Estranho, Inevitável. escrita por Lu Medeiros


Capítulo 4
Capítulo 4 - Confrontando


Notas iniciais do capítulo

Heeeey, feriado mais que maravilho esse.
E pra ficar melhor, mais um capítulo da fic.
Espero que gostem!



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– POV Bella -

Quando acordei meu celular estava apitando insistentemente. Eu tinha esquecido de colocar a música pra desligar automaticamente e a bateria acabou. Olhei o relógio da mesa do computador e vi que ainda eram 4 horas da manhã, mas eu não estava cansada. Eu tenho algum distúrbio de metabolismo. Vou dormir exausta, acordo cedo, e sem sono. Véi, na boa, acho que muitas pessoas podem me invejar nesse aspecto.


Coloquei meu celular pra carregar, e com sorte eu teria a bateria carregada na hora de sair pra escola.

“Ah.. Escola..” pensei comigo mesma.. Hoje eu seria a novata revoltada e mal-encarada já que eu pretendo confrontar o Edward Cullen a respeito da atitude mesquinha dele.. O pior que pode acontecer é ele ter ainda mais repulsa por mim. Então não devia ser tão ruim assim. Eu não perderia nada. Na melhor das hipóteses, eu descobriria que ele não estava num bom dia, e que na verdade ele é garoto comum, com exceção da beleza inumana dele.


Tomei banho e café fazendo planos do que falar. Eu sou ridícula quando fico pensando nas possibilidades do que falar e das respostas, então prefiro deixar em off. Ou isso ou fico definitivamente tachada de maluca(não é preciso muito pra isso, afinal).


Fiquei pronta antes mesmo de Charlie acordar, então peguei um livro pra ler. Escolhi começar a ler o tal de Jogos Vorazes. Phil havia me dado o box de presente quando eu vim embora pra Petrorks. Ele disse que é bom e que eu poderia gostar. Ele até que me conhece bem, então fui ver se ele tinha acertado na escolha.

Fiquei lendo até que Charlie abriu a porta, perguntando se eu não ia pra escola. Olhei o relógio e vi que estava atrasada. Droga! O livro me distraiu por completo. Era mesmo bom. Então enfiei ele na mochila afim de ler nos momentos vagos, e sai correndo de casa, gritando um tchau pra Charlie ao passar pela sala. Ele respondeu alguma coisa, mas não deu tempo de ouvir... Dei graças a Deus pelo meu carro novo. Ou nem tanto, tive que tentar ligá-lo umas 3 vezes. Quando pegou, eu forcei o motor a ir o mais rápido possível. Ótimo, 90km/h. Eu não chegaria a tempo da primeira aula. Com pena da Smurfete, parei de acelerar e me contentei em chegar na segunda aula.


Quando cheguei na escola parei na parte de trás do estacionamento. Escondida, e segura. Coloquei os fones no ouvido com a música alta pra evitar pensar no que poderia ocorrer no dia de hoje enquanto esperava os torturantes 35 minutos que se seguiriam até a segunda aula. Quando estava tocando Misery Business, do Paramore eu comecei a cantar junto, afinal Misery Business é Misery Business, e não pode ser ignorada. Mas eu sempre me empolgo demais, e em pouco tempo eu estava cantando e me sacudindo no carro me sentindo a Hayley. É claro que eu estava cantando alto demais, e minha interpretação (corporalmente falando, porque eu não canto tão mal assim, modéstia à parte) da Hayley só podia ser do tipo: Ela está presa numa gaiola debaixo d’água e cercada por tubarões, e está aterrorizada, se mexendo descontrolada por conta de uma crise nervosa.

É claro que eu estaria parecendo uma louca aos olhos de quem visse. Mas eu estava escondida no estacionamento. Ops.. Eu estava mesmo? Porque eu acho que tem alguém batendo na minha janela. Eu fiquei com medo de abrir meus olhos e ver que realmente tinha alguém observando o “surto epiléptico” da novata estranha. Mas eu tinha que olhar. Então tirei os fones bem devagar, e ouvi um suspiro de alívio vindo do lado de fora. Virei o rosto ainda mais devagar e vi a diretora da escola me observando com os olhos arregalados num misto de curiosidade e alívio. Eu podia sentir meu rosto queimar. Eu devo ter virado um tomate. Eu gostaria de ter virado um tomate. Pelo menos eu cairia no chão, espatifaria e não teria que lidar com essa situação constrangedora.. Céus! Porque eu tinha que me empolgar tanto com Paramore?

