– Mas que palhaçada é essa? - acordei com um pulo, logo depois de levar um travesseiro na cara
– Bom dia, Mel - Thiago disse, deitado na cama de Cindy e olhando para mim
– Ah, Thiago, é você.
– Você fica tão linda dormindo, sabia? Você babou e falou que me amava.
Olhei pra ele com uma cara nada legal, e ele riu. Arrumei rapidamente o meu cabelo, que estava todo bagunçado.
– Por que você veio me acordar? - eu disse, me deitando novamente no colchão
– Porque sua mãe ligou no seu celular, perguntando que horas você iria na casa dela.
– E por que você não deixou a Cindy atender?
– Porque ela saiu.
– Onde ela foi?
– Caralho, hein? Ela foi no supermercado.
Procurei pelo meu celular no quarto, para ver que horas eram. Já passavam das 15h, e eu não podia demorar mais para ir buscar o resto das minhas coisas, já que o meu pai logo voltaria do trabalho. E eu definitivamente não queria encontrar com ele.
– Faz tempo que a Cindy saiu? - olhei para o Thiago
– Não. Uns quinze minutos.
– Fudeu.
– Por que?
– Ela iria me ajudar a trazer as minhas coisas pra cá. E eu não queria que isso passasse de hoje.
– Ah, eu te ajudo. Não tenho nada pra fazer. Pode ser?
– Pode, eu não vou atrapalhar?
– Não, não vai. Eu só tenho que tomar um banho.
– Tá.
Eu ainda não sabia que roupa Thiago estava usando. E quando ele começou a se levantar da cama de Cindy, eu descobri: Ele não estava vestido.
Bom, tecnicamente estava. Ele usava uma cueca box preta. Mas de resto, nada.
Ele queria me matar? Era isso?
Me levantei, e fui escovar os dentes. Me troquei : (http://www.polyvore.com/cgi/set?id=63761953&.locale=pt-br ) e prendi meu cabelo em um rabo de cavalo.
Desci as escadas, e Thiago ainda não havia saído do banho. Resolvi comer uma maçã enquanto esperava ele, e aproveitei para ligar para a minha mãe.
* Ligação *
– Alô? Mãe?
– Oi filha!
– Tudo bom? Olha, eu já to saindo, ok?
– Tá bom, talvez quando você chegue eu não esteje aqui. Acho que vou até a casa da sua avó, ela tá meio doente.
– Ah, jura? Que pena. O Thiago tá indo comigo, ele vai me ajudar.
– Thiago? O irmão da Cindy?
– É, eu vou ficar na casa deles.
– Isso é muito bom, pelo menos eu sei que você está em boa companhia.
– Você promete que amanhã vem me ver?
– Prometo, filha. Agora vou ter que desligar. Você tem as chaves não tem?
– Tenho sim. Te amo, mãe. E deseja melhoras pra vovó.
– Pode deixar, também te amo.
* Fim da Ligação *
Bloqueei meu celular, e vi Thiago descendo as escadas.
– Vamos? - ele disse, arrumando o cabelo
– Hummmm, aonde o senhor vai, todo arrumado assim?
– Em nenhum lugar, Mel - ele me olhou, como se fosse óbvio
– Ah, deixa disso. Pode me contar, quem é dessa vez?
– Ninguém, vei.
– Posso fingir que acredito, o que acha?
– Melina, fica quieta. Vamos logo.
– Ui, ok.
Entramos no carro dele, e no caminho fomos ouvindo (e cantando) "We Are Young - Fun".
– TOONIIIIIIIGHT, WE ARE YOUUUUNG - Thiago batia no volante, enquanto cantava
– Olha, eu sei que essa é a sua música favorita, mas o que acha de sossegar um pouco? - eu disse colocando a mão nos meus ouvidos
– SO LET'S SET THE WORLD ON FIIREEEEEEEEEEEE - ele continuou, me ignorando - WE CAN BURN BRIIIIIIGHTEEEEEER - ele fez sinal com a mão para que eu cantasse com ele
– Than the sun - eu disse, deixando de lado completamente o ritmo da música - Pronto, acabou - desliguei o rádio
– Você não é legal, Melina. Não é mesmo.
– Obrigada.
Chegamos na porta da minha casa, e fomos tirar as caixas de papelão que eu colocaria as minhas coisas do porta-malas.
Peguei umas três delas, e já fui pegando as chaves para abrir a porta.
Entrei em casa, coloquei as caixas no chão, e apertei um pouco o meu rabo de cavalo. Me direcionei até a cozinha para pegar um copo de água, e quando voltei para a sala, me deparo com uma pessoa extremamente familiar na ponta da escada.
– Flora? O que você faz aqui?
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