Wanted escrita por Miss Elyon


Capítulo 11
Capitulo 11 - Encurralados


Notas iniciais do capítulo

Ressurgindo das cinzas, aqui euzinha, eu volteiiiii!!
Depois de muitos e muitos séculos eu ressurgi com um novo capitulo, que fiz em momentos que estava praticamente surtando com meus estudos da OAB. Farei a nova prova agora em abril, logo resolvi postar para vocês o que eu chamo de grande reviravolta. Espero que me perdoem pela demora. Boa leitura

Ost para o capitulo:
Dança1 (RenxKyouko): Guess How Much I Love You (Ost de Tsubasa Chronicles)
Dança2 (KyoukoxKanae) Bottons versão instrumental (Pussycatdolls)

Roupas (KanaexKyouko - São iguais mudando apenas a cor) http://www.google.com/imgres?sa=X&biw=1600&bih=769&tbm=isch&tbnid=hNyj9_K4YDC0oM%3A&imgrefurl=http%3A%2F%2Fdicasfemininas.com.br%2Froupas-para-danca-do-ventre&docid=VB4zoyg4D8RBQM&imgurl=http%3A%2F%2Fdicasfemininas.com.br%2Fwp-content%2Fuploads%2F2013%2F06%2Froupas-danca-do-ventre.jpg&w=375&h=525&ei=K60jU7ClKIzRkQfs04CIBQ&zoom=1&ved=0CHQQhBwwBA&iact=rc&dur=9&page=1&start=0&ndsp=31



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Capitulo 10 - Encurralados

Parecia que tudo estava nos conformes. Sua digníssima casa, seu santuário estava banhado a cores de vermelho e dourado para receber ilustres convidados de várias partes do mundo para aquele grande evento. Seu herdeiro alcançaria a maturidade, seria enfim considerado um homem para com a sociedade e em breve governaria as areias do Egito. Tudo era glorioso. A noite era gloriosa. O dia havia sido glorioso. Os tons de vermelho e dourado impregnavam o salão, havia ouro, joias e especiarias ofertadas ao príncipe e o mesmo sabia que muitos dos convidados trariam consigo suas filhas, irmãs, sobrinhas e enteadas, na esperança de formar uma aliança por meio do matrimonio.

O salão principal era majestoso e misturava o rico do marfim com ouro, dando um toque de suavidade e elegância. As estatua de suas divindades feitas sobre o mais rico ouro, cultuadas por seus seguidores. O poderoso deus Rá, haviam-lhe abençoado com um dia glorioso, iluminado pela luz incandescente e o calor escaldante típico da região. A deusa do Nilo, havia os abençoado com uma terra fértil e emanava a alegria por todo o seu império.

A família do príncipe reinava sobre aquela terra desde a época dos mais temíveis faraós, sofreram com as piores pragas já existentes, tentaram manter sua linhagem pura embora isto significasse a sua própria ruína. A escravidão já havia sido quase extinta, apenas permaneciam aqueles que quisessem, embora o escravo fosse agora conhecido como serviçal, não mudava o contesto de suas funções. Servia a aqueles que eram seus soberanos e se os desobedecia, era punido para que soubesse a qual lugar pertencia, e em troca de sua liberdade de escolha era oferecido um cômodo para morar e comida para fartar-se, desde que seguisse o ordenado. Ao escravo que se casar-se, era direito do regente de ter a primeira noite com a noiva, podendo ser convertida em concubina e morar no harém. Quanto ao marido da mesma, era facultado que esquecesse a mulher em questão ou era condenado a morte se reagisse, o que acontecia com frequência.

O harém estava repleto de escravas das mais variadas idades, belezas e historias que se podia imaginar. Eram aquelas destinadas a ensinar a arte da sedução, bem como deixarem ser usadas como almejarem. Não tinham voz a não ser as emitidas pelos espasmos do prazer, pois a única razão para a qual serviam era essa. O próprio príncipe frequentava o lugar, já que todos os diferentes prazeres que uma mulher podia proporcionar, assim como ganhar prazer. Sortilégio, luxuria, já havia experimentando todos e por diversas seguidas, mas nenhuma mulher jamais lhe despertara o interesse, a não ser que não fosse a sua cama. Isso até vela.

