P.D.V. Rose

Estava nervosa, Scorpius não chegava. Minha mãe disse que ele já tinha dezessete anos, como assim? Mas vamos deixar para lá, depois eu penso nisso. Onde estava Scorpius?

Já estava pronta há uns dez minutos, ou mais. Não consegui fazer nenhum penteado, então resolvi deixar ele solto, mas eu havia alisado ele, então nada de cachos ruivos. Meu vestido era um pouco acima do joelho e cinza escuro, mas uma listra rosa passava por ele dando um detalhe bastante feminino. Coloquei pulseiras da cor do vestido e um Peep Toe preto.

Meu pai olhava para mim encabulado, ele com toda certeza odeia o meu namorado! Mas não posso fazer nada, não é mesmo. Escuto alguém batendo na porta e corro para abri-la, mas meu pai faz isso primeiro.

– Malfoy – disse ele com uma voz grave, tentando passar medo em Scorpius.

– Boa noite Sr.Weasley – disse ele olhando em minha direção – Vejo que Rose já está pronta, vamos pequena?

– Claro – disse e andei em sua direção.

Não esperei meu pai ameaça-lo e fechei a porta com tudo, andamos um pouco para frente e finalmente paramos. Era a primeira fez que via o cabelo de Scorpius desse jeito, para cima. Ele usava uma blusa azul polo e uma calça jeans e apenas com isso estava perfeito.

– Está maravilhosa Rose – disse ele e eu corei – Não precisa ter vergonha!

– Eu sei Scorpius, mas... – não pude terminar de falar porque Scorpius havia me interrompido.

Ele colocou a sua mão em minha nuca e ficou olhando em meus olhos, enquanto a sua outra mão apertava a minha cintura possesivamente. Ele se aproximou e finalmente selou nossos lábios, senti borboletas no estomago e há muito tempo não sentia isso.

Ele pediu passagem e eu apenas cedi, correspondendo aquele beijo. Scorpius explorava minha boca delicadamente e eu apenas fazia o mesmo. O beijo foi parando e Scorpius finalizou com selinhos.

– Rose – disse ele sorrindo e eu apenas fiz o mesmo – Trouxe algo para você, espero que goste.

Scorpius me entregou uma caixa de tamanho médio preta, aquilo parecia veludo. Abri a caixa e ali se encontrava uma linda pulseira, totalmente delicada. Ela seguia em quadradinho verdes como se não acabasse, com toda certeza aquilo era esmeraldas.

Pude perceber que em cada pedrinha de esmeralda tinha um “S” de Scorpius gravado, era simplesmente linda.

– É perfeita – disse a ele que sorriu.

– Essa pulseira passa de gerações em gerações – disse ele e eu olhei para ele espantada – Minha avó ganhou do meu avô e minha avó passou para meu pai que deu pra minha mãe que agora é minha e eu estou dando a você.

– Eu não posso aceitar... – disse a ele, aquela pulseira tinha um grande significado para eles.

– O “S” gravado nela é de Sonserina, mas para você pode ser de Scorpius – disse ele sorrindo – Combina com você pequena.

– Scorpius – disse e apenas agora ele prestou atenção em mim – Acho que está muito cedo para me dar algo assim, é de família.

– Eu não acho pequena – ele pegou meu pulso esquerdo e colocou a pulseira – Nuca a tire, linda.

– Obrigada, mas eu ainda acho... – parei de falar quando vi o olhar de Scorpius em mim – Tá, eu amei Scorp.

– Então vamos? – perguntou ele e eu assenti.

Scorpius passou um braço em minha cintura me envolvendo contra seu corpo e me beijo de novo. Quando abri os olhos percebi que estávamos em um restaurante, ele era simplesmente imenso.

Um homem cumprimentou Scorpius e levou nos dois para uma mesa, que por algum acaso ficava de frente para um mar. Onde estávamos?

– Que lugar é esse Scorpius? – perguntei a ele que me olhou divertido.

– Segredo pequena – revirei os olhos – O que vai querer?

Comecei a olhar o cardápio e percebi que tinha muitos frutos do mar ali, obvio. Eu não sabia o que escolher, então deixe Scorpius escolher. Ele chamou o garçom e ele anotou os pedidos e foi embora.

