- Nossa. Eu sempre soube que a Mitchie não era uma das melhores companhias, mas nunca pensei que ela fosse capaz de fazer isso. – Ela suspirou e Sam voltou a chorar. – Sam, para. Agora. Você é mais forte do que isso, vai deixar essa garota ridícula te derrubar? – Sam fez que sim com a cabeça. – Não, sua idiota! A resposta é NÃO.

- Não me chama de idiota... – a loira fazia bico.

- Idiota, idiota, idiota. – Carly enfatizou. Sam acabou rindo. – Viu? É essa garota que eu conheço. – a loira foi ao encontro da amiga e a abraçou.

- O que vamos fazer, Carly? Preciso da sua ajuda. – Carly sorriu, vitoriosa.

- Eu te digo que faremos. Nós vamos derrubar essa vadia, Sam. – Sam gargalhou. – Agora limpa essas lágrimas, troca de roupa e vamos comigo jantar. Eu não aceito um não como resposta e quero uma roupa perfeita, nós iremos passar em frente a eles.

As garotas procuraram a roupa perfeita para o jantar e após Sam se vestir, desceram. A garota estava vestindo uma saia de cintura alta de renda, uma blusinha azul e por cima um blazer curto bege com tachinhas. Nos pés uma sandália de salto alto, cheia de tiras, marrom. Estava deslumbrante. Carly olhou para a amiga e fingiu estar emocionada com a beleza de Sam, que riu.

- Para, sua besta.- As duas desciam vagarosamente a escada.

- Seguinte. Você vai lá na sala falar com seus pais, acha que pode fazer isso? – Sam concordou com a cabeça. – Então vai! – Carly deu um tapinha de leve no bumbum de Sam, que gritou, rindo.

Foi até a sala e ao entrar, Freddie ficou impressionado. Sempre achou que a garota era linda, mas hoje ela estava excepcional. 

- Nossa, Sam. Você é a menina mais linda desse mundo todo. – Disse Dylan, Freddie sorriu, concordava com o que o garoto havia dito, com todas as palavras.

- Posso saber aonde você vai tão arrumada, Dona Sam? – A garota riu,olhou para o lado pelo cantos dos olhos, vendo uma Carly impaciente e fazendo gestos com o cabelo.

Logo entendeu que era para ela jogar o cabelo para o lado e Sam o fez. Passou a mão pelos longos cabelos dourados e o jogou para o lado, Freddie a observava sem piscar, até que Mitchie o cutucou, percebendo o deslumbre do namorado.

- Eu vou jantar com a Carly e depois vamos pra uma balada. – Sam sorriu do melhor jeito que encontrou, Freddie faltava babar.

- Balada de domingo, Sam? – perguntou a mãe. Sam concordou com a cabeça.

- Mas eu não volto tarde, prometo – Foi até ela e a beijou na testa, depois Mark até chegar em Mitchie, a abraçou e sussurrou no se ouvido.

- Se você acha que isso vai ficar assim, está enganada. Quem não me conhece é você, “maninha”. – Sam se afastou do abraço e sorriu para Mitchie, docemente. A meia-irmã estava como uma expressão aterrorizada e seu coração batia rápido. Sam foi até Carly, que estava segundo o riso e antes de sair, virou para Freddie e olhou no fundo de seus olhos castanhos, fazendo o garoto perder o ar. As duas garotas saíram rindo da casa, Sam estava se sentindo mais forte do que nunca.

- O que você falou pra ela sua louca? – Carly perguntou.

- Falei que quem deve ter medo é ela, ela vai ver quem realmente é Sam Puckett. 

- Ui, poderosa. – As amigas riram de novo. – Agora vamos, vamos tirar essa roupa lá em casa, fazer pipoca, brigadeiro e chorar vendo Um Amor Pra Recordar. – Sam sorriu.

- Pensei que a gente fosse jantar. – Sam respirou fundo, fazendo uma pausa, depois sorriu. - A quem eu estou querendo enganar? Assim está perfeito. – As duas foram para a casa de Carly e ao chegarem fizeram o combinado. 

A noite foi tranquila, viram o filme, riram juntas, comeram e combinaram sobre a viagem. Carly contava para Sam o quanto demorou para sua mãe liberar a tal ida para Flórida, mas que no fim deu tudo certo. Quando deu 1h da manhã, Sam chamou um taxi foi para sua casa. Ao entrar, todas as luzes já estavam apagadas, a levando a crer que o garoto já havia ido embora há um tempo.

