Narrador

No capítulo anterior, Sara tem vários flashbacks, após sua morte. Não de seu passado, mas a de Yane. Logo depois, encontra Yane, que responde várias perguntas. Yane pede que Sara feche seus olhos e ela revê sua morte. Depois, vai ás celas e encontra Castiel e Lysandre aprisionados. Mais a diante, descobre um salão. Lá, reencontra Lúcifer e descobre que ele não está morto.

POVS Sara

O encontrei desamarrando Lysandre, rapidamente, dizendo:
- Vão para a saída e encontrem as caçadoras! Eu irei leva-la!
 Assim que terminou, saiu correndo para a sala de matança, enquanto Lysandre desamarrava Castiel. O segui novamente.

- Mas o que aconteceu aqui...?

Ele olhava para as ruínas, que ainda se despedaçavam. Tudo havia sido queimado, mas não por fogo. Pela luz intensa. Olhou para o lado, e viu os corpos de Winasaki e Ambre queimados. Olhou para o outro, e viu o meu corpo. Foi até ele. Agachou diante dele e segurou minha mão, cujo lado ficou intacto. Fiquei ao lado de Lúcifer.

- Lúcifer... Eu estou do seu lado, escute-me!

Mas não havia reação. A única, uma gota de lágrima.

Ele não irá te escutar. – Uma voz ecoou pela sala. Será Yane novamente? Não, não era a mesma voz. – Você está morta... e ele está vivo.

- Mas como... ? Ele... eu vi ele morrendo! – E virei.

- Sim, Lúcifer morreu.

- Quê? Mas ele está vivo ou está morto, afinal? Aliás, quem é você? - Disse, olhando diretamente para uma moça loira alta, com olhos castanhos. Vestia uma roupa antiga.

- Meu nome é Nyncia, esposa assassinada de Lown Werning, pelo seu mesmo assassino, Sara. Sou a mãe de Yane.

Silêncio. De repente, Lúcifer pegou meu corpo no colo e o levou para fora da sala.

- Você se parece com ela. – Nyncia estava olhando diretamente aos meus olhos. Ela era um pouco mais alta que eu. Estava sorrindo. – Não tive a oportunidade de conhecê-la quando era mais crescida, após seu desaparecimento, aos sete anos. Mas eu a vejo sempre que quero, agora.

Silêncio.

- Agora, você deve ir para a luz, comigo. Não pode mais ficar entre os vivos.

- Mas Yane disse que ainda não terminei a profecia.

- Venha para a luz comigo, Sara. – E apontou para uma luz entre as ruínas, como um portal.

- Eu não posso...

- Então... eu irei te buscar, após o pôr do sol. – Virou em direção a luz, aproximou-se e desapareceu.

Olhei em volta e suspirei. Tantos sacrifícios, tantos mistérios, tantos conflitos para salvarmos o Acampamento. Serena, Castiel, Lúcifer, Lysandre e eu. O que contribuímos? Serena, com suas dicas e dom. Castiel, Lysandre e Lúcifer com a ajuda, que foi fundamental. E eu, como a isca de tudo. Na verdade, não fui eu quem salvou o acampamento. Fomos todos nós.

De repente, senti novamente o frio na barriga. Senti-me como um imã, prestes a chegar ao objeto. Algo estava acontecendo. Se era bom, no momento eu não sabia. Algo queria que eu fosse para o salão. Como uma intuição. E a segui.

Cheguei ao salão e tive uma surpresa. Como com Yane, meu corpo era o centro de uma multidão. Mas esta multidão, eu conhecia. Lysandre, Castiel, Lúcifer, Alexia e as caçadoras estavam em volta de meu corpo. Lúcifer era o único que estava abaixado, com um frasco em sua mão, derramando um mínimo de líquido em minha boca. Infelizmente, eu reconhecia aquele frasco. Era o tal frasco que Camila havia me dado, no dia da batalha entre os monstros. Era aquilo que ela havia tirado do bolso de minha calça, há poucas horas atrás. Mas como eles haviam achado?

- Tem de dar certo, Lysandre! – Lúcifer estava reclamando. Tirou o frasco de meus lábios e esperou.

Segundos se passaram, e alguns já estavam aflitos. Não queriam outro morto.

- Não está dando certo, Lúcifer!

- Fique quieto, Lysandre!

- Lúcifer, Lysandre está certo. Havia um mínimo de cura. Não foi o suficiente, talvez. Alexia usou demais para você.

- Tem de ser o suficiente, Castiel!

Silêncio. Mais alguns minutos passaram.

De repente, Lúcifer se levantou e foi até uma parede ao lado, que foi esmurrada.

- Tudo isso foi culpa de Yane! Se ela não houvesse citado tal profecia, nossos amigos poderiam estar vivos! Poderíamos estar no Acampamento, seguros!

E, diante desta reclamação, senti-me como um imã, novamente. Contra minhas vontades, deitei em cima de meu corpo e fechei meus olhos.