– Do que quer falar? – perguntei a ele que pareceu pensar.

– O próximo jogo de Quadribol está marcado, você já sabe? – perguntou ele olhando para mim atenta esperando alguma reação.

– Sim, Grifinória e Sonserina.

– Está bem com isso? – perguntou ele – Nada vai mudar entre a gente independente de quem ganhar né?

– Porque não me responde você? – perguntei a ele que me olhou sem entender – O próximo jogo é meu, espero que não mude nada entre a gente.

– Veremos Weasley.

– Veremos a minha vitória Malfoy – ele dessa vez não aguentou e gargalhou – Sei que não é um assunto para falar no nosso primeiro encontro, mas eu preciso saber sobre isso.

– Pode perguntar o que quiser, mas acho que sei o que é – disse ele – Chloe Sulivan, como descobriu?

– Braider – ele olhou para mim com mais atenção – Desde aquele dia eu não tenho falado com ele, mas Lily sim. Ela conversou com ele e ele acabou contando e ela enviou uma carta.

– Faz muito tempo, desde que voltou para Hogwarts eu não a vi. Às vezes eu a encontrava lá em casa, por ser a melhor amiguinha de Braider – disse ele e eu assenti – E você? Algum ex? Nunca vi você andando com algum menino em Hogwarts.

– Sim eu já tive um namoro e não sei por onde ele anda – disse a ele que sorriu, puff – Eu me afastei de vários garotos por causa dele, ele me machucou muito.

– Nunca farei isso com você – disse ele acariciando meu rosto – Qual é o nome dele? Sabe para eu colocar na minha lista de mais odiados por Scorpius Malfoy.

– Desculpa, mas não quero você com raiva – disse e ele gargalhou – Quem sabe um dia?

– Aqui está o pedido de vocês – disse o garçom e ele apenas colocou a comida na mesa e saiu.

– Isso daqui é uma delícia – disse enquanto comia e Scorpius assentiu confirmando.

– Acho que todos os casais fazem aquele joguinho de perguntas e respostas em seu primeiro encontro. Pronta? – perguntou Scorpius e assenti gargalhando.

– Não pode mentir, você começa – disse a ele, mas quando ele ia começar a falar eu o interrompi – Fez isso com Chloe Sulivan?

– Você devia ter ciúmes dela e não ficar curtindo com a minha cara – disse ele e eu revirei os olhos – Melhor amiga?

– Lily, isso é obvio – disse a ele – Agora é minha vez, qual a melhor casa depois da Sonserina? Não vale mentir.

– Já começou pegando pesado – resmungou ele – Corvinal.

– Tem certeza? Acho que começa com G – disse a ele.

– Minha vez, com quem foi seu primeiro beijou? – quase engasguei com o suco que estava bebendo – Algum problema pequena?

– Claro que não, foi com... – estava enrolando e ele apenas segurava o riso – Um sonserino.

– Mentira! – ele disse não acreditando, mas logo percebeu que não era mentira – Quem foi Rose?

– Uma pergunta por vez e nosso jogo acaba aqui Scorpius – disse a ele que me olhou com raiva.

– Se eu descobrir com quem foi eu acabo com esse moleque – disse ele.

– Desde quando você joga Quadribol? – perguntei a ele desviando o assunto.

– Em Hogwarts foi quando já era permitido para mim, mas sempre jogo em casa – disse a ele – Costumava jogar com Braider.

– Braider? Pensei que vocês não davam certo um com o outro.

– Nos dávamos, até um tempo. Quando a gente ainda era criança sempre dávamos certo, sempre junto. Mas acabamos crescendo e indo os dois para a Sonserina e ai acabou. Não por causa da Sonserina, mas depois que descobrimos tudo foi fatal. E você com o Hugo?

– Damos muito bem, mas às vezes ele tende a ser muito ciumento. Acho que ele gosta da Lily – Scorpius arregalou os olhos – Acho que isso é correspondido por ambos.

– É eles estão sempre grudado um no outro, deve ser mesmo – disse Scorpius enquanto terminava de comer – Quando terminar vamos andar na praia?

– Claro, vamos agora – disse me levantando.

