Lets Kill Tonight escrita por Siaht


Capítulo 1
Lets Kill Tonight


Notas iniciais do capítulo

Oie, faz muito tempo que não escrevo ones, então não sei se isso ficou bom, mas eu precisava escrever algo sobre essa música que sempre vai me lembrar o Cato e a Clove.
Espero que gostem!
Música: Lets Kill Tonight - Panic! At The Disco
http://www.kboing.com.br/panic-at-the-disco/1-1074548/



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Cato abriu os olhos devagar, permanecendo imóvel. A lua brilhava no céu escuro, emanando vida e mistério. A noite já estava alta, o que o fez perceber que dormira demais. Droga! Pensou irritado, era para Clove tê-lo acordado, mas a garota obviamente não fez o que ele pediu. Aquilo realmente o irritava na carreirista, ela nunca fazia o que ele pedia, nunca seguia suas ordens ou dava ouvido às suas advertências. Clove simplesmente fazia o que queria e somente quando queria. De certa forma, e mesmo que isso fosse extremamente irritante, Cato admirava aquilo na menina, ela não se deixava intimidar, sabia muito bem do que era ou não capaz e vivia conforme as suas próprias regras. Talvez houvesse ainda uma pequena dose de presunção no comportamento da garota, mas o rapaz gostava disso. Clove era a senhora do seu próprio destino, uma coisa que ele nunca foi.

Fora ela quem quisera ir para os jogos, quem decidiu que aquela honra ia ser sua e que treinou duro durante anos para conseguir estar ali. Clove queria ser uma vitoriosa, ser aquela que levaria mais uma vez a glória a seu distrito, provando a todos que disseram que ela não conseguiria, que estavam errados. Já Cato nunca quisera tudo aquilo de verdade, ele queria vencer, era um fato, mas não pela fama, dinheiro ou glória, ele queria vencer porque foi o que lhe disserem que deveria fazer durante toda a sua vida. Ele queria vencer, porque quando se nasce no Distrito 2 isso é o certo a ser fazer. E ele fez exatamente o que esperavam que fizesse, se voluntariou, enquanto ela surpreendeu a todos fazendo o perfeito oposto do que esperavam.

Os ágeis e mortíferos olhos azuis do rapaz percorreram rapidamente o lugar a sua volta. Ele a encontrou sentada próxima a uma fogueira, encarando fixamente o crepitar do fogo, a faca em mãos. Depois da recente morte de Marvel restaram apenas os dois e ele não podia negar que era estranho estar sozinho com Clove. Apesar de serem do mesmo distrito, eles nunca foram exatamente amigos, mas desde que foram para a Capital e principalmente após o início dos Jogos, eles haviam se tornado bastante próximos. De alguma forma bizarra ele sentia que ela era a única que conseguia verdadeiramente entendê-lo. Isso tudo era errado, porque mais cedo ou mais tarde, ele teria que matá-la e agora começava a questionar se seria realmente capaz de fazê-lo. Balançou a cabeça tentando afastar aqueles pensamentos patéticos, mas não conseguiu desviar o olhar.

Lá estava ela. Os olhos verdes, que misturavam estranhamente inocência e ferocidade, presos às chamas vermelhas e vívidas, os cabelos negros estavam soltos e caiam perfeitamente sobre a pele pálida, seus lábios formavam sorriso irônico. Mesmo após tantos dias na arena Clove continuava linda, mas a sua beleza não era convencional, não era como a de Glimmer, que todos perceberiam facilmente. Não! Clove tinha algo selvagem, ameaçador, intenso... E Cato sabia que até mesmo contemplar aquela beleza rara poderia ser letal.

A garota desviou o olhar da fogueira e por um segundo seus olhos se encontraram

— O que você está olhando? – ela perguntou arqueando uma sobrancelha.

—Nada. - ele disse se levantando.

If I retreat

Words, wars, and symphonies

Make room we're taking over here

You're the galentine

Cold and alone, it suits you well

You won't find me perching here again

(Se eu retiro

As palavras, guerras e sinfonias

Abrir o espaço que estamos tendo aqui

Você é a graciosa

Fria e sozinha, bem lhe convém

Você não quer me encontrar empoleirado aqui de novo)

— Por que você não me acordou? – Cato perguntou, se sentando ao lado da menina.

Clove simplesmente deu de ombros, o que fez o loiro bufar irritado.

— Por que é tão difícil para você fazer o que eu mando? – ele perguntou enraivecido.

A garota sorriu com escárnio.

