A Thousand Years escrita por Carolzinha


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Gente, a minha vida toda só perdi um ente querido e agora que estou com uma avó passando por problemas de saúde, não pude deixar de reviver as sensações. Sensações essas que me deram inspiração para essa fic, espero que gostem :)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/290729/chapter/1

Capítulo único

A história que irei contar não é bonita, não é uma historia com um final feliz, mesmo assim é uma história que precisa ser contada. Tudo começou a dois anos, quando estava com meu namorado na sala do médico do hospital de St. Mary, em Londres. Ah Londres, era o nosso lugar preferido, juntos vimos uma boa parte do mundo, mas Londres sempre será nosso refugio e mesmo tendo passado por tudo o que passamos, essa cidade sempre irá me lembrar dos bons momentos.

Pode chamar de sexto sentido, pressentimento ou tanto faz, mas quando Dimitri me ligou desesperado com a noticia de suspeita de leucemia, eu sabia que nossa luta estava apenas começando.

Fui com ele pegar o resultado dos exames que confirmariam, ou não sua doença. Assim que o médico entrou na sala, soube que as notícias não eram boas, sua expressão facial era séria e sombria, eu sabia que havia algo de errado.

Então ele disse as palavras que mais temíamos

–Senhor Dimitri, sinto lhe informar, mas os exames confirmaram minhas suspeitas, o senhor esta com leucemia e sua doença já esta bem avançada. Poderíamos tentar o tratamento, mas no seu caso, eu não acho que surtiria efeito. Eu sinto muito.

Saímos da sala sem pronunciar uma palavra. Ao chegar na sala de espera, seus pais estavam nos aguardando, quando Dimitri os viu desabou. Nunca o tinha visto chorar tanto, aquilo me corroeu por dentro, nos abraçamos na sala de espera, eu, sua mãe, seu pai e Dimitri no meio. Todos tentamos lhe dizer palavras de consolo, mas a verdade era que nenhum de nós sabia pelo que ele estava passando. Passei a noite em sua casa naquele terrível dia, não conseguia deixa-lo por mais que eu tentasse.

No dia seguinte acordei e ele estava sentado ao pé da cama com uma expressão pensativa. Quando viu que eu acordei ele sorriu, para mim até hoje seu sorriso é o mais bonito do mundo.


–Bom dia meu amor


–Bom dia! que horas são?


–Quase sete horas


–Nossa! por que levantou tão cedo?


–Não consegui dormir- A essa altura, ele já tinha lagrimas nos olhos- Estou com medo.


Naquela hora fiz a única coisa que eu poderia ter feito, eu o abracei. O abracei tão forte que poderia tê-lo feito parar de respirar, mas ele não se importou.

.

.

.

Durante um tempo, ao olhar em seu rosto a única coisa que via era raiva, decepção e tristeza, se bem que minha expressão não devia ser muito diferente. Alguns meses depois da descoberta de sua doença, eu pude perceber que ele estava ficando cada vez mais alegre, feliz, e aos poucos voltava a ser o Dimitri que eu tanto amava, mas eu simplesmente não conseguia deixar de ficar triste.

Certo dia, perguntei como ele conseguia, como era possível ele ficar tão feliz e bem humorado sabendo que sua vida estava por um fio?. Sua resposta assombra meus pensamentos até hoje.


–Não tenho outra escolha, então vou conviver com meu destino da melhor forma possível.

Simples e ao mesmo tempo triste, mas ele me disse isso com um sorriso no rosto, como se estivéssemos conversando banalidades. Uma lagrima traiçoeira rolou pelo meu rosto naquela hora. Não queria que isso acontecesse. Queria ser forte ao menos na sua frente, para que ele encontrasse em mim um apoio, um ombro para chorar quando precisasse, mas nem isso eu conseguia ser.


–Meu amor não fique assim


–Não quero te perder

E ficamos assim até eu pegar no sono, ele me consolando (quando deveria ser o contrario) e eu chorando em seu colo.

Acordei com a minha mãe me chamando e nós dois deitados no sofá da sala dele.

–Hora de ir para casa!

Vi que ele estava dormindo e levantei, com cuidado para não acorda-lo. Sua mãe apareceu na sala também, ela tinha um olhar cansado já havia alguns dias.

–Querida? quer acorda-lo para se despedir?


–Não tia, é melhor deixa-lo dormir.

Me despedi da minha "sogra" e fui para casa, estava tão mentalmente cansada que cai direto no sono.

No dia seguinte acordei com meu telefone tocando, levantei da cama, mas não consegui acha-lo em lugar algum, assim que achei vi 2 chamadas perdidas de sua mãe, não pensei duas vezes e liguei na mesma hora. Depois de dois toques ela atendeu, estava chorando tanto que mal pude distinguir sua z.

–Alo! Sara? você precisa vir ao hospital. É o Dimitri, ele... Oh Sara, é melhor você vir e te explicamos aqui...

Ela falava, mas depois da palavra "hospital" eu não prestei atenção em mais nada, assim que ela desligou o telefone troquei de roupa, peguei minha bolsa, o celular e fui direto para o hospital de St. Mary

Correndo pelos corredores brancos do hospital, tinha a sensação que as noticias eram as piores, perguntei a enfermeira aonde ele estava e ela me indicou quarto.

