Um Resquício De Confiança. escrita por AnaBonagamba
Paro, e penso.
Já é tarde, hora de repousar,
mas que repouso haverá sob meus olhos,
que se cansam até com o pensamento?
Tormento.
Paro, e observo.
Quanto tempo hei de esperar,
até que o tempo se esbarre
na dura dor de aguentar
no desespero o não poder, o saber,
ou mesmo o desconfiar?
Paro. Mas nada julgo.
Temo, mas que temerei?
A todos que outrora partiram
a minha partilha
renunciarei.
Os polos que se acanhem, meu mundo é outro.
Meu mundo é digno de bonança,
que a esperança nunca abate.
Canto!, pois este o posso.
Posso ser devedora de tamanha graça
mas detenho em mim a desgraça
de ser sempre minorizada.
Coitada.
Passo a passo a vida leva,
e leva consigo os passos dados.
Das velhas memórias não serão encontrados
os míseros detalhes da eterna confiança
de uma criança.
Penso, mas não paro.
Não paro porque não me deram tempo.
Cresci rápido, e muito,
não desenvolvi o intuito
de continuar a acreditar
em memórias, oh glórias.
Que resquício, que há?
Nenhuma finança.
Partiu daqui, a esperança
nesse resto desdrobrável
que é minha confiança.
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