A Lenda Dos 4 Irmãos escrita por Anny BakenekoBr


Capítulo 2
Capítulo 2 - Passeando sozinha


Notas iniciais do capítulo

Esse capitulo se passa quando os irmãos se separam e a Mio está andando sozinha.



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1279 - China


A primeira coisa que percebeu foi o cheiro de comida no ar. Alguém estava cozinhando um guisado, ela estava jogada no chão, no canto de uma cozinha, quando acordou por completo viu que estava em um cômodo grande com paredes de madeira velha, onde tinha 4 pessoas, mas ela conseguia ouvir outras pessoas andando nos outros cômodos e conversando alto. Ela não se lembrava como havia parado ali, a sua ultima lembrança era de ter chegado á um povoado e perguntado pela estalagem mais próxima, depois sentiu uma pancada na nuca e tudo ficou escuro. Ela devia ter percebido que tinha algo errado, mas andar sozinha a deixou descuidada, alem de andar dias sem ver uma alma viva. Mas porque a capturaram? Ela nem havia dito nada sobre ela, ou estava portando algo de valor. Sua única trouxa era um par de roupas, um colar de prata em baixo da blusa, carne seca e um cantil de agua. E claro, as facas, mas ela ainda podia sentir as facas escondidas na bota, seja quem for essas pessoas, não a revistaram antes de joga la naquele canto.


Finalmente alguém notou que ela havia acordado, um garoto, ou melhor, um homem jovem de uns 18 anos, considerado adulto naquela terra, mas para ela não passava de uma criança, o jovem se aproximou dela e ela pode vê lo melhor. Era um homem de pele amarela, olhos puxados de cor preta, cabelo preto liso, cortado na altura do ombro, que ele usava amarado por uma fita. Ele vestia roupas de camponês, que mais parecia um vestido na opinião dela, como eles faziam para andar com essas roupas ela não fazia ideia, ela mesmo sendo uma garota odiava vestir vestidos, pois eles atrapalhavam os movimentos que ela precisava fazer para sua sobrevivência e dever. O jovem chegou ate ela e desamarrou seus pulsos.


– Pronto, assim deve ser melhor, logo a comida estará pronta e você poderá comer. Também irá poder participar da cerimonia, afinal não gostamos de ter novatos esfomeados no nosso meio.


Ele disse com um sorriso no rosto que ele achava ser tranquilizador, mas para ela era idiota. Ela conhecia sorrisos tranquilizadores de verdade.


– Prefiro que me deixe ir embora da cidade, nem direi nada a ninguém, apesar que nem há alguém na estrada, sem contar que odeio cerimonias, elas tem mania de serem longas e entediantes. A jovem respondeu.


– Sou Xin, e não posso deixa la ir, soltar você não será um problema, já que a cidade toda é do nosso povo e você será capturada na mesma hora que pensar em fugir, além do mais, depois da cidade só tem uma mata fechada que nem os melhores caçadores conseguem entender direito.


Claro que não entendem direito, por isso estou aqui, queria ver onde minha mãe criou os primeiros abençoados, a Jovem pensou.


Mas achou melhor não falar isso para o homem chamado Xin, pois ele iria ficar em alerta e poderia perceber que ela não era tão inofensiva como sua aparência dizia. Ela tinha um cabelo longo liso negro azulado, pele clara. Mas seu destaque eram os olhos, redondos e grandes em comparação ao do povo desta terra, e a cor, um preto arroxeado, e sempre que ela ficava zangada ficava mais roxo do que preto. Não que ela ficasse nervosa frequentemente, ela era uma pessoa calma, e não tinha medo. Pelo menos era o que ela sempre se dizia, mas geralmente diziam que era a mais facilmente irritável e que mais irrita o bando.


– Me chamo Mio e não quero ir em um lugar onde nem caçadores gostam de ir, afinal sou só uma garota indefesa e inocente não?! - Será que se jogar um rosto inocente ele caia nessa?


– Sinto muito, você irá participar da cerimonia, quer queira ou não, mas depois irá nos agradecer pelo presente.


Ele disse isso como se realmente acredita se nisso, ela não gostava dessas pessoas que eram cegas a vida em geral. Ficou quieta e ele foi embora. Quando alguém não a estivesse olhando ela daria um jeito de fugir.


