Survival Horror Game escrita por slytherina


Capítulo 4
Level 4: Loading Shelter


Notas iniciais do capítulo

Aya Brea. Questão: Identidade.
Kyle Madigan. Questão: Moralidade.



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                    Havia um local na Shelter que monitorava toda a instalação para-militar. Deste lugar se tinha acesso a todas as câmeras de vídeo, dispositivos defensivos a laser, armas ativadas por sensores móveis e térmicos, fechaduras e desbloqueio de portas e sistemas de comunicação. Também mostrava o mapa e a configuração dos setores. Havia uma fonte de força que alimentava a energia daquele lugar, bem como criava um tipo de barreira eletromagnética e sensorial, não permitindo o escaneamento de certas partes daquele reduto. Além da fonte de energia propriamente dita, havia uma área na shelter que causava um grande impacto em Aya. Era uma sala no subsolo, nível B6, cujo acesso era lacrado. Aya sentia-se mal até mesmo em pensar ir até lá.


                    A área de controle ficava diretamente interligada a uma grande arena na parte extrema da Shelter. Nesta arena havia uma enorme massa de material orgânico simulando casulo. Aya teve vontade de destruir aquela aberração, mas suspeitou que a argamassa orgânica protegeria o âmago do casulo, não permitindo que nenhum dano atingisse o seu interior. Ela teria que esperar que aquilo brotasse ou fosse expelido.


                    Pierce assumiu os comandos da sala de controles. Ele parecia bem familiarizado com aquilo. Nada como ser um geek do FBI.

 
                    _ Aya, eu vou liberar a passagem para a Neo Arca, a segunda parte desta área para-militar. Acho que é o campo de criadouro e zoológico destes NMC. Na parte Oeste da Neo Arca há uma fonte de energia. Você deve ir até lá e desliga-la. Só assim poderemos explorar este dispositivo para-militar mais facilmente.


                    _ Pierce, você não acha que desligando essa fonte de força, iremos também cortar os últimos impecílios de liberação destes NMCs?


                    _ Tipo deixar o T-Rex a solta?


                    _ Sim. Tipo isso, sim.


                    _ Bem, se isso chegar a ocorrer, o exército assumirá o comando.


                    _ Como assim?


                    _ Eles têm seus próprios métodos de lidar com ameaças.


                    _ Não sei se gostei da resposta.

 
                    _ Eu também não, Aya, mas não há nada que possamos fazer quanto a isso.


                    Aya Brea, agente da MIST, colocou um colete reforçado, a prova de balas, com diversos bolsos e pochetes. Muniu-se de remédios, balas, pistola, um rifle, uma shotgun, etc. Seguiu em direção a entrada da Neo Arca. Ela conhecia a história de Noé. Achou irônico que aqueles cientistas malucos pensassem que os únicos seres da terra, que mereciam ser preservados, fossem monstros fruto de engenharia genética. Ela mesma tinha o gene mutante no seu sangue, mas não se considerava de nenhuma maneira superior aos outros seres humanos. Na verdade havia dias em que se considerava amaldiçoada.


                    O saguão principal da Neo Arca era envidraçado. Havia uma voz em alto-falante dando informações turísticas, como se aquilo fosse um "parque temático". Ao longe ela escutava cantos de passarinhos e o barulho de selva. Havia uma grande claridade amarela e o horizonte era azulado. Um monitor de temperatura indicava que o exterior media 20º C, o que Aya sabia ser impossível, pois estavam no deserto de Mojave, a não ser que... fosse tudo controlado artificialmente. É claro, se eles consideravam-se deuses, capazes de subverter a evolução da natureza, por que não alterar o clima também?


                    Ela saiu do saguão em direção à selva. Viu-se diante de florestas tropicais, uma brisa fresca e luzes amarelas simulando o clarão do dia. Ela olhou no seu monitor portátil tipo GPS, no qual Pierce havia marcado o ponto da fonte de energia daquele complexo para-militar. Seguiu adiante, conforme as coordenadas. Quase foi atingida por um enorme bípede, semelhando um fauno, com cabeça de lagarto. Ele abria um estranho leque em sua cabeça, tipo alguns répteis, bufava e ciscava, como um fauno, e arremeteu contra Aya. Ela desviou-se bem a tempo. Armou-se com a shotgun e disparou. 1, 2, 3 vezes. O impacto do tiro, fazia o equino estacar e perder alguns segundos, mas então arremetia de novo.


                    Aya pensou em usar o rifle, mas suspeitava que aquele NMC fosse resistente a isso também. Usar a energia parasitária estava fora de cogitação, uma vez que ele não lhe daria tempo de se concentrar. Aya equipou o rifle com um lança-chamas e disparou uma rajada de fogo. A criatura incendiou-se e dissolveu. Aya imaginou se isso também daria certo com um grupo maior daqueles monstros. Seguiu adiante. Logo mais ela se deparou com um tipo de lago, com um pequeno porto no centro. Ela ativou uma ponte para este porto insular. Seguiu correndo por ela, pois era o único acesso para uma ilha com o gerador de energia.