— Eu não sou sua empregada. Você não manda em mim e diferente do que acha não está sempre certo. – ela disse o encarando. Os olhos verdes presos aos azuis.

—Você também não. – ele disse mantendo o olhar.

— Eu sei disso, mas se for para cair eu prefiro que seja por minha responsabilidade. Não vou aceitar ser um peão nas mãos de ninguém.

Cato riu levemente.

— Qual a graça? – a carreirista perguntou levemente irritada.

—Você ainda não percebeu que não passa de um peão nesses jogos?

— Eu não sou idiota Cato. Eu sei muito bem o que ser um tributo representa, mas eu não faço apenas o que a Capital quer ou espera.

—Tem certeza? – ele perguntou cético. – Porque me parece que estamos fazendo exatamente o que esperam de nós: matando.

Clove revirou os olhos.

_ Você não entende nada mesmo, Cato. Eu não mato porque eles querem, eu mato porque eu quero. Porque é acima de tudo a forma de conseguir tudo o que eu anseio. Eu me voluntariei, se você não se lembra, nem estaria aqui se eu não quisesse. – a menina disse, enquanto seus olhos se tornavam cada vez mais sombrios e Cato pensa ter ouvido certo arrependimento em sua voz.

—Você se arrepende de ter sido voluntária? – o loiro perguntou em um sussurro.

Clove encarou a faca em suas mãos por alguns segundos.

—Você sabe que nós somos totalmente descartáveis, certo?

May your feet serve you well

And the rest be sent to Hell

Where they always have belonged

Cold hearts, colder songs

They will play us out

With a song of pure romance

Stomp your feet and clap your hands

(Talvez seus pés te sirvam bem

E o resto será enviado para o inferno

Onde eles sempre estarão juntos

Corações frios, canções mais frias

Eles vão nos jogar fora

Com uma canção de puro romance

Pare seus pés e bata suas mãos)

Cato suspirou.

— Sei. Mas você não respondeu minha pergunta.

Você se arrepende? – ela questionou, encarando fixamente os belos olhos azuis do rapaz.

— Eu me arrependo de muitas coisas Clove, eu ainda tenho sentimentos. Não sou o monstro que pensam... E esse é o problema...

Ela sorriu brevemente.

— Não, você não é um monstro Cato. Nenhum de nós é, seria mais fácil se fossemos... - o silêncio recaiu entre ele. Depois de um minuto ela continuou. – Sobre a sua pergunta... Sim, eu me arrependo. Me arrependo por não ter esperado mais um ano, por ter escolhido justo essa edição para me voluntariar.

— Qual o problema com essa edição? – ele questionou.

— O problema não é a edição, mas sim quem eu terei que matar, quando a hora chegar. – ela respondeu e nada mais precisou ser dito. A compreensão foi mútua. – Nós não podemos vencer esses jogos Cato. Não juntos.

O garoto suspirou.

_ Esse é o problema dos sentimentos Clove, eles destroem você.

Nada mais foi dito. O silêncio permaneceu por longos minutos, até que um som de trompetes ecoou por toda a arena, despertando a atenção de ambos. Logo a voz de Claudius Templesmith se fez ouvir, fazendo um anúncio sobre mudanças nas regras. Clove e Cato se entreolham tentando entender, afinal não existiam realmente regras além de não pisar fora do círculo por sessenta segundos antes dos jogos começarem.

Claudius, contudo continuou, e a novidade era uma dádiva. Como que por milagre a solução para o problema apareceu, dois tributos podiam ganhar aquele ano, desde que fossem do mesmo distrito.

Sorrisos brotaram em seus rostos, enquanto o alívio se instaura em seus corações.

Cato se levantou, pegando sua lança e estendeu as mãos para a garota.

— Você vem?

— Pra onde? – ela questionou.

— Fazer o que os carreiristas fazem melhor: matar e vencer. Nós ainda podemos ganhar esses jogos, Clove – ele disse sorrindo.

— Nós vamos ganhar Cato. Juntos!

— Então, venha minha querida e vamos matar hoje à noite...

Let's kill tonight!

Kill tonight!

Show them all you're not the ordinary type

Let's kill tonight!

Kill tonight!

(Vamos matar hoje à noite!

Matar hoje à noite!

Mostre-lhes tudo o que não é do tipo comum,

Vamos matar hoje à noite!

Matar hoje à noite!)


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Notas finais do capítulo

Bom, eu sei que isso ficou um lixo, mas mesmo assim resolvi postar. Me digam o que acharam!
Beijinhos...
Thaís



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