Por favor, me desculpem pela demora e está tudo explicado nas notas inicias e até o dia que eu voltarei postar novamente. Desculpem mesmo, em momento algum eu esqueci de vocês.

I have died everyday waiting for you

Darling don't be afraid I have loved you

For a thousand years

I'll love you for a thousand more

(A Thousand Years – Cristina Perri)

– Ryan, por que ficar nesse clima estranho? Qual é, antes de tudo somos amigos – Falo, meio que desabafando com gestos dando ênfase na minha fala.

Fico ansiosa para a sua reação, que até então ele se mantêm calado, quando dá indícios que vai falar ele começa a rir.

– Que foi? – Pergunto emburrada.

– Ô emburradinha, relaxa, não estava ligando muito pra isso, eu achava que você estava por isso não me pronunciei sobre o caso – Ele explica.

Só nesse momento consigo perceber que já estamos na garagem do nosso prédio, subimos entre palhaçadas e idiotices para o nosso andar e nos despedimos com um abraço... Só que quando eu fui dar um beijo na bochecha dele, ele se moveu e acabou sendo no canto da boca.

Automaticamente corei e olhei pra baixo. Ele colocou a mão no meu queixo o levantando. Rindo do meu rubor.

– Ah, qual é, vamos treinando logo – Ele diz descontraído, provavelmente querendo tirar o clima de tensão que havia ficado por poucos segundos.

Entro no apartamento e percebo que Aninha ainda não havia chegado. Na verdade me deparo com um bilhete dá mesma.

“Bruuuuu,

Hoje eu vou chegar mais tarde, Luke disse que vai me fazer uma surpresa e como você me conhece bem, eu fiquei super curiosa, espero que não se importe.

Beijos, Aninha.”

Ri mentalmente disso, minha segunda louquinha preferida, falando nisso preciso falar urgentemente com a Lu, mas pela primeira vez eu tenho que conseguir falar com ela sozinha.

O que vai ser muito difícil já que no Brasil ela já está em período de férias, acontece que no terceiro acaba bem antes, para no final do ano, os alunos se concentrarem apenas no vestibular. Mas, não custa nada tentar.

De repente me peguei pensando sobre o Lucas e a Vanessa, nesse momento eu já tinha desabado no sofá, eu podia tentar me fazer de forte quando eles estavam no Skype, mas por dentro eu não era assim, eu ainda não conseguia entender o quanto em pouco tempo, tudo deu um giro de trezentos e sessenta graus. Há mais ou menos três semanas, nós ainda estávamos juntos, feliz e se completando. E agora ele tá com aquela lá, me permiti pensar se ele gostou dela durante todo o tempo que nós estivemos juntos, não poderia ser, eu ainda me lembro de todas as promessas e sorrisos bobos, mas pensando bem... Se elas realmente valessem de alguma coisa eu não estaria aqui.

Flashback ON

– Saí! – Eu exclamava rindo enquanto fugia do Lucas.

Devíamos ser primeiro ou segundo ano nessa época.

Estávamos no Parque da Jaqueira, um parque na zona norte de Recife, eu adorava esse parque, arborizado, grande, com brinquedos, parte de bikecross e outras coisas. Estávamos na melhor parte para um piquenique o que me lembra do dia de que ele me pediu em namoro.

– Ah qual é, não é tão difícil admitir que eu sou lindo, perfeito, gostoso e que você me ama mais que tudo – De fato, tudo o que ele falou é verdade, mas eu não faria o braço a torcer tão rápido.

A essa altura ele já havia me encurralado numa árvore que tinha atrás de mim, porque era óbvio que ele era bem melhor em corrida do que eu, anos no time de futebol do colégio tinha que servir pra alguma coisa.

– Quem é que te iludiu tanto desse jeito? – Falo sorrindo.

– Como é a história? – Ele finge estar magoado. – Você vai ver – Ele me manda um sorriso perverso.

Ainda com o meu corpo encostado a árvore ele começa a fazer cosquinha em mim o que me faz contorcer.

– Para – Pedi rindo quase sem ar.