A beleza era delicada como o mais puro marfim e o corpo esguio deslumbravam-o, com curvas generosas e uma agilidade ao lutar que o fez ferver de desejo pela possibilidade. Só de imaginar a possibilidade dela vestida apenas com o item real e atada a sua mercê, lhe causavam sensações a eles tão desconhecidas e ao mesmo tempo entorpecentes ao ponto de leva-lo a insanidade. Ele a queria e isto era fato, não importava o preço que pagaria, a teria nem que isso levasse mil anos.

Sabia no entanto, por seu pai que a jovem em questão a muito tempo fora vendida como escrava, provavelmente ainda servia ao seu mestre, visto que estava agindo como guarda de duas jovens damas, que muito provavelmente pertenciam a família do mesmo. Sim, estava decidido. Conversaria com seu amo, e pagaria o preço que for necessário para tê-la, afinal todo homem tinha um preço. Mais o jovem príncipe estava pra descobrir que nem tudo podia ser comprado.

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Longe do palácio e prestes a chegar a aquela terra um homem com uma ambição e a loucura o levaram a percorrer as pegadas deixadas por suas fugitivas. Não se importava com as mais novas, tudo o que queria era a jovem de cabelos negros como o ébano, olhos de dourados como ouro liquido e lábios vermelhos como o sangue. Mais a beleza dela só engrandecia quando estava sobre sua verdadeira forma, quando seus cabelos atingiam o tom de fogo e os olhos pareciam mais ferozes do que nunca. Ela era perfeita em todos os aspectos e era ela que conceberia o seu maior desejo e sim o levaria ao que muitos chamam de imortalidade.

Sua intuição dizia que ela iria estar naquele estúpido baile, daquele pirralho que um dia será o dono de todas as terras do Egito. Mais o pior de tudo era saber que sua bela flor, estava na companhia de piratas, e não quaisquer e sim a tripulação amaldiçoada do Black Bird. Muito provavelmente em busca de abrigo fora sujeitada a todo o tipo de artimanha para que de alguma forma conseguissem ouro. Trocara a sua mão por uma estupidez como a liberdade, e acabara presa nas mãos daqueles cães sarnentos.

Ela deveria compreender que a liberdade que tanto almejava, não passava de um sonho, do qual sabia que mais cedo ou mais tarde ela voltaria para o seu lado e lá permaneceria até o fim de seus dias. E para tanto tinha o trunfo perfeito escondido em suas vestes a rigor, tanto que nada mais o deixaria satisfeito do que ver aqueles olhos de lince flamejando de raiva.

Havia uma beleza sensual naquele olhar, e isso o deixava incrivelmente excitado, mas não podia toca-la até que a hora chegasse. Mais isso não o impedira de tocar-lhe ao seu bel prazer, sem é claro tirar-lhe a virtude e para isso que as outras serviam. Só de recordar as repetidas vezes em que violara as outras, sentia sua excitação elevar-se. A mais velha, Kanae, era um verdadeiro bichinho de estimação, lutara a todo por ser domesticada, tendo que por diversas vezes amarra-la em sua cama, para que ela se tornasse submissa e aceitasse todas as suas investidas sem dó ou piedade.

Lembrava-se de como a possuirá em diversas horas e locais, e o modo como ela gritava era simplesmente uma sinfonia digna a ser apreciada. Mais não era nela que pensava, quando penetrava nela e sim na jovem de olhos de lince. Somente quando estava completamente saciado era que a liberava para descansar. Descanso esse que não duraria até o começo do dia seguinte.

A mais nova, Maria, era uma verdadeira preciosidade. O poder de violar alguém tão novo e tão inocente aos cinco anos de idade era algo incrivelmente doce. O sabor produzido pelo seu prazer era tão saboroso quanto um cálice de vinho e ao adentrar naquele pequeno corpo, era algo tão delicioso que não sabia como descrever. Não conseguia decidir se quando a tomava de bruços ou quando era acolhido por sua pequena boca era mais prazeroso, mais por mais que a tomasse ela não conseguia ir alem e para isso que Kanae servia. E o melhor de tudo, era fazê-la assistir todo o ato e logo após estendê-la sob sua cama. Talvez a melhor cena que poderia lembrar, seja aquela anterior a noite de sua fuga, quando colocara Kyouko para assistir todo o ato e depois fazê-la ficar de joelhos.

