The 29th Hunger Games! escrita por Lançassolar


Capítulo 6
Entrevista


Notas iniciais do capítulo

Bom, lá vai mais um capítulo, a entrevista agora. Sds Caesar Flickerman.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/288776/chapter/6

O maldito dia seguinte é o pior de todos sem dúvida. Acordar, tomar o desjejum, e então quatro horas de treinamento de Etiqueta com Sarah Smith. Qual é? Essas quatro horas poderia fazer diferença se eu estivesse treinando com a lança, penso. É claro que isso pode ser indispensável em termos de apresentação para à entrevista. Mesmo assim a sensação de tempo perdido não me abandona nem por um segundo e não consigo prestar atenção total as instruções de Sarah, o que é ainda pior.

 No almoço Bianca me lança um novo olhar de desprezo. Talvez ela esteja com ciúmes pelo entusiasmo de Jacko comigo e por minha nota superior. Bem, tanto melhor, caso um de nós tenha que vencer, prefiro não ter que decidir entre mim e Bianca no final. 

As quatro próximas infernais horas seriam para discutir com Jacko a minha estratégia de entrevista, o que falar, que pontos abordar. Em poucos minutos percebo que eu odeio aquilo quase tanto quanto o próprio Jacko, então vamos para o combate. Dessa vez em pé. Trocamos socos, chutes. Jacko me ensina a fazer uma base de defesa que preste, a bloquear golpes, onde atacar quando estiver desarmado. Para não perder o costume eu aprendo rápido. Jacko diz que tem certeza que eu evolui 400% em relação a qualquer outro tributo durante o período de treinamento.

Isso me deixa feliz. Na verdade, a única coisa que me motiva é a imensa vontade de sair com vida dos Jogos Vorazes. Por fim Jacko diz:

- Sua estratégia não existe. Responda o que for perguntado e tente entusiasmar a plateia.

Após mais uma noite de sono conturbado, sou entregue à minha equipe de preparação e então estou novamente diante da histérica senhorinha, ou melhor, da belíssima donzela, minha estilista:

Não trocamos palavras. Dessa vez pelo menos meu traje não é invisível. Não é espetacular claro, mas ao menos é bem melhor que o do desfile dos tributos, branco com bonitos detalhes verdes, e graça a Deus, nada de frutas. Ela termina os ajustes finais e me despeço de minha estilista. Estou pronto para a entrevista. Ou não, mas é hora de descobrir.

Distraído, peguei a mim mesmo ouvindo a entrevista de Morgan. Já começou pensei, essa é a terceira, e logo será a minha vez.

Algumas entrevistas são interessantes. Destaque para Guilly do 3 e  Kayleigh, que deram respostas inteligentes e bem arramadas, fazendo todos rirem e conquistando a plateia.

Então chega a entrevista de Bianca.

- E então Bianca. – Pergunta Caesar. – Qual a expectativa de ser a primeira vitoriosa do Distrito 11?

- Grande, estou muito preparada.

- Você luta por alguém ou por si mesma?

- Por mim principalmente, por que apesar de gostar de minha família, nenhum deles está diante de uma morte violenta.

A entrevista foi longa e cansativa. Bianca estava se saindo extremamente bem, se o objetivo era entediar a plateia. Respostas fracas e mesquinhas eram dadas seguidamente e passo a desconfiar seriamente da falta de caráter de Bianca. Antes preferia que Bianca ganhasse se fosse para eu perder, mas agora tenho sérias dúvidas quanto a isso. No atual momento, prefiro que Kayleigh ou Brigitte ganhem. Bianca não merece vencer. Claro que não merece morrer também, mas só um pode vencer e, apesar de ser do meu Distrito, não torcerei por ela.

Caesar tenta melhorar a autoestima da entrevista e pergunta sobre mim:

- E seu parceiro Robbie Waters, como é sua relação com ele?

- Para ser franca, a pior possível. Sempre tentando me ofuscar, ele já deixou bem claro que somos inimigos e na verdade, eu estou pouco me lixando para ele. Não quero mais falar sobre isso.

Sua garota burra, penso, quer matar a nós dois antes que a arena comece? Por que foi exatamente isso que Bianca fez, além de ter dado a pior entrevista de todas, ainda conseguiu diminuir meu carisma e talvez até tenha-me tirado algum patrocinador.

