O Feiticeiro Parte I - O Livro de Magia escrita por André Tornado


Capítulo 12
III.1 O pressentimento de Deus.




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Do alto do Palácio Celestial, para lá das nuvens e do próprio céu, Dende observava o mundo apoiado no bordão do Todo-Poderoso. Não dizia nada. Em silêncio, os olhos atentos percorriam os confins da Terra. Detinham-se aqui e ali, analisando com mais atenção o que lhe era apresentado. E assim ficava, imóvel.

As borboletas coloridas esvoaçavam pelos canteiros floridos que Mr. Popo percorria, com o habitual esmero. Tinha um pequeno regador numa das mãos com o qual dava água às plantas e às flores. Os jardins deslumbrantes do Todo-Poderoso sempre foram o orgulho de Mr. Popo, que os contemplava sorridente.

Afastado deles, tanto física como mentalmente, estava Piccolo. Treinava-se em solitário, como era hábito. Sentado nas lajes brancas, de olhos fechados, desenrolava na mente os combates necessários ao treino. Permanecia dias inteiros longe do mundo, dentro do próprio espírito, numa procura constante da perfeição. Sabia que já não voltaria a ser o melhor guerreiro sobre a Terra, sabia que o poder dos saiya-jin que a habitavam era insuperável e quase inatingível, mas continuaria a alargar os próprios limites, porque estes nunca deixariam de existir.

Dende estava inquieto. Os dedos apertaram com força o bordão. Mesmo longe, Piccolo sentiu a preocupação dele. Uma parte da alma encontrava-se invariavelmente ligada a Dende, aquela que pertencera ao outrora maior guerreiro de Namek, Nail. Piccolo esqueceu os treinos pelo momento. Levantou-se e Dende não se voltou quando se aproximou.

- Passa-se alguma coisa, Dende? – E depois corrigiu – Kami-sama?

Por vezes, Piccolo esquecia-se que aquele jovem era o Todo-Poderoso da Terra e que lhe devia respeito. Mas conhecia-o há tanto tempo que lhe era um pouco difícil lembrar esse detalhe sempre que falava com ele.

- Sim – respondeu concentrado no mundo que via lá em baixo, por entre as nuvens. – Sinto novamente as vibrações do Makai na Terra.

- Do Makai? – Admirou-se Piccolo. – O mundo do mal de Babidi?

Dende acenou afirmativamente. Piccolo cerrou os dentes e rosnou, nervoso. Julgava que nunca mais ouviria o nome desse feiticeiro maldito, depois da eliminação de Majin Bu, há treze anos atrás.

- Tens a certeza que é o Makai? – Perguntou Piccolo incomodado.

Dende tornou a acenar que sim.

- Tenho.

- A situação é grave?

Piccolo sentiu um arrepio gelado pelo corpo todo. Na testa brilharam discretas duas gotas de suor.

- Não, não é grave. Por enquanto… – hesitou. – É apenas um feiticeiro de um templo que procura vingança… e serve-se do Makai para isso.

- Se a situação não é grave agora… poderá sê-lo no futuro?

- Não tenho a certeza. – A dúvida incomodou Dende. Ele deveria saber tudo, se era o ser omnipotente do planeta. – Há já treze anos que estamos em paz. Desde o desaparecimento de Majin Bu que não aconteceu nada que tornasse a colocar a Terra em perigo.

- E poderá acontecer agora?

Dende engoliu em seco. Mais uma vez, não o sabia. O futuro não se lhe apresentava claro. Piccolo prosseguiu, num tom grave:

- O Makai é poderoso, kami-sama.

- Eu sei, Piccolo-san. Eu sei… Se as coisas ficarem sérias, prometo que chamarei Goku.

- Esperemos que não seja tarde demais – concluiu Piccolo.

Deu meia volta e afastou-se. A capa branca esvoaçou com graciosidade atrás do guerreiro de Namek. Dende espiou os passos de Piccolo pelo canto do olho. Notara-lhe a censura na voz. Respirou fundo e regressou à contemplação muda do mundo, através das espessas nuvens que envolviam o ar debaixo do recinto dos céus.

Nada mais poderia fazer, a não ser observar a Terra. No momento oportuno, convocaria Goku, como afirmara. E esperava, do fundo do coração, que esse momento nunca chegasse. Se tal acontecesse, significaria que a paz se tinha acabado e que regressariam as batalhas pelo futuro do planeta.

Dende ficou apreensivo.


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Notas finais do capítulo

Próximo capítulo:
O assalto ao templo.



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