– Agora fala – Ele disse.

Puxei o ar e comecei.

– Você é lindo, perfeito, gostoso e eu te amo mais que tudo – Falei olhando dentro daqueles olhos azuis da cor do céu, que me faz perder o ar toda vez que os vejo.

– Agora sim – Ele diz com um sorriso maroto.

Lentamente ele me prensa contra a árvore novamente e coloca as mãos envolvendo minha cintura e as minhas rapidamente se entrelaçam com aquele cabelo macio que eu tão gosto de bagunçar para irritá-lo.

Encaramo-nos por poucos segundos e quando eu senti que ele estava chegando perto fechei os olhos fortemente, esperando aquele sabor que eu tanto amo invadir minha boca.

Começou com um selinho apenas para sentir nossas bocas juntas, depois começamos um beijo calmo e apaixonado que preguiçosamente ele pediu passagem para a sua língua que eu cedi sem nem pensar duas vezes, até porque quando eu estou do seu lado eu mal consigo pensar em outra coisa.

– Me promete uma coisa? – Eu pedi olhando em seus olhos depois que nos soltamos.

– Qualquer coisa minha princesa – Ele respondeu olhando firmemente para os meus olhos e passando o seu polegar suavemente em minha bochecha, o que me fez arrepiar, essa era uma das sensações que nunca me abandonaram desde que eu o conheci, com o tempo eu pensei que iria passar, mas eu achava que cada vez mais eu era dependente dela para sorrir ou até mesmo viver.

– Nunca me deixa – Sussurrei fechando os olhos.

– Ei, olha pra mim – Ele me pediu segurando em meu queixo.

Abri meus olhos e encarei aqueles olhos que ficavam ainda mais bonitos e azuis expostos à luz do sol.

– Não precisava nem me pedir, eu prometo – Ele diz e logo começamos mais um beijo apaixonado. Era incrível como sempre tentávamos mostrar para o outro o que sentíamos a partir de um beijo.

Flashback OFF

– Droga! – Gritei atirando a almofada em qualquer lugar a essa altura minha visão já estava péssima, completamente embargada pelas lágrimas que desciam dos meus olhos. – Por que Lucas, por quê? – Eu murmurava inconsolável.

Subi para o meu quarto, me agarrando no corrimão, se não eu teria levado a maior queda, mas quem se importa? A pessoa que mais disse que iria cuidar de mim não está mais nem aí.

Assim que me deparei com a porta do meu quarto eu a abri rapidamente e me joguei na cama, soluçando. Por quê? Por quê? O que eu fiz? Eram perguntas que se repetiam em minha cabeça.

Tomei banho e aos poucos as lágrimas foram parando ou eu já não tinha força nem mais para isso, coloquei um pijama de cupcake, determinada a nunca mais sair dessa cama, ou pelo menos não hoje.

Liguei a TV e resolvi colocar um filme, mas me arrependi no mesmo momento. Estava passando Cartas Para Julieta.

Flashback ON

Nós estávamos no final do segundo ano, era um sábado com o tempo cinza, perfeito para não sair da cama o dia inteiro e ver um bom filme. Liguei para Lucas o chamando para passar o dia comigo, ele concordou e depois de uns quarenta e cinco minutos ele apareceu na minha casa.

Lindo como sempre, eu não sabia como ele conseguia se superar de vez em quando.

– Oi princesa – Ele diz me dando um selinho.

– Oi príncipe – Eu disse o respondendo, fazendo o mesmo sorrir.

– Quer fazer o que? – Ele pergunta se sentando na cadeira que tinha no meu quarto.

– Hoje o dia está perfeito para ficar deitado embaixo do edredom vendo filme com pipoca não acha? – Eu perguntei, fazendo uma cara de gulosa quando pensei na pipoca o fazendo rir.

– Como você quiser – Ele diz carinhoso, mesmo já estando juntos há alguns anos nós costumávamos ceder para fazer o que o outro quer.

– Escolhe um filme e eu vou fazer a pipoca – Eu disse indo para sala, meus pais haviam saído e meu irmão estava na casa da Mi, a noiva dele.

