Acampamento Werning - Seres Mitológicos escrita por Winasky


Capítulo 3
Capítulo 3 - Que tal ser considerada meio-humana?




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Flash Back On
– Não! Conseguiremos!
– Yane! Não! Recue!
–Vão! Corram! Eu consigo!

– Por favor! Venha, Yane! Esta fraca e já lutou muito! - pedia o garoto
–Vá! Estou protegendo vocês! - pedia a garota ao grupo e ao garoto
Eles passaram pela porta. Ficou frente a frente ao monstro.
O ser jogou uma força gigante, para a direção da garota de longos cabelos brancos.
Caiu. Estava fraca. Sua roupa estava queimada e rasgada. Suas mãos estavam tremulas. O ser jogou outra de sua força, tal que a garota não conseguia aguentar.
Colocou seus braços na cabeça, tentando ingenuidamente resistir.
Flash Back Off
– Sara? Sara? Acorde Sara!
Abri meus olhos, e percebi que era de manhã. Estava com muita dor. Olhei para os lados. Corpos e sangue, muito sangue. Estava em uma espécie de montanha, sem grama, apenas lama.
– Hã? O que aconteceu?
– Um acidente - disse Nathaniel, engatinhando a minha direção  - Você está bem? 
Tentei me levantar.
– A minha perna esquerda dói! - eu gemi
Ele me pegou no colo. 
– Vamos para o acampamento.
– Ma-mas devemos estar longe - eu disse
Ele ignorou. Junto com outros alunos sobreviventes, desceram a montanha e correram para dentro de uma floresta escura. Porém, muito, muito rápido.
– Chegamos - Nathaniel logo anunciou.
Estávamos numa linda floresta clara, com cachoeiras límpidas, inúmeras cabanas e fogueiras.
Vi uma placa, escrito ''Acampamento Werning".
Logo, vi pessoas nos olhando. Pessoas estranhas. Seres que só tinha visto em filmes e livros mitológicos.
Centauros, sereias, feiticeiros, vampiros, fadas, anjos, demônios, lobisomens, e muitos outros.
– Que lugar é esse? - perguntei.
– Você leu a placa - disse Castiel, logo atrás de nós.
– Mas dizia que era um acampamento e não um lugar com seres tão...
– Você é um deles - interrompeu Lysandre.
– Perdão?
Todos me ignoraram. Droga.
De repente, vimos uma moça vem em nossa direção. 
– O que aconteceu com vocês? - reconheci a voz. Era da enfermeira-chefe da escola, tal que me curou.
– O ônibus... capotou e explodiu. - disse Nathaniel
– Estão todos bem?
– Nem todos. Houve alunos que não sobreviveram...
– O que? E Íris? Ela está bem? - perguntei, aflita.
– Estou aqui! - ouvi Iris, logo atrás de nós.
– Foram só vocês seis que sobreviveram?
– Seis? - perguntei.
– Ambre está viva, Sara - Disse Nathaniel. – Leve-a para a enfermaria - continuou, se referindo a mim.
– Sim, claro - disse a enfermeira. Em seguida, assoviou.
Uma maca apareceu ao lado de Nathaniel, flutoando.
– Sinistro - e me deitei.
Enquanto a maca me levava lentamente para a enfermaria, fui conversando com a moça.
– Que lugar EXATAMENTE é este? - perguntei, curiosa.
– É o Acampamento Werning, onde apenas seres mitológicos entram aqui. Humanos não conseguem entrar.
– Então como eu...? - perguntei
– Você é meio humano meio ser mitológico. Ainda.
– Como? - arregalei meus olhos
– Sim. E quando o líder chegar, você será uma de nós.
– Isso quer dizer que meus amigos são como todos daqui?
– Totalmente.
– E eles são o que?
– Castiel, um lobisomem. Íris, uma curadora, como eu. Lysandre, um anjo. Nathaniel e Ambre, vampiros.
– E eu?
– Não se sabe ainda. Só quando der meia-noite.
Rapidamente, chegamos a enfermaria, normal, como qualquer outra.
Enquanto outras enfermeiras me colocavam na cama, continuamos a conversar.
– Então é por isso que eu sobrevivi?
– Exatamente. Mas você foi a única dos sobreviventes que sofreu, pois ainda é meio-humana. - explicava a enfermeira - é a lógica.
Ela colocou as mãos em minha perna esquerda. Delas, sairam um raio branco.
– Íris também faz isso? - perguntei
– Certamente.
Logo, minha perna não doia mais.
– Agora repouse - ordenou a enfermeira-chefe, saindo da cabana.
Fiz com a cabeça um gesto positivo. Comecei a ficar com sono.
Dormi.
Flash Back On
– Yane, vamos! Vem aqui! - dizia o rapaz, todo feliz.
– Não, papai! Vem pegar! - A garotinha dizia, entrando na floresta escura.
– Não, Yane! Não!
A garota já estava na floresta. Com medo, largou sua boneca. Andou, impressionada.
Viu um vulto preto. Viu mais 5 vultos.
– PAPAI! - gritou a menininha.
Os vultos riram, com vozes que pareciam ser milhares.
A garotinha sentiu alguém a pegando.
– Aaaaaaaaah!
Flash Back Off
– Aaaaaaaaah! - continuei o grito da menina, levantando-me da cama.
Enfermeiras que estavam por perto, me olharam.
– O que aconteceu? - perguntou uma delas
– Nada. Só um pesadelo.
Elas voltaram ao seu posto.
Olhei para meu relógio. 23:05.
Levantei-me da cama. Decidi sair da cabana.
Andei pelo acampamento. Decidi lavar meus pés, pois estavam imundos e com cheiro de cadáver. 
Encontrei um lago, do outro lado do acampamento. Tirei meus tênis e coloquei meus pés na água. Estava fria.
– Heey! - Ouvi alguém gritando, debaixo da água.
– Aaah! - gritei, tirando meus pés da água.
Uma garota apoiou seus braços. Pele clara, com longos cabelos azuis, da cor do oceano, como seus olhos, que brilhavam como as estrelas da noite. Aparentava ter seus 18 anos. Linda.
– Você me deu um susto! - reclamei.
– Hunf, quem mandou estar em minhas águas?
– Suas águas? Por favor.
– Sim, minhas águas, garota! - Ela mostrou sua calda.
– Você... você... é uma...
– Sereia. Sim. Prazer, sou Serena.
– Prazer, sou Sara.
– Hum, Sara, né? É, já tinha ouvido falar seu nome por aqui...
– Como? Eu cheguei hoje.
– As conchas são como oráculos, hihi.
– Hum, interessante... como consigo uma dessas?
– Hey, são das águas. Não se pode tirar.
– Desculpe...
– Não importa. Mas chega de enrolação. Quero te dizer algo importante. Seu futuro.

