Gakuen Hetalia: Uma Nova Aventura escrita por Deusa Tsukihime


Capítulo 2
Agitando a Academia !


Notas iniciais do capítulo

Obrigada Shakinha por ter betado esse capítulo! :D



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Os horários pareciam passar voando, Eslováquia estava se acostumando com aquele seu primeiro dia de aula e já tinha muitas coisas para estudar. Ela estava indo para sua última aula do dia, a primeira que ela não teria a companhia da irmã. Era a aula de música.

 - Me pergunto se a Sérvia está bem. Acredito que no almoço iremos nos encontrar.

Eslováquia caminhava distraída e não percebe que ao virar a curva do corredor, iria se chocar com alguém. O choque foi evitado pela prudência da pessoa que vinha na direção oposta.

- Não é prudente andar distraída, senhorita Eslováquia.

- Ah!? Senhor Áustria, desculpe-me! – A voz dele havia acordado a moça, que percebeu estar cara a cara com o pianista.

- Bom, felizmente nada aconteceu. E pode me chamar de Áustria apenas, e informo-lhe que o caminho para a sala de música está errado. Por favor, me siga.

Eslováquia sorri um pouco em graça, mas faz um leve sinal de positivo com a cabeça. Ela acompanha Áustria e conversam sobre as obras de Chopin, até que, próximos da sala de música, eles encontram com Hungria e Prússia, este último prendia Hungria na parede e a beijava de forma desejosa. Os olhos de Áustria, por trás dos óculos ficam surpresos e rapidamente ele vira o rosto para o lado, Eslováquia ao seu lado, acompanha a reação do pianista e, sem muito pensar em como agir, ela o pega pela mão e o puxa para uma sala ao lado, fechando a porta trás de si em seguida.

- ...

- Áustria, eu...

- Tudo bem, senhorita Eslováquia. Perdoe meu descontrole... Bom, vamos ao Chopin? Você pode pegar um violino emprestado aqui da sala de música. Eu sou o presidente do Clube de Música. – Áustria falava tentando esconder a voz trêmula. Ele andava de um lado para o outro da sala, olhando CD’s, alguns livros, e por fim se sentou ao piano e abriu a tampa dele sem muito cuidado. Eslováquia olha triste para um Áustria bastante incomodado e magoado. Ela precisava fazer alguma coisa para mudar aquela situação, afinal, não era justo com alguém tão gentil como o músico.

- ... – Eslováquia vai até o armário de instrumentos e pega um violino delicadamente e antes mesmo de ver a afinação do instrumento, ela escuta o Chopin de Áustria, era Etude op.10 no.3 "Tristesse". O olhar do músico era profundo e distante, pareciam opacos, a jovem não conseguiu sequer mexer no violino e deixou o instrumento por sobre a mesa antes de se aproximar por trás de Áustria. O Tristesse dele estava começando a ficar um pouco descontrolado, ele tocava forte e com força, o arrumado cabelo dele começa a se atrapalhar e os óculos começam a descer por sobre o nariz. Sem pensar, Eslováquia se inclina sobre Áustria e o abraça, imobilizando seus braços, ele fica surpreso com a atitude e mais ainda ao ver que a jovem chorava e que as lágrimas dela, ao se perderem na curva do delicado queixo, caiam sobre o ombro dele.

- Já chega, Áustria... Por favor, você vai acabar machucando seus dedos e também danificando as teclas do piano... Não se segure mais, não se sufoque mais! Não segure uma tristeza...

O abraço de Eslováquia era forte e caloroso, o músico ficava imóvel, não esboçando qualquer reação, até que, de repente um soluço de choro abafado toma a sala. Sem dizer nada, Eslováquia solta Áustria do abraço e se senta ao lado dele na cadeira do piano, ele apoia a cabeça sobre o peito dela.

- Vai ficar tudo bem... Áustria... – Ela tinha um tom reconfortante na voz, e acaricia o macio cabelo do músico, agora nenhuma palavra que ela dissesse iria ajudar, era o momento apenas de Áustria deixar aquela imensa dor sair do peito.

- Um momento para eu me dedicar à pintura... – República Tcheca havia encontrado a sala de artes e muito satisfeita com o que via, foi logo à procura de uma tela em branco e um cavalete. Ela havia trazido com ela seus materiais de pintura, só que pelo fato de ainda não ter ido ao dormitório, não podia pegá-los. – Finalmente um tempo para mim...

