POV Gina

Desci com Harry, seguindo James, em direção ao campo de quadribol. O céu estava nublado e escuro, mas soprava uma brisa morna que bagunçava os meus cabelos. Harry estava muito quieto, mas pude ver que ele sorria.

– Bem, aqui estamos. – James disse animado, quando avistamos as arquibancadas- Vou pegar alguma bolas de tênis pra treinarmos.

E foi em direção aos vestiários, onde guardávamos equipamentos de treinamento e as vassouras.

–Harry, - Disse lentamente. – Como você se sente?

Ele sorriu.

–Quadribol com o meu pai? Não poderia estar melhor.

–Só tente... Parecer uma pessoa normal ok?

Ele riu, acompanhado de mim. James voltava, Segurando uma vassoura, e quatro bolas de tênis.

– Vamos começar?

{...}

Já estava escuro quando James pediu a Harry que fosse guardar os equipamentos. Estávamos exaustos, os três. James nos dera oportunidade de tentar também. Eu, naturalmente, tinha ido bem, mas não tão bem quanto Harry. Deve estar no sangue, pensei.

O céu nublado revelava algumas poucas estrelas que surgiam. Devia ser por volta de nove horas, e eu estava em um silêncio mais que constrangedor com James. Uma trovoada iluminou as árvores da floresta proibida, e indicou que começava a chover.

–Vamos! – James me puxou pela mão, e correu comigo até a base de uma das arquibancadas. O choque que acabara de se espalhar pelo meu corpo quando ele me tocou, me deixou confusa. Deveria ter sido só o vento frio que me causou esse arrepio.

–Aonde...? – Comecei a perguntar, mas logo vi. Em uma das arquibancadas havia um buraco, suficiente para caber três pessoas, coberto pelo tecido amarelo. Entramos lá, esperando que a chuva passasse.

–Harry vai saber onde estamos? – perguntei.

–É, acho que não. – Respondeu, com um sorriso travesso. – Mas ele está protegido no vestiário, por enquanto.

Eu sorri de volta, mesmo achando que seria uma maldade ao Harry.

–Então, você não me disse que era tão boa em quadribol assim. Pelo menos como apanhadora. – Ele continuou. – Você é realmente impressionante.

Não pude deixar de corar.

–Ah, muito obrigada. Tenho irmãos em casa, treino muito com eles nas férias. Na verdade, sou melhor como artilheira. – respondi.

– Mesmo como apanhadora, você é ótima. Devia fazer os testes esse ano. Eu acho que vou sair do time.

–O quê? Por quê? Você é ótimo! – respondi, chocada.

–Mas não sou ótimo para a pessoa que eu quero ser. – ele respondeu, sorrindo tristemente. – Acho melhor começar a me concentrar nos estudos... Igual à ela.

–Ah, então é só por impressionar garotas? – eu disse confusa. – Você deveria fazer o que gosta, deveria fazer o que te faz feliz. E não se preocupar em impressionar uma garota. - tomei fôlego e continuei. - Além do que, aposto que além de mim, devem ter muitas outras que acham você incrível, James.

–Você me acha incrível? – James continuou, mal contendo o riso com a minha expressão impaciente.

–Você não ouviu nada do que eu disse não é? – suspirei, derrotada.

–Claro que eu ouvi. Não sou tão distraído que nem o Sirius, só estava brincando. – Respondeu, ainda sorrindo torto. – E sinceramente, eu acho que você é a garota mais estranha que eu já conheci. E... A mais incrível, Gina.

Não pude deixar de corar. James suspirou.

–Porque sempre que eu elogio as meninas, elas têm que ficar vermelhas feito um pimentão?

Rimos juntos. A chuva continuava a cair lá fora, um pouco mais fraca agora. Iriamos demorar pra sair dali, e já estava ficando tarde. Se eu chegasse ao dormitório agora, com certeza desmaiaria na cama. Com esse pensamento, não pude deixar de conter um bocejo.

–Quando será que essa chuva vai parar? – perguntei.

–Já está diminuindo. – James falou. – você quer ir agora?

Senti uma imensa vontade de me levantar, e ir correndo ao castelo. Mas uma vontade maior ainda me dizia que eu queria ficar e conversar com James.

–Vamos nos encrencar se voltarmos mais tarde? – perguntei.

–Creio que não. Estou com a minha capa da invisibilidade. – Ele sorriu.

Senti que estava fazendo algo de muito errado, mas não resisti a deitar a cabeça em seu ombro, e ficar admirando a chuva. Sentia o cheiro do perfume dele, e seus cabelos rebeldes roçavam nos meus.

–Você se parece muito com ela. – ele disse, simplesmente. Não havia entendido, mas ele não me deu nenhuma explicação. Resolvi deixar pra lá, mas ele continuou. – Só que muito mais perfeita.

Eu senti meu rosto quente novamente, enquanto o cheiro de terra molhada invadia meu olfato, me deixando ainda mais sonolenta. Adormeci lentamente, mas acordei, minutos depois, sentindo algum tecido gelado em cima de mim, enquanto eu era carregada delicadamente ao castelo.