–Eu só vou com você porque moro longe, ok?- disse enquanto entrava no carro.

–Tanto faz- disse.

Não acredito que eu entrei no carro de um "estranho". Ok, ele estuda na mesma escola que eu e é meu parceiro de laboratório .Mas ele continua sendo um estranho, que me dá calafrios.A cidade é pequena então se ele fizer algo comigo todos vão sabe. Acho que pensar assim pode melhorar a situação. Maldita chuva !

Toda vez que ele ia passar a marcha do carro parecia que estava indo tocar minha coxa, isso me fez lembrar do meu Porsche. Não vejo a hora de ter o meu carro de volta. Olhei pra estrada e percebi que estávamos num caminho totalmente diferente "Fodeu, ele vai me matar".

–Mas que merda, pra onde você acha que esta me levando seu tarado?

–Cala a boca, se eu fosse fazer algo já teria feito.

–Para de falar isso ,seu babaca, você não teria coragem de tocar em mim.

–Tem certeza?- Ele disse antes de botar a mão na minha coxa.

–Puta que pariu, você tem algum tipo de problema mental?

–Ah agora ficou com medo é.- disse abrindo um sorriso irônico.

Mas que merda! Eu definitivamente deveria ter optado por andar na chuva , melhor resfriada do que morta. Ele estava me deixando constrangida , tanto por estar no carro dele e principalmente porque minha camisa era branca e estava totalmente transparente, consegui fechar a jaqueta , mas minha barriga ficou toda de fora e o Thomas estava olhando para minha tatuagem, na área da costela.Uma pena.

–Odeio pessoas que fazem tatuagens por causa de modinha.

–Se você se refere a minha pena, está totalmente enganado"Senhor Sabe-Tudo"

–É mesmo,então me conte o significado real dessa sua pena.- falou apontando para minha tatuagem.

–É algo relacionado a minha mãe. Algo que você não precisa saber.

Meu celular começou a tocar era o Nate novamente. Atendi e fiquei olhando pra janela. Ainda não acredito que entrei no carro de um tarado metido a sabe tudo.

Nate: Oi ruivinha

Mione: Oi Nate

Nate: Porque não respondeu minha mensagem?

Mione: Estava na escola.

Nate: E desde quando isso é problema pra voce?

Mione: A partir do momento que eu estou morando numa roça.

O Thomas interrompeu falando com a voz sexy dele, e eu acho que ele forçou pra que parecesse mais grossa do que já era: Você mora onde mesmo?. Como se ele não soubesse, essa cidade é minúscula todos aqui sabem onde eu moro, e.Aposto que ele fez isso só pra irritar o Nate, e conseguiu.

Nate: Mas que merda! Quem é que esta falando Hermione?- ele deu um grito e eu automaticamente tirei o telefone do ouvido, e mesmo assim a voz dele era audível.

Mione: Depois a gente se fala Nataniel.- desliguei o telefone sem dar a oportunidade dele falar.

Levantei uma sobrancelha para ele, e ele deixou um pequeno sorriso escapar no canto do lábio.

O tal do Thomas não queria me matar, ele não fez nada comigo e me levaria só para casa como havia prometido,só que pegou o caminho mais demorado. O caminho da praia, meu pai já havia falado sobre ele. Não achei que aqui fosse ter uma praia em Fairchild, pelo fato da cidade ser minúscula e fria. A praia daqui não era como as praias comuns. O mar era incrivelmente escuro e era cheio de pedras no fundo. A maré era baixa e a areia possuía vários troncos velhos de árvores que pareciam bancos naturais. Havia uma enorme montanha na parte leste da praia e no topo desta havia uma casa enorme, era no estilo vitoriana mas com uns dez cómodos a mais que as normais da cidade , então seja lá quem morava ali, possui bastante dinheiro.

[…]

–Você quer comer alguma coisa?- ele disse enquanto parava em frente a um bar.

–Você não é louco de parar aqui.

–Acho que você não quer comer nada, então fica no carro mesmo.- ele saiu do carro

–EU QUERO IR PRA CASA, AGORA!- jorrei as palavras enquanto batia a porta com toda minha força na intenção de demonstrar raiva.

–Vai andando então.- ele disse enquanto entrava no bar.

