Skyfall escrita por Fitten


Capítulo 38
Capítulo 38 - Volturi parte 3


Notas iniciais do capítulo

Meninas, ontem eu recebi a mp de uma leitora, perguntando porquê eu me preocupava tanto com a quantidade de reviews, ela me acusou de estar querendo ''fama'' no Nyah. Fiquei extremamente triste com a mp, eu não escrevo os capítulos por ''fama'' muito menos ''prestígio'' eu escrevo porque eu gosto, porque eu sinto prazer em fazer isso. Todos os dias quando eu me sento em frente do computador me pergunto o que cada uma de vocês achariam deste capítulo. Sempre me perguntava ''Será que a Guilya vai gostar? E a Evy? E a Bia Barbosa?'' ''Será que a Nessie Carlie Cullen, vai passar por aqui e deixar um recadinho?'' ''Por mais que a Lil já tenho lido essa história o que ela comentará? E a Juliane?'' é isso que me motiva, pensar em vocês me motiva. Mas, como qualquer outra escritora eu preciso de saber o quê o público acha, e se estiver uma merda? Desculpem pelo desabafo mais eu precisava dizer.
Gostaria de fazer um anúncio também: postei outra fic Jake/Ness nesta é retratado o amor dos dois crescendo e se desenvolvendo de acordo com o tempo, então veremos amor de amigos, irmãos, confidentes, de homem para mulher e de amantes. Dêem uma passadinha lá por favor... http://fanfiction.com.br/historia/335165/Predestinados/
Obrigado e boa leitura
Beijos Isa



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Alec não me olhou enquanto seguia na direção de meu pai e Carlisle, e olhá-lo dalí, daquele lugar proibido, ao lado de Jacob, era como olhar a paisagem através de um vidro sujo. E o que tornava tudo mais difícil, era sentir a compreensão muda de Jacob, era olhar em seus olhos e ver a decepção quase transbordando. Apertei meus punhos enquanto caminhava na direção oposta à de Alec e meu pai, eu queria descobrir um jeito de tirar toda aquela agonia de meu peito, alguma forma de expelir todas aquelas bolhas fervilhantes que insistiam em me queimar por dentro. Olhei para minha mãe, deslizando silenciosamente a meu lado. A dor dela parecia espelhar a minha, e observando seu rosto pálido esvaziar-se numa máscara inexpressiva, eu senti um conforto taciturno. De alguma forma eu não estava sozinha, não mais.

Jacob nos seguia de perto, eu podia ouvir sua respiração, as passadas pesadas de suas patas contra o solo úmido. Ele preferiu assumir a forma de lobo, estaria mais atento aos perigos, estaria mais protegido de seus sentimentos humanos. Eu conhecia Jake bem demais, ele estava na defensiva desde a luta com Alec, e eu não poderia culpá-lo, poderia?

Os minutos se arrastavam infinitamente enquanto atravessávamos a clareira até as montanhas que demarcavam os limites de Montepulciano. A clareira estava tomada por cheiros distintos, da nossa espécie e dos lobos, e ficava cada vez mais confuso à medida que nos aproximávamos. Quando finalmente nos encontramos com o primeiro grupo de aliados, eu pude respirar mais aliviada, embora isso não melhorasse em nada o aperto em meu peito.

Minha mãe estava lívida, silenciosa e distante como eu jamais a vira, e vê-la dessa forma fazia com que minha garganta se apertasse de ansiedade por me sentir tão impotente e simplesmente não poder confortá-la. Enquanto meus olhos vagavam pelos rostos conhecidos, eu não pude deixar de notar a sombra que pairava sobre aquele pequeno contingente. Agora, éramos mais lobos que vampiros – Sam, Paul, Leah, Seth, Embry, Quil e Jacob. Observei a troca silenciosa de informações entre o bando, sobressaltando-me eventualmente com os grunhidos nervosos que alguns deixavam escapar. Dois dos poucos vampiros que aguardavam silenciosos nossa chegada, se moveram em sincronia suave. Um dos vultos parou diante de mim.

