Time Square, sue saudades saudade eu estava sentindo dessa movimentada "praça" . Que saudades eu sentia da linda ilha de Manhattan.

– Me acorde - disse a Tom

– Se você quer. - disse dando um beliscão no meu braço.

–Ouch, eu estava brincando. - disse enquanto esfregava meu braço.

– O quê você quer fazer primeiro ? - perguntou Hoffman enquanto entrava na 7th Avenue .

– Vamos comer ! - disse enquanto chamava um taxi.

–Onde?

– 4th street ,Brooklyn. - disse ao taxista. - Comer na Marcy.

–Ei, Mione, comò você está linda ! - disse Marcy.

Como sempre, ela me recebeu da mesma maneira. Parando tudo que estivesse fazendo para me olhar com olhos amorosos e lançar um elogio.

Marcy na verdade se chamava Marcia e era uma brasileira de quadris largos e baixa estatura . Ela usava um salto de quinze centímetros que faziam-a parecer mais alta, mas eu sei que ela não passa de um metro e cinquenta e cinco de altura. Avancei até ela deixando a porta de vidro bater na no rosto de Tom. Abri um largo sorriso e me joguei no balcão do Marcy's Café . Joguei meus braços no ombro dela enquanto ela enchia minha testa de beijos, que definitivamente sujariam meu rosto com seu batom extremamente vermelho.

– Marcy! Como eu senti sua falta. - disse ao me ajeitar no banco enfrente ao balcão.

–O que você vai querer querida?

– O de sempre , obviamente.

– É para já, saindo direto do Brasil um hambúrguer grande e fritas. - Marcy piscou para mim e entrou na cozinha.

Eu me levantei do banco e fui me sentar numa mesa que Tom já havia escolhido. Eu sempre sentava nela, onde eu podia ver as pessoa caminhando e seguindo sua vida normal. Todos os dias eu fugia de toda aquela agitação e ia direto até o restaurante da Marcy almoçar . Eu sempre comia seu hambúrger e batatas com uma coca grande. Todos no restaurante já me conheciam , desde Rose , a moça da limpeza até Carlos o filho de Marcy que é também meu melhor amigo ,secreto. Eu vinha pra cá e ele sempre estava aqui. Ele cursava a mesma serie que eu mas em uma escola só de meninos. Um dia Marcy pediu que ele me ajudasse com física e daê em diante nós nunca mais nos separamos.

– Um hambúger brasileiro e batatas nárnianas saindo para a feiticeira branca. - disse Carlos botando o prato na minha frente.

– Carlos ! - quase derrubei a mesa quando me levantei e me joguei nos braços dele.

Carlos era o garoto mais alto que eu já conheci e para conseguir passar meus braços pelo seu pescoço eu tinha que ficar na pontinha dos dedos, como uma bailarina, e mesmos assim eu não conseguia ficar numa altura razoável. Como sempre ele passou os braços pela minha cintura e me levantou. Fazendo com que eu ficasse um pouco mais alta que eles.

– Que saudades da minha little redhead . – disse me botando no chão novamente e me dando um beijo na testa. - Com você está?

–Estou bem, mas sem querer parecer clichê , estou melhor agora que estou com vocês. - disse abrindo meu largo sorriso.

– Cliché é pouco para isso. - disse e nós caímos na gargalhada.

Tom pigarreou.

– Poderia me trazer o mesmo que ela pediu ? - disse sem olhar para o Carlos.

– É claro. - disse ao levantar uma sobrancelha para mim. - James faça o mesmo prato que fez para a Mione.

– Este é o Thomas, ele é de Fairchild. - disse apresentando ele ao Tom. - Thomas esse é o Carlos, meu melhor amigo.

– Prazer Carlos. - disse Thomas estendendo a mão . - Desculpe perguntar,mas você é americano ?

– Prazer. Sou sim, mas minha mãe é brasileira por isso escolheu o nome Carlos. - disse abrindo um sorriso e estendendo a mão que não estava na minha cintura.

– Sente-se conosco. - disse enquanto voltava para o meu lugar e batia na poltrona ao meu lado.

***

– Você ainda tem roupas aqui ?! - perguntou Tom ao entrarmos no The Strathmore. O antigo apartamento que eu morava com minha mãe.

– Tenho ! - disse ao ir pegar a chave com o porteiro. - Você vai ficar no meu apartamento ?

– Não , eu aluguei um . - disse sarcasticamente. - Mas é claro que vou ficar com você. Eu durmo na sala se for preciso.

Subimos e o apartamento estava exatamente o mesmo . Nada havia sido mudado de lugar. No quarto da minha mãe ainda viásse o Upper East Side inteiro. Fiquei deitada em sua cama por quase uma hora até que Tom apareceu.

–Ei, vamos sair? - disse sem sair da soleira da porta.

– O que você quer fazer? - perguntei sem nem olhar para ele.

– Vamos numa festa, no QT.

–O que ?! - disse ao me levantar da cama.

– QT,o antigo Boom Boom Room .

– Como você conseguiu isso ?

– Eu conheço um dos donos. Vamos logo senão vão nos tirar da lista VIP.

Fui tomar meu banho e me arrumar. Coloquei um vestido prata e um salto preto de quinze centímetros .Sequei meu cabelo ondulei as pontas, meu cabelo já estava batendo na cintura então demorei muito para arruma-lo . Fiz uma maquiagem clara e básica e fui encontrar com Tom.