Estava tão perto de conseguir o que pretendia, mas ela escapara levando consigo as demais. Tudo parecia escapar-lhe pelas mãos, mas seu desejo de alcançar algo que nem seu pai conseguira, não mediria esforços para conseguir, pois a benção que traria consigo valia a pena.

E conseguiria, mas para isso precisava encontra-la, afinal ela pertencia-lhe, e muito embora fosse de um jeito brutal e eloquente, ansiava por ser tocado por Kyouko daquela forma novamente e por outras formas que lhe passavam pela cabeça, mas teria de esperar pois ela seria seu grande banquete e quando alcance seu objetivo, ela não teria outra função, a não ser ficar atada a sua cama.

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O por do sol se aproximava e Kyouko encarava seu reflexo diante do espelho. Dizer que se achava bonita, nunca lhe passara pela cabeça, mais naquele dia em especial desejava ser a mais bela, não para atrair todo e qualquer olhar de homens e sim a um especifico. Será que era tão errado desejar ser feliz uma vez na vida? Será que para ela seria proibido a única coisa que mais desejava? Por que os deuses haviam condenado daquela forma? Sim era uma condenada. Não podia envolver-se com ninguém e sabia disso, mais porque teve que procura-lo e por que esses sentimentos não paravam de crescer? Sabia que não podia tardar o inevitável e que mais cedo ou mais tarde ele descobriria seu segredo e a abandonaria, e isso era pior do que condena-la a morte ou viver a eternidade ao lado daquele crápula, que praticamente era a mesma coisa.

A roupa fora escolhida especialmente para ela, isso é claro tinha o dedo de Maria, aquela pequena vidente só podia gozar-lhe com a cara quando escolhera tal veste. O busto parecia ter aumentado, a sua cintura estava totalmente amostra como nunca esteve em anos, seus quadris estavam levemente expostos e a cor vermelha e dourado lhe dava uma sensualidade da qual nunca havia explorado. Sentia-se nua e incrivelmente encabulada, mais ao mesmo tempo sentia-se mulher e forte, mais estava curiosa acima de tudo, pois queria saber qual seria a reação de Ren ao vela naqueles trajes. Por mais preocupada com a sua aparência, estava preocupada se de algum modo iria afetá-lo. Pois verdade seja dita, se ele demonstrasse aquele sorriso especial, o que ele costumava ter quando mais novo, era capaz de dançar a dança dos sete véus e atirar-se nos braços dele.

Respirou fundo e olhou uma ultima vez ao seu reflexo e desejou que por apenas aquela noite, pudesse ser uma mulher normal, com problemas normais. Colocou um ultimo véu, cobrindo-lhe o corpo e saiu do aposento. Ao dirigir-se para o convés onde encontraria todos, Kanae a esperava, lindamente vestida com as mesmas vestes no entanto de tons de azul e prata que combinavam perfeitamente com ela. Ela parecia mais madura e feliz, do que jamais havia visto.

– Estava te esperando – disse ela – estou um pouco insegura de aparecer sozinha com esses trajes espalhafatosos.

–Você não é a única – disse Kyouko – Por que não disse a Maria, que escolhesse outras roupas?

–Você sabe como aquela pequena é – disse Kanae – Disse que essas roupas nos dariam confiança e que certos acontecimentos seriam mera consequência.

–Ora,no momento confiança é a ultima coisa que passa pela minha cabeça, mas espero que sejam bons acontecimentos – disse Kyouko – Mas isso significa que o pobre Yashiro pode ter uma sincope quando vela tão bela.

–Não diga sandices – disse incrivelmente corada – Não sei se devo acreditar no que esta sugerindo, mas não pode falar nada, por que um certo capitão provavelmente matará todo o homem que colocar os olhos em você.

–Agora quem está falando sandices é você! – disse Kyouko dessa vez corada – Está imaginando coisas! Não temos este tipo de relacionamento e sabe muito bem que nossa situação nos impede disso.

–Será que estou mesmo? Ele olha pra você de uma maneira tão especial que até chego a sentir um pouco de inveja. E se você quer saber, torço para que você tenha a possibilidade de ter um final feliz - disse Kanae sorrindo - Mas o que raios estamos fazendo aqui, como duas velhas fofoqueiras?! Vamos andando, temos uns corações a destroçar. – disse empurrando pela porta sorrindo, e não pode deixar de sorrir também, pois sem duvida alguma seria uma noite de acontecimentos.