Benjamin segurou-me pelos ombros, apertando-me num abraço mais caloroso do que eu esperava receber de um estranho.

– Eu sabia que a veria de novo Nessie. Nós vencemos, estamos livres daquela praga. – Cantarolou ele com o olhar sonhador. Eu não consegui desapontá-lo, de alguma forma o brilho inocente nos olhos de Benjamin fazia com que tudo parecesse reversível, e embora a verdade queimasse em minha garganta, eu não consegui dizer nada. Meu rosto parecia espelhar o vazio gritante dos olhos de minha mãe, pois Willian – que esperava ansioso logo atrás de

Benjamin – precipitou-se até mim, pousando os olhos grandes e vermelhos em meu rosto. Aquele olhar penetrou em minha alma, exigindo a verdade que eu pretendia esconder até de mim mesma por um momento. Estremeci sob seu olhar.

– O quê houve? – Indagou ele num sussurro cheio de cuidado. Diante de meus olhos, o rosto de Willian endureceu numa máscara de terror. – Por quê os lobos estão tão agitados? – Disse ele, encarando de esguelha a matilha inquieta que se distribuía pelas árvores estreitas do bosque. Uivos impacientes ressonavam no silencio que nos envolvia, e subiam em espirais com o vento morno da floresta. Nenhum pássaro cantava aquela manhã, e mesmo ali, naquele bosque brilhante, sob o céu profundamente azul, tendo todas as cores vivas das árvores e flores nos rodeando, era como se tudo estivesse borrado, eu não sei se era eu, mas aquele lugar parecia ter desbotado em tons de cinza e medo.

Havia algo tapando minha boca, uma mão invisível talvez? Minha mente perdia-se longe, no rosto de meu pai, nas imagens turvas e agonizantes daquele ser tenebroso que se esgueirava entre as árvores, encoberto pela névoa. Os gritos humanos ecoando do interior da fera ressoavam em meus ouvidos como sussurros, e a voz de Aro... os olhos opacos se reascendendo naquela chama cruel de sangue e vingança...

– O quê houve? Por quê ninguém diz nada? – Ouvi a voz de Willian alterar-se, tentei focar-me nela. Benjamin nos olhava, ansioso e tenso.

– Deixem-na comigo um instante rapazes. – A voz trovejante surgiu como se tivesse fugido de um pensamento, um sonho perdido. Pisquei meus olhos, tentando fazê-los acreditar naquela imagem, tentando saber se era apenas mais uma visão indistinta. O sotaque sul americano carregado deixava a voz dela ainda mais singular, e era algo muito diferente do que minha mente fantasiava em meus devaneios. Aquele rosto, aqueles olhos... jamais minhas lembranças foram generosas o bastante com ela.

– Zafrina. – Suspirei. – Que bom que você está viva. – Ela me abraçou, rodeando meu corpo com os braços longos e morenos. Afagou meus cabelos com os dedos compridos que pareciam perfeitamente esculpidos em sua pele morena.

– Olá criança. Sim, eu sobrevivi apesar de tudo e estou muito feliz em vê-la novamente. – Eu tinha um milhão de coisas para perguntar a ela, mas minha mente estava estranhamente desligada, um modo de espera constante. Zafrina segurou-me pelos ombros, perscrutou meu rosto com aqueles olhos grandes, de um vermelho enegrecido. Sua pele tinha um tom azeitonado, liso e brilhante como uma estátua de mogno. Ela suspirou, e eu não entendi o motivo daquela consternação crescente que nublou seu rosto. Ela olhou para minha mãe, silenciosa e fria como um fantasma atrás de mim, e murmurou, a voz rouca saindo num sopro rígido, porém gentil:

– Seja lá o que tenha acontecido, Bella, eu gostaria que desviasse um pouco seus pensamentos de seu amado Edward e prestasse mais atenção em sua filha, você não sabe tudo pelo qual essa criança teve de passar sozinha. – A preocupação cordial e afetuosa de Zafrina foi a única coisa que impediu minha mãe de pular no pescoço dela. Eu observei sem respirar os olhos frios de minha mãe pousarem no rosto comprido e altivo de Zafrina, um vinco assustador sulcou a pele pálida de sua testa antes que ela se acalmasse, desviando o olhar indiferente para Willian e Benjamin.

