Eu acabara de anunciar minha saída, estava em minha sala, me despedindo daquele lugar a sós, pelo menos foi o que pensei até me virar para a porta e encarar um Nick de olhar melancólico, me pareceu mais decepcionado do que antes.

- O que aconteceu Nicky? – indaguei, mas já sabia a resposta.

- Você sabe Catherine... Por favor, não torne complicado! – ele me disse entrando na sala e fechando a porta. – por que vai nos deixar?

- Não estou deixando vocês... – eu disse e devaneios invadiram minha cabeça.

Essa cidade está mais fria agora,

Eu acho que ela está cansada de nós

É hora de agir

Eu estou me livrando da ferrugem

Meu coração está ligado a qualquer lugar, exceto aqui.

Eu estou me encarando, contando os anos.

Mãos firmes seguram o volante

Cada olhar está me matando

Hora de fazer um ultimo apelo pela vida que eu levo

- Catherine! – ele me despertou de meus devaneios e indagou: - no que estava pensando?

- Nas consequencias das minhas decisões! – eu disse desviando meu olhar do dele, eu começava a vacilar na voz também, não podia deixar ele perceber.

Pare e olhe

Eu acho que estou me movendo, mas, não vou a lugar algum.

Sim, eu sei que todo mundo tem medo.

Mas eu me tornei o que não posso ser
Pare e olhe

Você começa a se perguntar por que você está aqui e não lá

E você daria tudo para conseguir o que é justo

Mas justo não é o que você realmente precisa

Oh, você vê o que eu vejo?

Eles estão tentando voltar, todos meus sentidos agüentam.

Soltar os pesos, eu nunca pensei que conseguiria.

Pés firmes, não falhem agora.

Eu vou correr até você não conseguir cair

Mas algo tira meu foco e eu desisto

Me perdi mais uma vez na minha própria cabeça, o encarei e vi lágrimas em seus olhos, ele levou sua mão ao meu rosto e limpou uma lágrima teimosa, percebi que chorava também.

- Eu não queria, mas é preciso e... – ele me interrompeu.

- Quero fazer uma coisa, mas feche os olhos e não se mova... – as últimas palavras soarem como um sussurro.

Senti então, seus lábios contras os meus. Foi leve e doce, eles estavam molhados, ambos chorávamos naquele momento, ele me aproximou delicadamente, enquanto me entregava a ele. Passeava suas mãos por meu corpo trêmulo, e eu vacilava mais uma vez deixando acontecer.

Nos separamos quando o ar foi necessário, mas eu prossegui de olhos fechados.

- Tenho que deixa-la ir? – ele inquiriu e eu abri os olhos encarando-o.

- Tenho que ir... – eu disse saindo de seus braços, a coisa mais difícil que já fiz. Caminhei até a porta não sem olhar pra trás pela ultima vez.

- Eu te amo! – ele disse me arrancando um sorriso, me virei e segui. Sem parar e sem olhar pra trás...