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O crepúsculo inundava o céu entre os tons de vermelho alaranjado e um lilás profundo, marcando o inicio da noite. E o Capitão do Black Bird estava nervoso de certa forma, não por que iria a um baile em muitos anos ou por que corria um certo risco de ser reconhecido, mas por que uma certa morena estava usando aquele estúpido colar quando retornara ao navio naquela manhã. Sim sabia que aquele maldito príncipe iria fazer algo para que Kyouko fosse sua, e nem que fosse arrastado para o inferno iria permitir que isso ocorresse. Ela era sua e nada no mundo iria tira-la de seu lado novamente, por isso pensava no saque desta noite, com certeza seria uma missão suicida, mas se alguém dissesse no passado que o capitão do Black Bird era louco, teria andado na prancha e virado comida de tubarão. Se estava louco, não sabia dizer, mas que estava a um passo de cometer uma insanidade se algum homem se aproximar do que era seu.

Seus homens estavam alvoroçados, apesar de apenas seu primeiro imediato acompanhá-lo oficialmente, deixara Lory a encargo do navio, pois apesar de crer que não seria vitima de um motim, tanto como ex-capitão e seu tutor, não poderia deixar sua casa em melhores mãos. Mas tamanho alvoroço não era em conta na missão suicida e sim por conta de duas jovens que até o presente momento ainda não terminaram de se enfeitar. Pelos deuses, será que todas as mulheres eram assim? Não entendiam que essa espera deixavam-nos, os homens angustiados e ao mesmo tempo criando expectativas de como afastar os insetos de seu caminho? Era um castigo, só podia o ser.

Então ouviu as risadas de seus homens serem cortadas por um silencio enervante. Foi então que a viu entrar no convés. Vestida dos pés a cabeça com um véu vermelho em degrade com detalhes em dourado, sendo que a única coisa nítida que podia ver eram seus olhos de lince que esta noite pareciam mais misteriosos e belos do que nunca. Perguntou-se se aquela realmente era a garota que conhecia, pois por um momento achou que tinha visto aqueles olhos em outro lugar, mas não poderia ser pois não passavam de um sonho. Mas a que estava diante de si era completamente real, e aqueles trajes só conseguiram deixa-la mais misteriosa do que nunca, se não mais bela. Sem que desse conta, seus pés seguiam em sua direção.

O primeiro imediato olhava na mesma direção que o capitão, no entanto para a dama que estava vestida de azul em tons em degrade com detalhes em prata. Seus olhos azuis pareciam maiores e divinamente belos. Não conseguia dizer o que estava sentindo naquele momento, mas estava ficando louco, pois desde sua chegada não conseguia ver ser não outra coisa a não ser as safiras que eram seus olhos. Sabia que de certa forma, se sentira atraído por ela, mais atração não era bem a palavra que buscava, pois isto que estava sentindo não podia ser colocado em palavras. Seus olhares então se encontraram, e parecia que estavam presos um ao outro, tanto que como se fosse mágica uma corrente invisível o arrastasse para perto dela.

O capitão do Black Bird, se aproximou da dama de olhos de lince, curvou-se em sinal de respeito, seguido por seu primeiro imediato que fazia o mesmo com a dama de olhos de safira.

– Espero que me conceda a honra de acompanha-la durante a este baile e desfrutar a noite ao seu lado – disse o capitão. Kyouko não conseguia dizer uma palavra sequer diante daquele homemque vestia vestes dignas da realeza. Provavelmente, se não fosse pelo tecido que cobria seu rosto ele a veria corar, apenas então limitou-se a confirmar com a cabeça e estender-lhe a mão, da qual o mesmo a pegara e depositara um beijo casto.

– Humildemente peço que me conceda a honra de ser sua escolta, acompanhante e protetor esta noite – disse o primeiro imediato. Kanae ficara sem ação. Aquele pirata maluco e intrometido, estava tão diferente do habitual, parecia mais confiante e ao mesmo tempo atraente de certa forma. E muito provavelmente ele veria seu rosto vermelho se não fosse pelo tecido azul cobrindo-a, fez o mesmo que a amiga, estendendo-lhe a mão e ele por sua vez, ajoelhara e dera um beijo casto em sua mão sem tirar os olhos dela.

