Pov. Annabeth

Contei minha decisão para minha mãe e logo estava chorando no chão da sala com Atena me abraçando. Não conseguia parar de chorar. Soluçava me lembrando de tudo que eu havia passado com meu cabeça de alga. Nossas missões, a primeira vez que eu o beijei por que achei que ele iria morrer. O jeito que ele foi fofo quando eu levei aquela facada por ele, sei que ele faria o mesmo por mim sem pensar duas vezes, nosso namoro, as tardes na praia, nossos passeios subaquáticos, ele sendo idiota, nossas aventuras na batalha na Grécia e a maior prova de amor que eu poderia pensar. Eu amava aquele cabeça de algas, mas do que qualquer coisas, e por isso não posso continuar com isso.

Atena só me abraçava me consolava. Ela nunca foi tão minha mãe do que naquele momento. Eu parecia uma adolescente boba, mas nem importava. Estava cansada de ser a filha de Atena, semideusa, durona. Queria ser a menina que se apaixonou.

Logo eu não aguentei de tanto chorar e peguei no sono. Sem sonhos, graças aos deuses, pois sei que se fosse sonhar seria com o que eu não posso ter mais.

Pov. Percy

Ok, agora eu estava realmente preocupado. Andava de um lado pro outro, o programa de Zeus já havia começado então acho que isso o distraiu de querer nos matar. Apolo tirava uma soneca, Afrodite lixava as unhas e meu pai estava sentado me olhando.

Não conseguia pensar em outra coisa a não ser Annabeth numa sala sinistra com Atena torturando ela. Esta bem, talvez ela não fizesse isso, mas mesmo assim estava preocupado. O que será que aconteceu com ela?

Zeus bocejou.

- Ah esse episodio foi um tédio só. Mas cadê Atena e a menina? – Ele disse como se acabasse de notar que elas não estavam lá.

Logo, Hera entrou no salão. Ela estava num robe de seda branco.

- Marido, vamos para a cama. Já esta na hora. Amanhã vocês terminam isso. – Ela se aproximou do trono do marido e se sentou em seu colo. Ok isso era estranho então me lembrei de que aquela era a casa deles. Zeus a abraçou.

- Tem razão meu amor. Isso demorou mais do que eu imaginava. Poseidon leve o garoto embora. Afrodite passe na sala de Atena e veja o que aconteceu. Amanhã terminamos isso. Vamos querida. – Hera se levantou e Zeus a acompanhou, logo ele ficou com um robe azul marinho e seguiu sua esposa. Prefiro não imaginar o que iria acontecer depois.

- Mas pai, Annabeth... – Eu disse desesperado. Queria ver minha sabidinha.

- Vem Percy... Vamos ver o que aconteceu com sua namorada. – Afrodite disse me oferecendo a mão. Olhei meu pai, ele apenas assentiu.

- Vá filho, eu te espero aqui. – Ele disse se sentando em seu trono.

Peguei a mão de Afrodite e a acompanhei. Logo chegamos um uma porta prata com uma coruja entalhada. Afrodite bateu na porta e nada. Ela bateu novamente e nada. Perdi a paciência e bati com força, talvez até tivesse posto a porta abaixo.

- Annie, você esta ai? – Perguntei exasperado.

Atena abriu a porta, e me olhou feio.

- Isso é jeito de se portar nos aposentos de uma deusa menino? – Ela me disse com raiva.

- Me desculpa, mas Zeus nos mandou embora e continuarmos amanhã. Mas eu preciso ver Annabeth. – Disse tentando olhar lá dentro.

- Por quê? Acha que eu faria algum mal a minha própria filha? – Ela me olhou. Eu preferi não dizer nada, minha situação com a minha sogra já não estava boa. - Ela dormiu. Entre.

Entrei e vi que era verdade. Annabeth dormia tranquilamente em uma cama com um enorme véu. Pareciam aquelas camas de princesa. Afastei o véu e a vi mais nitidamente. Ela estava com uma cara triste, mas ainda dormia com tranquilidade, não estava tendo pesadelos.

- Pode dormir aqui com ela se quiser. – Atena disse.

- O que? – Eu e Afrodite dissemos em uníssono. Não acreditava no que tinha ouvido.

- Exatamente. Durma com ela. Ela se sentira melhor. E você também. – Ela disse me olhando, e pela primeira vez vi compaixão ali. Ela nos entendia. Havia mesmo esperança. Sorri.

- Obrigado, senhora. – Ela assentiu. E saiu da sala levando Afrodite com ela.

Estava sozinho com Annabeth nos aposentos de uma deusa. Ajoelhei-me ao lado dela e passei a mão em seu rosto, na hora um sorriso surgiu em seus lábios e eu quis beija-la, mas depois de hoje ela merecia dormir.

- Nos vamos sair dessa, sabidinha. Eu prometo. Eu te amo. – Queria dizer aquilo enquanto ela estava acordada, e iria, amanhã de manhã.

Dei a volta na cama e me deitei atrás dela, á abraçando. Coloquei meu rosto e seus cabelos e dormi assim, segurando sua mão e com o cheiro do cabelo dela.

Nos iriamos resolver isso. Tinha certeza.