Era normal, meus pais deixarem eu e ele ficarmos aqui sozinhos, eles confiavam na gente e fora que a gente já tinha tido aquela conversa que ninguém quer ter. Apesar de nós nunca termos feito isso.

Fui para a cozinha e me sentei em cima da mesa de granito que tinha e fiquei esperando dar o tempo certo enquanto cantava uma música qualquer.

Assim que deu o tempo certo peguei uma tigela, daquelas que tem o nome POP CORN, parecido com as de cinema, coloquei uma pitada de sal e peguei uma garrafa de água e uma lata de coca.

Sim, eu não tomo refrigerante.

Quando eu voltei para o quarto, Lucas ainda não havia posto o filme e estava entretido com um mural de fotos que havia na minha parede, a maioria das fotos eram eu e ele, o restante eram foto com a Lu, o Gus, Peter, Leo e Gui.

– Linda aquela foto né? – Eu apontei para uma foto que nós estávamos correndo na areia e ele caiu em cima de mim e ficou fazendo cosquinha em mim e a Lu tirou sem a gente perceber.

Após se recuperar do susto ele respondeu que a preferida dele era uma que a gente havia se pintado e estávamos fazendo careta pra foto, era uma foto bem engraçada, mas linda.

– Escolheu o filme? – Perguntei.

– Depende, separei alguns, depende do gênero que você vai querer assistir hoje – Ele dá de ombros, indicando Cartas Para Julieta, Atividade Paranormal e Esposa de Mentirinha.

– Hm... Eu to a fim de ver aquele gato que faz Cartas Para Julieta. O Chris Egan – Digo suspirando, a primeira vez que eu vi esse filme eu me apaixonei por ele.

– Então vamos ver Esposa de Mentirinha – Ele diz irritado.

– Tá com ciúme é? – Digo apertando suas bochechas e ele soltou um meio sorriso. – Eu não te trocaria por um Chris Egan, mas se o Logan Lerman aparecesse eu poderia considerar – Faço cara de pensativa segurando o riso.

– Como é? -Ele pergunta cruzando os braços.

– Ah, você sabe que eu te amo num é? – Pergunto passando a deslizar o dedo por sua nuca vendo ele se arrepiar. – Num sabe? – Pergunto distribuindo beijos pelo seu rosto finalmente chegando à sua boca. E me afasto – Agora vamos assistir Cartas Para Julieta.

Durante o filme eu fazia comentários maldosos principalmente quando o Chris tira a camisa para entrar na piscina.

Mas com a história em si toda vez eu choro e dessa vez não foi diferente.

– Eu queria que o nosso amor fosse assim – Eu digo para ele, sobre o amor de Claire e Lorenzo que durou cinquenta anos longe.

– Não pode ser como a da Sophie e o do Charlie? – Eu viro para encarar ele. – Ah qual é, só demorou alguns dias (?) – Ele pergunta em dúvida.

– É, mas ainda prefiro o da Claire e do Lorenzo – Eu digo emburrada.

– Tudo bem marrentinha, afinal eu quero passar o resto da minha vida com você, por isso os cinquenta anos juntos seriam melhores do que separados, não gosto de te imaginar com outro imagine já com neto – Ele diz balançando a cabeça como se tentasse se livrar daquela imagem.

– Eu prometo ser sempre sua, não há o que temer – Eu digo me aconchegando nos seus braços com o edredom em cima da gente.

– Assim que eu gosto – Ele dá um beijo na minha bochecha – Afinal, eu já sou todo seu – Ele sussurra.

Flashback OFF

E lá estava eu tentando sufocar minha cara no travesseiro, eu acabei desistindo de falar com a Lu, se eu falasse eles estivessem lá, depois de todas essas lembranças eu provavelmente não aguentaria.

Quando eu tiver tempo e não ficar olhando para os lados com medo de alguém me pegar aqui - risos - eu respondo a todos os reviews que estão faltando. Se tem alguma leitora nova, bem-vinda (: e as antigas obrigada por não me abandonarem e as fantasmas, apareçam.