Maria que observada tudo nos braços de Lory, sorrira. No final de conta suas premonições estavam certas, e que o destino de todas estava entrelaçado a este navio, mais sabia que haveria obstáculos ainda a ser superados e segredos serem revelados, para então o destino seguir o seu curso. Mais o que a estava deixando-a preocupada era o fato de sua ultima previsão vir com mais força do que antes. Suas visões sobre esta noite eram claras, haveria luta, perda e libertação, mais para isso um preço devia ser pago, e quem deveria paga-lo seria a dama que vestisse vermelho.

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Ao chegar ao palácio foram recepcionados por três dos guardas que Kyouko reconhecera prontamente como os que enfrentara no dia anterior. Eles a olhavam da cabeça aos pés tentando enxergar aquela pseudo-mulher grossa e sem modos, mas apenas enxergaram uma mulher deslumbrante. Quando mostrou o item real a eles, não conseguiram acreditar no que a dama em questão era a mesma arruaceira. Os três guardas, então pediram para que ela e seus acompanhantes a seguissem.

O salão era incrivelmente grandioso e haviam esculturas de diversas entidades entalhadas no mais profundo ouro espalhadas que seus olhos jamais poderiam ter sonhado em existir. Haviam também um aglomerado de pessoas de diferentes etnias e vestindo as mais belas roupas e mais belas joias que podia imaginar. Sentiu-se humilde, comparada aquelas pessoas, parecia que suas vestes não chegavam ao mesmo patamar.

–Fique tranquila – disse Ren ao seu ouvido – Eu disse que lhe acompanharia, e pelo visto devia ter trago minha arma, muitos homens deste salão estão encarando agora mas eles não ousaram se aproximar de você.

–Eu estou bem, é que fiquei impressionada com tudo isso. Faz anos que não sei o que é um baile, desde aquela noite em Porty Royal. – disse ela encabulada pela proximidade dele.

–Se serve de consolo, este é o primeiro baile que venho em anos – disse ele – desta vez me daria a honra de valsar comigo no meio do salão?

– Claro, espero que seus pés estejam preparados, por que os pisarei sem misericórdia – disse ela.

– Então os tirarei do caminho, Principessa – disse ele pegando sua mão e a guiando para fora da escolta dos guardas, e indo em direção onde uma melodia doce emanava do salão principal. Alguns casais dançavam em passos não condizentes com a canção. Ren olhou para Kyouko, piscando-lhe o olho direito, para que o seguisse.

Curvou-se em sinal de respeito para iniciar aquela valsa, ela fez o mesmo embora sua vestimenta não fosse feita para uma valsa, não se importou de dançar com o capitão. Estar em volta de seus braços era algo indescritível, sentiu-se novamente como uma menina de 10 anos novamente, e estava dançando com seu príncipe em meio a um jardim repleto de ruínas tão antigas, que pareciam a pertencer à outra era.

Kanae observava a amiga dançar, parecia tão feliz que sentiu um pouco de inveja do casal. Queria também dançar mais não sabia como, afinal se dançasse com qualquer cavalheiro que seja pisaria em seus pés e o pobre diabo provavelmente jamais andaria normalmente. Respirou fundo e continuou a olha-la, rezando a todos os deuses para que aquela noite não ocorresse nada de ruim.

A musica ressonava sobre seus passos, e parecia que nada mais existia a não ser ambos, mas tal dança foi brutalmente interrompida por uma mão que encostou no ombro de Ren.

–Cavalheiro, me concederia a honra de substitui-lo na valsa – disse o homem com vestes brancas com enormes adornos em pedrarias incrivelmente valiosas. Ren suspeitava que aquele era o aniversariante.

–Receio que tenha que perguntar a dama, afinal ela possui voz para decidir – disse Ren, encarando-o com seu olhar de imperador da noite, olhar este destinado aos seus piores inimigos, e aquele homem era seu segundo pior inimigo, o primeiro era o maldito captor de sua dama.

Kyouko ficara sem ação ao ter a dança interrompida, queria ficar mais tempo naquele mundo onde estava, mais com a parição de Shotaro, juntamente com as palavras de Ren fizeram com que toda a atenção ao salão voltasse para ela.

–Shoutaro, quero que conheça meu acompanhante... o duque Cain Heel – disse ela olhando para Ren, para que ele concordasse com o que ela dizia, não era tola se dissesse seu nome atual, ele seria jogado nas catacumbas, e seu antigo, estava morto e enterrado como a vida que levava- Cain, este é o Shoutaro, futuro Sheik dessas terras e aquele que me deu colar.

