Survival Horror Game escrita por slytherina


Capítulo 2
Level 2: Loading Dryfield


Notas iniciais do capítulo

"O pior adversário é aquele que dorme no nosso interior." Citação de abertura de Parasite Eve.



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Ele caminhou até a mesa de snooker e arrumou as bolas sobre a superfície aveludada. Alinhou-as com um esquadro e pegou um taco. Passou giz em uma das extremidades. Ele tinha os movimentos leves e precisos. Cada tacada atingia o alvo e completava a jogada anterior, levando cada uma das bolas restantes para a rede de segurança no buraco da quina da mesa. Ele era alto e tinha um porte militar. Cabelos negros ondulados, cuja mecha cacheada insistia em cair sobre a fronte, dando-lhe um toque de rebeldia. Sua malha azul marinho de gola alta, marcava o contorno dos seus bíceps e peitorais, que só não eram mais imponentes do que sua Mongoose, uma Magnum.44 no coldre estilo colete, que ele usava por cima da blusa de malha. Kyle Madigan era um detetive particular, contratado por um homem muito importante que preferia se manter incógnito. Estes anônimos endinheirados engrossavam a sua clientela seleta. Pessoas que pela posição e cargos que ocupavam não podiam aparecer.

Um pequeno movimento às suas costas e ele automática e graciosamente, deu um volteio já com o revolver na mão, apontado para a alta e esguia loira de minissaia. Kyle admirou-a de alto a baixo. Seria um desperdício estourar os miolos daquela beldade. Contudo com um movimento ele engatilhou a arma e piscou para a loira. Ela ergueu ambas as mãos e olhou-o direto nos olhos.

_Se eu quisesse matá-lo, não esperaria que terminasse seu jogo de snooker. - Ela falou com uma voz aveludada e sensual.

_Vai saber. Vocês, criaturas neo-mitocondriais têm um estranho senso de humor. - Kyle ergueu o cano da arma, e segurou-a na altura do ombro, enquanto aproximava-se da loira de olhos de gato. Ele apalpou sua blusa e tirou a identidade dela do bolso da jaqueta.

Aya encarava-o enquanto ele checava suas credenciais. Seria muito fácil para ela desarmá-lo, mas ela não queria ferir aquele homem tão atraente e bonito. Esperou que ele chegasse à conclusão de que ela não oferecia perigo.

_Aya Brea, MIST. Uma agente do FBI em Dryfield. Esta cidade nem está no mapa e já está cheia de celebridades. - Kyle devolveu a credencial de Aya e guardou sua arma no coldre. - Prazer, meu nome é Kyle Madigan, Detetive Particular.

_Quem o contratou? - Aya foi direto ao ponto. Preferia não perder seu tempo com gentilezas, quando estavam em guerra contra NMC (Criaturas Neo-Mitocondriais).

_Digamos que um figurão que não ficou contente com a sujeira ecológica que estes monstrinhos estão aprontando. Ih, essa foi de matar. Preciso melhorar minhas piadas.

_Guarde sua conversa mole para outra hora. Foi o exército que te contratou? - Aya tentava ser objetiva.

_Não. Um civil. Mas eu não entrei em contato com ele, apenas com seu testa de ferro. Não costumo investigar se não sou pago para isso.

_O que pretende em Dryfield?

_Pretendo descobrir quem está por trás desta epidemia de NMCs. Quero apenas a informação. Suponho que o FBI e o exército farão o serviço sujo de esterilizar a área.

_Okay! Você está comigo Kyle, ou prefere agir sozinho?

_Estou com você loura, pode contar comigo.

Kyle contou a Aya sobre um laboratório construído no deserto, escondido no âmago de uma montanha. Ele era conhecido como "shelter", e com certeza era o quartel general dos criadores de NMCs. Decidiram ir juntos até lá, e investigar o que estava acontecendo. Conversaram com o Senhor Douglas que conseguiu sobreviver ao ataque do monstrão, junto com Flint. Ele vendeu-lhes mais armas: Um rifle M4A1, uma shotgun SP12 e uma metralhadora MP5A5. Pegaram ainda um GPS, mantimentos, provisões, pilhas, lanternas, flares e kits de primeiros socorros.

Ao procurarem seus carros, os encontraram totalmente detonados e cobertos por estranhos seres saltitantes, semelhantes a coelhos. Aya armou-se de sua pistola e começou a atirar sem sucesso, pois eles não paravam quietos. Kyle nem tentou usar sua Magnum, pois semelhante arma seria mais útil em um grande e poderoso alvo. Ele sacou de um coldre de perna, uma pequena pistola M93R carregada com balas hydra. Os dois ficaram desperdiçando balas tentando acertar os coelhos malditos. Então Aya decidiu usar outra coisa.

Ela empertigou-se, abriu as palmas das mãos e estendeu o pescoço, de modo que ficou olhando para o alto. Fechou os olhos. Ondas de energia saíram do seu corpo e dirigiram-se ao chão, eletrificando tudo. Os coelhos infernais foram atingidos em cheio pela onda de eletro choque. Eles todos ficaram tremendo e caíram duros no chão nocauteados. Kyle aproveitou a deixa e passou a mirá-los certeiramente. Aya saiu de seu transe e também completou a tarefa de exterminá-los.