- Meu futuro?

No momento que Serena ia falar, ouvimos uma flauta tocando.

- É melhor você ir.

–  Mas o que você...? - Perguntei, colocando meus tênis.

- Agora não importa. É cedo demais. Agora vá.

A obedeci. "É cedo demais". O que é cedo demais?
Eu voltei para o centro do acampamento. Vi Castiel e Lysandre com duas garotas. Uma delas me pareceu familiar.
Fui na direção deles.
Os quatro me olharam. A garota que me pareceu familiar me deu um belo sorriso.
– Saara! - disse a garota - eu disse que nós íamos nos conhecer!
Ela me deu um abraço. Hoje sei o que ela quis dizer.
– Você é aquela garota que vi na rua?
– A própria - ela respondeu, simpática - Prazer, Camila! E você já conhece o Castiel, né?
– Sim.
Me virei a outra garota. Tinha cabelos longos rosados, com seus belos olhos verdes, que encantava.
– E eu sou Lorenninha, prazer!
– Prazer!

Ouvi Camila dando risadinhas, e Lorenninha dando uma pedalada nela. Hoje eu entendo o porquê.
Camila e Lorenninha soltaram suas mãos de seus namorados e começaram a andar comigo.
– Castiel é um mal-humorado. Mas um fofo! - disse Camila
– E o Lysandre que só fica naquele bloquinho? Pelo menos ele faz poemas para mim . - disse Lorenninha
– Hum... Quem é o líder, meninas?
– Ah, o líder... Bom, não se sabe muito dele. Ouvimos dizer que já tens seus 200. Lutou muito, foi um grande homem. Matou milhares. Mas sofreu muito. Dizem que quando jovem, tinha uma esposa e uma filha. A esposa não se sabe muito, mas falam que ela fui cruelmente assassinada por nossos inimigos e, sua filha, foi raptada. Mas não morta - explicava Camila.
– Hum, interessante. Legal. Sabem o nome da filha e esposa?
– Eu sei! - disse Lorenninha - ele nos contou. A esposa se chamava Nyncia e, sua filha Yane.
– Yane? - arregalei meus olhos
– Porque? Algum problema, Sara? - perguntou Camila.
– Nã-não... Nada. Bom, vamos mudar de assunto, Sim?
– Ok.
– Hum... vocês são o quê? - perguntei, curiosa.
– Eu sou uma feiticeira e Lorenninha, uma fada. - E deu risada novamente.
– É. - Lorenninha deu outra pedalada em Camila. Elas eram o quê? Irmãs?

– Estranho... - eu disse.

– Estranho nada! Estranho mesmo seria se um grupo do céu se entrelaçasse com o grupo da terra! - disse Lorenninha
– Grupos do céu e da terra? Eles são o quê? Inimigos? - perguntei
– Não... somos todos amigos! Todos vivem no acampamento, em paz, como amigos, mas sem entre-laços amorosos... Eu sou um grupo do céu, enquanto Camila é um grupo da terra. 
– Hum, Acho que entendi.
Olhei para meu relógio. Marcava 23:57.
– Está quase na hora. - disse.

- Sim! Vamos.
Vimos todos os seres dali indo para o centro do acampamento. 
Logo, quando todos haviam se reunido, escutamos outra flauta tocar.
Olhei para meu relógio novamente. 00:00
– Começou - pensei.
Da grande cabana, que estava a frente de uma fogueira, no centro do acampamento, saíra um homem de cabelos grisalhos. Com a aparência de uma pessoa mais infeliz do mundo.
– Tragam a escolhida!
Camila me deu um leve empurrão.
Fiquei frente a frente com o líder. Ele se agachou. Disse coisas estranhas, que pareciam ser latim. Logo, ele ficava olhando para o céu e para o chão. Quando ele olhou para mim, ouvi alguém dizendo em minha mente:
– Céu.
Naquele mesmo momento, uma luz me iluminou. Tal que vinha do céu. Comecei a flutoar e logo, subir cada vez mais.
Quando percebi, já via todo o acampamento de cima. Era algo mágico, inusitado, fantástico. Me sentia livre.
Percebi que minha camisa estava resgando por trás.
– Droga! - segurei minha camisa.
A camisa rasgou. Passei minhas mãos nas costas. Senti penas.
– Asas?! - pensei
Comecei a descer. Levemente. Suavemente.
Toquei o chão.



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Notas finais do capítulo

Cap Modificado 29/04/13



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