***

Uma música alta e agitada tocava lá dentro. Eu estava começando a ficar impaciente por estar do lado de fora. Haviam algumas pessoas na nossa frente e um deles estava tendo problemas para entrar.Tentando tirar a atenção do tapado eu olhei para a fila premium , que era a fila mais cara e a única que você entraria com toda certeza.

Ao passar meus olhos pela fila eu encontrei uma menina baixinha com um vestido rosa fluorescente, ela tinha longos cabelos castanhos claros e me era extremamente familiar. Era Julia , a menina que havia ficado com John, o namorado da minha melhor amiga. Espera, será que era melhor amiga mesmo? Porque o fato de ter escondido de mim que estava com o Ryan não parecia algo que melhores amigas fazem.

Tom me puxou pelo pulso , me fazendo sair dos meus pensamentos. Eu estava prestes a puxar meu braço , quando me dei conta de que ele estava, finalmente, entrando ca Qt.

Dentro da QT eu me sentia nova- iorquina novamente . Todos aqueles corpos na pista. Todos aqueles casais nos cantos. O bar, o calor humano, as músicas. Aquela boate sempre fora minha favorita, como minha mãe tinha fama eu podia entrar de graça o que me fazia ir lá todos os dias que pudesse. A primeira coisa que fiz foi correr ao bar e ver se meu drink favorito ainda era servido lá. Infelizmente não , parece que o barman que o fazia se demitido. Ótimo!

O barman me ofereceu um drink de cor rosa e depois de relutar eu dei um gole. Ele era bom, tinha gosto de limão e algo um pouco mais ardido.

Vários meninos tinham vindo conversar comigo, mas todos eram extremamente chatos e normais. Depois de várias doses do drink rosa , um menino alto com cabelos castanhos claros e cacheados veio falar comigo e eu tenho quase certeza de que já estava um pouco… alegre demais.

– Você tem um olho muito bonitos! - disse dando o ultimo gole no meu drink . - São esmeraldas?

–Hermione? - o menino me olhava de uma maneira brincalhona . - Você está bêbada ?

– É claro que não ! - disse me lembrando que o menino era o mesquinho Thomas.

Tom abriu um sorriso de cetisismo e eu desviei meu olhar. Nataniel James Holkings conversava com uma garota com vestido rosa fluorescente de vadia. Ele estava perto demais para o meu gosto. Ele a prendia na parede e mantinha seu rosto acima da cabeça dela, a apenas uns 15 cm de distancia. Lancei-lhe um olhar de reprovação e raiva mas ele não notou.

Eu precisava de alguém para fazer ciúmes no Nataniel. O Thomas seria uma boa.

–Ei , Tom…- disse eu , mas o menino de olhos esmeraldas havia sumido.

Nataniel havia notado minha presença e eu puxei o menino que estava ao meu lado no balcão para a pista de dança. Sem sequer olhar para o menino, comecei a dançar sensualmente e olhei para Nate . Finalmente virei de frente para o garoto desconhecido e tive um surpresa desagradável. Ele não era ele, era ela vestida de ele.

–Ai meu deus, você não é o Tom. - disse fingindo engano . - Me desculpe, tenho que ir.

– Eu posso ser Tom se você quiser. - disse ela, mordendo o lábio inferior.

Por sorte Nate não parecia ter notado que ele era ela. Se tiver , meu plano vai ficar sem sentido. Voltei para o balcão e achei Tom.

– Muito bonita sua namorada- disse apontando -a com o queixo .

–Cale a boca e venha dançar comigo. - puxei ele pela barra da camisa .

Agora sim, o Nate havia me visto indo para pista. Virei-me de costas para Tom e comecei a fazer a mesma dança sensual que havia feito com minha antiga parceira. Rebolei para o lado direito e olhei para Nate, ele havia puxadoa menina para dançar.

Era Julia. Uma onda de raiva subiu pelo meu corpo e parou na minha garganta. Eu cheguei meu corpo para mais perto de Tom e comecei a dançar ainda mais sensualmente e Tom passou os braços pela minha cintura. Opa, opa! Ele está achando que tem chances comigo ?

Tom me virou e fiquei frente a frente com ele. Por seu ombro espiei Nate e ele estava dançando com Monique Oneon, a loira da foto. A oxigenada com quem ele havia me traído. A oxigenada que supostamente estava grávida, quando eu me mudei. Outra onda de raiva subiu pelo meu corpo e senti meu braços começarem a tremer. Meu olhos estavam ardendo e eu sabia que ia chorar.

Preciso achar um banheiro.

Quando tentei correr até o banheiro, os braços de Tom apertaram minha cintura bloqueando-me. Ele chegou perto do meu ouvido e sussurrou algo que eu entendi como "hoje não tem como escapar ".

Tom chegou mas perto de mim e selou meus lábios. Incrédula fiquei ali paralisada . Ele separou nossos lábios e eu ouvi um voz baixinha na minha mente.

Você sabe que quer isso.

Tom me beijou novamente mas dessa vez eu fechei meu olhos. Ele começou um beijo lento e suave . Deixei que minhas mãos subissem até seu pescoço e me permiti sentir o calor dele e provar seu gosto . Tom me aperto contra seu peito como se quisesse que ficássemos ainda mais perto, mesmo sendo impossível. Ele aumentou a velocidade do beijo, transformando-o em algo voraz. Tom moveu suas mãos por minhas costas levando uma delas ao meu pescoço. O ar começou a fazer falta e eu apenas torci para que aquele momento durasse para sempre.