Sem querer, Sam sentiu uma pontada de decepção, algo dentro dela queria que ele ainda estivesse lá, pronto para conversar.

A garota foi até o seu quarto, lavou o rosto, vestiu seu pijama e deitou. O dia seria longo. 

10 de Janeiro, segunda-feira, primeiro dia no Cisne de Cristal.

Ao acordar, sentiu-se renovada. É claro que seria um desafio e tanto encarar a cara feia da sua meia-irmã no café da manhã, mas isso com certeza era só o começo. Antes de se arrumar, a garota ligou o notebook e deixou o itunes aberto. Ouvia Can’t Be Tamed e dançava animadamente.

- For those who don’t know me, I can get a bit crazy, have to get my way, 24 hours a day… - cantava, usando a escova de cabelo como microfone. Sam, além de ser uma ótima bailarina, tinha uma voz linda. Sentiu que alguém a observava, mas quando se virou para ver, não deu tempo, quem quer que fosse já havia saído. A garota se recompôs e sorriu. Vestiu um sapatinho e foi tomar café.

- Bom dia meus queridos, bom dia Dora. – Sam foi até a empregada e a beijou no rosto, tirando da mesma uma risadinha. – Não poderei ficar com vocês porque hoje é minha primeira aula. – disse a loira. Pegou uma maçã da fruteira, beijou Mark, sua irmã e seu irmãozinho, dando um olha mortal para Mitchie, que fingiu não ligar, mas engoliu em seco.

- Alguém está animada hoje. – disse a mãe. – Boa sorte minha linda. – Mark disse o mesmo e Dylan gritou que a amava. O apoio de sua família só a motivava mais. Sam havia prometido para Carly no dia seguinte que passaria com um taxi para buscá-la em sua casa e irem juntas para a aula.

- Entra no carro morena falsa! – gritou Sam ao avistar a amiga sentada em frente a casa. 

- Sou tudo menos morena falsa, sua loira que quer ser ruiva! – gritou a amiga em retorno, fazendo Sam soltar um “Oh!” de assustada com o que a mesma considerava uma ofensa.

- Posso dizer que estou um tanto quanto ansiosa? – Sam dizia, parecia hiperativa.

- Eu percebi, calma garota, você tem estado com as emoções a flor da pele ultimamente. – a loira riu. Isso era uma das coisas que as pessoas mais gostavam nela, sempre deixava suas emoções demonstrarem o melhor dela. 

- Eu to calma, não ta vendo não? Credo, até parece minha mãe, aliás eu lembro de um dia que estávamos nessa mesma situação e... – Carly a interrompeu.

- Cala a boca, Sam. – revirou os olhos, Sam se fingiu de ofendida e depois de segundos já estavam conversando de novo.

Depois de dez minutos dentro do carro, finalmente chegaram ao estúdio.

- Já disse que estou ansiosa, né? – Carly concordou com a cabeça. – Agora eu estou nervosa... muito nervosa. – a morena segurou Sam pelos dois braços, a chacoalhando de leve, Sam começou a rir.

- Sam, é uma aula! Não é uma apresentação, você só está se esquecendo desse pequenino detalhe.

- Ah... pior que eu esqueci mesmo. – Carly gargalhou da amiga e as duas entraram no estúdio. Ao falarem com a recepcionista e darem seus nomes, entraram na sala. A primeira pessoa que Sam pode avistar foi Beck, sentado no chão. Desde o momento que eles haviam quase se beijado, Sam não havia falado com ele, sentiu seu rosto queimar de vergonha, da situação e da sua atitude completamente imatura.

- Carly, você pode me dar um minuto? Tem algo que eu preciso resolver... – Sam olhou para a amiga balançando a cabeça discretamente em direção a Beck. Carly sabia do pequeno episódio na casa abandonada, Sam contou para ela no meio do filme da noite anterior, fazendo Carly engasgar com a pipoca, literalmente. A morena piscou para a amiga, que foi ao encontro do amigo.

- Hey, Beck. – A garota tentou usar a voz mais doce que pode imaginar.

- Oi, Sam. – respondeu. Ele a olhou e Sam queria sair correndo dali naquele exato momento e fugir dessa responsabilidade que estava carregando em suas costas. Como contaria para Beck que não era com ele que ela queria ficar?

- Beck, eu acho que te devo um pedido de desculpas, eu... - Beck sorriu. Por que ele estava sorrindo? Sam arqueou a sobrancelha, achando que o garoto estava zomando da cara dela, estava enganada.