Kyle encarou-a enquanto guardava sua arma. Ele não falou nada, mas seus olhos faziam uma pergunta muda. Aya já esperava por isso. A maioria das pessoas se assustava quando percebia que ela era uma aberração.

_Eu posso invocar habilidades de energia parasitária. Eu não gosto de me expor dessa forma, pois eu sei que caçadores de NMC ficam nervosos. Eu apenas a uso em batalhas.

_Contanto que você não use isso em mim, tá tudo bem. Só pra saber, como é possível anular essa sua habilidade?

Aya meneou a cabeça e o olhou incrédula. Kyle sorriu e piscou para ela.

Uma vez que seus carros estavam destruídos, pediram a antiga camionete de Douglas emprestada. Aya e Kyle seguiram para uma velha mina abandonada que seria a entrada do "shelter". Lá chegando tiveram que enfrentar mais criaturas semelhantes a cavalos. Mataram-nos rapidamente. Entraram na mina e depararam-se com outros seres alterados geneticamente, semelhantes a mariposas. Havia um enxame deles. Eles tentaram com moderado sucesso acertá-los com pistolas. Então uma nuvem daquelas mariposas atacou Aya. Ela as matou, mas ficou meio lerda e confusa, com os movimentos lentos. Em vez de concentrar-se na luta, procurou Kyle com o olhar, alheia ao ataque de outros insetos que não cessavam de atingi-la. Kyle mantinha-se afastado dela e gritou: "Aya use sua energia parasitária".

Aya ouviu-o ao longe, como se estivesse sonhando. Então ela fez um gracioso movimento com os braços, encobrindo sua cabeça. Estrelinhas multicoloridas e brilhantes choveram em sua cabeça. Ela que estava de olhos fechados, abriu-os como se houvesse despertado. Virou-se rapidamente e continuou a matar mariposas sem misericórdia.

Após atravessarem um precipício em uma deteriorada ponte de madeira, seguiram até uma enorme clareira no interior da caverna, com um monte de entulho no centro, como uma torre. Havia uma grande parede de metal enferrujado, com a tinta desgastada, e sinais de uso freqüente. Os dois dirigiram-se a essa parede de metal e passaram a procurar um tipo de porta. Então escutaram um barulho atrás de si. Aya foi a primeira a se virar e encarar um grande cavalo barbudo. Um NMC tipo cavalo.

Aya e Kyle entenderam que se aquele monstro os atingisse, seria morte na certa. Saíram correndo, um para cada lado. O monstrão foi atrás de Kyle que preferiu voltar para a passagem anterior. Aya carregou sua shotgun com balas firefly (incendiárias). Ela correu um pouco e posicionou-se esperando o cavalo aparecer na sua mira. O que ocorreu logo mais. Disparou três vezes em seguida. O animal ficou chamuscado e apenas modificou a direção da sua marcha. Aya correu novamente, contornando a torre. Dessa vez o cavalão veio por trás. Aya mal teve tempo de dar uma cambalhota, para evitar sua arremetida. Assim que ficou de pé correu o mais que pôde. Percebeu que havia alguns camburões de combustível ao longo daquela clareira. Teve uma idéia. Passou a correr por perto dos camburões, esperando que o enorme cavalo a seguisse.

O enorme animal fez o que ela previra. Ao vê-lo aproximando-se do camburão, Aya disparou no recipiente de combustível, ocasionando uma pequena explosão. O cavalão foi ao chão, mas em vez de derreter, apenas mudou de cor, ficando despelado e acinzentado, e de alguma maneira mais endiabrado. Aya não esperou que ele se levantasse reiniciou sua fuga. O animal agora tostado reiniciou a perseguição. Aya ainda atirou com a shotgun, mas ele agora parecia invulnerável. Ela correu para próximo de outro camburão, mas ele hesitou e estacou. Ele parecia lembrar-se do que ocorrera. "Okay, será do modo mais difícil, então." Pensou Aya.

Ela então abaixou a cabeça e dobrou os braços, deixando os antebraços paralelos na altura da cintura, fechou os punhos e os olhos. Ondas de energia espraiaram-se de seu corpo, como a radiação solar, formando um pequeno domo brilhante azulado sobre ela, aumentando o seu raio de alcance rapidamente. A criatura ao vê-la concentrada e indefesa arremeteu com toda força sobre ela, com isso sendo atingido por aquela radiação. O animal não entendia o que estava acontecendo, sabia apenas que iria atingi-la no estômago e arremessá-la para o ar, fazendo-a cair com as vísceras estouradas no chão. Antes, porém que isso acontecesse, ele sentiu um torpor e uma fraqueza absolutas, como se a vida se esvaísse dele, e ao chegar próximo a Aya, ele apenas caiu ao chão e derreteu.




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Notas finais do capítulo

Agradeço a Jack5Tayloor, que perdeu seu tempo me ajudando a pesquisar sobre armas. Muito obrigada pelas dicas, man! Eu sei que você preferia o desenvolvimento lógico do jogo, mas eu não sou perfeita, então foi isso que eu consegui para o 2º capítulo. Um abraço e many thanks! ^^;



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