Sai do carro em silêncio e de cabeça baixa. DROGA! Porque eu resolvi prender o cabelo hoje? Não dá pra me esconder assim!!


–Isabella, você estava com algum problema, querida? – perguntou a diretora em tom maternal.

–Bella. Me chame de Bella, por favor. – eu disse num sussurro de voz. – E eu estou bem, obrigada.

–Ah, sim, Bella. É só que eu me assustei com o modo como seu carro sacudia enquanto eu parava o meu carro na minha vaga. E você estava.. Gritando... Eu acho. Tem certeza que está tudo bem?

–Sim, está. Eu só estava cantando, e eu devo ter me empolgado um pouquinho.. – eu disse ficando ainda mais vermelha(se é que isso era possível).

–Já que você diz.. Mas, o que faz aqui fora a essa hora?

–Eu cheguei atrasada, estou esperando a próxima aula começar pra entrar.

–Ah sim. Tudo bem. Evite chegar atrasada outra vez. – falou a diretora saindo de perto de mim. Eu tenho a impressão de que ela acha que eu tenho problemas mentais sérios. Tanto faz.


Entrei no meu fusca amarelo outra vez, me contentei em ouvir músicas mais calmas(Thousand Years, da Christina Perri, por exemplo.. Essa música é tãão perfeita). E continuei lendo Jogos Vorazes. Até que eu ouvi Mike, Ben e Tayler cantando do lado de fora: “Agora eu fiquei doce, doce. Igual a um caramelo. Bella tirando onda de fusca amarelo.”

Após o coro, eles caíram na gargalhada. Eu também tive que rir, afinal o português deles era absurdamente ridículo, mas essa musiquinha é tão grude que conseguiu chegar a Petrorks na sua versão original. E isso não é assim tão legal. Eu ainda estava rindo deles quando vi a hora. Eu precisa ir para a aula. Os três me acompanharam pedindo explicações sobre o fusca. Conversamos tranquilamente sobre meu presente até a porta da minha sala, onde eles me deixaram e seguiram pra suas turmas.

Edward não estava lá. É claro que não estava, e eu sentia que a culpa era minha. Não sabia bem o porque, e talvez não iria ser hoje que descobriria.

Entrei em sala e fui para o meu lugar, de má vontade. Depois de 10 minutos a toa na sala, vieram avisar que as duas próximas aula seriam vagas, pois o professor não iria. Bom mesmo, afinal eu não estava afim de ter que pensar em francês hoje. Segui para o pátio da escola de mãos vazias. Eu procuraria um canto pra dormir ou pra ficar olhando pro nada em paz. Algo me disse pra passar pelo refeitório. E assim o fiz. Quando entrei no refeitório, que estava ocupado por pelos menos duas turmas, vi ao fundo a família Cullen. Eu os ignorei por um bom tempo, sentada numa mesa no canto oposto. Mas percebi que a loura de cabelos encaracolados me encarava de uma forma estranha. Tive a impressão de que ela me analisava por Edward, pra que ele não tivesse que se virar pra mim. Isso estava me irritando, então não pensei duas vezes e fui andando até eles e parei diante da mesa, e a baixinha pulou como fada na minha direção.

–Olá Bella! Eu sou Alice, esse é Jasper -apontou para a garoto loiro-, essa é Rosalie -apontou para a menina loira-, esse é Emmett -apontou para o menino “monstruoso” – no sentido de que era grande, pois ele era lindo como os demais irmãos-, e esse é o..

–Edward... -eu disse secamente, cortando a fala de Alice. E dirigindo-me para ele disse asperamente- E é com você mesmo que eu quero falar. Podemos ir lá fora?