- Eu que peço desculpas, Sam. Eu me precipitei, deixei o momento tomar conta de mim, a verdade é que eu errei, espero que me perdoe. – Sam não conseguiu acreditar. Ele era realmente o cara mais doce do mundo.

- Oh meu Deus, claro que não, eu deixei você fazer o que fez, não tem pelo que pedir desculpa. Eu saí correndo de lá, fiquei apavorada... – Beck foi até ela e segurou sua mão.

- Eu sei que você não quer nada comigo, pelo menos não agora, mas eu só quero que você fique sabendo que eu não desisto do que quero facilmente. – Beck a beijou no rosto.

- Beck, mas eu realmente não estou a procura de ninguém agora, não estou interessada em namorar. – Doeu para Sam dizer aquelas palavras, pois não queria magoar os sentimentos do garoto.

- Eu não me importo, eu vou te conquistar Sam. – Beck sorriu confiante e foi longe da loira, a deixando atordoada. Não sabia o que pensar ou o que sentir a respeito disso. Bom, pelo menos tentei., foi o que pensou. Foi até Carly, que parecia morrer de ansiedade.

- E aí? Como foi? Ele se conformou que você gosta do Freddie? – Sam franziu o cenho, depois sorriu amarelo.

- Bom, eu não disse que gostava do Freddie... – a morena fez uma cara de taxo e mutilou a amiga com os olhos.

- Sam, você tinha que ter dito. Agora aposto como ele vai lutar por você. – Sam sorriu amarelo mais uma vez. – Ele disse isso, não disse? – A loira fez que sim. – Mas será possível, Puckett? Eu não posso deixa-la sozinha nem ao menos por cinco minutos que você destrói todos os meus planos. – A expressão de Sam passou de “fiz burrada” para “estou profundamente irritada com você.”

- Ei, eu te amo, mas você precisa me deixar cometer meus próprios erros. Eu vou encontrar um jeito de sair dessa. A partir de agora, você está proibida de me dar conselhos, mesmo que eu implore, fechado? – Carly relutou por um momento, mas acabou cedendo. Sabia que uma hora ou outra teria mesmo que deixar Sam se estripar, para aprender a lidar com esse tipo de problema.

- Fechado. – As amigas deram as mãos para selar o acordo feito. – Agora uma pirueta entra bailarinas para oficializar. – Sam riu e elas deram uma pirueta juntas.

- Vejo que já estão se aquecendo, meninas. – A professora entrou na sala justo na hora da pirueta. Sam de repente lembrou de seu nervosismo.

- Oi Srta. Hill. – respondeu Carly com um sorriso. A professora se chamava Chelsea Hill. Tinha uma postura inacreditável, até mesmo melhor que a de Sam, o que era praticamente impossível.

Seus cabelos castanhos claros estavam bem presos em um coque perfeitamente organizado, sem nenhum fio fora do lugar. Tinha uma aparência autoritária, mas pelo que havia presenciado até agora, era só aparência.

- Olá Carly. Vejo que trouxe uma amiga para as aulas. Srta. Torres, estou certa? Ou você prefere Puckett? Ou Sam? – Sam sorriu.

- Sam está bom. 

- Vejo que tem uma ótima postura, brilhante postura se me permite dizer. – A garota sentiu os olhares de todos os presentes na sala se voltarem para ela. – E aqui diz que você já é formada, mas eu entendo completamente porque ainda quer frequentar as aulas. Sam sorriu mais uma vez por não ter que responder a pergunta que todos a faziam. – Seja bem vinda, Sam.

- Muito obrigada. – Carly sorria para amiga. Estava muito feliz por ter Sam junto a ela nesse verão. Sua melhor amiga se mudara no fim do ano passado e desde então estava sozinha. A morena era daquele tipo de garota que preferia ter uma amiga verdadeira a ter cinco falsas, e coincidentemente Sam também. A aula decorreu normalmente, Sam estava encantada e com certeza todos estavam encantados com Sam. Quatro garotos faziam aula, fora Beck e os quatro foram até ela para pedir para ser sua companhia para o festival que aconteceria em Julho, dessa vez, inclusive Beck. Nem todas as garotas teriam pares no espetáculo, e Sam havia conseguido o que muitas nem pensaram em conseguir. Ao terminar a aula, as amigas saíram conversando animadamente.

- O que os garotos queriam com você, Sam? – Sam deu de ombros.
- Nada importante, me convidar para dançar com eles em Julho, no festival. – Carly parou na frente da amiga, com a boca aberta. – Que foi Carly?