- Aiyaaaa !!!! Como você fez isso Inglaterra??? – O silêncio da sala de pintura é interrompido com um grito e a chegada de um rapaz usando um rabo de cavalo e o Inglaterra. – Eu me esforcei tanto nesse retrato aru!!

- Ahh China, desculpa, não sei o que pode ter acontecido. Eu ia mandar para a Rainha e tudo mais...

- Não tem jeito, eu posso tentar arrumar aru, mas não vai ficar para o tempo que você quer aru.

- Tudo bem China, faça no seu tempo e oh, República Tcheca, sua aula optativa foi artes?

Inglaterra vê por cima do ombro de China, a silhueta de República Tcheca que estava de frente à uma tela branca, ela olha de lado para os recém chegados e depois volta o corpo para eles.

- Sim, não sabia que você também, Inglaterra. – Ela responde de forma direta.

- Ah entendo... Bom, esse aqui é o China, ele está no clube de artes e de culinária.

- Prazer em conhecer a senhorita, aru! – China faz uma reverência e República Tcheca percebe que na cesta que China carregava nas gostas, havia um bichinho, ela olha mais atentamente e percebe que era um filhote de panda. – Ahh, esse é o Panda aru.

China percebe o olhar confuso da garota e logo apresenta Panda à ela, mas como era de se esperar, República Tcheca mantem sua expressão séria e China apenas sorri, já Inglaterra fica olhando a moça de óculos.

- Bom, se me derem licença, eu irei voltar à minha tela... – República Tcheca faz uma reverência e volta para seus afazeres, China também diz algo em ter que sair e Inglaterra permanece na sala.

- Se importaria se eu visse você pintando, República Tcheca? – Pergunta Inglaterra se aproximando da moça. – Eu não tenho o que fazer até o almoço.

- Não.

- Ah... Obrigado... – Inglaterra pega uma das muitas cadeiras da sala e senta-se de forma que podia ter uma boa visão da tela em branco. Só que ela não fica por muito tempo naquele vazio branquíssimo, logo a moça começa a dar cor e forma à tela, com uma delicadeza que Inglaterra se surpreende dela possuir. – Se o Itália souber que você pinta quadros, ele vai ficar bem contente. Ele também tem como atividade extra a Pintura.

- Ah, eu vi uma tela dele aqui, ele gosta de cores mais leves, eu prefiro as mais fortes, elas expressam melhor o que eu quero desenhar na tela.

- Ah sim, bom, eu não entendo nada dessas coisas...

- É questão de prática, Inglaterra. Eu gosto de pintura desde bem pequena.

Enquanto conversavam, República Tcheca dava mais cores e formas ao seu quadro, ela desenhava uma dela fada, com asas negras e de aspecto sombrio, o que chama a atenção de Inglaterra.

- Isso seria uma fada caída? – Pergunta ele à República Tcheca.

- Sim, é de um folclore Irlandês, em que diz que essas fadas seriam anjos caídos, expulsos do céu por Deus. – República Tcheca descansa o pincel no cavalete apenas para ajeitar os óculos, enquanto respondia Inglaterra. – Você deve conhecer melhor do que ninguém essa história.

- Sim, de fato... Você gosta desses temas, República Tcheca ?

- Sim, eu estou lendo um livro sobre invocações, atualmente.

- Ah! Fantástico, depois me indique, eu também gosto de livros assim.

- Você poderia me indicar alguns também, por favor. – A séria República Tcheca parecia estar até mais amigável agora. Tanto o pincel quanto a paleta, repousavam numa mesa ao lado do quadro inacabado de República Tcheca, o assunto havia a interessado, pois encontrará alguém com quem discutir sobre os livros que lia, já que ao comentar isso com a irmã, Eslováquia, ou mesmo Sérvia, as duas saiam gritando assustadas. Ela e Inglaterra então começam uma longa discussão sobre seres místicos e poderes sobrenaturais.

Enquanto isso, no pátio central da Academia, Sérvia estava sentada em um dos bancos de pedra e segurava um saquinho cheio de cookies. O dia estava agradável e o banco que escolhera para se sentar era próximo de uma bela árvore que lhe fazia sombra. Sérvia pensava que os funcionários da cozinha haviam sido gentis em depois daquela confusão com o Rússia, deixarem ela fazer aqueles cookies, para ocupar o tempo até o almoço.

- Ahh~ eu não vou conseguir comer sozinha... E eles são melhores ainda quentinhos...Onde será que a República Tcheca e a Eslováquia estão ?

Ela falava enquanto apreciava a cena do pátio, um lugar muito bonito com uma fonte ao centro e muitas flores no gramado bem cuidado, os olhos negros acompanham cada detalhe do local, até pousarem sobre dois rapazes que pareciam discutir.

