhando no espelho ela via claramente o que deixou o garoto tão desconfortável. Ela trajava apenas um shorts curto de pano mole que marcava o corpo e uma blusa de alcinhas aperta, que nem permitia o uso do sutiã. Esse foi provavelmente o motivo que o fez querer se afastas assim que ela se aproximou. Ela era sua professora e ele lhe devia respeito. Ela sabia também que havia se sentido estranha assim que o viu parado na sua casa hoje. Ela sabia que gostava de ter ele por perto, mas sabia também que havia um motivo que fazia ela se sentir assim. E ela definitivamente tinha medo disso.


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Notas finais do capítulo

Beijo beijo e fiquem com Deus!