Edward acenou que sim, se levantou e foi andando para fora. Quando estávamos fora do alcance auditivo dos outros, falei irritada:

–Olha, eu não sei o que você tem, mas sei que você foi extremamente grosso ontem, agindo como agiu e situações como aquela me irritam bastante! Será que você pode se explicar, o pelo menos pedir desculpa?

–Desculpe-me. Acho que a situação foi tão desagradável pra mim quanto pra você. Eu não queria ser grosso, mas às vezes é difícil me controlar.

Aquela voz, o hálito, o rosto angelical tomaram conta de mim, mas ainda assim respondi irritada:

–Controlar? Educação é no mínimo questão de bom senso!

–Eu não me refiro à educação. Mas tanto faz, você não entenderia.

–Hã? Do que você tá falando?

–Nada. Se você queria um pedido de desculpas eu já pedi. É melhor parar essa conversa por aqui.

–Você deve ser sempre assim mesmo. Deixa pra lá!

Nesse momento Alice chegou, no seu caminhar também de fada, e nos alertou de que o sinal havia tocado. Eu sai andando na frente ainda mais irritada, e só percebi que eles estavam silenciosamente atrás de mim quando ouvi um sibilar de Edward. Eu estava completamente indignada com o modo como ele me tratou hoje também, incapaz de ter algum tipo de sensibilidade, frio, e calculista. Será que ele era sempre assim? Não sei porque, mas eu queria que não.

Minhas duas aulas posteriores eram de Educação Física, e só serviram pra aumentar minha frustração, já que eu não gosto de esportes naturalmente e hoje não estava mais com cabeça pra nada. Fingi uma torção no pulso pra ser liberada mais cedo e fui pra casa com meu carro sendo guiado por Angela. Ben passaria na minha casa para pegá-la com o carro dela depois do término da aula.

Ficamos em silêncio o caminho todo, mas parecia que ela me conhecia tão bem. Ela respeitava meu momento, e quando saímos do carro ela disse que eu podia contar com ela quando precisasse. Eu sabia que podia mesmo. Eu sentia isso. Mas eu não queria importuná-la com minhas irritações, e ela queria caminhar. Então ela foi seguindo na direção que Ben a encontraria e eu entrei em casa. Fui direto pro meu quarto no segundo andar, afundei minha cabeça no travesseiro, e sem me importar com mais nada percebi que estava odiando Forks naqueles dias.

–Odeio Forks! – fiquei repetindo melancolicamente pras paredes sem nem mesmo me importar com o apelido da minha pacata cidade.

***

Durante o resto da semana eu não falei com os Cullen, e também não tive contato com Jacob, já que o idiota do meu amigo se achava no direito de me tratar da maneira rude que bem entendesse. Sim, estou fazendo birra.

No final de semana, cansada do pouco contato que fiz na nova escola resolvi sair um pouco de casa. Espairecer um pouco, aliviar a tensão que eu mesma estabeleci sobre mim.

Andando por Petrorks encontrei Rosalie, a garota loira dos Cullen, cuja a beleza era tão esplendorosa quanto a do irmão. Aliás, eu havia reparado no breve momento de apresentação no refeitório que a beleza dos 5 era um tanto incomum. Eram... Perfeitos. Mesmo com as olheiras arroxeadas, e também me dei conta de que a beleza deles era igual demais pra quem não tinha nenhum parentesco real.

Rosalie ao me ver venho andando na minha direção com um olhar amigável.

–Olá Senhorita Revolta! – disse ela com um sorriso. Ótimo.. Agora ela ia se aproveitar da situação do início da semana.. É claro que eu tive que conter o impulso de responder com grosseria e ainda assim disse baixo(não baixo suficiente pra que Rosalie não pudesse ouvir):

–Pelo menos eu estava com a razão..

–Estava sim. Edward podia ser mais discreto com seu incomodo ao novo desafio.

–Quer dizer que eu sou um incômodo? Um desafio incômodo? ; perguntei abismada e incrédula com o que acabara de ouvir.

–Há situações que são mais complicadas do que parecem.

–É, estou vendo! – disse completamente revoltada.

–Mas ainda assim você deveria dar uma chance pra ele se redimir. Ele é um bom rapaz, Bella.

–Ah, sim! Um bom rapaz...