- América-san, contenha-se, por favor.

- Ahh!!! Como assim acabaram-se minhas caixas de cookies? Aposto que o Inglaterra e o França esvaziaram ela toda!!!

Como o rapaz loiro de óculos não falava nada baixo, a conversa chegou até Sérvia que se levantou e caminhou até os dois rapazes.

- Ahh, com licença? – Ela pede gentilmente. – Eu estava aqui perto e não pude deixar de ouvir sua lamentação, então, por favor, sirva-se. Eu acabei de fazer esses cookies.

América e Japão são pegos de surpresa com a presença da moça, principalmente por ela estar segurando um saquinho cheio de pequenos cookies.

- HA HA HA! Great! Obrigada senhorita! – América não faz cerimônia e enche a mão com os biscoitos.

- Você também, por favor. – Sérvia estende o saquinho de biscoitos ao rapaz de cabelos negros que gentilmente faz uma reverência e pega alguns para si.

- Obrigada senhorita. Não me lembro de ter visto você antes, é nova aqui na Academia ?

- Sim, meu nome é Sérvia, muito prazer! – Ela sorri docemente e Japão responde com um maneio positivo de cabeça.

- Eu sou o Japão e este aqui é o América-san, Sérvia-san.

- Prazer, Sérvia! Valeu pelos biscoitos, são deliciosos! – América falava um pouco embolado, pois estava com a boca cheia e Japão o repreende por tal cena na frente da moça, que apenas leva uma das mãos os lábios e dá uma risada leve e suave.

- Tudo bem, não se preocupe com isso, senhor Japão. Fico feliz que o senhor América tenha gostado tanto dos cookies.

- Pode me chamar apenas de Herói!

- Nossa, olha o horário... Parece que já podemos almoçar. Nos acompanha até o refeitório, Sérvia-san ?

- Ah, será um prazer senhor Japão, obrigada!

O começo do dia havia realmente passado bem ligeiro e já era hora do almoço. Logo o refeitório começa a ficar repleto de alunos, que se serviam e conversavam sobre todos os assuntos. Eslováquia chega acompanha de Áustria e logo vê República Tcheca, ao lado de Inglaterra, na fila para servirem-se. Ela estranha a irmã estar tão concentrada na conversa com  Inglaterra. Logo, ela vê que Sérvia já almoçava e, sentados na mesa com ela, havia dois rapazes, um loiro de óculos e outro de cabelos pretos.

- Áustria, vamos nos servir e sentar ali, tudo bem? – Pergunta Eslováquia a um Áustria já à sua “forma natural”.

- Claro, onde preferir, Eslováquia.

Depois de algum tempo, as três amigas estavam todas na mesma mesa e Sérvia apresenta América e Japão para as duas. Durante o almoço, América e Inglaterra começam uma discussão e enquanto Japão tentava acalmar as coisas junto com Eslováquia e Sérvia, Áustria e República Tcheca continuavam seu almoço tranquilamente.

- Oh~ a mesa aqui está animada.. – França aparece de repente e senta-se entre Sérvia e América. – Olá, bonita... Senti sua falta..

- F-França... – Sérvia fica com as maçãs do rosto levemente coradas.

- Com licença, posso me sentar aqui? – Uma voz fraquinha pode ser ouvida.

- Ah! De onde está vindo essa voz? – Pergunta América um pouco assustado.

- Eu também ouvi algo. – Comenta Eslováquia e Áustria concorda com ela.

- Ahh ! – Exclama França – É só o Canadá, pode se sentar sim.

- Canadá? – As três amigas perguntam juntas e um tímido rapaz de cabelos loiros e olhos gentis aparece ao lado do França.

- Eu sou o Canadá...

- Muito prazer, Canadá! – As meninas respondem em coro e um tímido Canadá sorri.

Sem mais problemas entre Inglaterra e América, e agora com a chegada do Canadá, o horário do almoço estava acabando, mas felizmente todos conseguiram se alimentar e conversavam sobre as próximas aulas que teriam. Eslováquia então pergunta se antes das aulas da tarde, haveria tempo de passar no dormitório feminino, e Áustria responde que sim, que o padrão normal da Academia é dar um intervalo depois de almoço para os alunos. O grupo grande agora começa a se desmembrar. Depois de Japão e América explicarem para as meninas como elas chegariam ao dormitório feminino, os rapazes tomam cada um, rumos diferentes e com a explicação que receberam, as meninas não demoram para chegar no dormitório feminino e cada uma achar seu respectivo quarto.

