Inside escrita por Nyuu D


Capítulo 1
único


Notas iniciais do capítulo

Ah! Finalmente consegui uma ByaRen! Espero que gostem.



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Aqueles cabelos que se espalhavam pelo lençol quente – quente por causa do calor dele. Senão, seria frio; tão frio quanto o coração de quem lhe olhava. Ou pelo menos, por enquanto. Ainda restava esperança do calor que se associava facilmente à cor daqueles cabelos.

Vermelho. Tão vermelho quanto o fogo e que explodia em seu peito, ardido. Pouco a pouco lhe aquecendo o coração.

Calor dele— era sempre o que os fios rubros lhe faziam lembrar.

Por dentro.

E quando ele se virou, pôde ver o desenho das costas. Não figurativamente, mas literalmente. As linhas pretas e retas que cobriam o torso e parte da cabeça. Achava feio antes— feio não, apenas deselegante. Percebia pouco a pouco que não existia elegância calorosa. Sempre conviveu com gente assim e todos eles tinham coração de pedra.

E se não era elegante, mas sim, tão intenso, tão vívido e espontâneo, era mais calor. Dele. Parecia jamais parar de emanar para todos os lados.

O fazia, até mesmo, sentir o rosto aquecer. Mas dessa vez, não era o calor dele. Era seu próprio calor.

Por fora.

Para alguém de pose tão grandiosa, era embaraçoso sentir-se tão pequeno diante de outro alguém que por bom tempo foi considerado apenas um cabeça-dura incorrigível.

Curvou-se sobre o dono dos vibrantes cabelos vermelhos e afastou-lhe os fios do rosto, podendo assim observar os olhos fechados mergulhados em sono profundo. Mesmo que o sol estivesse a pino no céu, em pleno meio-dia. Não era preguiçoso, mas estava cansado. Ambos estavam.

Era a entrega de calor. Não troca, mas entrega.

Sentindo uma breve movimentação, afastou-se e o outro se virou mais uma vez, ficando de frente. Abriu os olhos e se encontraram.

Arrepiou-se. Mas não foi de frio.

Por dentro.

Difícil era saber se o que influenciava era a impressão da cor— sabia que tons de vermelho sempre transmitem sensação quente. Suas repetidas dúvidas cessavam quando aquela pele lhe tocava e provava não ser culpa do tom, mas simplesmente, da pele. Da intensidade. Era calor de verdade.

Por fora.

Arriscou-se dizendo que sentia frio e mesmo desacreditando, o outro lhe abriu os braços e o ofereceu seu calor. Deitou-se sobre o peito coberto pelas tatuagens e o abraçou pela cintura. Seu tenente o aninhou nos braços, acarinhou a pele do braço a fim de aquecê-lo e se movendo, o capitão recusou o gesto.

Por quê?, perguntou-se o ruivo e o outro respondeu que apenas seus braços eram o suficiente para esquentá-lo. Não seja besta, capitão, ele insistiu com audácia. Não tinha pudor assim, embora o chamasse com certa polidez. Achava melhor.

Que faça o que quiser. Mas me aqueça. Estou com frio.

Enroscaram-se e o caloroso Renji moveu a cabeça, soando quase como manha, fazendo com que Byakuya encostasse os lábios no alto dos fios vermelhos e o deixou esconder o rosto em seu peito descoberto.

Bem perto do coração— o tabu do seireitei. Sempre se perguntaram se ele voltaria a amar alguém após sua esposa ter partido. Ele mesmo se perguntou, por um tempo, se havia a mínima possibilidade de seu peito arder mais uma vez como ardia quando estava com ela.

Não precisava mais ponderar, já havia encontrado sua resposta. E estava ali. Partilhando um abraço. Mergulhados no sol quente do meio-dia, que sequer era necessário porque o calor de um deles era mais do que suficiente para aquecer ambos.

Por dentro e por fora.

Você sempre sente frio assim, capitão?, perguntou-lhe com a voz embargada num suspiro.

Só se eu não estou perto de você, Renji.

 


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