– Então este é o seu responsável – disse Shoutaro – Gostaria depois de falar com o senhor a respeito da situação de Kyouko, acredito que não seja justo com a mesma ficar presa a esta vida – disse Shoutaro, sem se quer prestar atenção em Ren – mas creio que Kyouko poderia me acompanhar em uma dança não?

As palavras de Shoutaro a atingiram como um raio, não podiam ser mais claras e precisas, ele saia que era uma escrava e pensava que Ren fosse seu dono e tentaria discutir um preço para que possa tê-la. Um choque, em misto a uma ira e um medo de ser descoberta. Olhou então para o regente a sua frente, e simplesmente não podia acreditar que aquele era o mesmo garotinho que ajudara. Sua impressão anterior não falhava, ele se tornara mimado, esnobe e arrogante, achando que com as riquezas e terras que possuía iria conquista-la.

–Sinto Shoutaro, mas o creio que devemos nos retirar do salão, a final o senhor deseja conversar não é mesmo, e de fato pariciparei desta conversa, não é mesmo Cain? – disse ela sorrindo maliciosamente para o mesmo.

–Claro minha querida, afinal precisamos esclarecer certos fatos ao nobre cavalheiro – disse Ren sorrindo com a mesma malicia.

Shoutaro não conseguia entender o motivo de seus sorrisos, o modo com dançavam em uma perfeita sincronia insinuava uma intimidade tamanha, aquela reservada apenas aos amantes, suspeitava que por sua condição muito provavelmente não seria mais casta, mais havia algo de tão inocente naquela mulher que o fazia o pensar o contrario, por isso falara em compra-la, queria aquela mulher a todo custo e pagaria o preço que fosse, nem que para isso tivesse que eliminar o sujeito a sua frente.

Afastaram-se do salão e a dama de vermelho foi em direção a amiga que a observava cuidadosamente, sabia que a mesma conhecia aquela expressão, aquela reservada para alguém a quem devesse ter cuidado, por isso mesmo adotara a mesma postura e sorriu de leve para constar que compreendia a situação.

– Kanae e Yashiro, este é Shoutaro, o regente e homenageado deste baile – disse Kyouko.

–É uma grande honra conhecê-lo alteza – disse Kanae fazendo uma leve reverencia – obrigada por nos convidar para este incrível baile.

– Eu é que fico lisonjeado com a presença de duas belas damas esta noite, me desculpando aos seus acompanhantes, mas estão com as damas mais belas da noite.

–Desculpe a impertinência alteza, mas receio ter de dizer que se o senhor olhar ao redor do salão encontrará jovens tão belas quanto, exceto é claro as que estão comprometidas- disse Ren em sua ira contida de imperador da noite.

–Meu caro Cain, todas as damas que vieram a este baile são descompromissadas – disse Shoutaro

– Não a minha dama – disse Ren deixando o regente literalmente boquiaberto e uma Kyouko chocada e encabulada – Não sei que ideia passou pela sua cabeça ao tentar sugerir a situação de minha dama, mais creio que o senhor esteja equivocado, afinal está diante da futura senhora Heel.

Kyouko sabia que ele estava irado com a presença de shoutaro, e sabia que ele falaria algo do tipo, mais jamais pensara que era algo de tamanha posse. Futura senhora Heel, onde raios eles estava na cabeça, se queria provocar o regente para uma competição de espadas, nada mais estimulante do que dizer que o objeto já tinha dono.

–Kyouko, você é noiva desse nobre cavaleiro – disse Shoutaro com certo desprezo ao falar “nobre cavaleiro” – Não posso esconder meu desapontamento com o fato, devo informa-la que irei desafiar o seu noivo pela sua mão ao meio dia de amanhã.

–Seu desafio seria muito bem vindo – disse Kyouko – se quiser perder um dos membros como cortesia de meu cavalheiro, fica á seu critério, mas devo informá-lo que minha vida cabe apenas a mim decidir e se tiver que duelar por mim mesma eu o farei.