- “Ahh... Que quarto adorável, acho que vou aproveitar e desfazer minhas malas.” – Sérvia pensava enquanto escovava os dentes. Ela caminha pelo quarto, admirada com a decoração delicada e por ele ser bem amplo, tendo suíte, uma cama de casal, duas cômodas, uma de cada lado da cama, e sobre uma delas um elegante  abajur branco; havia também uma penteadeira pequena, uma escrivaninha, algumas prateleiras e um armário bem espaçoso.

- Definitivamente, esse será um bom ano aqui na Academia... – Suspira a moça de cabelos negros que após sair do banheiro, abre uma de suas malas que estava no canto do quarto e começa a tirar algumas mudas de roupa, distraída, não percebe que alguém entrará em seu quarto. – Ahh... Vai ser trabalhoso arrumar o armário.

Enquanto ela continuava a arrumação, de repente, algo a abraça e a moça, antes mesmo de poder gritar, sente lábios quentes em cima dos seus, os olhos assustados da moça fitam França que havia puxado delicadamente o pescoço dela para o lado e roubava dela agora, um beijo.

- Como eu imaginava... Macios... – França solta a moça de seu abraço e leva uma das mãos sobre os cabelos loiros, penteando-os para trás. – Olá, bonita... Espero que tenha gostado da surpresa...

Sérvia estava petrificada, ela só conseguia fitar o francês com os olhos surpresos, o bonito rosto dela estava bem avermelhado e o coração dela batia descontrolado. Demora alguns segundos até que ela recobre sua consciência.

- VOCÊ É DOIDO!? E-E-Eu... Ahhh, entrar no meu quarto assim e...

França se aproxima novamente de uma agitada e confusa Sérvia, ele a abraça ternamente e sussurra ao pé do ouvido dela.

- Desde que te vi, Sérvia, não consegui resistir... Perdoe-me por ter sido imprudente, mais você mexeu com o irmãozão aqui, de alguma forma...

Sérvia sentia um arrepio correr pelo corpo, a voz do França entrava dentro dela e causava uma sensação nunca antes sentida pela moça que rapidamente empurra França para longe de si, ela tinha o rosto ainda mais avermelhado agora, aquilo foi uma declaração?

- E... Eu não sei..ahh França...eu...

Novamente, num impulso rápido, França toma novamente os lábios de Sérvia e com o impacto, os dois caem sobre a cama do quarto, eles ficam os rostos bem próximos e França trava as mãos de Sérvia com as dele.

- Não diga nada, deixe o irmãozão mostrar o que ele disse, bombom balcã...

- F-França...

Quando Eslováquia descida para o hall do dormitório feminino, vê que Áustria estava lhe esperando. Ela sorri e ao se aproximar dele, faz uma reverência educada.

- Que gentileza, Áustria. Isso é por causa da nossa próxima aula?

- Eslováquia, pensei que como não conhecia muito bem o campus da Academia, seria correto acompanha-la. E além do mais, ainda preciso lhe agradecer por hoje mais cedo...

- Obrigada, Áustria!

Enquanto Eslováquia se aproximava, de repente, surge Hungria que cruza os braços frente ao corpo e também se aproxima de Áustria.

- Áustria, já pedi para não vir atrás de mim. Não vai ser bom para você... – Dizia Hungria com a voz um pouco entristecida, aquela fala da moça faz com que a expressão antes pacífica de Áustria, se torne uma expressão de zango.

- Deixe de ser convencida, Hungria. Eu vim aqui buscar... Buscar minha namorada! E graças a Deus não é você! - Áustria ficava um pouco envergonhado, mas se esforçava para ser firme com suas palavras, assustando Hungria e também Eslováquia.

- Áustria... – Antes de Eslováquia poder se manifestar Áustria à pega pela mão e a puxa para fora do dormitório. Hungria fica com os olhos bem abertos, em sinal de surpresa. Ela nunca esperaria ser tratada daquele jeito por Áustria.

- Ohh, isso vai ser interessante. – República Tcheca acompanhou tudo próxima à escadaria que dava acesso ao segundo andar do dormitório.


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Notas finais do capítulo

Glossário:
Etude op.10 no.3 "Tristesse" - É um estudo solo para piano compostas por Frédéric Chopin em 1832. Foi publicado pela primeira vez em 1833, na França, na Alemanha e na Inglaterra como a terceira peça de sua Op Études. 10;
San - É usado para mostrar respeito por outra pessoa;
Great - Ótimo; excelente...