                    Quando Aya estava na metade da ponte móvel, um NMC aquático disparou uma descarga elétrica contra ela. Ele era semelhante peixe-boi. A descarga a abateu um pouco, mas ela conseguiu correr até o porto no meio do lago. Escondeu-se atrás de um dos pilares de madeira, e ficou disparando com sua pistola. Em um minuto ela estava cercada por meia dúzia de NMCs aquáticos, todos disparando contra ela. Aya resolveu usar o lança-chamas mais uma vez. Saiu de trás do pilar e disparou contra um dos NMCs. Este derreteu rapidamente. Aya levou uma rajada elétrica de outro, mas ela prontamente virou seu rifle com dispositivo pyke contra este peixe-boi-poraquê. Ele também derreteu rapidamente. Uma segunda rajada e Aya resolveu se esconder para cuidar do seu estado. Como não poderia se expor muito, procurou nos bolsos por uma capsula de recovery, seu suplemento energizante. Logo ela estava nova em folha.


                     Resolveu arriscar. Aya colocou a mão na fronte e curvou um pouco o corpo enquanto apoiava o joelho no chão. Então de seu corpo irradiou uma fonte de energia térmica, que se propagou em todas as direções, naquela área do porto do lago. Tudo em volta pegou fogo e derreteu. Aya procurou por um painel de controle que girasse a ponte móvel, para a ilha da fonte de energia. Isso funcionou a contento. Ela seguiu rapidamente e passou por um pequeno portão de cercado. Estava agora em uma área de terra que ladeava o prédio do gerador. Ela avistou uma porta de entrada e rumou para lá. Antes que a alcançasse, um monte de tatuzinhos surgiu e a cercou. Eles praticamente a atacavam com arremetidas. Como eram muitos, esse pequeno dano era multiplicado, causando mais irritação do que risco de vida.

 
                     Aya experimentou atirar contra alguns, mais isso não surtia muito efeito. Ela correu para longe deles, mas percebeu que teria que exterminá-los, pois impediam o acesso ao gerador. Ela empertigou-se, abriu as palmas das mãos e estendeu o pescoço, de modo que ficou olhando para o alto. Fechou os olhos. Ondas de energia saíram do seu corpo e dirigiram-se ao chão, eletrificando tudo. Os tatus foram atingidos em cheio pela onda de eletrochoque. Eles todos viraram de barriga para cima, paralisados. Aya aproveitou para atirar neles.


                     Já dentro da sala do gerador. Ela se deparou com uma aberração superior a todas as outras. Um NMC elefantino, obeso e plácido como um porco tamanho família, estava aplastrado em uma mesa, conectado a uma máquina por meio de fios. Ele estava acordado e aparentemente, sua única função era produzir energia para aquele lugar. Aya aproximou-se e tocou aquela criatura. Pensamentos estranhos e deturpados preencheram sua mente, de alguém que não queria mais nada na vida, a não ser sentir-se o rei-sol, fornecendo energia a muitos.

 
                     _ O que? Você escolheu isso? Escolheu se tornar essa coisa? Como...? _ Aya desistiu de tentar entender. Infelizmente ela precisava "desligá-lo". Procurou pelo equipamento elétrico que estava conectado naquele gerador humano. Sacou a pistola e passou a destruir o maquinário. A criatura começou a gemer de dor. Logo mais Aya descarregou vários pentes de bala naquele monstro. O NMC gerador derreteu.


                     Aya resolveu voltar para a Shelter. O seu caminho de volta foi mais difícil, tendo que enfrentar NMCs que se assemelhavam a tatus, peixe-bois e faunos. Com estes últimos, as coisas foram difíceis, pois Aya não podia usar Energia parasitária, apenas balas. Ela praticamente acabou seu estoque de balas de shotgun e o pyke, mas conseguiu destruí-los. Retornou para a sala de controles e reencontrou Kyle.


                     _ Por onde andava Kyle?


                     _ Estive fazendo meu serviço, bebê. Ainda tenho um patrão que quer relatórios.


                     _ Esse local é muito perigoso. Não tem medo de perder sua vida aqui?


                     _ Eu tenho mais vidas que um gato, boneca.


                     _ É sério Kyle. Eu quase morri hoje, aqui. Não entendo como você consegue sobreviver.


                     _ Ao contrário de você, eu não bato de frente com o inimigo. Além disso, eu sei me cuidar.


                     _ Tudo bem. Tenho mais uma tarefa a cumprir. Vou encontrar a fonte de energia negativa no nível B6. Vem comigo?


                     _ Para o que der e vier, amor.

                    
                    
               

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Notas finais do capítulo

Desculpem-me por demorar a atualizar. Isso não foi planejado. Algumas vezes a vida real nos impede de ir adiante.



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