– Aprecio a consideração e o cuidado que despende a Nessie, Zafrina. Mas eu realmente não preciso de alguém me dizendo como devo cuidar de minha filha, ou em que horas devo pensar no bem estar de meu marido. – Disse ela friamente. – Sabe do que eu gostaria? Eu ficaria realmente satisfeita em saber o que diabos era aquilo...

A frase não foi terminada. A respiração falhou. O coração parou em meio compasso.

Em um momento suspenso no ar, preso numa imagem fria e nevoenta, eu vi os lobos avançarem sobre nós, alguns colocando-se entre eu, minha mãe e Zafrina, e por um momento eu pestanejei, olhando dos lados, onde todos pareciam mover-se de alguma forma, grunhindo e sibilando contra as árvores que se moviam há cinqüenta metros floresta a dentro.

– Mas o quê diabos é isso? – Ouvi a voz de Benjamin atrás de mim, uma cortina de vapor materializando-se sob o comando de suas mãos.

– Eu conheço esse cheiro. – Sibilou Zafrina, a feição que segundos antes encarava-me afetuosamente, transformara-se numa máscara letal. – Bella, cubra a todos com seu escudo.

As coisas vão ficar bem feias agora. – Disse ela, afastando-me com as mãos compridas enquanto colocava-se a frente, seguida por minha mãe. Olhei em volta, apertando meus olhos para ver através da névoa gelada que Benjamin conjurou.

– Willian. – Sussurrei, tentando encontrá-lo em meio à névoa.

– Estou aqui. – Respondeu ele imediatamente. A proximidade de sua voz me sobressaltou.

– Tem mais alguém aqui? Onde está Lavínia e o resto de minha família? – Perguntei, pensando com um arrepio soturno, que tivemos apenas cinco minutos de vantagem, antes que aquele monstro nos alcançasse, e que nem ao menos nos demos conta de que ele estava nos seguindo.

– Não, somos apenas nós. Deixei Lavínia aos cuidados de Esme, que já saiu da cidade com os outros. Emmett e Jasper voltaram com alguns poucos que ficaram para uma busca nas montanhas ao leste. Eu, Benjamin e Alec estávamos à procura de vocês quando encontramos a matilha, e logo em seguida Alec sumiu. Mas Ness, o que é essa coisa fétida nos espreitando da floresta? Vocês viram alguma coisa? – Willian murmurava impaciente enquanto nos afastávamos lentamente para o centro descampado da clareira. Observei Zafrina focalizar os olhos, perdendo-os no espaço vazio, e imaginei que imagem ela poderia estar mostrando àquele animal grotesco. Os lobos cercaram a clareira de todos os lados, e através da bruma eu pude ver o contorno avermelhado e corpulento de Jacob, a silhueta enorme tensionada numa posição de ataque.

– Ness? – Chamou Willian, quando demorei a responder.

– Estou bem atrás de você. – Respondi. – Essa coisa... Isso é um lobisomem, um dos antigos.

Nós não sabemos como Aro conseguiu encontrar esse espécime depois de tantos séculos desaparecidos do mundo. Eu e Jacob estávamos na encosta do morro quando Aro apareceu com Caius, Demetri e Jane. Ele estava muito perturbado e começou a falar coisas sem sentido.

Queria que nós pedíssemos perdão e nos submetêssemos ao governo dele, em troca da informação sobre o paradeiro de Alice. Meu pai, minha mãe e Carlisle estavam conosco, meu pai tentou ler a mente de Aro, mas ele o estava bloqueando, e então, eu não sei muito bem como, Jane começou a incitar aquela criatura para cima de nós. Meu pai não pôde ver muita coisa na mente de Aro, mas nos disse o que era aquele monstro. Um lobisomem, um Filho da lua legítimo avançando contra nós.