Scorpius me disse para espera-lo na saída enquanto pagava a conta, depois de um tempo o vejo andando em minha direção. Tirei meu sapato e segurei-o na minha mão direita enquanto Scorpius segurava a minha esquerda.

A noite estava linda e tê-lo ali perto de mim era ótimo, depois do que aconteceu com meu ex eu nunca mais me aproximei de garotos, apenas de meus primos.

– A noite está realmente bonita – disse Scorpius e eu assenti – Mas não mais que você.

– Você tem que parar de fazer isso – disse a ele corando – Eu amei a pulseira.

– É toda sua – disse ele e meu cabelo voava por causa do vento – Adoro a cor do seu cabelo.

– Por quê? Todos os Weasley têm cabelos assim, se eu tivesse puxado a cor do cabelo da minha mãe ia ser mais fácil, assim seria uma Hermione Granger.

– Gosto de você do jeito que você é Rose – disse ele – Seu cabelo é lindo, todo cacheado e ruivo. As garotas de hoje não tem cabelos assim, sempre com tinta e todos lisos.

– Mas isso não diz nada – disse a ele.

– Diz tudo, os garotos gostam de uma ruiva – disse ele calmo, mas depois isso mudou – Os sonserinos gostam de falar bastante de você, isso me matava de raiva. Agora então...

– Nenhum nunca veio falar comigo – disse a ele sorrindo, ele estava com ciúmes.

– E nem vão, apenas Dean – disse ele.

Scorpius colocou a mão em minha cintura e junto nossos corpos e simplesmente me beijou. Agora seu beijo era mais veloz, como se precisasse daquilo. Nossas línguas trava uma batalha para ver quem comandava o beijo, mas Scorpius não estava disposto a perder.

– Você é só minha – disse enquanto me beijava e eu apenas assenti – Minha.

– Uma Grifinória, isso não te incomoda? – perguntei me separando do beijo.

– Grifinórios sim, mas você não – disse ele sorrindo – Sempre vou te proteger pequena, mesmo não estando perto.

– Eu sei.

Scorpius me beijou de novo, mas agora parecia ter mais segurança. Ele tinha medo de ser trocado por outro, mas isso não iria acontecer. Separei o beijo e ele me olhou chocado e eu apenas ri.

– Hoje foi mágico – disse a ele que sorriu, parece que hoje foi o dia do sorriso porque não parávamos de fazer isso.

– Vai ter várias e essa pulseira é a primeira de muitas – disse ele.

– Adoro presentes Scorpius, acho bom mesmo – disse tentando ficar séria, mas acabamos caindo no riso.

– Temos tomar cuidado com tudo daqui pra frente, não sabemos o que vai acontecer daqui pra frente – disse ele serio e passando os dedos em minha face – De um jeito ou de outro temos um proposito aqui.

– Mas não devemos nos preocupar com isso agora.

Dessa vez eu o beijei e pude sentir ele sorrindo com o meu ato, ele segurou minha cintura e me apertou, tinha sempre que fazer isso? Pude sentir tudo rodar, mas não liguei. Quando abri os olhos percebi que estava em frente a Grifinória.

– Uma pena que não posso levar você até o quarto – disse ele me dando um beijo na testa – Boa noite pequena.

– Boa noite Scorp.

Entrei no dormitório assim que falei a senha, subi as escadas correndo. Scorpius com toda certeza era... Olhei para minha cama e tinha um peixe estilo o Nemo em minha cama com um laço rosa em volta dele. Havia um bilhete.

Então pequena está aqui um presente para finalizar está noite, para você dormir com ele pensando em mim. Lily disse que você gostava bastante de um peixe chamado Nemo, eu nunca ouvi falar, mas aqui está. Espero que goste e não se esqueça de dar um nome a ele, sonhe comigo pequena porque estarei pensando em você. Boa noite pequena.

Beijos,

Scorpius.

Ai Merlin! Mordi o lábio tentando evitar um sorriso, mas era impossível. Deitei na cama pronta para dormir, nem liguei com a roupa que eu estava. Abracei o Nemo e dormi pensando em como Scorpius não conhecia Nemo.

– Boa noite Scorp – foi a única coisa que eu disse antes de cair em um sono profundo.