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No dia seguinte, ela foi acordada com um prato de comida sendo colocado na sua frente pelo Xin, era guisado novamente, quando será que eles aprenderiam a cozinhar outra coisa melhor? ela ainda estava solta no canto da cozinha, durante a noite, ele havia voltado e colocado um cobertor na sua frente que ela aceitou, afinal assim poderia realocar as facas em locais mais acessíveis. Ela se recusou a comer novamente o guisado, o que deixou o Xin com uma cara triste e preocupado, mas ela não se importava com esse estranho.


Após o café da manha que ela não comeu, ela viu todos saírem para o pátio de fora, parecia que todos estavam se reunindo para a tal cerimonia. Então ela se cobriu inteira com o cobertor, e decidiu ser hora de ir embora, ou ela seria parte da família deles, e viver em fim de mundo, era uma coisa que quebrava suas regras pessoais, outra era que ninguém a prendia ou forçava a fazer nada que ela não quisesse, a não ser que fosse mais forte que ela, e isso era muito raro de acontecer.


Debaixo do cobertor saiu um gato preto de pelo curto, a única diferença desse gato para outros que havia na cidade, era que no pescoço a pelagem possuía uma forma de colar, e geralmente gatos não usam colar, ou tem pelagem nesse tipo de forma. O gato começou a se esgueirar pelos cantos da casa ate achar uma brecha numa parede e conseguir sair para fora. Lá fora estava cheio com a população andando nas ruas estreitas da vila, tanto que foi difícil conseguir chegar no estábulo, mas quando lá chegou achou o cavalo negro da garota Mio, subiu nele e voltou a ter a forma humana da Mio. Sempre que ela mudava de forma o colar ficava como uma marca na pelagem ou pele do animal. Isso era a única coisa que ajudava a reconhece la nessas formas. Com o cavalo fora do estábulo, era hora de partir, alguns a viram sair e correrão atrás dela, mas nunca iriam alcançar aquele cavalo. Segundos depois ela se enfiou na mata, e ela pode ver vultos de lobos atrás dela, os humanos sumiram de vista. Então a brincadeira começou, quem será que ganhava nesse pega a pega?


Após alguns minutos de perseguição, onde ela sempre tinha a vantagem, ela os perdeu de vista quando chegou em uma clareira no meio da mata, mas ela sabia que eles estavam por perto. Ela desceu do cavalo e o mandou seguir em frente rumo ao norte, ela iria seguir sozinha. Dez minutos depois apareceu o primeiro lobo, logo seguido pela matilha, mas eles só encontraram uma loba no local, ela lhes disse que havia perdido o rastro da humana quando esta seguia para o sul, e todos seguiram na direção que ela disse, afinal era uma irmã da matilha, não? Só alguns metros a frente um dos lobos parou para pensar que essa loba não tinha cheiro, nem era o cheiro da matilha, ela era sem cheiro nenhum e isso nunca aconteceu, mas nisso a loba já estava alcançando o cavalo no final da mata em direção oposta.


Após alcançar o cavalo, ela voltou a sua forma humana, subiu no cavalo e voltou a seguir a estrada, ela queria conhecer a mata pela sua mãe, mas voltaria outro dia em uma outra época, onde fosse menos perigoso descobrirem seu segredo. Quando chegou na próxima vila, soube que a vila onde ela esteve presa, não existia a mais de 100 anos, mas sempre que alguém passava por aqueles lados não voltavam a ter noticias deles, mas era muito comum ouvir uivo dos lobos da mata, diziam ter uma matilha grande por aqueles lados, mas nunca foram atacados por eles, deviam ter muita comida na mata, não?


Ela decidiu procurar seus irmãos novamente, sair sozinha não havia sido muito boa ideia, e logo ela previa que teriam de voltar aquela vila para julgar esses lobos, mas não hoje, nem nessa época, talvez nem seria nesse século, mas a família sempre estava alerta e vigilante, afinal era seu dever deixado por sua mãe Emy.



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Notas finais do capítulo

* Próximo capítulo, os irmãos vão para um julgamento na África.



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