Shoutaro não conseguia acreditar naquelas palavras. Havia encontrado uma mulher que não abaixava a cabeça, não era submissa e acima de tudo queria monstrar que lutava de igual para igual com um homem. Aquela manhã teve um vislumbre de tamanha a suas habilidades, deixara seus mais competentes guardas em um estado deplorável para o cargo que ocupavam. Era humilhante. Ela era frustrante. Como raios poderia ser atraído por uma coisa daquelas, voltando-se a tudo o que fora ensinando e que seria passado para ás presentes e futuras gerações.

–Me desculpem por tal ofensa – disse ele contrariado, tendo que aceitar a derrota – aproveitem a festa e divirtam-se. O regente saiu em direção a outros convidados, que ficaram mais que contente com a atenção que lhe dava, aproveitando para apresentar suas herdeiras.

–Acho que vocês dois aborreceram o aniversariante – disse Kanae – mais que homem tolo, achando que você é um premio a ser disputado em meio a leões famintos.

–Minha amiga, você é tão delicada com as palavras – disse Kyouko – Estamos sendo observadas pelos fies servos do regente.

–Kyouko por que não aproveitamos e voltamos a dançar? – disse Ren olhando-a como se não tivesse a presença de mais ninguém ao redor.

–Receio que as valsas tenham acabado e sido substituídas por essa melodia mais envolvente – disse Kyouko olhando para Kanae – e afinal, Kanae você ainda não dançou não é mesmo?

A dama de azul sabia o que a amiga planejava, e não poderia estar mais de acordo com o plano, afinal poderia aproveitar e ver qual seria a reação do primeiro imediato, sempre tão sério e polido com ela. Queria ver se aquele homem tinha sangue de baratas nas veias ou agiria finalmente. Quanto à dama de vermelho, esta sabia o efeito que causaria ao capitão, ira provavelmente e cobiça, pois aquela noite ela seria uma mulher normal, com desejos normais. O que não seria normal em fazer o homem a quem desejava a desejasse desesperadoramente? Além de ser uma doce tortura, seria uma forma de puni-lo pelo comentário mais cedo.

As damas dirigiram-se para o salão onde muitas jovens exibiam-se por meio da dança para tentar chamar a atenção dos regentes que estavam agora posicionados em seus tronos. As damas de azul e vermelho despiram seus véus e começaram a movimentar-se no ritmo envolvente daquela canção que parecia ser posta para afrontar, cortejar e tomar posse. Para seus respectivos cavalheiros, o choque transcorreu em seus rostos não imaginavam que a vestimenta por baixo dos véus fosse daquela ousadia. Choque, ira pelos demais cavalheiros que as despiam com os olhos em seus movimentos sincronizados e acima de tudo luxuria crua e devassa, que era capaz de fazer o homem mais são perder-se na insanidade.

Seus movimentos com os véus lhe davam um ar de mistério e sortilégio. Seus quadris movimentavam-se em sincronia com a melodia, fazendo imaginar a possibilidade do que eles seriam capazes de suportar entre quatro paredes. As pernas, belas e esguias, que naquela posição pareciam uma afronta de tão tentadoras e as mãos, que os convidavam a um destino mais tenebroso que a morte. Mas o mais impressionante era o brilho no olhar de ambas, pareciam que seus olhares tinham uma cor viva e incrivelmente surreal e seus cabelos adquiriram um tom mais vivo.

A musica então parou de ser tocada, seguida por aplausos de vários cantos do salão, as damas vestiram novamente seus véus e voltaram aos seus respectivos cavalheiros como se não tivessem nada feito em momento anterior. Os homens em questão não sabiam o que sentir ou dizer a respeito de suas damas, apenas as encaravam enquanto voltavam aos seus lados.

Ren não conseguia controlar a fúria e desejo que sentia, estava louco por todos os homens do salão cobiçando algo que era apenas seu e que não dividiria com ninguém. O corpo, a alma e a mulher em questão, lhe pertenciam e não queria outros cobiçassem o que era seu. Yashiro por outro lado, estava impressionado jamais imaginou que veria a dama de olhos de safira dançar daquela maneira tão provocante, parecia que estava direcionada a ele e isso o fazia algo em seu ser criar esperança.

– Meus ilustres convidados – disse o Sheik – é chegada á hora de admirar seus presentes. Vocês nos deram presentes valiosos quem serão guardados e cuidados com muita devoção.