Eu fiquei lá parada na chuva e notei que o bar era tipo de Point para motoqueiros. Havia uma fileira de motos de todos os tipos. Não acredito que ele me trouxe pra um lugar desses. Ainda chovia forte então eu fui voltar para o carro, mas a porta estava trancada.

–Não acredito!- falei enquanto socava o vidro.

Tive que entrar no maldito bar. E assim que passei pela porta todos os olhares se voltaram para mim. Eu era a única mulher no recinto e estava encharcada. Assim que achei o Thomas eu segui furiosa em direção dele e notei que ele estava com acompanhada de dois meninos. O bar possui varias mesas de sinuca e era incrivelmente escuro na parte de dentro, atras do balcão haviam varias garrafas de bebidas alcoólicas e em uma das paredes havia um imenso cardápio. As mesas eram cercadas por bancos vermelho-sangue e ficavam ao lado das janelas, de vidro fume.Com certeza eu não comeria num lugar desses.

–ME LEVA PRA CASA AGORA!!

– Qual é Tom, não vai nos apresentar essa gostosa irritadinha não.- disse o garoto mais alto entre os três

–É Tom, quem é essa gostosona?- disse um garoto loiro

–Ninguém que interesse aos dois palhaços. Vem vamos embora- ele disse me pegando pelo braço e me empurrando até a porta.

–ME LARGA GAROTO!- falei enquanto me debatia tentando soltar meu braço.

Ele me soltou e saiu do bar, eu fiquei parada massageando meu braço que futuramente ficaria com a marca da mão dele. Notei que todos estavam olhando para mim com uma expressão assustadoramente estranha.Sai correndo para o carro do Thomas. E ele parecia irritado e perdido em pensamentos. Não quis irrita-lo então optei pelo silêncio.

[…]

Ele parou o carro na calçada da minha casa e esperou eu sair sem sequer olhar para mim .Obrigada, eu disse entre dentes. Sai do carro e bati a porta com bastante força na intenção de irrita-lo. Ele me olhou irritado e foi embora.

Estava procurando a minha chave da porta quando alguém colocou a mão em meu ombro.

–Ah é você, que susto que me deu!-disse me sentindo aliviada ao notar que era apenas o Ryan.

–O que diabos é isso? O que você acha que esta fazendo?- ele disse parecendo bastante bravo.

–Eu estou procurando minha chave. Só isso.- disse o obvio.

–Estou me referindo a todo esse atraso e o fato de você sair encharcada do carro do Thomas.Explique-se- ele disse as palavras tão alto que parecia estar gritando

–Se você não conseguiu notar esta chovendo pra caralho e eu estava pegando uma carona.

Achei minha chave e destranquei a porta. Entrei em casa e por uma fresta falei:Se você não se importa eu vou tomar um banho antes que fiquei resfriada.

Ele colocou o pé na frente impossibilitando a porta de ser fechada, empurrou-a e entrou. Ele esticou o braço prendendo a porta atras de mim, ficou com o rosto a poucos centímetros do meu e finalmente falou: Eu nunca mais quero te ver com esse garoto, ouviu?

O alarme da casa começou a tocar e eu abri a porta com uma cara de nojo e gesticulei para que o Ryan saísse, assim que ele estava na entrada eu falei: Eu sei tomar conta de mim mesma e você não tem o direito de se meter na minha vida.

Não acredito que ele acha que pode mandar em mim.Ele é um babaca mesmo. Não tem nem dois dias que eu estou aqui e ele acha que sou propriedade dele? E aquela namoradinha histérica dele? Estou com nojo, não dele, mas do fato de ele agir como todos os idiotas no mundo.

Fechei a porta e fui desligar o alarme. O telefone tocou e era a mulher do seguro, falei que eu não me lembrava da senha e que estava tudo certo. Deixei minha camisa na lavanderia e fui pro quarto só de sutiã já que o James só chegaria a noite. O bom daqui é isso, não terei que me preocupar em ver o James. Larguei meu converse na escada. A janela do quarto estava aberta e uma brisa invadiu o quarto. Quando olhei para o lado de fora, o Ryan estava do outro lado, no quarto de . Ele me olhou irritado e quando percebeu que eu estava só de sutiã ficou olhando para o meu busto, Eu me joguei no chão e fechei a cortina. Ótimo, alem de mandão é um tarado!