A voz de Caesar me chama e tenho que me encaminhar para o palco, porém estou nervoso e desconcertado. Sento-me meio sem jeito na cadeira e me pergunto se estou fazendo papel de idiota. Mal escuto a primeira pergunta:

- Puxa vida Robbie, que declaração de sua conterrânea. O que você tem a dizer sobre isso?

- Na verdade Caesar, não tenho nada a declarar. Sinceramente, no final dos Jogos Vorazes só um pode vencer mesmo. Achei que poderia me dar bem com Bianca, mas já que isso não vai ocorrer, ela será somente mais um de meus 23 adversários. Não quero mais falar sobre isso. – Respondo.

Caesar respira e se ajeita na cadeira:

- Como é trabalhar com Jacko, que venceu de maneira brilhante os Jogos Vorazes?

- Ah, o Jacko é ótimo. – Lembro-me dos Carreiristas e da sua caçada aos tributos dos outros Distritos. Lembro também dos patrocinadores, e acho que contar alguma vantagem não vai ser ruim. – Já me preparou bastante, e acredita sinceramente que tenho reais chances de vencer.

- Como você analisa suas chances de ganhar? – Pergunta Caesar.

- Ah, tão grande quanto à de qualquer pessoa. Eu sou paciente e não tenho a sede de sangue que leva tanta gente à morte. E são vários dias, muita coisa pode acontecer. Considero minhas chances relativamente boas.

A plateia gosta e o próprio Caesar estar sorrindo.

- Muito bom Robbie, adorei a sua resposta. Agora me diga. Você já tem alguma estratégia em mente?

- Já sim, mas infelizmente não posso revela-la aqui. – Ouço um ahhhh da plateia. – Mas posso dizer uma coisa pelo menos. Preciso de aliados, ouviram isso tributos? Eu preciso de aliados. – Essa minha frase pode ter parecido meio forçada, mas considerei relativamente importante a essa altura do campeonato.

Caesar complementa:

- Ouviram tributos, ele precisa de aliados?

Mais risadas. Estou dando a volta por cima:

- Mais uma pergunta Robbie. – Diz Caesar – A última. Até que ponto você está disposto a ir para vencer?

Uma pergunta extremamente complexa, a mesma feita por Jacko. E o pior é que eu nem faço ideia do que dizer. Respiro fundo e respondo:

- Caesar, essa pergunta é muito difícil. Mas uma coisa eu vou dizer. Cada um tem o direito de pensar o que quiser, mas sempre chega a hora que você tem que decidir se vai fazer o que considera certo. Posso morrer na arena, mas morrerei como um ser humano. Não sou uma maquina de matar, e não viverei como uma. Morrerei como Robbie Waters, como sempre vivi.

A plateia aplaude. Caesar encerra a entrevista:

- Robbie Waters, Distrito 11.

Saio relativamente feliz. Não obtive grande destaque, mas ao menos, conseguira alguma visibilidade, além da boa nota que tinha tirado.

 Assistimos às outras duas entrevistas e voltamos ao décimo primeiro andar. Estou furioso com Bianca. Basta entrarmos no apartamento e eu disparo:

- O que foi aquilo? Está louca? Eu entendo esse seu ciumezinho bobo, mas não precisa tentar nos matar também.

- Ciumezinho? – Grita ela em resposta. – Você é meu inimigo, se você vai morrer ou não, tanto faz para mim, prefiro inclusive que morra, é menos um para me dar trabalho.

Aquele ódio, aquele desprezo impregnado na sua voz. Decido que Bianca é minha inimiga de agora em diante.

- Tudo bem Bianca, acabou por aqui. Não vou mais dirigir uma palavra a você, nosso laço e nossa possível aliança morrem aqui e agora. Não vou mover uma palha para te ajudar, tenha consciência disso. Bons Jogos Vorazes para você, e que a sorte esteja sempre do seu lado. – Porque se depender de mim... não vai estar. E me encaminho para o meu quarto, onde tenho uma noite ainda pior que a anterior.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E ai? está legal? Quero comentários poxa ='/



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The 29th Hunger Games!" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.