–O problema é que ele ficou inseguro com a presença de alguém tão..

–Tão?

–Diferente. - disse Rosalie com certa insegurança.

–Ah! Eu devo ser uma aberração aos olhos dele. - eu disse amargamente.

Rosalie riu.

–Você não sabe quem é a aberração da história... – Bom, foi isso que eu entendi que ela disse.

–Eu não estou afim de discutir sobre isso, se não se importa..

–Tudo bem, melhor assim mesmo. Você ia fazer alguma coisa importante?

–Não. Estava só explorando a “grandeza” da cidade. Não mudou muita coisa nos últimos anos..

–Humn.. Eu e Alice vamos ao cinema em Seattle agora, quer ir com a gente? Vai ser divertido!

–Tá. Pode ser..

De repente Alice apareceu no outro lado da rua saindo de um Porch amarelo. Ela veio sorrindo na nossa direção..

–Que bom te ver! –disse se dirigindo à mim, e me abraçando.

“Caramba! –pensei comigo mesma- Ela é tão fria!”

E quando me soltou de seu abraço percebeu que eu estava estranhando.

–Nossa! Você tá bem?! Sua pele está tão gelada! – eu tive que dizer.

–É o ar condicionado do carro. Até que o dia está abafado..

Abafado estava, mas que ar condicionado era esse? Havia alguma coisa errada ali.

–É melhor irmos, ou iremos perder o começo do filme. – Rosalie disse interrompendo meus devaneios.

–Certo! Vamos no seu carro, certo Rose? – perguntou Alice, parecendo preocupada.

–Certo. Bella vai conosco. Se importa, Alice?

–Não, claro que não. Vai ser maravilhoso ter Bella conosco.

Eu as acompanhei em silêncio a viagem toda, achando estranho a pele de Alice estar tão fria e lembrando de quando topou com Edward no início da semana e em como parecia ter batido numa pedra de mármore. Ficou pensando na palidez dos Cullen, que eram brancos demais até mesmo pra quem mora numa cidade como Petrorks, e então teve a sensação de que algo estava errado.



– POV Alice –

Eu estava em casa jogando xadrez com Edward. Prevendo os movimentos dele enquanto ela via em minha mente o que eu faria em resposta. Isso era engraçado. Um bom passatempo. Quando vi Rosalie convidar Bella pra ir ao cinema. E ela ainda me colocou no meio da bagunça.

–Ops! Teremos que deixar nosso jogo pra depois. – eu disse – Rosalie acaba de me arrumar um compromisso.

Sai de casa, e em minutos eu estava parando o meu lindo Porch amarelo do outro lado da rua onde elas estavam.

Eu já sabia que eu e Bella seríamos melhores amigas, e isso me deixava muito feliz.

Fui andando em direção a elas, e abracei Bella, entusiasmada com a ideia de tê-la como futura melhor amiga.

Droga! Me precipitei! Às vezes eu tenho a capacidade de confundir as coisas graças ao meu dom, e à distração natural que minha espécie tem. Não foi uma boa ideia abraçá-la assim, então eu a larguei e observei preocupada a reação dela. Ela estava confusa

–Nossa! Você tá bem?! Sua pele está tão gelada! – ela disse. Parecia mesmo preocupada. Mas ela estava achando muito estranho também. Lógico!

–É o ar condicionado do carro. Até que o dia está abafado.. – eu disse. Que desculpa ridícula eu arrumei, não? Mas eu sabia que por agora seria suficiente.

Rosalie nos interrompeu dizendo que perderíamos a hora do filme se continuássemos ali. Então houve mais um pouco de diálogo, com relação ao carro que iríamos e seguimos pra Seattle. Bella foi em silêncio no banco de trás. Então liguei a música. Ela parecia não perceber. Devia estar pensando em como minha família era estranha. Eu estava torcendo pra que ela não chegasse a conclusões erradas, ou perigosas. Torcia, porque com relação a isso, não havia nada para se ver.



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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam?
Espero que tenham gostado!
E eu ainda estou esperando manifestações de vocês, leitores!
Apareçam! kk'
Beijos, comentem, recomendem, e bom feriadoo.
Lúuh Brandon.



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