Com lagrimas nos olhos tomei coragem para entrar, mas nada iria me preparar para aquela cena. Dimitri estava deitado na cama do hospital, com uma mascara para ajuda-lo a respirar, ele estava suando frio, e estava tão palido que parecia que estava morto. Sua mãe estava ajelhada ao lado da cama com a cabeça baixa apoiada nas mãos, ela estava orando e nem percebeu minha chegada. O medico já tinha nos explicado o que aconteceria, e pelo jeito orar era a única coisa que poderiamos fazer naquele momento. Seu pai estava com os olhos vermelhos e cheios de lagrimas, olhou para mim e fez um gesto para que eu me aproximasse dele e conforme fui chegando perto, minha "sogra" levantou a cabeça e me deu um sorriso fraco.

Me aproximei dele, me ajoelhei do outro lado da cama e segurei sua mão, cheguei perto de sua cabeça para poder sussurrar em seu ouvido.

–Estou aqui.


–Eu sabia que estaria

Me afastei um pouco e olhei em seus olhos, que estava semi abertos e uma tentativa de sorriso estava presente em seu rosto, nada mais foi dito depois daquilo

Liguei para minha mãe e expliquei o ocorrido e depois que ela foi visita-lo consegui convence-la a me deixar dormir no hospital com ele. No dia seguinte acordei bem cedo, sua mãe dormiu no hospital também e seu pai foi para casa pegar algumas roupas para ela. Ele acordou e parecia tão fraco, para quem o conhecia era muito dificil ve-lo naquele estado.


–Bom dia meu amor dormiu bem?


–Sim, sonhei com você. Preciso lhe pedir um favor, preciso que vá até a minha casa e pegue meu violão ok? preciso que faça isso por mim.


–Qualquer coisa.

Sai do hospital as pressas, quando finalmente cheguei a sua casa, aproveitei para pegar algumas roupas minhas que eu deixava em uma gaveta no seu quarto. Aquele quarto que me traz tantas lembranças, nosso primeiro beijo, nossa primeira vez, nossas brigas, tantas tardes assistindo filmes e comendo pipoca, tantas noites em claro conversando. Peguei tudo e sai sorrindo pela primeira vez em semanas, me lembrando de todas as coisas que já fizemos.

Quando cheguei ao hospital, encontrei sua mãe e seu pai na porta do quarto abraçados, estavam chorando e ele... não estava mais lá.


–O que aconteceu?


–Oh Sara...


–Não, não é possível


Larguei suas coisas no chão e me encostei na parede. Não, não era possível, porque ele não me esperou?

–Sara! Oh querida eu sinto muito

Reconheci a vóz da minha mãe, mas eu simplesmente não conseguia responde-la, eu só conseguia chorar e pensar nele.

.

.

.

Passaram-se 3 dias e eu não sai do quarto, só comi despois de muita insistência da minha mãe. No quarto dia ela escutei falar ao telefone com minha sogra e sai de meu quarto. Quando minha mãe me viu tinha acabado de desligar.


–Oh querida! como você esta?


–Melhor- Na verdade, ainda estava me corroendo por dentro mas acho que simplesmente não havia mais lagrimas para chorar- O que ela queria?


–Queria nos convidar para um memorial em honra do Dimtri que irá ter em sua casa, se você não quiser ir eu entendo.


–Não mãe, eu vou


Coloquei o meu melhor vestido preto que por sinal, era o seu favorito, passei uma maquiagem apenas para esconder minhas olheiras e fui para sala esperar minha mãe.

Quando chegamos ao velório encontramos com todos os seus primos, seus tios e avós. Nunca pensei que fosse ser tão difícil, mas estava se tornando impossível para mim, acho que sua mãe também percebeu isso porque quando me viu me chamou para ir até o quarto de Dimitri.


–Oh Sara..- Ela me abraçou e começamos a chorar juntas, ali naquele quarto que com certeza trazia lembranças a nós duas.


Quando finalmente nos acalmamos ela virou para mim e tirou um papel de seu bolso.


–Ele fez isso para você naquele dia... e seu violão- ela pegou o violão do canto do quarto, onde ele costumava deixar- Tenho certeza que ele iria querer que ficasse com você.


–Obrigada!

–Sara! esta na hora, vamos.

Escutei minha mãe me chamando na porta, me despedi da minha sogra e fui me encontrar com ela.

Quando cheguei em casa fui direto para o meu quarto, peguei o papel que a mãe dele havia me dado e comecei a ler. Era uma musica e quando terminei de lê–la tinha lagrimas nos olhos, mas não lagrimas de tristeza, lagrimas de felicidade, peguei o violão de Dimitri e conforme fui dedilhando uma melodia foi se formando até que finalmente consegui tocar as notas que estavam rabiscadas naquele papel.

http://www.youtube.com/watch?v=vcQebYTRYPg

O que posso dizer? lhe avisei que não seria uma história bonita, pelo menos para você, por que para mim é a melhor história do mundo, e cada vez que eu toco a musica que ele fez para mim eu sei que de alguma forma ele pode me ouvir.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, por favor deixem um comentário dizendo se gostaram, o que gostaram e se odiou comente tbm ;) SE HOUVER COMENTÁRIOS, POSTO UM FINAL ALTERNATIVO!!!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Thousand Years" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.