– Um Filho da lua? Impossível, não se vê um autêntico lobisomem desde muito antes da idade média. E estamos em pleno dia, ele não poderia...

– Ela tem razão Willian. – Disse Benjamin mais a frente, os olhos concentrados nos sons indistintos que vinham da floresta. – Isso é um autêntico filho da lua. Eu não sei como é possível que ele esteja andando em pleno dia, nem como Aro conseguiu encontrá-lo e muito menos como conseguiu controlá-lo até agora, mas é certo que vamos ter problemas.

– Como você pode saber disso? – Indagou Willian, cético. Um galho de árvore estalou, partindo-se ao meio, cem metros a oeste.

– Merda, ele está nos farejando, nos rodeando como se fôssemos gado. – Sibilou Benjamin.

– Como eu sei? – Continuou ele, revolvendo a névoa com as mãos espalmadas para o chão. –

Amun vivia se gabando com as histórias de como seu antigo povo egípcio lutou contra as pragas de lobisomens no Egito antigo. Bem, lutar não é bem um termo correto, ele contava as histórias de como eles morriam nas garras dessas bestas. Eles dizimavam aldeias inteiras em uma noite, e quase sempre infectavam um humano, aumentando cada vez mais sua pestilência. Amun e Kebi foram do povo que habitava as primeiras aldeias que se fixaram nas margens do Nilo, toda minha vida eu ouvi histórias sobre os Filhos da lua, mas nunca levei a sério essas histórias, e agora que eles estão mortos, um maldito lobisomem me aparece bem aqui, em pleno século vinte e um. – Enquanto ouvia as palavras de Benjamin, eu podia imaginar os estragos que aqueles monstros fizeram quando caminharam sobre o mundo.

Deveria ter sido uma época de trevas para humanidade, onde demônios de todos os tipos se banqueteavam de seu sangue, inclusive a minha raça. Eu queria dizer a Benjamim que sentia muito pela perda de seu mentor, de sua família, mas não me senti digna de dizer tal coisa. De que importava que eu sentisse muito, se fora eu o motivo de suas mortes. Aro os caçou por que ousaram testemunhar a meu favor. Engoli a força a bola maciça que se formara em minha garganta.

– E Amun por um acaso te disse como é possível que um maldito Filho da lua esteja passeando pela floresta em pleno dia? – Retorquiu Willian, livrando-me daquele sentimento desconfortável de culpa.

– Eu não entendo... como pode ser possível? – Disse Benjamin.

– Aro fez alguma coisa com essa criatura. – Falei, recordando os poucos vislumbres que tive do monstro. – E Jane... Ela estava machucando ele, incitando sua ira contra nós. Mas eles se afastaram da criatura, se abrigaram nas árvores, isso significa que Aro não o controla completamente. – Um silêncio soturno inundou a floresta, e na clareira nevoenta só se podia ouvir os corações dos lobos, martelando freneticamente como bombas relógio. Um pensamento temeroso invadiu minha mente de súbito. Se a criatura estava aqui, onde estariam meu pai, Carlisle e Alec? Mesmo se meu pai tivesse encontrado Aro, mesmo que tivesse havido uma luta… supostamente algum deles deveria estar vigiando a fera. Eu não queria chegar à conclusão que eu sabia que chegaria se ficasse pensando naquilo.

Um zumbido indistinto cortou o ar como uma flecha, as árvores se agitaram em volta de nós. Um rugido bestial rasgou o silêncio como um sino metálico sendo açoitado, e em meio a todo caos de grunhidos eu me vi ser empurrada para o abrigo das árvores, enquanto assistia emudecida a criatura maligna avançar sobre nós.


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Notas finais do capítulo

O quê acharam my girls?