Os presentes em questão haviam sido postos no salão ao lado, eram objetos de valor inestimável de todos os tamanhos e pedrarias. Ouro, prata, joias, diamantes do tamanho de uma bala de canhão, estátuas das mais diversas formas e especificações. Aquilo com certeza era a aposentadoria de qualquer pirata. Então viu a estátua da deusa Venus que tinha em suas visões ela era perfeita, devendo ter quase dois metros de altura em ouro. Era incrível. Ao fundo da estátua, no entanto, havia o que parecia ser um grande quadro coberto por uma lona negra, não soube explicar a razão, mas sentiu um calafrio na espinha, como se a alertasse de um mal presságio.

–Obrigado pelos seus presentes, mas creio que o melhor presente tenha sido ofertado por um grande homem. Acreditem não é qualquer homem que estaria disposto a presentear uma raridade como essas e muitos com toda a certeza matariam para ter. Meus caros amigos sem mais delongas eis o presente – o Sheik removeu a lona negra e ao invez de um quadro, o seu conteúdo deixara tanto Kyouko como Kanae horrorizadas, pois havia um aquário gigantesco no meio daquele salão e que continha um casal de crianças, mas estas não eram crianças normais porque eram o que chamavam de filhos de Poseidon, ou para as crenças populares, Sereianos. Tanto a menina quanto o menino tinham cabelos azuis safira, exceto pela coloração dos olhos, a primeira tinha olhos cinza e o segundo olhos em tom de azul escuro. Pareciam assustados até que seus olhares encontraram com uma dama vestida de azul.

–Não pode ser – disse Kanae em prantos– Isto não é possível, não pode estar acontecendo! Isto não pode ser real! Tem que ser um pesadelo!

–Estou chocado tanto como você – disse Ren – Jamais pensei que sereias existissem, mas por que você está tão nervosa?

–Kyouko, ele está aqui! – disse Kanae sem ao menos prestar atenção no que Ren havia dito, mas Kyouko não demonstrara nenhuma reação – Aquele crápula está aqui! Por que raios ele fez isso?!

–Acalmasse Kanae – disse Yashiro preocupado com a reação da jovem tentou lhe dar suporte já que a mesma parecia não conseguir ficar em pé– Não á motivo para tanto alarde, está certo que o lugar deles seria no mar e com seus entes, por que você não se senta um pouco? Precisa se acalmar um pouco e afinal de quem é que você está falando?

–Kanae – disse Kyouko finalmente sem encarar a amiga, olhando apenas para o aquário – São eles não são?

–Sim – disse Kanae chorando – São meus irmãos. Os irmãos que achei que foram assassinados por Reino.

“São meus irmãos” Como assim? Perguntavam-se ao mesmo tempo Yashiro e Ren, por que Kanae dizia que aqueles sereianos eram seus irmãos e por que Kyouko agia de uma maneira estranha. Não conseguiam entender o que estava acontecendo. Parecia que muitas coisas giravam em torno de deles e então, a subta compreensão veio-lhes e ambos não conseguiam deixar de encarar cada um para seu respectivo par, pois a verdade era chocante demais, aquela que não conseguia ser expressa em palavras e sim apenas vivida.

–Bem então chegou a hora de despir a mascara – disse Kyouko retirando o véu vermelho e atirando o mesmo no chão sem tirar seu olho do aquário por um minuto sequer – Desculpe não poder falar agora, mais tenho um resgate a fazer, depois disso responder todas as suas perguntas Ren.

Kyouko então o encarou. Em seu olhar Ren pode ver um misto de sentimentos que jamais desejou ver naquele olhar. Viu então ela virar-lhe as costas e seguir para mais perto do aquário, e nunca em toda a sua vida ficara sem reação, nunca se sentira tão encurralado. Pela primeira vez na vida, tanto como Ren Tsugara e Kuon Hizuri não sabiam o que fazer.


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Notas finais do capítulo

A partir do proximo capitulo, vocês conheceram o lado oculto das nossas Kyouko e Kanae. Como será que o capitão Tsugara e o primeiro imediato Yashiro irão se reagir ao se deparar com os fatos que aconteceram?
Só mesmo acompanhando para saber...
Mandem sugestões, por que no próximo capitulo irá haver luta e sangue. Já comecei a escrever mais demorarei a postar, por isso preciso de sugestões e algo a que possa me inspirar.
Por isso mais uma vez, deixem comentários.
Ja ne



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